Fanfics Brasil - Capítulo O4 Entre o Agora e o Nunca - AyA

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - AyA | Tema: Anahí e Alfonso - Ponny


Capítulo: Capítulo O4

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Meu celular me acorda na manhã seguinte. Eu o ouço vibrando no criado-mudo ao lado da minha cabeça. DULCE MARIA aparece escrito em negrito na tela, e o rosto dela me encara com os olhos arregalados e um sorrisão cheio de dentes. Essa imagem me acorda completamente e eu me levanto, entrevada, e fico segurando o celular, deixando-o vibrar na palma da mão por mais alguns segundos, antes de finalmente criar coragem para atender.


— Aonde você foi? — sua voz grita no meu ouvido. — Meu Deus, Any, você sumiu e eu surtei depois e Christopher sumiu por um tempo também e aí ele voltou e eu vi Blake indo embora uma hora com sangue pela cara toda e aí comecei a entender o que você falou sobre Christopher estar puto... — Ela finalmente respira. — E fiquei me perguntando o que eu tinha feito ou falado ou se foi por causa daquele lance no restaurante semana passada, mas ele só me ignorou e falou que era hora de ir embora e eu...


— Dulce — interrompo, zonza com todas aquelas frases emendadas —, dá pra você se acalmar um pouco?


Tiro o cobertor de cima de mim e saio da cama ainda com o celular no ouvido. Sei que preciso contar o que Christopher fez. Preciso. Não só ela nunca iria me perdoar depois, quando descobrisse, mas eu também nunca iria me perdoar. Se a situação se invertesse, eu ia querer que ela me contasse. Mas não por telefone. Isso requer uma discussão cara a cara.


— Pode tomar café comigo daqui a uma hora?


Silêncio.


— Hã, sim, claro. Você tá bem mesmo? Fiquei tão preocupada. Achei que você tivesse sido sequestrada ou algo assim.


— Dulce, sim, tô... — eu não tô nada bem — sim, tô bem, tá? Me encontra daqui a uma hora e, por favor, vem sozinha.


— Christopher tá apagado na casa dele — ela conta, e percebo o sorriso em sua voz. — Menina, ontem ele fez coisas comigo que eu nem imaginava que ele fosse capaz.


Estremeço com as palavras dela. É como se elas estivessem gritando comigo do outro lado da ligação, mas preciso fingir que são apenas palavras.


— Tipo, mas nem consegui pensar em sexo até saber que você tava bem. Você não atendia o celular, então liguei pra tua mãe umas três da manhã e ela falou que você tava na cama, dormindo. Eu ainda tava preocupada porque você sumiu e...


— Uma hora — interrompo, antes que ela comece a divagar novamente.


Desligamos, e a primeira coisa que faço é verificar as chamadas perdidas no celular. Seis eram de Dulce, as outras nove eram de Christopher. Mas só Dulce deixou recados na caixa postal. Acho que Christopher não quis deixar nenhuma prova comprometedora. Não que eu precise de provas. Dulce e eu somos melhores amigas desde que a vadia roubou minha Barbie Veludo Legal numa festa do pijama.


Estou bem agitada quando Dulce aparece, e já tomei mais da metade do meu latte. Ela desaba na cadeira vazia. Preferia que Dul não estivesse tão sorridente; isso só vai tornar tudo mais difícil.


— Você tá com uma cara horrível, Any.


— Eu sei.


Ela pisca, surpresa.


— Quê? Cadê o seu famoso “obrigada” sarcástico, acompanhado do famoso revirar de olhos?


Por favor, pare de sorrir, Dul. Por favor, leve meu estranho comportamento NÃO sorridente a sério ao menos uma vez e me olhe séria. Claro que ela não faz isso.


— Olha, vou direto ao assunto, tá? 


Pronto: finalmente o sorriso começa a desaparecer.


Engulo em seco e respiro fundo. Meu Deus, não acredito que isso aconteceu! Se fosse um cara qualquer com quem ela estivesse saindo durante uma de suas breves separações de Christopher, não seria tão difícil. Mas é Christopher, o cara que ela namora há cinco anos, para cujos braços sempre corre depois de uma separação ou uma briga. Ele é o único cara que ela já amou de verdade.


— Any, o que tá acontecendo? — Dul pressente a gravidade do que vou contar e posso ver em seus olhos castanhos que já está tentando descobrir se é algo que vai querer ouvir ou não. Acho que ela sabe que tem algo a ver com Christopher.


Vejo o nó se mexendo no meio da garganta dela.


— Ontem à noite, eu tava lá no teto com Blake...


Seu rosto preocupado é tomado por sorrisos de repente. É como se ela estivesse agarrando a oportunidade de mascarar a notícia inevitável com algo que ela possa transformar em piada.


