Fanfic: O lobo Alfa (Terminada)

gente desculpem a demora, minhas ferias acabou, mas vou continua postando todos os dias de acordo com os comentarios.
ah falando neles, gracias os adorei.
capitulo dedicado a ciitah ayaremember

       Anahí viu como o alfa fechava os olhos e
escutava silenciosamente o uivo que anunciava que Miguel abandonava o
território de sua família. O animal jogado em sua cama estava ferido,
sangrando, e sua angústia por ter perdido ao seu gêmeo se notava no ar
carregado que lhes rodeava.

       E ele não tinha nem idéia de como ia
reagir ela ao que era.

       Repreendeu a si mesma, por ter permitido
que seus sonhos se debilitassem por um momento, enquanto estudava ao lobo que
estava apoiado em sua cama. Orgulhoso. Vitorioso de uma batalha que nunca tinha
empreendido, nem tinha querido lutar.

       Nem tinha pensado que alguma vez
ganharia.

       O mesmo tinha pensado a respeito de si
mesmo às vezes.

       Ele não se virou. Tampouco fez nenhum
esforço para persuadi-la de que não tivesse medo dele ou da situação. E o
animal não fez nenhum movimento para transformar-se em sua forma humana.

       O alfa sabia algumas coisas acerca dela,
que nunca tinha contado a ninguém mais. Sabia que pensava que se deitou com seu
irmão. E ele sabia quanto significava para ela. E, além disso, sabia que ela
não tinha entendido realmente quem era.

       Inclusive ainda que soubesse.

       Anahí intuía inconscientemente que o
alfa, Poncho e Miguel eram o mesmo. Ainda que a esse mesmo nível, não permitia
a passagem a esses pensamentos, pelo medo que isso poderia lhe provocar. Que as
criaturas que sua própria mente tinha criado se lançassem sobre ela, prendendo
sua mente, seu coração e sua alma. Consumindo-a de tal maneira, que seu corpo e
seus ossos não se pudesse reparar por si mesmos.

       Mas de todos os modos, uma parte dela
sabia. Porque não tinha sido capaz de matar aquela esperança em seu interior. A
parte que rejeitou deixar de sonhar, inclusive quando estava consciente, lhe
dizia que seu companheiro não era tão perfeito como ela o tinha imaginado
quando era uma menina.

       Sim, sabia.

       Tal como sabia que devia fazer caso aos
seus instintos naturais.

       E sempre soube que ela era parte deles.
Maw tinha sido um deles. E a mãe de Anahí, suas tias e suas bisavós. Elas eram
parte do bosque e todas elas viveram entre os animais, os quais eram muito
capazes de matá-las e destruí-las se, se aventurasse muito longe deles.

       O laço que sua bisavó tinha sentido com
o único homem que tinha amado, tinha provocado que a mulher o buscasse ao longo
de toda sua vida. Anahí tinha sentido a Poncho antes de havê-lo encontrado,
simplesmente porque ela tinha aberto sua mente e se permitiu acreditar em sua
existência. E Anahí tinha sido uma das afortunadas, pois cada fêmea de cada
espécie sabe que deve procurar esse vínculo e que poderia passar toda a vida
sem nenhuma pista de onde está essa criatura de seus sonhos.

       Ele tinha tentado proteger seu
território, ao seu companheiro e sua família. Tinham estado ali desde o começo,
às vezes sem ser vistos; evasivos, igual aos lobos que ela queria e protegia. E
nunca partiriam. Embora nem sempre pudessem viver a vida que lhes gostaria.

       O amor e a natureza, de algum jeito,
também estão muito estreitamente relacionados.

       O nome do bisavô de Anahí devia ter sido
Poncho Grei.

       E ela deveria ter nascido dentro de uma
das criaturas que ela tanto amava. Mas supôs que um homem deve ter interferido
no que deveria ter sido. E Poncho Grei tinha desaparecido da face da terra em
1909.

       Nem Maw nem Anahí tinham perdoado ao
homem que tirou delas algo, que até elas, as portadoras de vida, ainda não
tinham sido capazes de substituir.

       A alma de uma mulher às vezes pode ser
cruel e insensível, enquanto faz todo o necessário e correto por natureza. Mas só
graças ao sofrimento que temos que padecer, nascemos com um conhecimento inato
da obrigação de defender tudo aquilo que consideremos correto.

       E o que tão usualmente se chama destino,
por aqueles menos inclinados a acreditar na perfeição da natureza, determinou
que Poncho Grei fosse o bisavô de Alfonso Herrera. E de ser certo, ele
conseguiria devolver a vida e o amor que a avó de Anahí tinha perdido fazia
anos.

       E o ciclo da natureza continuaria tal
como tinha que ter sido antes.

       E continuaria de agora em diante,
independentemente da contaminação do mundo e da ambição da humanidade. Anahí Portilla
tinha nascido ansiando um maior conhecimento das criaturas como a que estava
esperando pacientemente ao pé de sua cama. O homem que a esperava para
encontrar uma maior compreensão dela. E, portanto, deles.

