Fanfic: `Anel da Vingança [DyC]
Chris relaxou no banco de trás do carro,
e o motorista afastou-se do meio-fio.
O empresário gelou de raiva. Então, Dulce
pensava que podia usá-lo como um idiota, enredá-lo assim como a mãe dela
fizera com Enrico, até o momento da morte.
Uckermann sentiu um nó no estômago. Blanca
matara Enrico. O ataque cardíaco fatal tinha sido provocado, segundo lhe
informara o cardiologista no hospital, pelo esforço violento realizado durante
o ato sexual. A imprensa italiana tinha um prato cheio! Um escândalo da alta
sociedade que combinava sexo, riqueza, adultério e morte. A humilhação da mãe
dele tinha sido completa.
Chris sentira satisfação ao colocar Blanca
para fora do apartamento de Roma e, depois, da quinta. E, por vingança, a
mulher tomara as esmeraldas para si.
O empresário voltou a gelar de raiva.
Bem, conseguiria reavê-las agora — mas o casamento com Dulce não era por esse
motivo. A jovem poderia ter apodrecido no inferno antes de manipulá-lo daquela forma!
A fisionomia de Chris ficou sombria.
Reaver as esmeraldas era somente um bônus. O prato principal era bem
diferente. E, como a vingança, deveria ser saboreado frio. Dulce Saviñon —
deliciosa, desejável, atraente.
O empresário sorriu. A moça não deveria
tê-lo desafiado, dizendo que ele não a interessava. Chris notara o corpo da
jovem vibrando, uma pulsação sensual que o excitou.
Teria grande prazer em demonstrar-lhe o
quanto estava errada... Era por isso que se casaria com Dulce, para saborear
o mel que a jovem prometia. E, quando tivesse saboreado tudo, faria o mesmo que
fizera da última vez. Deixaria a moça apodrecer no inferno. Tinha a obrigação
de fazer-lhe isso.
Dulce olhava fixamente através da
janelinha. Nuvens brancas fofas faziam com que a cena parecesse ter saído de
algum desenho animado. O sol resplandecia sobre as nuvens, fascinando-a.
A moça se perguntava o que sentia, estava
atordoada. De fato, encontrava-se sentada ali, em um jatinho executivo
particular, voando em direção ao Caribe e ao casamento com Chris.
Dulce deveria se sentir triunfante,
aliviada. Não acreditava que conseguira fazer com que o empresário aderisse
àquele plano absurdo. Mas tudo o que sentia era que estava anestesiada.
Exceto o zunido dos motores, tudo era
calmo na cabine. Do outro lado do corredor, ignorando-a totalmente, Chris
trabalhava em uma pilha de papéis na mesa, à frente dele.
Uckermann mal lhe dirigira a palavra
desde que Dulce fora deixada no aeroporto de Northolt, naquela manhã, pelo
carro que o empresário mandara para buscá-la. A expressão dele era
indecifrável. Bem, a moça pensou, irritada, o que você diria a uma mulher a
qual detesta, a quem seduziu para ferir a mãe dela, com quem se casava agora
para reaver jóias da família? Não era de se esperar uma conversa normal.
As lembranças eram fortes embora Dulce
tentasse detê-las. Lembranças de Chris, em Roma, naquele sonho mágico... Os
dois riam e conversavam. O rapaz nunca se esquivava da conversa, como se
tivesse prazer na companhia da moça... Tudo tinha sido falso. Iludira Dulce,
uma menina boba.
A jovem relaxou os tornozelos, girando
um, depois o outro. O movimento deslocou o pesado documento que estava no
colo dela. Chris lhe entregara o envelope assim que Dulce se sentara. "O
acordo pré-nupcial", disse, laconicamente, os olhos sombrios e
inexpressivos. "Não haverá casamento sem a sua assinatura nesse
documento".
