Fanfic: _--_--pUpPy LoVe_--_-- (TV ABREV - Novela 03) (FINALIZADA)

Jaqueline teve de ir a aula contra vontade e mal vê a hora de voltar pra casa e encontrar Pitico, mas quando abre a porta da sala, estranha o cão não vir lá do quarto latindo e pulando, chorando de alegria pelo simples fato de Jaque existir.
Nenhum movimento. Talvez estivesse dormindo:

Jaqueline:- Eta cachorro dorminhoco.

Como Jaque deixa a cama desarrumada, Pitico se enrola nos cobertores da dona e tira uma soneca, mas não naquele momento.
Jaqueline procura o cão pela casa e também nas imediações do bairro, mas ninguém sabe informar o paradeiro do animal.
Desesperada, Jaqueline telefona para a emissora a procura da mãe:

Noviça:- O que foi, Jaqueline?Por que ta chorando?

Jaqueline:- O Pitico sumiu.

Noviça ri alto ao telefone e, nada sensível, ainda aproveita o telefonema para brigar com Jaqueline:

Noviça:- E eu lá tenho culpa se você não sabe cuidar do próprio cachorro?

Jaqueline:- Eu cuido muito bem dele. Eu sei que você não gosta dele, por isso não ta nem aí se o Pitico ta bem ou não.

Noviça:- Não gosto mesmo daquela assombração preta andando pela casa, enchendo o sofá com pelo, deixando cada cantinho com o cheiro de morrinha. Que bom que ele sumiu; assim você não tem pretexto pra faltar aula.

Jaqueline:- Se eu morrer de tristeza, você vai se arrepender do que disse.

Jaqueline não sabe fazer outra coisa que não seja chorar por causa de Pitico e tudo ao seu redor remete as lembranças boas do cão, principalmente o primeiro dia quando o cachorro chorou tanto que para não ser descoberto por Noviça, Jaque teve de deixá-lo dormir na cama e mesmo depois de crescido, Pitico não deixa de ser folgado. Ou melhor, deixava.

Christiane conversa com Vespúcio e Bilu enquanto ambos trabalham em frente aos computadores:

Christiane:- Bem que ele poderia estar falando a verdade pra mim.

Bilu:- Mas não está.

Vespúcio:- Ele tentou com a Renata e agora ta tentando contigo. O cara não desiste...

Christiane:- O mais triste de tudo é que uma parte de mim ama o Edu e queria acreditar que os clamores dele são sinceros, mas a realidade me desperta e eu me vejo sozinha com lembranças estúpidas de menina moça; devaneios que nunca levaram a nada... Talvez seja hora de encerrar esse ciclo e recomeçar...

Bilu:- A parte mais difícil do recomeço é perceber que se precisa dele pra poder seguir em frente. Depois que você começar a cair na real que ninguém é perfeito, aí sim você vai saber o que quer. Você pensa que sabe, mas está enganada.

Christiane:- Eu passei mais da metade da minha vida esperando por ele, rezando para reencontrá-lo nem que fosse ao acaso porque imaginava que mesmo adulto ele teria guardado as nossas boas lembranças e que quando me visse, sentiria o coração bater depressa e juntos resgataríamos o tempo provando que finais felizes existem.

Vespúcio:- Finais são normalmente tristes.

Bilu:- O pior é que o Vespúcio tem toda razão: finais normalmente são tristes. Os começos assustam, o meio é movimentado e o final é sempre triste. Minha mãe vivia falando isso.

Vespúcio:- Mas Chris, você é linda, jovem, inteligente, competente...O que você e o Edu tiveram naquela época foi algo infantil, puro e que fazia sentido naquele tempo, mas vocês cresceram, seguiram rumos diferentes e não é justo passar a vida toda sofrendo por algo que aconteceu lá no passado.

Chris não sabe se perdoa Eduardo e tenta namorar outra vez ou se segue o conselho dos amigos e engata um recomeço longe do galã.

William foi criado com Rosa porque os pais se divorciaram e a diretora-geral da Pink News queria que o garoto crescesse ao seu lado.
William, ao contrário dos temores da tia, teve uma infância muito feliz, viveu intensamente na adolescência e na juventude aprontou tudo que um rapaz tem direito.
Nunca pensou em se casar, muito menos ter filhos, mas agora que está beirando os 40 anos, está completamente viciado em cassinos, tanto que já perdeu mais da metade do patrimônio que recebeu de herança dos pais e preocupa Rosa por causa da falta de objetivos.
A cada dia que passa, gosta mais de Bilu e não sabe se tem chances com a jornalista.
William está jogando no caça-níqueis e pode até ganhar uma rodada, mas normalmente perde todas e em vez de se desmotivar e ir embora, vai pedir mais fichas para tentar a sorte.

Já Bilu está tentando não deixar que o passado estrague o presente e a impeça de aceitar William, mesmo que seja obrigada a reconhecer que mesmo sendo quase 10 anos mais jovem que o sobrinho de Rosa, é mais madura que ele.
Bilu já está em casa deitada na cama ouvindo música romântica na Rádio Saudosista e ainda se pega pensando em William, até rindo quando se lembra dele chegando atrasado ao casamento de Simão, tentando se desculpar pelo primeiro mico e em seguida pagando um pior com o strogonoff:

Bilu:- Por que será que quando estou com o William me sinto tão jovem, feliz?Por que mesmo que não queira, vivo pensando nele?É engraçado que depois que ele foi transferido pra cá, é como se tivesse devolvido algo que perdi, mas não tenho ideia do que seja.

Será que continuaria fugindo do amor?Por quanto tempo mais permitiria que traumas passados atormentassem seu presente?
Existe um amor para cada momento da vida, dizia a mensagem de um comercial.
Quando conheceu Anselmo, seu professor de violão, ainda era uma menina de não mais que 14 anos. Enxergava o primeiro amor com os olhos puros e inocentes de uma criança.
Anselmo, por sua vez, possuia o dobro da idade e já conhecia as dores e delícias de se apaixonar. Sabia que o envolvimento com Bilu seria problemático, um risco imenso ainda mais tratando-se de um ex-padre.
O romance gerou uma criança, renegada pelos rígidos pais de Bilu, que a expulsaram de casa. Recém-nascido, o filho de Bilu e Anselmo foi sequestrado na maternidade, o que ocasionou a sequencia traumática vivida por Bilu que a impede, até os dias de hoje, a encarar uma relação amorosa.Será que a alegria que William trazia era o sinal de que talvez fosse hora de enfrentar o medo e lutar pela felicidade?
Agora as circunstâncias são completamente distintas, embora a dor de procurar um filho por mais de 17 anos permaneça todos os dias.