Fanfic: `Esposa de Ocasião [DyC]
Dulce sentiu o rosto empalidecer. Estava de volta
Bem, desta vez ela nem iria tentar. Não iria se
Mas estar aqui, cara a cara com aquele homem
Mas não, ela não seria destruída tão facilmente! Dulce sobrevivera ao seu primeiro ataque hediondo,
Aquele conflito podia ter servido ao seu propósito,
E agora, agarrando-se a uma coragem que ela
— Não estou aqui para falar do passado, Chris.
Ao terminar, ela teve a estranha sensação de que
— Nós já estabelecemos que você não tem nenhum
A pergunta pegou Dulce de surpresa, mas de jeito
— Isso não é da sua conta — retrucou Dulce, ainda
Ela percebeu a raiva causada por sua resposta. Chris
Mesmo quando era pessoal. Especialmente quando era pessoal. E ele não conhecia limites para conseguir o que
Ela conteve seus pensamentos. A mente era perigosa,
Não. Ela conteve novamente suas
Concentre-se! Concentre-se no que você quer aqui — o seu
Absolutamente mais nada. Mas se isso era verdade, por que seus olhos
Ele estava falando agora, e ela se forçou a
— E uma quantia substancial. Você não está
Mas Dulce permanecia cautelosa — ela sabia que
— Vou depositar no banco, só isso. Quero gastar um
Era uma resposta evasiva, e ela sabia disso.
— Muito prudente — murmurou ele num tom que fez Dulce
— Muito bem. Vou liberar o dinheiro. As palavras caíram no vazio entre eles — e havia
— Mas é claro que haverá condições — disse ele num
A luz nos olhos de Dulce aumentou para chamas de
— Você não tem nenhum direito de... Ele levantou
— O que eu tenho é algo que você quer, e se você
— E elas são...? — inquiriu, sobrancelhas
— Elas são muito simples. Você vai retornar comigo
— Você não pode estar falando sério! — exclamou,
— Nunca falei tão sério — disse sem a menor
— E ultrajante! — Assim como o adultério. — Sua voz estava fria
— Não farei isso — disse, rangendo os dentes. Ele
— Se não há mais nada a ser dito, você pode ir
Ela estava paralisada, fitando-o com horror. E por
Não posso! Deus, eu não posso! — E então? Ela sentia o estômago ardendo como ácido. — Não! Meu Deus, é claro que não vou fazer
— Muito bem. — Ele começou a caminhar até a porta.
— Quero meu dinheiro! — Sua voz era um grito de
— Então aceite as minhas condições. — A voz dele
Chris nem olhou para trás. Simplesmente saiu para o
Ela caminhou atrás dele, ácido ainda queimando seu
— Por quê? Por que você quer que eu...? Ela não conseguia dizer aquilo — era impossível.
Ele se virou. Por um momento, ficou absolutamente
Ela se levantou, estômago ardendo. De repente,
Dedos compridos deslizaram em torno de seu queixo
Com insolência calma, ele correu o polegar pelo
— Gosto de terminar o que começo — disse ele. Ela
coração batendo forte no peito. Então ele sorriu. O sorriso de um predador. E recolheu
— Amanhã voarei para Atenas ao meio-dia. Você tem
Ele abriu a porta e aguardou que ela se retirasse. Dulce
Durante algum tempo Dulce perambulou pelas ruas
Num impulso desesperado, Dulce serviu-se de uma
Não quero pensar nisso. Quero apenas fingir que não
Quando bebeu um segundo gole do vinho, outra voz
Como assim, precisa tomar uma decisão? Não deve
Por outro lado, ele dissera que essa era a única
A outra voz disse: Bem, você terá de se virar
Ela engoliu em seco. Se virar sem esse dinheiro.
Nós precisamos do dinheiro! Estava furiosa novamente. Chris não tinha direito àquele dinheiro! Não importava o que a lei dizia; ela deveria ter recebido
Tomou outro gole de vinho. Ele estava correndo por
Era um casamento de conveniência. A questão inteira
Indignação ardia em suas veias. Fora um casamento de conveniência, baseado
Mas não para Chris Uckermann. Ele era um dinossauro
Com raiva, ela respondeu mentalmente a ele, da
Foi um casamento de conveniência, Chris! Não foi de
Não, não e não! Ela não devia pensar
Exceto pelo fato de que esta noite Chris abrira
Toda expressão abandonou seu rosto. Ela sabia o que
Vingança. E ele sabia exatamente, exatamente, como
Um arrepio atravessou o corpo de Dulce. Adultério — esse fora o crime que Chris atribuíra a
Ela poderia ter se defendido em termos que ele
Não, isso era impossível! Tinha sido impossível
E pelo mesmo motivo. Crispou os dedos no cálice de vinho, ameaçando
Tentou puxar sua mente para fora do precipício no
E a vingança que Chris queria extrair dela seria a
Não posso aceitar isso! Não-vou suportar a
Levantou abruptamente e encheu de novo o cálice.