Dulce lera tudo. Não havia surpresas. As
esmeraldas se tornariam propriedade incondicional de Chris no momento da
cerimônia. E, quando o casamento acabasse, a moça não levaria nada consigo —
nem um centavo. Não tinha direito à fortuna da família, e se comprometera a
nunca usar o nome Uckermann, ou falar com a imprensa sobre o casamento. Assinaria
o documento sem pensar duas vezes. E, então, se casaria com Chris.
Ainda estava atordoada como Chris mudara
rapidamente de opinião. Estavam indo para as Antilhas, no Caribe, foi o que
lhe dissera, seco. Havia duas grandes vantagens. Os casais podiam se casar
logo, sem a espera que a lei britânica estipulava. E os contratos pré-nupciais
eram seguros sob a lei antilhana.
Dulce voltou a ficar entorpecida, a
sensação de irrealidade. Não posso pensar sobre isso e não devo. É muito
irreal, bizarro, doloroso.
As palavras soavam na mente da moça. Nos
seus sonhos... A frase ecoava pela cabeça da jovem. Sentiu um aperto no
coração!
Dulce se casaria com um homem que, uma
vez, por um rápido e ilusório feitiço, tinha sido tudo para ela! Um homem a
quem dera o primeiro amor. Um homem que tinha, de forma calculada, traído,
zombado e destruído aquele sentimento.
E, agora, Dulce seguiria adiante — de
forma calculada — com uma cerimônia de casamento. Mas não é por mim! É por
minha mãe! Tenho que fazer isso. É absurdo, horrível. Mas é tudo o que posso fazer.
Não posso me recusar! Sentiu um peso se abater sobre ela, pressionando-a.
Sobra-lhe tão pouco tempo. Tenho que
fazer qualquer coisa para deixá-la feliz. Não importa o que eu sinta — só
interessa a minha mãe...
Dulce sentia-se aflita e permaneceu
observando as nuvens.
Algo fez Chris desviar o olhar focado no
trabalho. Ao entrar no avião, enterrara-se em algumas propostas altamente
complexas para uma associação arriscada com um fabricante oriental — qualquer
coisa para desviar o pensamento do que estava fazendo.
Uma sensação de irrealidade o dominava.
Devia estar louco! Simplesmente, devia chamar a aeromoça e dar ordens para que
o avião retornasse a Londres. Então, se livraria de Dulce, deixando-a na pista
e iria embora para sempre.
Mas não foi o que o empresário fez.
Continuou folheando as propostas, fazendo observações, anotando dúvidas,
questões para os advogados. Esboçou um sorriso cruel. Não era fácil dirigir a Uckermann
Industriale. Era um trabalho árduo, com uma responsabilidade esmagadora com
relação aos funcionários, cujas vidas dependiam dele, e a companhia contribuía
para uma porção significativa da economia italiana.
Não era de se admirar que, de vez em
quando, meu pai precisasse escapar com uma mulher bonita para que a mente
parasse de trabalhar...
O pensamento surgiu contra a sua vontade,
mas Chris sabia que era verdade. O problema era que a mulher com a qual o pai
relaxava não era a esposa.
Não, não vá por aí. Chris percorrera aquele caminho descalço, passara por
cada espinho, durante muitos anos. O sofrimento profundo da mãe, a deserção do
pai. E o filho se encontrava impotente para fazer qualquer coisa, exceto acusar
e desprezar, e oferecer o consolo que podia à mãe.
A sra. Uckermann sofria em silêncio.
Somente aqueles ataques de fragilidade que vieram, coincidentemente, com as
temporadas do pai com a amante revelavam o sofrimento materno. Então, a mãe
saía da residência em Turim, e se recolhia no chalé da família, nos Alpes
italianos. Sofria, em silêncio, solitária, pelo marido infiel. Nunca quisera o
filho por perto.
Enquanto isso, Blanca desfrutava de uma
vida dourada junto do pai e da riqueza dele... E, agora, Chris estava prestes a
se casar com a filha daquela mulher.
