Fanfics Brasil - 2° Capítulo `Até o Fim [DyC]

Fanfic: `Até o Fim [DyC]


Capítulo: 2° Capítulo

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Dulce estava
desesperada e tomou aquela decisão. Não tinha escolha.


Escutou,
então, uma sirene de ambulância que a fez reviver o mesmo som de cinco anos
atrás, levando o pai para o hospital. Foi culpada pelo ataque cardía­co dele.
Havia lhe contado o que escutara na Maunder Marine Limited. A empresa fora
comprada, e o seu programa de investimento teria que esperar até que os novos
donos, da Uckermann International, o aprovassem. Isso poderia levar meses.
Meses durante os quais a Saviñon Yacht Designer não saberia se a MML assumiria
o controle.


E sem isso, a
empresa do pai ia falir quando os cre­dores executassem as hipotecas. Seria o
fim dos ne­gócios — e de seu pai, que vivia somente para os pro­jetos de iates.
Uma obsessão. E ela, a filha, não pode­ria trazer-lhe conforto. A não ser que
pudesse salvar a empresa.


Tinha que
existir um jeito. Entrara em contato com a MML e convencera a organização de
que a Saviñon Yacht Design era rentável. Enviou os registros mos­trando a
reputação técnica da empresa, mas a crônica falta de capitais e os juros
crescentes tinham levado a firma ao limite. A total falta de interesse do pai
pela parte financeira gerou a perda de confiança dos ban­cos que exigiam uma
solução. Se não fosse comprada pela MML, foram a hipoteca.


Tinha que
conseguir que a MML prosseguisse com a compra!


Mas agora o
poder de decisão estava nas mãos da Uckermann International. A política da
empresa era in­terromper todos os investimentos até que tudo fosse analisado.
Tinha falado com todos os executivos, po­rém a resposta era sempre a mesma.


Então
resolveu, em uma desesperada tentativa, fa­lar com o dono: Chris Uckermann.


Só pedia
quinze minutos para apresentar os balan­cetes, mostrar que aquilo era um
investimento lucra­tivo.


A secretária
lhe tirou a esperança. O sr. Uckermann está em Londres, a agenda está cheia,
ele viaja para a Grécia em três dias... Talvez no próximo mês....


Tarde demais.


Havia uma
pequena esperança. A secretária men­cionou que, na última noite no Reino Unido,
ele par­ticiparia de um jantar de negócios em um dos hotéis mais chiques do
West End.


Era sua última
chance...


Mas Chris Uckermann
não! Tudo tinha sido em vão. Viera a Londres, gastara uma fortuna com o
convite, vestido novo e cabeleireiro — dinheiro que não podia gastar. Havia até
alterado os lugares na mesa para fi­car perto dele. Porém, a cadeira a seu lado
permanecia vazia. O coração pesava feito chumbo.


Se ele não
chegasse, pegaria o próximo trem, vol­taria para o hospital e esperaria pela
remoção do pai do CTI.


Nisso uma
figura alta, de paletó preto, sentou-se a seu lado.


— Peço
desculpas pelo atraso — disse às pessoas da mesa em um inglês fluente, mas com
sotaque. Cumprimentou diversos convidados pelo nome e virou-se à direita.


— Chris Uckermann
— disse, estendendo a mão. Dulce não conseguia responder. Simplesmente olhava.


Esse não podia
ser Chris Uckermann. O presidente de uma empresa internacional deveria ser
corpulento e de meia-idade, como a maioria dos homens ali pre­sentes.


O homem que
tinha chegado era... de arrasar.


Devia ter
pouco mais de trinta anos, o corpo magro em um belo corte de smoking
tão escuro quanto a pele bronzeada —, o cabelo negro acentuado pela ca­misa
branca.... O contorno do rosto, as maçãs salien­tes, o nariz reto, os olhos
escuros e salpicados de dourado, as mandíbulas bem marcadas... E a boca... es­culpida,
sensual.


Levantou os
olhos. Ele a encarava. Ficou sem ar.


— E você é...?


A pergunta foi
feita em uma voz rouca, com um sotaque arrepiante da cabeça aos pés. Havia uma
li­geira especulação na voz.


— Dulce Saviñon
— sussurrou sem fôlego, ainda inebriada diante da imagem.


Não conseguia
desgrudar os olhos.


Entorpecida,
apertou-lhe a mão. Era quente, com leves calos abaixo dos dedos.


Ele deve
malhar, pensou.


O aperto de
mão era firme, mas quando retirou a mão, sentiu que ele o fazia com uma leve
relutância. Parecia que ela tinha sido posta num liquidificador.