Não posso voltar para lá! Para início de conversa, não poderia fazer isso a
Mas por que Chris agira daquela forma? Ele não
Mas a acusação jamais chegara a público, e mesmo
Chris poderia simplesmente ter dito ao tio de Dulce
Simplesmente... A palavra caçoou dela. Não houvera nada
Nem para ela e nem para Chris. E agora ele queria vingança. Por que esperara tanto? A resposta lhe ocorreu
Porque você lhe entregou a possibilidade numa
A vingança de Chris seria a humilhação em suas
Um sorriso sinistro contorceu os lábios de Dulce.
Bem, vingança era uma faca de dois gumes. Chris
Não vingança. Uma coisa que lhe era muito, muito
Ela bebeu todo o vinho no cálice. O álcool nadava
E isso não tinha nada, absolutamente nada, a ver
Eu posso fazer isso. Eu posso. E quando tiver
Pôs o cálice vazio na pia. Eu posso fazer isso, repetiu
Por que se ela conseguisse... Emoção correu por
Se ela conseguisse, então finalmente, finalmente, ela estaria livre do homem com quem casara. Livre em todos os sentidos da
Eu posso fazer, repetiu. Eu posso... Era um mantra que ela teria de repetir para si
Ela foi mal vestida de propósito, com calças jeans
Mas mesmo protegida pelos óculos escuros, olhar
Não havia nada nos olhos de Chris quando ele a
Ele se limitou a dizer alguma coisa em grego ao
— Eu sou Demetrious Xanthou, assistente do Sr. Uckermann.
Dulce não lembrava de tê-lo visto antes. Apesar dos
— Estou bem, obrigada. Bem, se Chris queria tratá-la como a mulher
Porém, isso era quase impossível. Quando embarcaram
Mas não os dela. Para Dulce, aquela vida tinha se
Sentou na poltrona onde esperava ficar o mais
Chris estava sentado do outro lado do corredor
Sentiu um arrepio. Toda a coragem falsa reunida na
Ele vai fazer sexo comigo, e eu consenti! Minha
Ela devia estar louca! Se tivesse juízo, fugiria
Mas se fizesse isso, jamais teria seu dinheiro. Devy jamais conseguiria o dinheiro. A Granja Pycott
Sua liberdade definitiva do poder que Chris Uckermann
Você precisa fazer isso. É a única maneira. Apenas
Apressada, vasculhou sua mochila em busca de sua
Quando uma aeromoça sorridente veio lhe perguntar o
Mas ela não devia deixar que Chris percebesse isso!
Pelo menos Chris não estava em sua linha de visão,
Quanto a Devy... Ela mudara de idéia meia dúzia de
Devy jamais deveria saber. Jamais. Ele ficaria
Não! Ela interrompeu abruptamente seus pensamentos.
Farei o que tiver de ser feito. Conseguirei o que
O que terei de fazer... Embalada por Bach, voltou a recitar mentalmente seu
Eu posso fazer isso. Eu posso. Eu devo. Era um mantra que a impedia de pensar em qualquer
Sentiu que não conseguia resistir ao sono; a noite
Ela afundou num sonho vivido. Estava na ilha.
