Fanfics Brasil - `Anel da Vingança [DyC]

Fanfic: `Anel da Vingança [DyC]


Capítulo: 4? Capítulo

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Por cinco segundos, Dulce permaneceu entorpeci­da,
incapaz de acreditar no que ouvira. Então, apertou o botão para abrir a porta
da frente da casa, no térreo: Sentiu medo. O que Chris queria?


Enquanto abria a porta da quitinete, dois
andares acima, ouvia os passos rápidos do empresário na es­cadaria. Pouco
depois, Uckermann surgia.


O semblante do empresário estava sombrio,
e a jo­vem sentiu-se mais nervosa. Será que pensava que as esmeraldas estavam
no apartamento? Planejava tomá-las à força? Agitada, Dulce logo perguntou.


— Como soube onde eu morava?


— Mandei que a seguissem quando saiu.
Morar aqui é algum tipo de piada? Queria me enganar? — Chris empurrou a jovem
para o lado, ao entrar na qui­tinete. Ao observar o miserável apartamento, o em­presário
franziu as sobrancelhas. Depois, fitou Dulce, ainda à porta, estarrecida.


Uma mistura de emoções a agitava. Medo,
como­ção, ressentimento, perplexidade — e algo mais po­deroso. O sangue
circulava com uma rapidez que so­brepujava qualquer outra coisa.


O empresário continuava trajando terno,
porém, descartara a gravata. Nem mesmo isso o tornava me­nos formidável. Mas,
de alguma forma, ligeiramente ordinário. A moça sentiu um aperto no estômago.


Uckermann permaneceu no centro da sala,
as mãos na cintura.


— Por que essa espelunca? Está sem
dinheiro? Não parecia, quando entrou no meu escritório essa tarde. Ou tentava
me impressionar?


Dulce lutava para manter o controle, mas
sabia que o perdia. O italiano era a última pessoa que espe­rava ver ali.


— Então? — Chris perguntou, olhar de
desprezo.


Ela não estava surpresa. Naquela tarde,
dera a im­pressão de parecer tão bem quanto podia. Agora, era quase o oposto.
Vestia um moletom cinza, o rosto sem maquiagem, e o cabelo jogado para trás,
amarra­do em um nó. A jovem retrucou.


— O que você tem a ver com as minhas
finanças?


— Considerando que recusou a minha oferta
de um milhão de euros, eu teria pensado que as suas fi­nanças eram, de fato,
minha preocupação. Aonde es­tão as esmeraldas?


Chris olhou ao redor, a expressão de
desdém se in­tensificava como se as jóias de família pudessem ser contaminadas
por estarem em uma residência tão hu­milde! Mas, então, a moça imaginou, com
amargura, que o empresário já havia pensado que as esmeraldas tinham sido
contaminadas, somente por terem estado com a mãe dela.


— Estão em um banco! Aonde poderiam
estar?


— Qual banco?


— Não tenho que dizer. Se veio aqui para
fazer com que eu as venda a você, pode sair! Minha mãe nunca as venderá!


— Nem mesmo se isso significar que você
está falida? E, por isso, vive nessa pocilga? Seja como for, onde está Blanca?
Falida também? Não posso imaginá-la permitindo que a preciosa filha more nesse
lugar enquanto ela gasta tudo que tirou do meu pai! | Dulce ficou séria. Chris
não podia descobrir nada. 1 Uma necessidade esmagadora de proteger a mãe desse
homem que a odiava tanto consumia a moça. Blanca estava tão fraca e vulnerável.
  


— Ela está viajando! — mentiu. — Espanha.
Mamãe adora clima quente.
                                          


— Então, como pode sentir-se livre para
dispor das esmeraldas? Você ao menos tem a posse das pe­dras?


— Sim. — Blanca lhe concedera poderes
legais* sobre todos os negócios dela há dois meses, antes de adoecer. Mas Dulce
soubera que nunca poderia ven­der as esmeraldas. Quando a mãe morresse, a filha
as devolveria à viúva de Enrico. Compreendera o motivo pelo qual Blanca pegara
as jóias, mas sabia que mãe e filha não tinham direito às pedras.