Mas eu a detenho antes que ela tenha a chance de fazer um comentário.


— Só me escuta um momento, tá?


Finalmente consegui que ela entendesse. O espírito brincalhão natural que sempre transpira do seu rosto sumiu completamente.


Eu continuo:


— Christopher achou que Blake tinha me levado pro teto pra se aproveitar de mim. Ele apareceu lá e partiu pra cima de Blake; encheu o coitado de porrada. Blake foi embora obviamente puto da vida, e aí ficamos só eu e Christopher. Sozinhos.


Os olhos de Dulce já estão traindo seus temores. É como se ela soubesse o que vou dizer e estivesse começando a me odiar silenciosamente por isso.


— Christopher tentou me agarrar, Dul.


Os olhos dela se estreitam.


— Ele me beijou e veio com uma conversa de que tá a fim de mim desde o ginásio.


Posso perceber que o coração dela acelerou só pela respiração curta e rápida.


— Eu quis te contar...


— Você é uma vaca mentirosa.


Sinto que levei outro soco no estômago, só que desta vez fico completamente sem fôlego.


Dulce se levanta bruscamente da cadeira, joga a bolsa no ombro e me olha com aqueles olhos escuros e ferozes emoldurados pelo cabelo também escuro.


Ainda não consigo me mexer, atordoada pelo que ela disse.


— Você tá a fim de Christopher desde que comecei a namorar com ele — ela acusa entre os dentes. — Acha que não percebi, nesses anos todos, o jeito que você olha pra ele? —


Sua boca se estende numa linha dura. — Puta merda, Anahí, você tá sempre tomando as dores dele, me enchendo o saco quando falo de outros caras na brincadeira. — Ela começa a agitar as mãos e me imitar com uma voz exagerada, nasal: — Você tem namorado, Dul! Não esquece o Christopher, Dul! Você devia pensar no Christopher! — Ela bate com as mãos abertas na mesa, que balança precariamente antes de parar. Nem me mexo para segurar meu copo, mas ele não cai. — Fica longe de mim e de Christopher também. — Ela põe o dedo na minha cara. — Ou juro por Deus que parto tua cara.


Ela sai andando pelas portas altas de vidro, e o toque da sineta no alto delas ecoa pelo ambiente.


Quando finalmente me recupero do choque, noto que três clientes estão me olhando de suas mesas. Até a barista, atrás do balcão, desvia o olhar quando me viro para ela.


Baixo os olhos para a mesa, vendo o desenho dos veios da madeira se agitar na minha visão desfocada. Apoio a cabeça nas mãos e fico sentada ali um tempão.


Por duas vezes começo a ligar para Dul, mas me obrigo a parar e deixar o celular na mesa.


Como isso aconteceu? Anos de amizade inseparável — eu limpei o vômito dessa garota quando ela teve intoxicação alimentar, meu Deus do céu! — e ela me descarta como pizza da semana passada. Ela só está magoada, tento dizer a mim mesma. Está em estado de negação agora, e preciso dar um tempo para que ela aceite a verdade. Ela vai se tocar, terminar com aquele idiota, pedir desculpas pra mim e me arrastar de novo pro Underground pra nós duas conhecermos gente nova. Mas não acredito de verdade em nada do que estou dizendo, ou melhor, minha parte menos racional e mais magoada não me deixa ver nada além da raiva. Um cliente passa por mim, um homem alto e mais velho de terno amassado, e me olha de soslaio antes de sair. Me sinto totalmente humilhada. Levanto a cabeça e vejo os mesmos pares de olhos de antes me observando e imediatamente se desviando. Sinto que estão com pena de mim. E eu odeio que sintam pena de mim. Pego minha bolsa do chão, fico de pé, jogo a alça no ombro de qualquer jeito e me precipito para fora quase tão indignada quanto Dulce.


Já passou uma semana e não ouvi uma só palavra de Dulce. Acabei desmoronando e tentando ligar para ela — várias vezes —, mas sempre caiu na caixa postal. E da última vez que liguei, ela tinha mudado a saudação para: Olá, Dul falando. Se você for meu amigo — amigo de verdade — deixe recado que eu ligo de volta, caso contrário, nem se dê ao trabalho. Eu queria entrar pelo telefone e socar a cara dela, mas me contentei em jogar o celular longe. Por sorte comprei uma capinha protetora, senão uma hora dessas eu estaria na loja da Apple, desembolsando mais duzentos paus por um novo. Até me desesperei e tentei ligar para Christopher. Ele é a última pessoa do mundo com quem quero falar, mas o único que tem a chave da minha amizade com Dulce. É triste, mas parece que é a verdade. Não sei onde eu estava com a cabeça: será que achei que ele ia se entregar e contar a verdade pra ela? É. Até parece. Por isso, parei de ligar. Passei a evitar nosso café favorito de propósito e a me contentar com a bosta da loja de conveniência mais próxima, e desviei 3 quilômetros do caminho quando fui à entrevista de emprego na Dillard’s, só para não passar em frente ao apartamento de Dulce.