Céu e pedra, areia e mar, ar e água, luz e
E calor. Calor que descia do sol e se espalhava por
Dulce acordou — olhos atentos, coração batendo
Aterrorizada. Palavras gritavam em sua mente. Não posso fazer isto! Não posso! Não posso! Chris ouvia Demetrious colocá-lo a par de uma dúzia
Então Dulce viera, impulsionada por sua crença no
E como Dulce podia ter feito o que fizera, e ainda exigir
Será que ele deveria ter realmente feito aquela
Cada grama de bom senso lhe dizia que era isso que
Afinal, como lhe dissera, ele tinha com ela
E depois que tudo estivesse acabado com Dulce, ele
Sigam: @NinnaFer (Yo) e @LinyLuz (minha adaptadora Caipiira)
ao passado, e Chris Uckermann a estava atacando com suas garras afiadas. Ela
tentara se defender, mas isso fora impossível. Ele não lhe dera a menor chance
de defesa.
rebaixar a esse nível.
opressor, se revelava muito mais difícil do que ela esperara. Era como uma
pressão intensa esmagando-a, tentando destruí-la.
que pusera um ponto final na farsa de seu casamento.
mas isso não significava que ela poderia esquecer ou perdoar a cena brutal, e
as opiniões que ele expressara.
precisara cavar fundo para encontrar, ela enfiou as mãos nos bolsos das calças,
reequilibrou o peso de seu corpo e, com o rosto paralisado numa expressão de
frieza, olhou para ele. Ao falar, sua voz também saiu fria.
Estou aqui para receber o dinheiro que você se recusa a me dar. Não dou a
mínima para como nosso casamento terminou, apenas que ele terminou. E que você
tem uma dívida comigo.
havia acendido o estopim, mas que o foguete não decolara. Em vez disso, alguma
coisa deslizou pelo rosto dele, quase como se o limpando de qualquer expressão
ou emoção. Ela o vira assim muitas vezes, em geral ao conversar com pessoas,
mas sem revelar o que se passava em sua mente. Ele usara essa expressão muitas
vezes ao falar com ela.
direito a esse dinheiro -— disse Chris num tom levemente mais brando. Porém...
— Ele a fitou enquanto a mantinha em suspense. — Talvez eu esteja disposto a
mudar de idéia. Diga-me, para o quê você quer o dinheiro?
nenhum ela iria lhe contar que o motivo pelo qual ela queria o dinheiro
envolvia Devy. A lembrança do ataque verbal de Chris, dois anos antes, ainda
era profunda demais, e pronunciar o nome de Devy seria como brandir uma
bandeira vermelha para um touro.
mantendo o tom de voz frio e determinado.
Uckermann era um homem que gostava de fazer as coisas a seu jeito — ela
aprendera isso na própria pele. Chris em geral conseguia tudo que queria.
queria...
muito perigosa. Era muito mais seguro ter Chris zangado com ela. Sua raiva
podia ser um ataque de fúria selvagem, ou o poder frio, contido e implacável de
um homem muito rico. Mas era mais fácil lidar com ambas as sensações do que
com...
memórias.
dinheiro. Foi para isso que você veio. Para isso e mais nada!
continuavam querendo correr pelo corpo alto e esbelto a uma pequena distância à
sua frente? Por que ela queria ficar olhando para aquele belo rosto masculino,
como um animal faminto há muito privado de alimento?
escutar.
acostumada a lidar com tanto dinheiro. Você pode se tornar o alvo de operadores
inescrupulosos que queiram uma parte dele. — Sua voz estava suave, e a raiva
sumira sem deixar vestígios.
deveria ter todos os motivos para isso.
pouco numa casa, e o resto permanecerá no banco.
Verdadeira em algum sentido, mas implicando, falsamente, que ela queria comprar
uma casa, e não reformar uma, e que depois restaria algum dinheiro para
guardar. Mas ela não devia a verdade a Chris Uckermann. Ela não lhe devia nada.
suspeitar se ele estava realmente tão calmo quanto aparentava. Mas por que ela
deveria se preocupar com isso? Ela precisava apenas se preocupar em conseguir
seu dinheiro. Só isso.
muito espaço entre eles, muito mais que os poucos metros que os separavam. Por
um segundo ela permaneceu imóvel, sem acreditar que tivesse escutado direito.
Então seus olhos se iluminaram — ela não podia impedi-los.
tom ainda sereno.
fúria.
abruptamente a mão.
quiser esse algo, terá de aceitar minhas condições.
levantando com a mesma determinação fria com que falara há pouco.
para a Grécia, e para a minha cama.
precisando de todo o ar em seus pulmões para fazer isso. Seus olhos haviam
arregalado como os de um coelho que vê um predador à sua frente.
perturbação na voz. — Se você quer o dinheiro, vai cooperar.
como aço.
deu de ombros.
embora. Mas se você for, não se dê ao trabalho de me procurar novamente. Você
deve decidir agora o que pretende fazer.
trás do horror vinham lembranças, marchando em frente, uma atrás da outra, como
os quadros da película de um filme, avançando em cores vividas e torturantes...