Naquela tarde, se Chris tivesse
concordado com as condições dela, então, teria devolvido as jóias. Dulce não
queria nada de Uckermann a não ser o nome dele em uma certidão de casamento, e
fotos para; mostrar a Blanca e convencê-la de que se casara com o filho de
Enrico. E que seria o que a mãe nunca tinha sido: uma esposa respeitada, não
uma amante sujeita a insultos e escárnios.


Mas o empresário matara a ridícula
tentativa de Dulce em realizar o último desejo da mãe. Assim, a moça deveria
manter as esmeraldas consigo até que Blanca morresse. Depois, então, poderia
devolvê-las à sra. Uckermann.


Ao responder-lhe, algo mudou no rosto do
ita­liano.


— Você tem idéia de que admitiu possuir
as esme­raldas, pelas quais sua mãe e eu disputamos, não im­portando a
ilegalidade dessa situação? Então, me diga, o que quer para que eu pare de
persuadi-la a me devolver o que me pertence?


Havia um brilho no olhar de Chris, e Dulce
sentiu medo novamente. Entretanto, a jovem o desafiou.


— Não me importa o que pensa! Se pudesse
tê-las reavido legalmente, você teria feito isso! E se tocar um dedo em mim,
vou logo denunciá-lo por agressão e não terá tempo para me delatar! E os
jornais vão dar detalhes do escândalo! Então, se veio aqui para tentar suas
táticas de valentão, pode dar o fora!


O brilho nos olhos do italiano se
intensificou e, de repente, a quitinete pareceu menor ainda. A respira­ção da
jovem acelerou, e a adrenalina corria na cor­rente sangüínea.


O motivo era o medo que Dulce negava.
Sentia o corpo responder à presença daquele homem, e isso a mortificava. Se Chris
percebesse, teria outra arma contra a qual não possuía defesas.


Sabia que se sentiria daquela forma com
relação a Uckermann pelo resto da vida. Nunca seria capaz de deter o desejo
pulsando pelo corpo toda vez que estava perto do empresário. Encontrava-se
presa a Chris, e era uma prisão da qual nunca escaparia.


Como um ímã, o brilho escuro nos olhos do
em­presário a atraía e a assustava. Mas as próximas pala­vras dele a
amedrontaram ainda mais. E a fizeram sentir um calafrio na espinha.


— Estava pensando em um método bem
diferente de persuasão, minha querida.


Os olhos sombrios pousaram na moça. Dulce
sen­tiu um buraco no estômago, as pernas ficaram trêmu­las. A jovem lutava
desesperada contra aquela sensa­ção.


Foi uma fraude naquela época e é
agora! Fingiu quando você tinha 18 anos, fazendo-a de boba, fa­zendo-a
acreditar que achava atraente uma menina inglesa, de colégio, virgem aos 18
anos. E está fin­gindo agora!


Além disso, Dulce sabia como se
encontrava na­quele momento. A elegância daquele mesmo dia à tarde tinha ido
embora. Estava de volta à forma como a natureza a fizera — com um moletom que
matava qualquer paixão, e o cabelo puxado para trás, em um nó. E nem uma sobra
da maquiagem para suavizar a aparência.


Chris via a reação dela e isso o
divertia. Dulce per­cebia isso também. Ela o viu se aproximar. Havia um
objetivo naquela maneira de andar, e Dulce sentiu novamente aquela torrente de
adrenalina que tanto a envergonhava. Queria sair, gritar, trancar-se no ba­nheiro
— qualquer coisa para livrar-se dele.


Mas permanecia ali. Chris, então, parou
em frente a Dulce. Uma das mãos dele alcançava a nuca da moça que,
envergonhada, sentiu a cabeça curvar-se ligeiramente, facilitando o afago do
italiano.


