Fanfic: O lobo Alfa (Terminada)

 Consegui-o finalmente?

       Abriu-lhe seus olhos só o bastante para
ver a saia de uma bata. A pele que sentia debaixo dela estava molhada e lhe
doía o traseiro como se algo realmente horrível acabasse de lhe passar.

       Ela estava de pé diretamente ao seu
lado. Podia cheirá-la, embora não podia enfocar seus olhos o suficiente para
olhar por debaixo de sua bata. Assim Lê fechou os olhos e tentou recordar o que
lhe tinha passado a seu pobre traseiro. Sua voz zumbiu de fundo, mas não pensou
que se estivesse dirigindo a ele. Tampouco é que tivesse servido de nada,
decidiu.

       Ainda estava muito atordoado para
responder inclusive se estivesse falando com ele.

       - Sim, comprovei-o a fundo. A
temperatura é normal. Não. Nada de lombrigas, nem pulgas. Nada.

       Pulgas? Lombrigas?

       Não o consegui.

       Lee soltou um grande ofego canino e
resistiu à onda de adolescente energia sexual e de frustração que parecia andar
lhe colocando em problemas muito freqüentemente. Se não tivesse estado tão
apaixonado por sua risada e sua voz quando lhe tinha falado, agora mesmo
estaria em casa, em sua cama. Olhando suas revistas pornôs com seus dois
perfeitos, claros e humanos olhos de adolescente. Poderia haver-se transformado
em moço, em... em homem outra vez e masturbar-se sob os lençóis enquanto pensava
nela.

       E seu traseiro, muito provavelmente,
sentir-se-ia muito menos violado.

      
Queixou-se e tentou levantar a cabeça.

       - Sim, está despertando agora. Sei.
Também eu estou farta. Odeio quando as pessoas tentam convertê-los em mascotes.
Mas ao menos não acabaram com ele.

       As orelhas de Lee se elevaram e se
arrumou para levantar a cabeça e olhá-la. Voltou a lhe sorrir e sentiu como sua
ereção e calda começavam a mexer-se.

       Não havia nenhuma esperança para ele nem
para seus furiosos hormônios.

       - Não sei de onde vieram. O colar deste
só diz Lee.

       Lee começou a sorrir ante o som de seu
nome em sua voz, mas então recordou que ela pensava que era um lobo.

       E os lobos não sorriem.

       E os lobos não assobiam às mulheres
bonitas, nem paqueram com damas quase o bastante maiores para ser sua mãe, sem
importar o condenadamente bem que cheirem esta a fantasiar. E especialmente os
lobos preparados, não tentavam uma vez mais olhar por debaixo da bata da
mulher, da que seu irmão de vinte e nove anos se apaixonou justos segundos
depois de que Lee mesmo o tivesse feito.

       Mas certamente, Lee nunca tinha sido
conhecido por sua inteligência. Nem tampouco por controlar seus impulsos.

       Seu
irmão alfa, Alfonso Rodriguez Herrera, Alfonso para sua família e amigos,
escrevia histórias de terror. Era um brilhante autor de novelas, que tinha
estado muitíssimas vezes nas listas dos mais vendidos, sem que ninguém soubesse
nunca sua verdadeira identidade. Suas histórias de homens-lobo que trocavam de
forma tinham sido aclamadas entre as melhores obras modernas de ficção jamais
escritas, com sua mescla de conteúdos eróticos e sutis explicações naturais de
situações que poderiam ter sido horripilantes. Um fato do que toda sua família
sempre ria, dado que Alfonso simplesmente estava escrevendo a história de sua
família e vendendo-a ao público.

       Alfonso era o líder porque era assim de
preparado. E ardiloso. E o homem mais equilibrado e conciliador que jamais
tivesse existido, além de seu pai. Bem, isso e também porque era o filho da
puta mais duro que jamais tivesse havido. O único que alguma vez tinha estado
perto de lhe açoitar, tinha sido o irmão maior de Lee.

       Miguel Arango Herrera.

       Miguel.

       Psicopata por natureza.

       Policial de profissão.

       O maldito melhor detetive que a força de
polícia jamais tivesse conhecido. Podia seguir a um pederasta farejando um
rastro de fazia uma semana, e logo jurar ante o próprio Deus que o pescoço do
tipo já estava assim quando o encontrou.

       Por alguma razão, ninguém discutia nunca
sua afirmação de que os pederastas eram por natureza auto-mutiladores.

       Pior que uma bolsa cheia de serpentes de
cascavel com síndrome pré-menstrual. E inclusive menos amistoso com outros que
qualquer outra pessoa que Lee pudesse recordar. Um puro sangue acreditasse-se
ou não. E o único humano, de sangue puro ou mesclado, que ele tivesse amado
jamais.

       A esposa de seu irmão. Lee suspirou
outra vez ao pensar no Mía. Miguel a tinha amado tanto como Alfonso. Demônios,
todos eles a tinham amado.

       Suspeitava que igualmente, todos eles
acabariam amando também a esta.

       - Não, simplesmente o manterei aqui
comigo por agora. Não vou voltar para a cidade durante outro mês, mais ou
menos.