Lembranças que ela jamais se permitia ter.
isso! Você deve ser louco, se pensou que eu aceitaria!
— Se essa é a sua decisão...
raiva, frustração... E horror.
era fria e impessoal.
corredor e abriu a porta de seu apartamento.
estômago.
Tão impossível quanto acreditar que ele dissera aquilo para ela!
imóvel.
antes que Dulce tivesse uma chance de entender o que Chris pretendia, ele
estendeu a mão até ela.
introduzindo-se em seus cabelos. Aqueles olhos afundaram nos dela, causando
arrepios em seu corpo inteiro.
lábio inferior de Dulce. O toque deixou-a com as pernas trêmulas.
não conseguia se mover. Estava paralisada,
a mão.
até lá para decidir o que vai fazer.
saiu, pernas tremendo.
escuras de Londres, a paisagem fluindo ao seu redor como um rio invisível. Em
algum momento ela deve ter descido ao metrô, entrado num carro, mudado de
linha, emergido, e caminhado de volta até seu apartamento minúsculo. Na cozinha
preparou uma xícara de chá, também sem quase perceber o que fazia.
taça de vinho branco, tomou um gole grande enquanto caminhava até a sala, e
desabou no sofá. Ali ficou olhando para o vazio, sentindo o coração bater forte
no peito.
o encontrei hoje à noite. Negar isso completamente. Apagar isso do meu cérebro,
da minha memória, da minha consciência. Mas não posso fazer isso. Preciso tomar
uma decisão.
soou em seu cérebro.
tomar decisão nenhuma! Não pode pensar em outra coisa! O que ele disse é
impensável — é repugnante e ultrajante. Ele merece ir para
o inferno apenas por ter dito isso!
forma de conseguir o dinheiro...
sem esse dinheiro!
Mas eles não podiam. O problema era esse. Sem o dinheiro que prometera a Devy,
a casa não estaria pronta para o verão — o que significava pelo menos mais uma
estação sem poder receber crianças. O projeto inteiro dependia de que ela
conseguisse o dinheiro.
o dinheiro no fim daquele casamento estúpido e insano. Ele estava lhe negando
isso por vingança!
seu organismo, deixando-a nervosa e agressiva.
era essa! Um casamento apenas para deixar Aristides feliz, para fazer com que
aceitasse a ajuda de Chris Uckermann sem ter seu orgulho ferido. Foi apenas por
causa disso que eu aceitei o acordo! E foi o que Chris disse, também! Um
casamento temporário de conveniência, para o bem de meu tio.
unicamente em termos comerciais, e, portanto era óbvio, óbvio, que a
fidelidade era irrelevante!
de garras afiadas, que a reduzira verbalmente a retalhos antes de terminar com
ela!
forma como fizera naquele terrível dia em que os dois haviam discutido.
verdade! Era apenas uma fachada, que não significava nada... Absolutamente
nada! E você deveria tê-lo tratado como tal, em vez de... Em vez de...
nisso... Jamais. Proibido. Fechado. Para jamais ser aberto.
essa porta e a fizera olhar para dentro.
Chris queria. Suas palavras insolentes formavam-se em seu cérebro: "Eu
gosto de terminar o que comecei." Mas não era por esse motivo que Chris
impusera aquela condição ultrajante. Ele não queria terminar nada. Ele queria
uma coisa completamente diferente.
consegui-la.
ela. Tão injusto!
teria aceitado. Mas se ela tivesse feito isso...
antes, e era impossível agora.
quebrá-lo. Ela não devia permitir que sua mente seguisse nessa direção. Não era
apenas perigoso... Era suicida.
qual estava caindo. Adultério não era o único crime que ela cometera aos olhos
de Chris. Houvera outro, muito pior, e pelo qual ele também queria vingança.
humilhação. Sua humilhação.
humilhação. Não vou suportar que Chris se vingue de mim!