Uma sensação a inundou como se fosse uma
chuva caindo, lavando cada longo ano, dos sete que se pas­saram, desde que Uckermann
a acalentara pela última vez. Fechou os olhos. Era incapaz de resistir à tenta­ção
do toque sedoso, sensual, daqueles dedos acariciando-lhe delicadamente a pele.


Dulce ouviu Chris murmurar algo em
italiano. Não sabia o que era. Todos os sentidos estavam reu­nidos em um só — o
tato. A outra mão curvou-se so­bre o queixo da moça, erguendo-lhe o rosto. Os
olhos dela se abriram novamente, e viu quando aquele ho­mem, sensual, abaixava
a cabeça.


A boca de Uckermann se mexia como um
veludo, conduzindo-a a um reino para o qual a jovem nunca pensara voltar. Era
um paraíso tão primoroso que Dulce não conseguia pensar, mexer-se. Somente su­cumbir
à alegria de ser beijada pelo italiano. Perdeu as forças, rendendo-se a tudo
que era Chris, sua bele­za, influência, tentação.


O beijo se aprofundou, disparando
sensações tão fortes que a moça sentiu que ia desfalecer tamanho o desejo,
assim como uma donzela vitoriana. Mas não era mais virgem, graças ao homem que
estava ali, uma das mãos curvadas sobre o pescoço dela, a outra mão segurando-lhe
a boca, enquanto sentia prazer em...


Exceto que isso não lhe daria prazer.
Nenhuma vulnerabilidade sensual o manteria imóvel enquanto se entregava a essa
sensação infindável, delicada... Para Chris, isso seria algo muito diferente.


Esse beijo não significa nada para
ele! Só está fa­zendo isso para me usar. Da última vez, queria ferir minha mãe.
Dessa vez, quer as esmeraldas...


Com uma força que não sabia que tinha, Dulce
se afastou abruptamente.


— Não! — Empurrou-o, recuando. O coração
ba­tia acelerado, o corpo tremia, e tinha que lutar para reaver o controle.


Por um segundo, algo se mexeu no olhar de
Chris, mas sumiu. Em seu lugar, um olhar familiar, de es­cárnio.


— Não? Bem, é uma palavra nova para você,
que­rida. Sempre foi, "Por favor, Chris... por favor!" Du­rante toda
a noite!


O empresário esboçou um sorriso tão
zombeteiro quanto a expressão no olhar. A jovem empalideceu. Dessa vez, não era
a humilhação sexual que ardia nas lembranças dela — a vil humilhação de quando Chris
disse que ela estava ávida por sexo.


Essa lembrança era muito pior. Lembrava
clara­mente da última vez em que dissera aquelas palavras. Não tinha sido da
vez que Chris pensava agora, quando Dulce tinha implorado, pela carícia dele.
Tinha sido em uma ocasião bem diferente.


Dissera aquelas palavras ao telefone, o
impessoal e distante telefone, que tinha sido o que Uckermann per­mitira.
Suplicara à secretária para colocá-la em con­tato com ele. Talvez algo no jeito
aflito da jovem te­nha amolecido o coração daquela mulher, e a secretá­ria a
ajudou. Não a anunciara, sabendo muito bem, Dulce imaginava isso, que Chris não
aceitaria o tele­fonema. Então, atendeu ao chamado sem saber quem estava do
outro lado da linha. Escutou aquela voz la­cônica perguntando, "Quem
é?" e, trêmula, disse, "E Dulce... por favor, Chris ... por
favor".


O empresário desligara o telefone, não
deixando que a moça dissesse mais nada. Depois disso, nunca mais permitiu que Dulce
falasse com ele ao telefone. A secretária tinha sido inflexível — o sr. Uckermann
não atenderia aos telefonemas dela.


Quanto à carta que lhe enviara — um
último, de­plorável recurso para contatá-lo — voltara dentro de outro envelope,
lacrada. Junto, um bilhete datilogra­fado pela secretária dizendo que o sr. Uckermann
não aceitaria mais nenhuma tentativa de comunicação da parte dela, qualquer que
fosse o meio.