       Dele mesmo. Em todo o sentido da
palavra.

       O lençol caiu com um som surdo,
sussurrando com voz sonolenta, enquanto Anahí devagar se apoiava na cama. O
alfa se sentou, seu pulso bombardeando em seu pescoço, enquanto esperava que o
investigasse. O identificasse e o aceitasse.

       E que determinasse se era um macho digno
de casar-se com ela.

       Anahí se sentou no chão diante do lobo e
alcançou a ver a ferida mais grave produzida pela briga. Sobre seu peito.
Curar-se-ia sem pontos, mas a cicatriz estaria ali quando seus bisnetos
aprendessem a caçar, a espreitar, a atar seus sapatos e com compaixão,
abandonar uma presa. E Anahí o seguiria amando e cada dia que passasse, ainda o
amaria mais.

       A progressão e perfeição da natureza; a
resistência e força do amor.

       As coincidências eram para aqueles que
ainda não acreditam.

       A ferida estava deixando uma mancha de
sangue sobre o lençol enquanto Anahí se preocupava com o alfa. Seu melhor
amigo. Seu companheiro. Ela o abraçou e acariciou seu pescoço enquanto esperava
que o sangue parasse, mas ainda não podia olhá-lo aos olhos para encontrá-lo.

       Nunca tinha chegado tão longe com outro
ser humano. Nunca tinha arriscado tanto os sentimentos que tinha dentro, como
quando agora se sentou diante do homem; o qual a tinha torturado durante anos.
Não com a possibilidade de que não a quisesse e não por seu trabalho. A não ser
com a possibilidade de que ele não existisse para Anahí. Nem para qualquer
mulher, como freqüentemente temia. Era muito, muito mais que o mero sexo. E era
muito mais formoso e espantoso do que nunca imaginou.

       Realmente existia. E a tinha encontrado.
De fato, ele tinha estado muito perto o mesmo dia que Maw lhe tinha contado a
possibilidade de sua existência; tanto, que Anahí se perguntava se ele teria
sido capaz de cheirar seu amor por ele, o mesmo dia que seu amor tinha sido
concebido em seu jovem coração.

       De algum modo, ela suspeitava que ele
soubesse.

       - Poncho?

       Os olhos do alfa piscaram devagar, mas
não se virou para olhá-la. Anahí pressionou seus dedos a ambos os lados de seu
focinho para obrigá-lo a olhá-la.

       Poncho ainda olhava fixamente ao longe.

       Ele estava tão assustado como ela. Isso
se revelou com sua postura. Em sua relutância a olhá-la. E no fato de que
permaneceu com a forma de lobo inclusive depois de descobrir o que era.     

       Estava mais cômodo com ela desta
maneira. E isto acontecia por culpa dela mesma. Tinha se aberto a ele quando
tinha pensado que não poderia julgá-la ou repreende-la por seus desejos. Mas
todo o tempo havia sido humano e era capaz de compartilhar seus sonhos, e Anahí
se inibiu com ele como homem. E, portanto lhe tinha rejeitado em parte durante
o processo.

       - Poncho, eu quero que me olhe.

       O alfa engoliu com força e Anahí o olhou
esperando que a olhasse.

       Queria ser humano. Precisava saber que
tudo estava bem para voltar para sua forma humana. E precisava saber que ela
seguiria sentindo o mesmo, estivesse em forma de homem ou de besta, ou nesse
fio no que ele se encontrava sendo parte dos dois mundos.

       Anahí colocou seus braços ao redor de
seu corpo ferido e sangrento, e enterrou a cara em seu pescoço.

       - Poncho, eu te quero, - sussurrou-lhe.
O pulso do alfa se acelerou contra sua bochecha por suas palavras. O próprio
pulso de Anahí também palpitou em seu peito do medo de sua seguinte admissão. Em
previsão do que aquela admissão provocaria. E no que viria uma vez que desse a
esse homem o que necessitava dela.

       - Tudo de ti, - sussurrou ela, na larga
orelha de algo que tinha perdido o dia que nasceu.

      Algo que ela tinha tentado, desesperadamente,
negar que existisse. Ao menos uma enorme parte dela.

       O gostou do braço que a rodeou. Forte. E
sua mão alcançou sua face antes que Anahí pudesse olhar por cima ao seu
companheiro converter-se no que ela queria que ele fosse.

       Formoso. Imperfeito. Macho.

       Humano.

       Ela provou seus lábios. Sua língua. Sua
mão se misturou com cuidado, ao princípio, em seu cabelo, aproximando-o mais. E
logo, mais violentamente, sua necessidade se impôs ao seu controle. Anahí sentiu
seu pulso estalar quando seu fôlego fluiu nela com seu beijo. Tornou-se mais
urgente, mais possessivo. A invasão de sua boca e pulmões sem permitir a
passagem de seu fôlego.

gente só falta mais um capitulo!!!

quero comentarios ok besos a todas