Tomou outro gole grande e começou a olhar para o apartamento ao seu redor. Ele
ficava a um universo de distância da vida que ela tivera em Atenas como a sra. Chris
Uckermann.
seu tio. Não via Aristides desde que deixara a Grécia tão precipitadamente. Dulce
escrevera-lhe uma carta curta e simples, na qual explicara que seu casamento
com Chris Uckermann "acabara irreversivelmente". Desde então não
recebera nenhuma resposta ou comunicação de seu tio. Sabia por quê. Chris
dissera-lhe o motivo pelo qual ele resolvera acabar com o casamento.
tivera nenhuma necessidade de fazer aquilo!
que tenham corrido comentários pela sociedade ateniense, jamais passou disso:
comentários.
que o casamento chegara ao fim, sem lhe explicar o motivo. Afinal, esse sempre
fora o plano. Ela havia simplesmente precipitado seu divórcio, e nada mais.
"simples" em tudo aquilo.
imediatamente.
bandeja de prata ao exigir seu dinheiro! Se quiser o dinheiro, terá de fazer o
que ele deseja.
mãos.
Vingança?
pretendia desferir um gume dessa faca contra ela. Mas Dulce poderia usar o
outro para seus propósitos.
mais importante.
em suas veias, e ela apreciou a sensação. Coragem de bêbada? Talvez, mas o fato
era que ela estava obtendo a determinação da qual precisava. Determinação para
enfrentar o que jazia à sua frente. Mas se ela o fizesse, teria de suportar o
ultraje que Chris estava planejando perpetrar contra ela. Mas depois que isso
passasse, ela iria emergir com uma coisa que jamais possuíra antes.
com o dinheiro que ela queria.
acabado, partirei com o dinheiro, que é meu por direito, e Chris Uckermann
poderá ir para o inferno!
para si mesma. Eu posso. Eu devo.
suas veias como uma corrente elétrica.
palavra.
mesma por horas. Senão jamais teria forças para ir até o campo de pouso onde o
jato particular de Chris Uckermann estaria esperando para levá-lo para casa com
rapidez e conforto.
gastas, suéter barato e mochila. Estava com os cabelos presos num coque frouxo,
e sem maquiagem. Apesar do tempo frio e nublado, estava de óculos escuros — mas
não era do sol que estava se protegendo. Dulce não tinha a menor intenção de
correr o risco de manter contato visual com Chris.
para ele seria um sacrifício. Por um terrível momento, quando viu o corpo alto
e másculo caminhar em sua direção, Dulce teve de reunir todas suas forças para
não girar nos calcanhares e sair correndo o mais rápido possível.
fitou. Nem satisfação por ela haver cedido aos seus termos desprezíveis, nem
desdém por sua aparência desleixada.
rapaz ao seu lado. Este imediatamente caminhou até ela.
A senhora precisa de alguma coisa para o vôo?
modos educados, seu rosto não revelava qualquer emoção. A palavra
"discrição" definia-o completamente.
invisível, ela não iria se importar. Quanto a ela, tentaria tratá-lo como o
homem invisível.
no avião, Chris permitiu que ela entrasse primeiro, num gesto que não envolvia
consideração pessoal, mas o mero hábito social, fazendo Dulce sentir-se
incomodada por saber que ele estava logo atrás dela, muito, muito perto. O
interior do jato, com suas grandes poltronas de couro e mesas de mogno,
despertou memórias de aviões particulares, iates gigantescos, carros de luxo e
roupas assinadas por estilistas — a matéria da qual eram feitos os sonhos de
muitas pessoas.
tornado um pesadelo.
distante de Chris, e deixou a mochila cair aos seus pés. De um bolso lateral da
mochila retirou um livro. Fechou o cinto de. segurança e começou a ler. Desviou
os olhos do livro apenas para assistir à decolagem pela janela.
amplo, conversando com Demetrious nos tons delicados da linguagem do pai de Dulce.
Desde o fim de seu casamento, Dulce evitava a língua grega como a uma praga.
Embora jamais tivesse aprendido mais do que o suficiente para ler e conversar
um pouco, ouvir as instruções de Chris ao seu auxiliar fez com que ela
recordasse de palavras. E palavras que eram muito mais do que meros termos
comerciais...
noite anterior desaparecera por completo. Toda sua determinação de virar esta
situação ultrajante para seu próprio benefício havia desaparecido. Permanecia
apenas o pânico. Estava sentada no avião de Chris, sendo conduzida de volta à
Grécia.
simples presença neste avião é o meu consentimento!
assim que o avião aterrissasse. Usaria o cartão de crédito para comprar uma
passagem de volta no primeiro vôo!
não conseguiria abrir suas portas naquele verão. Crianças que precisavam dela
desesperadamente deixariam de ser beneficiadas. E Dulce não conseguiria aquilo
que na noite passada finalmente parecera ao seu alcance.
exercia sobre ela. O poder que ela temia mais do que qualquer coisa no mundo.
não pense nisso até que seja absolutamente necessário.
música. Colocando fones de ouvido, deixou-se levar pelas melodias intrincadas
de Bach, silenciando instantaneamente o resto do mundo ao seu redor. Também se
forçou a continuar lendo.
que queria beber, Dulce pediu café, recusando o champanhe oferecido. Só de
pensar em álcool o seu estômago já reclamava. E o mesmo se dava com a comida.
