Fanfics Brasil - 68° Capítulo Amanhecer AyA

Fanfic: Amanhecer AyA


Capítulo: 68° Capítulo

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Agarrei-me à bancada, procurando apoio. Meus joelhos estavam tremendo.


Alfonso acabara de chamar meu pequeno cutucão de coisa. Ele disse que Carlisle o tiraria de dentro mim.


- Não - sussurrei.


Eu tinha entendido errado. Ele não se importava nem um pouco com o bebê. Ele queria machucá-lo. A bela imagem em minha cabeça mudou de repente, transformando-se em algo obscuro. Meu bebê lindo chorando, meus braços fracos insuficientes para protegê-lo...


O que eu poderia fazer? Eu seria capaz de me entender com eles? E se eu não conseguisse? Isso explicaria o estranho silêncio de Maite no telefone? Era isso que ela tinha visto? Alfonso e Carlisle matando aquela criança pálida, perfeita, antes que ela pudesse viver?


- Não - sussurrei novamente, minha voz mais forte. Isso não podia. Eu não iria permitir.


Ouvi Alfonso falando Português outra vez. Discutindo novamente. A voz dele ficou mais próxima e escutei ele grunhir, exasperado. Então escutei outra voz, baixa e tímida. A voz de uma mulher.


Ele entrou na cozinha, na frente dela, e foi direto a mim. Ele enxugou as lágrimas de minhas bochechas e murmurou em meu ouvido através da linha fina, dura, de seus lábios.


- Ela insiste em deixar a comida que trouxe-ela nos fez o jantar. - Se ele estivesse menos tenso, menos furioso, eu sabia que ele teria revirado os olhos. - É uma desculpa, ela quer ter certeza de que eu ainda não te matei. - A voz dele se tornou fria como gelo no final.


Kaure contornou nervosamente um canto com um prato coberto em suas mãos. Eu queria poder falar Português, ou que meu Espanhol não fosse tão rudimentar, para que eu pudesse agradecer à mulher que ousara enraivecer um vampiro apenas para ver se eu estava bem.


Seus olhos moveram-se rapidamente entre nós dois. Eu a vi checar a cor de meu rosto, a umidade de meus olhos. Resmungando algo que não entendi, ela colocou o prato na bancada.


Alfonso rebateu bruscamente; eu nunca o vira ser tão mal educado antes. Ela se virou para ir e o rodopio de sua saia enviou o cheiro de comida ao meu rosto. Era forte-cebola e peixe. Eu engasguei e girei para a pia. Senti as mãos de Alfonso em minha testa e ouvi seu sussurro suave através do rugido em meus ouvidos. As mãos dele desapareceram por um segundo e eu ouvi o refrigerador se fechar. Misericordiosamente, o cheiro desapareceu com o som, e as mãos de Alfonso estavam esfriando meu rosto suado. Acabou rapidamente.


Passei água da torneira em minha boca enquanto ele acariciava um lado de meu semblante.


Houve uma tentativa de cutucão em meu útero.


Está tudo bem. Nós estamos bem, pensei para a saliência.


Alfoso me virou, puxando-me para seus braços. Descansei minha cabeça sobre seus ombros. Minhas mãos repousaram sobre meu estômago instintivamente.


Eu ouvi um pequeno arfar e olhei para cima.


A mulher ainda estava lá, hesitando na entrada com as mãos semi-estendidas, como se ela estivesse procurando um modo de ajudar. Os olhos dela estavam presos em minhas mãos, abrindo-se cada vez mais com o choque. Sua boca permaneceu aberta.


Então Alfonso também arfou e virou o rosto para ela abruptamente, empurrando-me levemente para detrás de seu corpo. Seu braço contornava meu torso, como se ele estivesse me impedindo de avançar.


De repente, Kaure estava gritando com ele, alto, furiosamente, as palavras ininteligíveis dela voando pelo aposento como facas. Ela ergueu seu pulso minúsculo no ar e avançou dois passos, sacudindo-o. Apesar de sua ferocidade, era fácil ver o terror nos olhos dela.


Alfonso também avançou para ela e eu segurei seu braço, temendo pela mulher. Mas quando ele interrompeu seu discurso, a voz dele me pegou de surpresa, especialmente considerando o quão severa esta estivera quando a mulher não estava guinchando com ele. Estava baixa, agora; argumentativa. Não só aquilo, mas o som também estava diferente, mais gutural, a cadência era outra. Não achei que ele estivesse falando mais o Português.


Por um momento, a mulher o olhou, meditativa, e seus olhos se semicerraram, enquanto ela vociferava uma longa pergunta na mesma língua alienígena.


Eu observei enquanto o rosto dele se tornava cada vez mais triste e sério, e ele acenou afirmativamente uma vez. Ela deu um passo rápido para trás e se cruzou.


Ele a alcançou, gesticulando em direção a mim e então encostando sua mão em minha bochecha. Ela respondeu novamente brava, acenando suas mãos acusativamente para ele, e então gesticulando. Quando ela terminou, ele se declarou novamente, argumentando com a mesma voz baixa, urgente.