E Dulce, naquele momento, aceitara que,
para Chris, ela deixara de existir. Agora, sete anos depois, aquele homem
voltava a ficar na frente dela, tentando-a.


A jovem bloqueou todas as emoções que
sentia, mantendo-as trancadas dentro de si, onde não provocariam grandes
estragos. Não precisava disso quando o assunto era Uckermann e o que a moça
queria do italia­no — ou o que o empresário queria dela.


— Bem, estou dizendo não agora, Chris — respon­deu,
um aperto na garganta. — Lamento que as esme­raldas tenham mais valor do que
uma transa rápida com o fabuloso Uckermann. Não vai reavê-las de forma tão
barata!


O rosto do empresário endureceu, o olhar
zombeteiro se intensificou.


— As esmeraldas talvez valham mais, porém
você não


Foi um golpe muito duro, mas nada
comparado aos outros que Uckermann lhe desferira no passado. Dessa vez, ela não
vacilou.


— Irredutível — disse, a voz firme.
Então, Dulce respirou fundo. — Se essa era a sua melhor oferta, não há
negociação da mesma forma que não aceitei o milhão de euros.


Chris se concentrara nisso.


— Por quê? Você vive em uma pocilga. Um
mi­lhão de euros a tiraria daqui! — Ele a fitava, tentando ler seus
pensamentos. Uma sensação de perigo a per­turbou. Não o que enfrentara há
pouco. Outro, dife­rente.


Sentiu-se inundada por uma vontade de
proteger a mãe que se encontrava vulnerável e à beira da morte. Chris queria
compreender o motivo de Dulce exigir um preço tão absurdo pela devolução das
esmeraldas.


Ele não deveria saber.


A filha não iria expor a mãe a esse
homem.


Instintivamente, manteve-o longe da
verdade, do motivo pelo qual proferira uma exigência tão ultra­jante. Casamento
em troca das esmeraldas.


— Assim como o casamento com você. Me
tire da­qui. — A voz dela era uniforme, o olhar preso ao dele. Desejando que o
empresário aceitasse aquela resposta como motivo. A jovem viu sua fisionomia
mudar, adquirindo aquele olhar zombeteiro.


— Então, essa é a sua ambição, certo? — Uckermann
falava de forma arrastada. — Ser uma amante, como a sua mãe, não é suficiente
para você. Quer respeita­bilidade...


Estava tão perto da verdade que a moça
sabia que Chris podia ver isso nos olhos dela. Então, ergueu o queixo.


— Por que não? Como sra. Uckermann, seria
recebi­da em todos os lugares. — Não sabia o motivo de ter dito aquilo,
continuando com a farsa. O italiano não se casaria com ela.


A risada dele foi de escárnio.


— De fato, ambiciosa! E me diga, srta.
Caça-dotes, suas ambições se estendem a conseguir uma parte do dinheiro Uckermann,
cortesia de um generoso acordo de divórcio?


Dulce não se deixou atingir por aquela
provoca­ção.


— Não — respondeu.


— Não? Então, se casaria comigo mesmo que
eu a largasse seis meses depois sem um centavo de pensão alimentícia? — A descrença
dele era evidente.


— Sim — respondeu.


— Por que deveria me sentir tão
lisonjeado? Por que prefere a mim a um milhão de euros em dinheiro? E me quer
tanto que até vai se abster da pensão?


O jeito zombeteiro do empresário atiçou
algo que a moça vinha tentando conter. Nunca mais deixaria que Chris
ridicularizasse o estúpido e ingênuo desejo que sentia por ele!


— Não ligo a mínima para você!


Os olhos do empresário se tornaram
sombrios. Im­prudente e incapaz de parar, Dulce se manteve con­trária a idéia
de que Uckermann pensava que Dulce era tão louca por ele que estava preparada
para usar as es­meraldas para fisgá-lo.


— Há alguém muito mais importante para
mim do que você! Alguém...