Uma forte emoção o ceifava. Uma mistura
de amargura, fel. O empresário ergueu a cabeça e virou-se para observar Dulce.
A jovem estava com o rosto voltado para a janela. A fisionomia dela o imobilizou.
Dulce deveria estar triunfante,
acreditando que o trazia aos pés dela com a promessa de devolver-lhe algo que
lhe pertencia. Mas as feições da futura esposa demonstravam preocupação.
Algo o agitou internamente,
dilacerando-o. Virou a cabeça bruscamente. Dulce não tinha nenhum poder sobre Chris,
nem sobre as emoções dele, somente sobre os sentidos.
Recostou-se, relaxando os membros do
corpo, fechando os olhos. Evocou a imagem da moça, embora esta estivesse
somente a alguns metros dele. Chris desenhou a imagem de Dulce na própria
mente. Delineou o corpo gracioso, sensual, deslizando, em pensamento, sobre
os seios suaves, a curva do quadril.
Desde a última vez que o empresário
colocara os olhos em Dulce, a moça amadurecera como um pêssego perfeito. E,
naquela noite, sob a lua caribenha, Chris provaria daquela suculência. E ela
descobriria o porquê dele ter concordado com o casamento.
* * *
As longas horas no avião fizeram com que Dulce
adormecesse e sonhasse. O dia estava quente e lindo. A moça usava um vestido
amarelo, curto e sedutor, com tiras finas. A jovem corria pela Escadaria da
Praça de Espanha, agilmente evitando as hordas de turistas sentados ali. Flores
vermelhas tombavam de vasos alinhados à beira das escadas. Um homem parou na
frente dela, segurando somente uma rosa para vender, mas Dulce sorriu e saiu em
disparada. Ouvia Chris atrás, alcançando-a, apesar de tê-la deixado partir
primeiro.
Quando chegou ao topo, o italiano já a
tinha alcançado a passos largos. Segurou-lhe os braços assim que a moça pisou
no último degrau. "Você ganhou!" Dulce riu. "Então, vou comprar
o próximo sorvete!" Uckermann sorria, os olhos negros, quentes. A moça
sentiu o coração apertar de felicidade.
Chris... murmurava aquele nome em silêncio, como uma canção de
louvor pelo fato de Chris ser o homem mais magnífico do mundo. E que a escolhia
para passarem os dias juntos. E a noite mais mágica da vida de Dulce com...
A cena mudou. Estava nos braços do
empresário. Ambos se amavam de forma tão requintada que o corpo dela se banhava
em fogo, ansiando com ardor. Chris a acariciava, murmurando palavras que Dulce
não entendia, mas que pareciam uma canção.
A jovem sentiu-se desabrochar como uma
flor. Então, Chris se foi. Alguém sacudia um dos ombros dela, gentilmente, mas
com insistência. Dulce abriu os olhos, piscando, confusa.
— Lamento ter que acordá-la, madame — uma
voz educada dizia —, mas demos início ao processo de aterrissagem e a senhora
vai precisar apertar o cinto de segurança.
A realidade voltou, em um movimento
impetuoso, ao ver a aeromoça. Chris continuava trabalhando na papelada. Dulce
sentiu um aperto no coração, a mente ainda repleta do sonho do qual fora
acordada. Por um momento, somente o fitava, como se o adorasse agora como
fizera aos 18 anos, cultuando aquela beleza sombria.
Queria esticar uma das mãos, tocá-lo,
segurá-lo. Mas não podia, nunca mais. Estava somente a alguns metros dela, mas
poderia estar a milhas de distância. Uma terrível tristeza a dominou. Então,
veio a amargura, envenenando-a.
Nada de sentimentalismos. Nunca foi o
homem que pensou que fosse. Tudo o que pensou que compartilharam era falso.