A expressão dela mudou-ela o olhou com evidente dúvida em seu rosto enquanto ele falava, seus olhos correndo repetidamente para meu rosto. Ele parou de falar e ela pareceu estar deliberando algo. Ela olhou novamente e para frente de nós dois, e então, aparentemente inconsciente, deu um passo para frente.


Ela fez um movimento com as mãos, fazendo a mímica de um balão sobressaindo-se de seu estômago. Eu comecei-as lendas dela de predadores bebedores de sangue incluíam isso? Ela podia saber alguma coisa sobre o que estava crescendo dentro de mim?


Ela deu alguns passos para frente, deliberadamente desta vez, e fez algumas perguntas rápidas, as quais ele respondeu tensamente. Então ele começou a perguntar-uma rápida interrogação. Ela hesitou e então balançou a cabeça lentamente. Quando ele voltou a falar, sua voz estava tão agoniada que olhei para cima, em choque. O rosto dele estava imerso em dor.


Em resposta, ela andou lentamente para frente, até estar perto o suficiente para colocar sua pequena mão sobre a minha. Ela disse uma palavra em Português.


- Morte - ela suspirou quietamente. Então se virou, seus ombros se curvando como se a conversa a tivesse envelhecido, e deixou o aposento.


Eu sabia Espanhol o suficiente para entender aquela.


Alfonso congelara novamente, procurando por ela com uma expressão torturada. Alguns instantes depois, ouvi o motor de um barco tomar vida e então desaparecer na distância.


Alfonso não se moveu até que eu me virei para o banheiro. Então sua mão segurou meu ombro.


- Aonde você vai? - sua voz era um sussurro de dor.


- Escovar meus dentes de novo.


- Não se preocupe com o que ela disse. Não são nada além de lendas, velhas mentiras contadas para entreter.


- Eu não entendi nada - disse a ele, embora não fosse completamente verdade. Como se eu pudesse dar um desconto por ser uma lenda. Toda minha vida estava circulada por lendas em todos os lados. Todas eram verdadeiras.


- Eu guardei sua escova de dente. Vou pegá-la para você.


Ele entrou no quarto a frente de mim.


- Vamos embora logo? - perguntei a ele.


- Assim que você acabar.


Ele esperou pela minha escova para guardar na mala, andando lenta e silenciosamente pelo quarto. Eu a entreguei para ele assim que terminei.


- Vou colocar as malas no barco.


- Alfonso-


Ele se virou.


- Sim?


Eu hesitei, tentando pensar em um modo de conseguir alguns segundos sozinha.


- Você poderia... embalar um pouco de comida? Você sabe, caso eu fique com fome de novo.


- Claro - ele disse, seus olhos suaves de repente. - Não se preocupe com nada. Chegaremos a Carlisle em poucas horas, é sério. Isso logo vai acabar.


Eu afirmei, sem confiar em minha voz.


Ele se virou e deixou o quarto com uma mala grande em cada mão.


Eu girei e peguei o telefone que ele deixara sobre a bancada. Era incomum dele esquecer as coisas- esquecer que Gustavo estava vindo, deixar o telefone dele jogado ali. Ele estava tão estressado que mal era ele mesmo.


Eu o abri e procurei entre os números gravados. Fiquei feliz em ver que o som estava desligado, com medo de que ele fosse me pegar. Estaria ele no barco, agora? Ou já estaria de volta? Ele me ouviria da cozinha, se eu sussurrasse?


Encontrei o número que eu queria, um para o qual eu nunca antes tinha ligado. Apertei o botão de "ligar" e cruzei os dedos.


- Alô? - a voz como sinos dourados tilintando ao vento atendeu.


- Rosalie? - eu murmurei. - É a Any. Por favor. Você precisa me ajudar.



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Autor(a): Bela

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Prefácio A vida é uma merda, e aí você morre. Sim, eu deveria ser tão sortudo.


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 14



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  • misterdumpet Postado em 22/09/2011 - 14:31:51

    Na próxima terça feira (20/07) estreia a 2ª fase de DESVIO DE CONDUTA, acompanhe os momentos finais da primeira fase. Não percam! A webnovela que vai fazer você perceber que ser mau o ser bom é questão de opinião. http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=12089

  • m Postado em 07/09/2011 - 13:27:09


    Oi, acabei de ver o seu perfil, somos praticamente vizinhas srsrs
    Up! Se quiser me add no MSN bjos

  • misterdumpet Postado em 13/08/2011 - 11:00:44

    Nesta Segunda Feira 15/08 , estreia DESVIO DE CONDUTA, uma webnovela que vai fazer você compreender que ser bom ou ser mau é uma questão de opinião. http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=12089

  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:50

    Nova Leitoooooraaaaa
    ;D

  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:43

    Nova Leitoooooraaaaa
    ;D

  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:34

    Nova Leitoooooraaaaa
    ;D

  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:25

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  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:18

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  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:11

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  • mandycolucci Postado em 13/07/2011 - 18:24:03

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