Fanfic: Amanhecer AyA

Carlisle tinha um plástico branco sobre  sua mão - com uma tampa e uma espécie de palheta curvada. Oh - não deixou claro, agora eu tinha conseguido. Alfonso e Any não queriam ter de pensar sobre o que ela estava fazendo mais do que qualquer coisa necessária. Você não podia ver o que estava na taça de todos. Mas eu podia sentir o cheiro daquilo.

Carlisle hesitou, a mão estava com o copo meio estendido, Any olhou novamente.

- Poderíamos tentar um outro método - disse Carlisle calmamente.

- Não - Any sussurrou. - Não, eu vou tentar primeiro. Não temos tempo...

De primeira eu pensei que ela só estivesse preocupada com ela mesma, mas depois ela colocou a mão um tanto trêmula com delicadeza sobre seu estômago.

Any aproximou-se e tomou o copo dele. Sua mão tremeu um pouco, eu podia ouvir sua ânsia por dentro. Ela tentou se sustentar sobre um cotovelo, mas ela mal podia levantar a cabeça. Um sussurro de calor passou pela minha espinha quando vi como ela tinha se tornado frágil em  menos de um dia.

Rosalie passou o ombro sobre a barriga da Any, apoiando sua cabeça, também, como fez com o bebê. A loira era uma sabe-tudo quando se tratava de crianças.

- Obrigado - Any sussurrou. Seus olhos flutuaram de volta para nós. Ainda consciente o suficiente para se sentir auto-consciente. Se ela não estivesse tão sem sangue, eu apostaria que ela estava ruborizada.

- Não se importe com eles - Rosalie murmurou.

Ela fez com que eu me sentisse estranho. Eu deveria ter deixado Any quando tive a oportunidade. Eu não pertencia a eles, nem fazia parte deles. Eu pensei em pular fora, mas então eu percebi um movimento como este faria apenas pior para Any - fazer o mais difícil para ela continuar com isso. Ela imaginava que eu estava muito triste para ficar. O que era quase verdade.

Ainda. Embora eu não estivesse indo para reivindicar responsabilidade por essa idéia, ou eu não queria trazer má sorte, uma das duas coisas.

Ela levantou a taça até seu rosto inalando, e sugou até o fim do conteúdo, com o canudo. Ao acabar ela fez uma careta.

- Any, querida, nós podemos achar um modo mais fácil - Alfonso disse, segurando sua mão para fora do copo.

- Tampe seu nariz - Rosalie sugeriu. Ela num piscar de olhos tirou a mão de Alfonso como se pudesse arrancá-la. Eu queria que ela tivesse feito. Eu aposto como o Alfonso não levaria isso para tentar, e eu adoraria ver a Loira perder a cabeça.

- Não, não é necessário. É apenas isso -  Any respirou fundo. - E está cheirando bem - ela adimitiu com uma voz baixinha.

Eu engoli forte, lutando para me manter com cara de desgosto.

- Essa é uma coisa boa - Rosalie contou a Any ansiosamente.    - Isso parece que nós estamos na direção certa. Dando uma chance. - A Loira ficou com uma nova expressão, eu fiquei surpreso, pois ela não mudou desde a ultima dança.

Any enfiou o canudo em seus lábios, apertando seus olhos e entortando seu nariz. Eu pude ouvir o sangue espalhado ao redor do copo de novo, e sua mão tremeu. Ela engoliu de vagar, apenas por um segundo, e depois por um momento ficou quieta com os seus olhos fechados.

Alfonso e eu ficamos parados como se fossemos do mesmo time. Ele tocou sua face. Eu coloquei as minhas mãos para traz.

- Any, amor-

- Eu estou bem - ela cochichou. Ela abriu os olhos e olhou para ele. Sua expressão era...de pedir perdão. Suplica. Assustada. - Isso tem gosto bom, também.

Fiquei com azia, estava quase vomitando. Eu mantive meus dentes juntos.

- Isso é bom - a Loira repetiu, informalmente. - Um bom sinal.

Alfonso pressionou suas mãos na bochecha dela, passando seus dedos em volto do formato dos seus frágeis ossos.

Any suspirou e colocou seus lábios no canudo de novo. Ela deu um grande gole desta vez. A ação não foi frágil como todo o resto dela. Como se algum tipo de instinto tivesse assumido o comando.

- Como está o seu estômago? Você se sente nauseada? - Carlise perguntou.

Any balançou a cabeça.

- Não, eu não me sinto mal - ela falou em um suspiro. - Isso é bom não é?

- Excelente - Rosalie falou.

- Acho que é um pouco cedo para isso, Rose - Carlise murmurou.

Any  bebeu outro golão de sangue. Depois ela olhou rapidamente para Alfonso.

- Isso vai sujar a minha ficha? - ela disse com a voz fraca  - Ou nós só começamos a contar depois de eu virar uma vampira?

- Ninguém está contando Any. Em todo caso, ninguém nunca morreu disso. - Ele sorriu de forma quase sem vida. - Sua ficha ainda está limpa.

Eles me perderam.

- Eu explico mais tarde - Alfonso respondeu tão baixo, que parecia apenas sua respiração.

- O que? - Any sussurrou.

- Só falando comigo mesmo - ele mentiu.

Se ele tiver sucesso com isso, se Any sobreviver, Alfonso não vai conseguir limpar a própria barra tão facilmente quando ela tiver os sentidos tão afiados quanto os dele. Alfonso teria que trabalhar o seu lado honesto.

Os lábios de Alfonso se juntaram, esboçando um sorriso.