       Lee sorriu apesar de lhe ordenar a sua
boca que não o fizesse. A fêmea viu sua expressão e lhe sorriu em resposta, de
maneira inquiridora.

       Seu rabo golpeou em bêbada apreciação
contra o duro piso de madeira.

       - Não, tampouco vou dar classes este
verão. Tenho que estar aqui quando nascerem os cachorrinhos de lobo de modo que
possa marcá-los e me assegurar de que estão sãs.

       Cachorrinhos?

       Lee a viu mover-se até apoiar-se contra
a mesa que estava detrás dela. Ele se deu a volta sobre o traseiro e conseguiu
colocar a cabeça por debaixo da saia de sua bata.

       Bingo!

       Mas então veio seu pé. OH Deus seu pé!
Subiu e esfregou sua barriga,... perfeito... OH Deus!

       Justo aí!

       Lee não podia manter seus olhos abertos
para olhá-la. Estava muito ocupado sentindo o feliz ponto sobre seu ventre que
lhe acariciava com os dedos do pé, enquanto permanecia em pé falando por
telefone.

      Os lobos não sorriem e os lobos não assobiam
às mulheres bonitas.

       Mas que moço humano de dezenove anos
consegue evitá-lo?

       Lee deixou que seus olhos rodassem para
trás em sua cabeça e pensou em todas as broncas que ia se ganhar quando Alfonso
averiguasse que tinha permitido que isto continuasse. Era pior que masturbar-se
sob os lençóis. Era mais vil que farejar a cadeira da Anita Jameson depois da
terceira hora de classe de inglês.

       Era a heroína do mundo canino. A catnip
(afrodisíaco) dos cães?

       E Lee atuava como um autêntico porco de
primeira. Com a futura fêmea de seu irmão, nada menos.

       Podia imaginar a cicatriz que ficaria em
sua magnífica cara de menino. Alfonso ia estar furioso com ele. E muito
provavelmente lhe daria uma surra, em seu pobre e já violado traseiro, como
nunca antes a tinha recebido. Inclusive Miguel participaria da surra. Muito
provavelmente seria ainda pior que quando tinha anunciado a seus inalcançáveis
e brilhantes irmãos, seus planos profissionais.

       William Lee Herrera era um baterista. Em
um conjunto rock, certamente. The Doggy Styles. Ao próprio Lee lhe tinha
ocorrido o nome.

       E finalmente até tinha conseguido deixar
de mastigar seus palitos. Embora Alfonso ainda lhe lançasse algum de vez em
quando para lhe pilhar fora de guarda. Lee odiava que o impulso de ir lhe
buscá-lo saísse sem querer. Era mais embaraçoso que ter uma ereção matutina no
acampamento da banda.

       Mas os dedos do pé dela lhe fizeram
esquecer a vergonha ou a dor que tinha sofrido no passado às mãos e dentes de
seus irmãos. Assim como a dor que sofreria ao final deste prazer. Lee lhe
deixou que esfregasse seu ventre enquanto escutava sua conversação. E enquanto
lutava contra o impulso de inclinar-se e lamber-se a si mesmo.

       - Não, não podemos usá-lo. Nem sequer
como reprodutor.

       Sim que pode! Sou um reprodutor!

       - Não, não podemos. Não me importa quão
difícil fique o tema. Não vou transmitir este defeito.

       He! O que...

       - Sim, surgirá de novo. É genético.

       Lee girou sobre seu estômago,
surpreendendo-se inclusive a se mesmo com o controle que estava aprendendo a
exercer sobre sua necessidade de prazer. Mas sua virilidade, humano ou cão ou
algo relacionado com seu valor sexual, estava sendo questionada. E Alfonso o
golpearia ainda com mais severidade por deixar acontecer isto sem um desafio.

       - Simplesmente posso levá-lo para casa
comigo.

       OH por favor, Deus! OH sim!

       - Embora tenha que roubá-lo.

       Não há problema, neném.

       -
E terei que lhe pôr vacinas.

       Só mantém longe de meu traseiro e tudo
irá bem. OK?

       - E definitivamente terei que fazer que
o castrem.

       Não...

       Seu sorriso se converteu em risada.

       - Talvez consiga metade de preço, pois
só há um que cortar.

       Lee tragou com força bastante para
passar uma bola de cabelo.

       - Sei. É estranho encontrar um único
testículo em um lobo. Que estranho, verdade?

       Não, não é estranho! É enorme! Não
precisei ter dois! Papai me disse que assim era como se supunha que eu tinha
que ser e não havia nada de que envergonhar-se.

       Sua mão baixou e lhe arranhou detrás das
orelhas. Lee sabia que seu ferido orgulho de lobo deveria fazer que lhe
mordesse os dedos, mas maldição, esta mulher era realmente boa. E sabia tantos
sítios deliciosos onde lhe acariciar!

       Mas agora também sabia coisas que Lee
nunca tinha querido que ninguém soubesse, além de sua família e sua futura
esposa.

       Já podia imaginá-la capa do Rolling
Stone.

       Lee Herrera: Dois Grammys, Um ovo.

       Tornou-se e choramingou ante a idéia. E
logo se pôs a tremer com aborrecido entusiasmo quando seus dedos percorreram
suas costelas e acariciaram seu lombo.