Não podia dar mais essa satisfação a ele.
e ela não ouvia mais sua voz grave. Dulce tentou acalmar-se bebericando seu
café enquanto admirava a paisagem de nuvens e ouvia Concertos de
Brandenburg. Depois de uma noite insone, a manhã fora tão corrida que ela
não tivera tempo de fazer nada além de enfiar artigos básicos na mochila.
vezes quanto a telefonar ou não para lhe dizer que estava partindo em busca do
dinheiro. Por um lado Dulce queria acalmá-lo; por outro, tinha medo de que ele
lhe fizesse perguntas sobre como ela finalmente conseguira fazer Chris mudar de
idéia.
ultrajado, e com razão. Não, ela não devia pensar a respeito de Devy. Devia
mantê-lo na ignorância para seu próprio bem. Assim como ela não lhe contara
nada sobre a forma brutal como Chris terminara o casamento. Fizera isso em
parte para proteger Devy, mas também porque temia que ele fosse procurar Chris
para intervir por ela. E então Chris saberia...
Devy precisava ser mantido fora desta situação. Isto era entre ela e Chris. Ela
e Devy se conheciam havia muito tempo, e ele era de uma importância vital para
ela, mas Dulce não queria envolvê-lo na confusão que fora o fim da farsa de seu
casamento.
pretendo conseguir. Depois voltarei para casa, darei o dinheiro a Devy, e
jamais direi uma palavra sobre o que tive de fazer para consegui-lo.
mantra:
outra coisa, especialmente o que "isso" realmente significava.
sem dormir finalmente estava cobrando seu preço.
Naquela ilha mágica, cujo céu azul-claro descia para um mar azul-cobalto. Um
mundo particular e secreto, onde o mundo exterior não existia, onde tudo e
todos eram reduzidos aos elementos do quais eram compostos.
escuridão. Carne e sangue.
suas veias. Como uma chama que ela não conseguia apagar, acelerando sua
pulsação.
forte.
de assuntos diferentes em sua agenda sempre lotada. Mas sua mente estava em
outro lugar.
que era justo. Sua crença no direito ao dinheiro de seu tio. O tio que ela
insultara e envergonhara, que ainda carregava o fardo do que ela fizera. E era
essa crença que mais enfurecia Chris.
que ele lhe entregue placidamente o dinheiro? Ele correu os olhos para a
poltrona de Dulce, num ângulo que só lhe permitia enxergar a beirada de seu corpo,
que lhe estava totalmente à vista. Sentiu novamente uma pontada de fúria. Mas
essa emoção foi imediatamente contrabalançada por outra.
oferta? Por que tinha lhe dado a chance de conseguir o dinheiro que ela tanto
desejava? Será que ele não deveria ter continuado a ignorar a existência de Dulce,
como vinha fazendo desde que a expulsara de sua casa, censurando-a da forma que
ela tanto merecia?
ele deveria ter feito. Mas ele não estava disposto a escutar o bom senso. Ele
iria fazer o que prometera a Dulce na noite anterior, quando sentira novamente
o toque de sua pele.
negócios não concluídos.
iria expulsá-la definitivamente de sua vida.
Autor(a): ninnafervondy
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Enquanto o avião descia, Dulce sentiu seu estômago queimar novamente. Não apenas porque o tormento que a aguardava estava muito próximo. Não apenas por causa das memórias que começavam a ocupar seu cérebro, despertadas pelas paisagens gregas ao seu redor. Mas porque pensara em mais duas coisas que poderiam aumentar ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 57
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:36:31
menina cade? assim você me mata!quero++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:36:30
menina cade? assim você me mata!quero++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:47:05
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:47:04
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:47:04
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:47:04
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:47:03
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:46:42
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:46:21
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fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:46:21
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