Tomava-a por idiota a cada momento juntos. Até o momento final, quando revelou
o verdadeiro eu. Aquele era o Chris Uckermann real. E ainda é.
Era disso que precisava se lembrar.
Forçou-se a recordar o que dissera a si mesma quando entrara no escritório dele.
Isso é uma transação comercial, nada mais. Emoções não são necessárias. Queria
saber o porquê de precisar repetir aquilo para si mesma.
O avião começou a aterrissar. Dulce via
um mar azul esverdeado, e a fascinante luz do sol conforme o avião mergulhava
na descida final. Então, de repente, a terra apareceu, palmeiras e folhagem,
primeiramente, em miniatura. Mas, logo adquirindo o tamanho real conforme o
avião deslizava pela pista.
Ao descer a pequena escadaria do avião,
uma quentura a envolveu. Um calor balsâmico, subtropical, trazendo consigo uma
mistura de odores — combustível e algo exoticamente floral.
A imigração foi rápida no pequeno e quase
deserto aeroporto. E, em poucos minutos, estavam dentro de um carro com ar
condicionado, a escassa bagagem acomodada na mala do veículo. Dulce desejava saber
aonde iam. Então, percebeu que não importava. Sentou-se na quina do banco o
mais longe possível de Chris. Ele não falou com ela, o que a deixou feliz. Não
tinham nada a dizer um ao outro.
As esmeraldas estavam na bolsa de mão, em
uma sacola de veludo, seguras em um compartimento fechado com um zíper. As
jóias eram a única razão pela qual estava ali, no Caribe, com um homem a quem
odiava mais do que qualquer outro na terra. Um homem com o qual se casaria
nesta noite.
Dulce ainda se sentia atordoada e
deprimida para notar algo além das palmeiras, a estrada esburacada e os campos
de cana-de-açúcar. Então, minutos depois, um lampejo de um azul-esverdeado
brilhante assaltou-lhe os olhos e o carro chegou ao cais onde havia um barco a
motor amarrado. Ao redor, alguns poucos edifícios, quase em ruínas.
Dulce franziu as sobrancelhas.
— O quê?
— Vamos para Ste. Pierre, é uma ilha
especializada em festas de casamentos.
A moça não dissera nada. Não havia nada a
dizer. Em vez disso, saiu do carro e entrou no barco. Ao sentar-se, fechou os
olhos, erguendo o rosto em direção ao sol. A brisa do mar refrescava-lhe a
face, e a moça sentiu o barco afundar quando Chris e o motorista entraram.
Houve um certo movimento enquanto a bagagem era descarregada. Então, o
motorista do carro se transformou em condutor do barco e todos partiram. Chris
sentara bem longe de Dulce, o que a deixou feliz.
A viagem não era longa — cerca de 15
minutos. E, então, o barco estava parando em outro cais. Dessa vez, Dulce viu
que o desembarque ali era muito mais pitoresco — assim como o transporte que os
aguardava: um pônei com uma pequena carruagem, e um co-cheiro.
— Bem-vindos a Ste. Pierre, ou Ilha da
Lua-de-Mel! — o cocheiro anunciou sorrindo, um forte sotaque caribenho.
Sentindo-se idiota e hipócrita, Dulce
deixou que o barqueiro a ajudasse a subir na carruagem, certificando-se de que
se sentara na beira do banco, o mais longe possível de Chris.
Essa viagem foi ainda mais curta, cerca
de cinco minutos. A próxima baía era linda, parecia ter saído de um anúncio de
turismo. O mar era de cor turquesa e rodeado por uma praia deslumbrante devido
à brancura da areia. Perto dali, emoldurado por palmeiras e com uma fachada de
flores de cor escarlate e folhagem viçosa, estava um edifício baixo, branco. O
motorista virou-se e sorriu.
