Fanfics Brasil - 1 ° Capítulo `Até o Fim [DyC]

Fanfic: `Até o Fim [DyC]


Capítulo: 1 ° Capítulo

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Dulce estava
no sinal. Chovia a cântaros e o vento fazia com que a chuva batesse no carrinho
de Nicky. Olhou dos dois lados antes de atravessar, mas quando se adiantou, os
olhos cegos pela chuva... O cantar de pneus, um motor a todo vapor e uma batida
tão vio­lenta que a jogou para o alto... Depois o impacto do corpo — e a total
escuridão.


Ela se mexeu
quando o cérebro lembrou do instan­te em que tinha sido atropelada, na faixa de
pedestres, por um carro a toda velocidade. A sacudidela causou dor, mas sentiu
algo muito pior depois.


Uma voz
gritando em sua cabeça. Desesperada...


Nicky!
Nicky!


Sem parar.
Inundando-a de terror e medo.


Alguém pôs a
mão em seu ombro. Abriu os olhos. Uma das enfermeiras falava.


— Seu
menininho está bem. Não se machucou. Ele está sendo cuidado. Agora precisa
relaxar e dormir um pouco. Gostaria de algo para ajudá-la a dormir?


Dulce tentou
mexer o rosto. Mas qualquer mo­vimento era pura agonia. Até mesmo respirar.


— Não posso
dormir! Preciso encontrar Nicky... Eles o levaram. Não vão devolvê-lo. Sei que
não vão...!


A voz
aumentava de volume, o medo pressionava a garganta.


— Claro que
vai tê-lo de volta — consolou a enfer­meira. — Só o levaram enquanto você está
aqui. As­sim que puder sair, vão devolvê-lo.


— Não, aquela
assistente social o levou. Disse que eu não tinha condições de cuidar dele, que
ele ficaria melhor em uma instituição. — A mão apertou os de­dos da enfermeira.
Ele é meu filho!


— Vou lhe dar
um calmante. — Medo e angústia tomaram conta dela. Nicky foi para uma
instituição. Como a assistente social ameaçara.


— É óbvio que
você não pode cuidar de uma crian­ça. — O tom condenatório ressoava-lhe na
mente.


Meu Deus,
por quê ?,
pensou
Dulce. Ela havia se sentido mal. Poucos dias se passaram desde o enterro do
pai. Tomara uma dose dupla de remédio para gripe que a nocauteara. Quando a
assistente social chegou, Nicky, ainda de pijamas, vendo TV com uma tigela de
cereal na mão, abriu a porta para a mulher enquan­to a mãe dormia na cama,
inconsciente...


Dulce sabia
que a mulher antipatizara com ela desde o início, quando tinha ido ao
apartamento, em um conjunto habitacional, para avaliar se era neces­sário uma
enfermeira. Em tom áspero, a mulher disse a Dulce que seu pai precisava ser
hospitalizado. Um doente não deveria ficar junto de uma criança pe­quena e,
caso Dulce insistisse em se recusar a informar o nome do pai da criança, não
podia esperar que o Estado a ajudasse a sustentá-la no lugar do pai. Nicky
ficaria em uma creche e ela voltaria ao traba­lho porque essa era a política do
governo.


No final da
discussão, Dulce perdeu a paciência e gritou com a mulher, sem perceber que
ainda segu­rava a faca com a qual descascava cenouras na cozi­nha antes de ela
chegar. Ao ver a faca, ela acusou Dulce de ser violenta e de tê-la ameaçado com
uma arma.


Depois, tudo
só piorou. A vida do pai chegava ao fim e ela precisou chamar uma ambulância
para levá-lo ao hospital onde ele teve um derrame. A exaustão, a doença, a
necessidade desesperada de proteger Nicky do que acontecia deixaram-na ainda
mais enfraquecida do que estivera nos últimos cinco anos.


E naquela manhã
fatal, a assistente social chegou para encontrar Nicky sozinho e Dulce
desmaiada. Foi a gota d`água.


— Vou lhe
tirar a guarda da criança. Antes que al­gum mal aconteça ao menino devido a sua
total irres­ponsabilidade. — Passou o dedo no pó do antigripal na
mesinha-de-cabeceira e cheirou-o de forma sus­peita, olhando a semiconsciente Dulce.
— Levarei isso para análise, então nem tente esconder as outras drogas de que
vem fazendo uso.


Logo que a
mulher foi embora, informando que voltaria para apanhar Nicky, Dulce, fora de
si, juntou algumas roupas e foi ao médico, desesperada para conseguir
antibióticos bem como uma declaração de que não era usuária de drogas nem
violenta — qual­quer coisa que pudesse usar no Juizado. Mas antes de chegar ao
consultório, foi atropelada por um carro.


Quando
recobrou a consciência, estava no hospi­tal, o corpo em agonia, as pernas e o
torso enfaixados, soro na veia e os pulmões em fogo. E Nicky desapa­recido.


Nicky. A única
razão de viver, a única luz na escu­ridão em sua vida. Tinha que consegui-lo de
volta! Morreria sem ele. Que sofrimento ele devia estar pas­sando, sem nenhum
rosto familiar, sem a mãe para protegê-lo. Apesar do estresse dela e da pressão
cui­dando do avô temperamental e doente, da falta de di­nheiro, da depressão,
sem ninguém a quem recorrer, contando apenas com a ajuda do Estado.


Mas Nicky não
estava morto! Estava vivo e ela aterrorizada diante da idéia de nunca tê-lo de
volta. Ele seria entregue para adoção...


As enfermeiras
tentavam ajudar.


— Não tem
ninguém que possa cuidar dele? Ami­gos, vizinhos, parentes?


As mãos de Dulce
estavam crispadas.


— Ninguém. —
Os amigos tinham se afastado. Não era amiga dos vizinhos, pois estava muito
envol­vida com problemas. Era apenas apavorada pela lás­tima de sua vida.


Uma das
enfermeiras voltara a falar. Cuidadosa­mente.


— E o pai do
seu filhinho? Dulce endureceu.


— Ele não tem
pai...


Uma imagem
tomou conta da mente como se mar­cada a ferro.


Queimando a
pele, a carne. A memória...




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Autor(a): ninnafervondy

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Dulce estava desesperada e tomou aquela decisão. Não tinha escolha. Escutou, então, uma sirene de ambulância que a fez reviver o mesmo som de cinco anos atrás, levando o pai para o hospital. Foi culpada pelo ataque cardía­co dele. Havia lhe contado o que escutara na Maunder Marine Limited. A empresa fora comprada, e o seu pr ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 676



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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:42:00

    você vai me matar posta logo por favor!!!

  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:41:59

    você vai me matar posta logo por favor!!!

  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:45

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:45

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:24

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:23

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:23

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:08

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:50:46

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:50:34

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