Parou, estarrecida pelo que quase
revelara. Por um segundo, houve um silêncio total. Então, com uma voz que fez
com que a moça se encolhesse, Chris fa­lou.


— Finalmente, vejo a jogada que está
tentando fa­zer. Esse repentino desejo por respeitabilidade.


Rapidamente, Dulce tentou retomar o que
havia dito.


— Não... eu...


Um gesto cortou o ar.


— Tarde demais, minha querida. Vejo agora
o que pretende. Não se trata de casar-se comigo, mas com outra pessoa. Seu
amante se recusa a casar-se com você — homem prudente, dado ao seu passado! En­tão,
pensa que pode reavê-lo se, de repente, você se tornar a sra. Uckermann! Não
quer um milhão de euros, nem pensão alimentícia — quer vingança! Como é que diz
o ditado? Nem o inferno conhece a fúria de uma mulher desprezada. É
disso que se trata. Quer se vingar de um homem que a desprezou, que a quer como
amante — não como esposa.


Dulce o fitava, tentando assimilar o que
ele dizia.


— Finalmente, compreendo a situação.
Agora faz sentido. Por tal prêmio — a vingança: o prato mais frio de todos! —
você entrou elegante no meu escri­tório! Achava que acenando com as esmeraldas,
na minha frente, me aliciaria ao altar! Iria realmente im­pressioná-lo, não?
Fazê-lo pensar que encontrara um homem rico que desejava casar-se e também
deleitar-se com você na cama! E para me fazer ir adiante com esse plano
maravilhoso, a senhorita me ofereceu de volta as minhas esmeraldas e os
prazeres duvidosos do seu corpo.


O desprezo dele a ofendeu. De algum lugar
— não sabia de onde — Dulce encontrou desdém para igua­lar-se ao empresário.
Inclinou levemente a cabeça, e o fitou com escárnio.


— De fato, não. Você só iria ter as
esmeraldas, Chris. — A voz inspirava uma indiferença mordaz. — Sexo com você
não ia fazer parte do acordo. Uma vez foi suficiente, sabe? Não quero de novo.


Dulce sabia que não tinha armas para
lutar contra Chris. Somente essa. Era tudo o que tinha. Era frágil, patético,
mas era tudo o que podia fazer. Fingir indi­ferença. Somente Deus sabia de onde
o empresário ti­rara aquela idéia de que a moça queria se casar com ele para
punir algum amante mítico que não a desposaria. Mas não refutaria aquela
história. Serviria para proteger a verdade sobre a verdadeira razão. E mentir
sobre o fato de ser indiferente ao italiano só a prote­geria.
                                                                    


Uma vez que toda aquela conversa era
inútil, tudo o que a jovem queria era que Uckermann saísse da vida dela
novamente, como fizera antes — sem olhar para trás — não importava o que
dissesse.


— Sei que pensa ser um presente
monumental de Deus para as mulheres, Chris. Mas receio, no que me diz respeito,
que você seja um pouco entediante. Só queria uma aliança de casamento, é tudo.
Não os seus magníficos serviços de garanhão.


O empresário a observava. Os olhos eram
inex­pressivos assim como o rosto. Dulce ficou inquieta. O que estava
acontecendo? Por que a fitava daquele jeito? Por que um rosto totalmente
inexpressivo? Es­perara um instante de raiva, algo que lhe mostraria o quanto Uckermann
objetaria o insulto ao seu poder se­xual irresistível.
                                                      


Ele somente a observava, o rosto
completamente; cerrado. Dulce voltou a sentir uma inquietação percorrendo-lhe o
corpo. Então, compreendeu o que o ; empresário estava fazendo. Não respondia ao
frágil escárnio somente para mostrar-lhe o quanto era tri­vial. O que importava
a Uckermann a opinião dela sobre a proeza dele na cama? O que a jovem pensava
não tinha valor. Nunca tivera. E, certamente, não tinha agora. Dulce era como
um mosquitinho zumbindo ao redor dele.