Consegui o emprego. Cargo de auxiliar da gerência — minha mãe me recomendou; ela é muito amiga da sra. Phillips, a mulher que me contratou —, mas estou tão empolgada em trabalhar numa loja de departamentos quanto em tomar esse café merdástico toda manhã. E é aí que me cai a ficha, enquanto estou sentada à mesa da cozinha vendo minha mãe fuçando na geladeira com seu cabelo louro oxigenado: não vou mais sair de casa para morar com minha melhor amiga. Vou ter que procurar um apartamento e me virar sozinha, ou então ficar um pouco mais com minha mãe, até Dulce cair na real. O que pode não acontecer nunca. Ou demorar tanto que, quando ela me procurar, não vou mais perdoar e vou mandá-la praquele lugar. Tudo ao meu redor parece estar balançando.


— Vou sair com Roger hoje à noite — minha mãe avisa, por trás da porta da geladeira.


Ela se endireita e olha de lado para mim, usando sombra demais nos olhos. — Você conhece Roger, não?


— Conheço, sim. — Na verdade, ainda não o conheço, ou talvez conheça, mas estou confundindo o nome dele com os últimos cinco caras com quem ela saiu no último mês.


Ela se inscreveu num daqueles negócios esquisitos de encontros rápidos. E ela é rápida mesmo pra marcar encontros, então acho que no caso dela o termo é adequado.


— Ele é legal. É a terceira vez que saio com ele.


Forço um sorriso. Quero que minha mãe seja feliz, mesmo que isso signifique ela se casar de novo, que é uma coisa que me mata de medo. Adoro meu pai — sou uma filhinha de papai —, mas o que ele fez com minha mãe foi imperdoável. Desde o divórcio, quatro meses atrás, minha mãe virou essa estranha que só conheço pela metade. É como se ela tivesse puxado uma gaveta que ficou trancada por trinta anos e vestido a personalidade que ela tinha antes de conhecer meu pai e ter filhos. Só que essa personalidade não cabe mais, e ela luta todo dia para fazer caber.


— Ele já está falando em me levar num cruzeiro. — Seu rosto se ilumina só de pensar nisso.


Eu fecho o meu laptop.


— Você não acha que três encontros é um pouco cedo pra pensar num cruzeiro?


Ela franze os lábios e afasta a ideia com um gesto.


— Não, querida, está tudo certo. Ele tem muito dinheiro, então pra ele é normal, como sair pra jantar.


Desvio o olhar e mordisco a borda do sanduíche que fiz, embora esteja sem fome nenhuma.


Mamãe perambula pela cozinha, fingindo fazer limpeza. Normalmente, uma faxineira vem às quartas, mas quando um homem vai passar aqui em casa, ela acha que esfregar um pano de prato no balcão e borrifar purificador de ar é fazer faxina.


— Não se esqueça do sábado — ela diz, enquanto começa a encher a lava-louças, o que me surpreende.


— Tá, mãe, eu sei. — Suspiro e balanço a cabeça. — Mas bem que eu gostaria de não ir desta vez.


Suas costas se endireitam e ela olha para mim.


— Querida, você prometeu que iria — diz, em tom de desespero, tamborilando nervosamente com as unhas no balcão. — Você sabe que não gosto de entrar naquela cadeia sozinha.


— É uma prisão, mãe. — Arranco distraidamente pedacinhos de casca de pão e ponho no prato. — E eles não vão te pegar; estão todos trancados, que nem o Cole. E a culpa é toda deles.


Minha mãe baixa os olhos e uma bola escaldante de culpa se forma no meu estômago.


Suspiro profundamente.


— Desculpa. Eu não quis dizer isso.


Eu quis dizer exatamente isso, só não queria ter falado alto e para ela, porque minha mãe fica magoada sempre que falo do meu irmão mais velho, Cole, e de sua sentença de cinco anos por ter matado um sujeito ao dirigir bêbado. Isso aconteceu meros seis meses depois que Ian morreu num acidente de carro. Sinto que estou perdendo todo mundo...Me levanto da mesa e fico diante do balcão, e ela continua enchendo a lava-louças.


— Eu vou com você, tá?


Ela força um sorriso ainda coberto por uma fina camada de mágoa e balança a cabeça.


— Obrigada, querida.