— Casa da Lua-de-Mel! — anunciou. Dulce
pensou que, para um hotel, era pequeno. Mas talvez objetivassem exclusividade e
não quantidade. Parecia deserto, não havia ninguém na piscina. O cavalo foi
trotando ao longo da estreita pista, indo em direção aos fundos do edifício.
Aqui, um funcionário os conduziu por enormes portas brancas sombreadas por um
pórtico, debaixo do qual o cocheiro parou o veículo.
As portas se abriram e um antilhano
surgiu, parecendo um mordomo vitoriano. Encaminhou-se à carruagem para ajudar
os recém-chegados a descerem. Chris saltou sozinho, mas Dulce ficou feliz pela
ajuda.
— Bem-vindos à Casa da Lua-de-Mel,
senhor, madame. Permitam que eu lhes mostre seus quartos. Dulce percebeu o uso
da palavra no plural e sentiu alívio. Chris, obviamente, estipulara quartos
separados embora pudesse parecer estranho para um hotel especializado em
casamentos.
Ao entrarem, a jovem olhou ao redor do
saguão espaçoso, de mogno e teto branco. Estava mais fresco ali, sentia a brisa
soprando através da ampla sala.
O hotel era belamente mobiliado,
tratava-se de um lugar caro. Chris era um homem rico; não havia necessidade de
ser miserável somente por estar se casando com uma mulher como ela! Mas o local
parecia deserto. Não havia sinal de recepcionista, outros hóspedes ou
funcionários.
Dulce seguiu o mordomo, que se apresentou
como André e avisou estar inteiramente à disposição do casal. Então, os
conduziu por um largo corredor à direita e parou em frente a uma porta.
— Madame, seu quarto — disse, e abriu a
porta.
A moça entrou e não conseguiu deixar de
olhar, satisfeita, ao redor. Armários com venezianas brancas revestiam uma
parede, um ventilador no teto, e uma cama enorme com dossel, coberta por voile. André abriu as persianas da janela.
A vista que se descortinara era linda.
Uma varanda margeava o quarto e, mais adiante, uma trilha que conduzia à área
ladrilhada da piscina, onde a água cintilava o brilho do sol. Perto dali, o mar
cor de turquesa a fascinava. Era um mundo distante de Londres, com seu
inverno frio e desagradável, e, por alguma razão inexplicável, Dulce sentiu a
alma leve.
André murmurou algo. A moça sorriu e foi
até a varanda para apreciar a vista. Após alguns minutos, descobriu que tinha o
quarto para si. A pequena mala estava no cabideiro.
Dulce correu até a mala e a abriu. Uma
vez que teria que ir adiante com a paródia do casamento, em uma ilha no
Caribe, incluíra um maio na bagagem.
Nadar ajudaria a passar o tempo — e
mantê-la longe de Chris.
Cinco minutos depois, dirigia-se à
piscina. Deixou o cabelo desprender-se na água, o ar refrescando o rosto
molhado. Apesar do calor, nenhum outro hóspede dividia a piscina com ela.
Relaxando no líquido balsâmico, flutuou, aliviando a tensão da penosa experiência
que enfrentaria naquela noite. Pouco depois, sentiu o corpo tocar aborda da
piscina. Virou-se e descansou os antebraços no ladrilho ao redor, afastando o
cabelo do rosto. Piscou para afastar a água dos olhos e ergueu a cabeça para
olhar o hotel através da folhagem.
E lá estava Chris, vindo em direção à
futura esposa. Dulce voltou no tempo, 11 anos, em um piscar de olhos. Tinha 14
anos novamente, e o homem mais lindo do mundo vinha na direção dela.
Assim como antes, usava óculos escuros,
as calças de sarja na cor creme eram bem cortadas, a camisa: clara dobrada nos
punhos e aberta no pescoço. Só falto suéter jogado pelas costas.
Enquanto observava, gelada, muda, assim
como ficara naquela época, Uckermann parou. Os olhos ocultos, de repente,
mudaram do mar para o local onde a encontrava.