Ela sentiu raiva. Era de pouco valor para
Chris. Sempre fora a filha bastarda de uma vadia que anda­va com o pai dele...


Provocou-o novamente. Algo a impulsionava
a fazê-lo reagir, a mostrar-lhe que ela podia exercer al­gum poder sobre
ele. Nem que fosse somente um cen­tésimo do poder que Chris exercia sobre a
jovem, fitando-a com aqueles olhos sombrios, devastadores.


— Suponho que pense que eu, aos 18 anos,
estava gamada por você, certo? — Deu uma risadinha. Deus sabe como a moça
conseguiu fazer aquilo. — Bem — deu de ombros —dessa vez, pode ver que não
estou gamada! O grande ato do Amante Latino não funcio­na comigo. Estava
somente curiosa, deixando que me beijasse, mas nada mais... E, agora, se não se
impor­ta, tenho que voltar aos meus afazeres.


Encaminhou-se à porta, pasma, sem
acreditar que as pernas ainda estivessem firmes. Tinha que tirá-lo dali —
estava desesperada por isso. Só queria que ele fosse embora. Então, poderia
desabar sozinha, em se­gurança.


Abriu a porta, posicionando-se ao lado.
Então, olhou de volta para Chris. Ele não se mexera. Perma­necia ali com o
mesmo rosto inexpressivo. Um cala­frio silencioso percorreu-lhe o corpo. Como ousara dizer tais coisas? De onde aquelas mentiras vieram? E de que serviram? A
garota se questionava, amargu­rada. Poderia ter cravado uma faca nele e Uckermann
não teria reagido! Alguns insultos estúpidos, sarcás­ticos da moça nem valiam a
pena, não o irritavam.


— Acha que consegue se mexer sozinho? — Dulce
perguntou. O rosto de Chris estava imóvel, pá­lido. O corpo parecia quieto.
Então, abruptamente, o empresário começou a caminhar em direção à porta. Dulce
ficou tensa enquanto Uckermann passava por ela, tão perto. Mas quando o
empresário estava a mais ou menos um metro da jovem, parou, esticou uma das
mãos e empurrou a porta que a moça fe­chava.


— O quê? — Chris a interrompeu. Os olhos
indeci­fráveis pousavam na moça. Falava de forma arrasta­da. — Melhor contatar
seu banco amanhã e instruí-los a liberar as esmeraldas. Telefone para a minha
as­sistente pessoal, dando-lhe o endereço do banco para que ela possa mandar o
mensageiro. Dulce o fitava, descrente.


— Não tenho a intenção de lhe dar as
esmeraldas! Chris ergueu uma das sobrancelhas.


— Toda noiva Uckermann usa as esmeraldas
no dia do casamento. Acha que vou deixá-la ser uma exceção? — Havia escárnio no
olhar do empresário.  


A moça ficou boquiaberta. Parecia que a
mente parara de funcionar. O coração parará de bater.


— Será um casamento civil, o mais rápido
possível, assim que a papelada legal ficar pronta. E também será desfeito logo
que for legalmente possível Haverá um contrato pré-nupcial a ser assinado, e a
esmeraldas devem estar no seu pescoço, quando e~ me casar com você, de forma
que possa me devolve-las depois. — Dirigiu-se à porta e a abriu novamente sorrindo
diante da fisionomia chocada da moça. — Deveria estar feliz, querida. Seus
sonhos de menina vão se realizar... Vou me casar com você. — Passou por Dulce,
saindo do apartamento, descendo as es­cadas, relaxado.


Entorpecida, Dulce o viu indo embora.
Depois de um longo momento, sentiu o coração voltar a bater.


 


Sigam: @NinnaFer (Euzinha) e @LinyLuz (Minha Adaptadora xuxuzinha)




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Autor(a): ninnafervondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 53



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  • maby Postado em 03/04/2011 - 21:08:29

    Nova leitora... posta por favor:)

  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:52

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:51

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:51

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:51

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:48

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:18

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:18

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:17

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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:17

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