Fico triste por ela. Parte meu coração saber que meu pai a traiu depois de 22 anos de casamento.


Mas todos podíamos prever isso. E pensar que meus pais tentaram me afastar de Ian quando resolvi, aos 16 anos, contar a minha mãe que estávamos apaixonados. Os pais têm essa noção distorcida de que pessoas com menos de 20 anos simplesmente não têm como saber o que é o amor, como se a idade para amar fosse determinada da mesma forma que a lei determina a idade para beber. Eles acham que o “crescimento emocional” da mente de um adolescente é subdesenvolvido demais para entender o amor, para saber se ele é “real” ou não. O que é uma burrice total. A verdade é que os adultos amam de formas diferentes, não da única forma certa. Euamava Ian no presente, no modo como ele olhava para mim, como me dava frio na barriga, como segurou meus cabelos enquanto eu vomitava os bofes depois de comer enchilada estragada.


Isso é amor. Adoro meus pais, mas, muito antes do divórcio, a última vez que minha mãe passou mal, o máximo que meu pai fez foi levar o sal de frutas pra ela e perguntar onde estava o controle remoto enquanto saía do banheiro. Sei lá. Acho que meus pais me estragaram de verdade em algum momento, pois por mais que eles sejam bons para mim e eu os ame, mesmo assim cresci apavorada com a possibilidade de acabar como eles: infeliz, fingindo levar uma vida maravilhosa com dois filhos, um cachorro e uma casa com uma cerquinha branca. Mas eu sabia que na verdade eles dormiam de costas um para o outro. Sabia que minha mãe pensava muito em como sua vida teria sido se ela tivesse dado mais uma chance para aquele garoto do colégio que a “amava” em segredo (li o diário de menina dela. Sei tudo sobre ele). Eu sei que meu pai — antes de trair mamãe com ela — pensava muito em Rosanne Hartman, seu par no baile de formatura (e seu primeiro amor), que continua morando em Wiltshire. Se tem alguém iludido sobre como o amor funciona, sobre a sensação de amar de verdade, é a maioria da população adulta. Ian e eu não fizemos sexo naquela noite em que ele tirou minha virgindade; nós fizemos amor naquela noite. Nunca pensei que eu fosse dizer essas duas palavras juntas: “fazer amor”, porque sempre me pareceram piegas, como uma frase só para adultos. Eu torcia o nariz quando ouvia alguém dizer isso, ou quando aquele cara cantava Feel Like Makin’ Love, do Bad Company, no som do carro do meu pai todo dia de manhã, na rádio do rock clássico. Mas posso dizer isso, porque foi exatamente o que aconteceu. E foi mágico e maravilhoso e assombroso e nada vai se comparar àquele momento.


Jamais. Acabei indo com a minha mãe visitar Cole na prisão no sábado. Mas não falei muito, como de costume, e Cole também me ignorou. Ele não faz isso para ser antipático, mas porque é como se tivesse medo de falar comigo porque sabe que ainda estou puta e magoada e decepcionada com o que ele fez. Não foi uma única ocorrência que poderia ser classificada como um “trágico acidente”; Cole já era alcoólatra antes de completar 18 anos. É a ovelha negra da família. Desde criança foi um marginalzinho que vivia passando temporadas em centros de detenção para jovens, e deixava meus pais doentes de preocupação quando sumia semanas a fio para fazer o que lhe desse na telha. Sempre pensou só em si mesmo.


Comecei no meu emprego de auxiliar da gerência na segunda-feira seguinte. Fico grata por ter um emprego, porque não quero viver do dinheiro do meu pai o resto da vida, mas parada ali, usando um lindo terninho preto com camisa branca e salto alto, me senti completamente um peixe fora d’água. Não necessariamente por causa da roupa, mas... meu lugar não é ali. Não sei explicar, mas naquela segunda e pelo resto da semana, quando eu acordava, me vestia e entrava naquela loja, algo estava formigando no fundo da minha mente. Eu não conseguia ouvir as palavras exatas, mas aquilo parecia dizer: Esta é a sua vida, Anahí Puente. Esta é a sua vida.


E eu olhava para os clientes que passavam e só via coisas negativas: narizes empinados, carregando bolsas caras, comprando produtos inúteis. Foi então que percebi que tudo o que eu fizesse daquele momento em diante produziria o mesmo resultado: Esta é a sua vida, Anahí Puente. Esta é a sua vida.


 



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Autor(a): AvrilPuente

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • _cpaes Postado em 29/09/2014 - 18:13:16

    ADOREEEI, QUERO MAISSS... Se der dá uma passada na minha: http://fanfics.com.br/fanfic/32512/te-quedaras-vondy-vondy-rebelde-rbd Beijooos e continua...


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