Dulce se sentiu gelar.
Será que Chris se lembrava daquele
momento há 11 anos? Ou será que era repulsa por vê-la, quando pensava que ela
deveria estar tomando banho ou descansando na cama?
Dulce voltou para a água e começou a
nadar. Perdeu a noção do tempo. Finalmente, quando parou não havia mais sinal
de Chris.
O sol baixara também. Ainda estava
quente. Mas, ao sair da piscina, estremeceu com a brisa do mar tocando a pele
molhada. As sombras se prolongavam e o sol tornava-se mais dourado. Dulce se
enrolou na toalha, pegou a bolsa, sentindo pelo peso que o colar ainda estava
lá dentro, e voltou para o quarto.
Acabara de tomar uma chuveirada quando
ouviu uma batida à porta do banheiro. Dulce abriu-a cautelosa, enrolada na
toalha e com o cabelo envolto como num turbante.
Chris estava no quarto. A jovem ficou
tensa. O empresário não estava mais de óculos escuros, mas os olhos
permaneciam ocultos como se ainda os usasse.
— Sim? — perguntou, petrificada. O
empresário continuou a observá-la por um momento, e a jovem começou a
sentir-se ainda mais desconfortável. Chris não podia ver nada dela, exceto os
ombros e os braços nus, ainda assim era muito.
De repente, Dulce entrou em pânico. O que
estava fazendo ali, a quatro ou cinco mil milhas de Londres, prestes a se
casar com um homem que a detestava tanto quanto ela o abominava? Não importava
se o casamento seria por pouco tempo, totalmente falso. Não podia ir adiante
com aquilo!
Podia se casar com qualquer um —
mas não com Uckermann. Ele me magoou tanto — não posso suportar a
dor! A sensação era de um ácido queimando-a ao longo dós anos. A boca de Dulce
começou a tremer.
— A cerimônia de casamento vai ser dentro
de uma hora e meia. Esteja pronta.
As palavras dele a cortaram. Uma fraqueza
repentina a dominou. Mordeu o lábio inferior, traduzindo a dor mental em
física. Forçava-se a voltar àquela frieza que a jovem sabia ser essencial
manter enquanto estivesse ali.
Dulce percebeu algo errado com a voz de Chris.
Era ríspida como sempre, mas não era isso que a tornava diferente. Não sabia o
que era. Mas, o que quer que fosse, não importava.
Afinal de contas, nada importava. Tinha
que se distanciar de tudo e lembrar somente o porquê de estar fazendo aquilo.
Era a única coisa que podia fazer, e era o que Blanca queria que a filha
fizesse. Não importava a angústia que isso lhe causava, tinha que fazer por
amor à mãe.
Respirando fundo, acenou com a cabeça,
concordando, e dirigiu-se à porta para abri-la e deixá-lo sair. Não o queria
ali perto, era muito perigoso. Mas Chris não se dirigiu à porta. Em vez disso,
encaminhou-se à varanda, e desapareceu.
O pensamento de que o italiano poderia
ter acesso ao quarto através das portas da varanda, que não se encontravam
trancadas, deixou-a nervosa. Correu rumo à bolsa de mão, em cima da cama. As
esmeraldas ainda estavam ali.
Seus lábios se apertaram. Uckermann teria
as pedras de volta dentro de uma hora e meia. Mas não antes do nome do italiano
constar na certidão de casamento e o anel no dedo dela.
Dulce voltou ao banheiro para pentear-se
e arrumar-se para o casamento.
Sigam: @NinnaFer e @LinyLuz
Autor(a): ninnafervondy
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Comentários da Fanfic 53
Para comentar, você deve estar logado no site.
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maby Postado em 03/04/2011 - 21:08:29
Nova leitora... posta por favor:)
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:52
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:51
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:51
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:51
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:48
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:18
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:18
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:17
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fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:48:17
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