Ele fixou o
olhar no seu e depois o desviou.


O coração de Dulce
explodiu. O sangue parecia pulsar com mais força — o que era estranho, pois
sentia-se tão fraca quanto um filhotinho.


Agitada,
forçou-se a comer. Felizmente ele con­versava com um dos convidados. Dulce não
fazia a menor idéia sobre o que falavam. Tudo que queria era observar Chris.


Ela nunca viu
um homem assim tão maravilhoso.


Tinha visto
muitos homens bonitos. Saído com al­guns deles. Era abençoada por ter uma
beleza loura que sempre atraíra os olhares masculinos.


Mas a mãe a
trazia sob controle, com medo que ela se apaixonasse pelo primeiro que
aparecesse, como acontecera a ela. Então, tivera poucos namoricos, mantendo os
admiradores a distância. E desde a mor­te da mãe, em um acidente
automobilístico há 18 me­ses, não tivera ânimo de procurar amores.


Havia também
todo o trauma de procurar pelo pai distante e descobrir a desastrosa situação
da empresa, o que mantivera os pensamentos longe de homens.


Então era
totalmente absurdo que Uckermann fosse tão bonito. Sua única missão era
persuadi-lo a dar si­nal verde para a MML. Mas esse não era assunto a ser
abordado no meio de um jantar de negócios. Planejou usar a oportunidade para
lhe pedir uma conversa em particular, explicando o caso.


Dulce tomou um
gole do champanhe, servido há algum tempo.


— Com
licença...


Chris
servia-se do vinho branco que o garçom co­locara no gelo. Examinou o rótulo e
encheu a taça dela.


— Obrigada —
murmurou.


— Com todo
prazer.


Os olhos
manchados de dourado e longos cílios a examinaram.


— Dulce Saviñon
— sussurrou, a voz rouca como se buscasse uma referência. Os olhos ainda a
fitavam e ela subitamente sentiu um calor invadir-lhe o corpo trajado de
vestido prata, de alcinhas. Os cabe­los louros e longos caiam-lhe pelas costas
nuas, o co­lar de prata e os brincos combinando.


— Você não me
conhece — disse.


— Ainda não —
respondeu, fazendo-a desman­char-se.


Por um
momento, o tempo pareceu parar enquanto esse magnético homem a olhava. Foi
invadida por algo poderoso e devastador.


O resto do
jantar era uma mancha. Devia ter con­versado, comido, bebido, mas não se
lembrava de nada. Só do homem sentado ao lado. Ele dirigiu-lhe a palavra
algumas vezes, mas parecia que o gato tinha comido sua língua.


Quando
finalmente o jantar terminou, Dulce sentiu um frio no estômago. Chris era o
único ho­mem que podia salvar a empresa do pai. E cabia a ela conseguir isso.
Esta noite.


As pessoas
começavam a deixar a mesa para ir em­bora ou falar com outros convidados. Tinha
que fazer algo! Mas como? Não podia simplesmente dizer a Chris: "Por
favor, deixe que a MML compre a em­presa de meu pai!"


— Posso
oferecer-lhe um vinho do Porto? Chris pegou uma garrafa de bebida.


O líquido
quente percorreu-lhe a garganta como veludo.


Chris
recostou-se na cadeira.


Ele tinha mãos
lindas. Dedos longos.


Ela deu um
sorriso hesitante. Os nervos estavam à flor da pele. A qualquer minuto, ele
olharia para o re­lógio e diria educadamente que precisava ir, ou al­guém de
outra mesa poderia puxar assunto e tirá-la do circuito... Tinha que falar com
ele agora.


— Sr. Uckermann...


A voz soou
alta. Forçou-se a continuar.


— Sr. Uckermann,
gostaria de saber se... poderia con­versar com o senhor.


Algo tinha
mudado nele. Não sabia o quê. Mas houve um momento de tensão.


— Em... em
particular — acrescentou, quase sem voz.


Por um
momento, ele ficou indecifrável. Ai, céus!, pensou. Ele vai dizer não...


— Claro. Tenho
certeza de que podemos encontrar algum lugar mais calmo.


A voz dele era
mansa, mas era como a mansidão do mar, que esconde correntezas.


Ele era alto.
Bem mais do que o l,70m dela. Com o coração batendo feito um tambor, deixou que
a con­duzisse para fora do salão.


Dulce parou,
olhando para o homem de aparên­cia poderosa. Lutou para conter o nervosismo. Ao
mesmo tempo sentia alívio. Ele tinha concordado em ouvi-la.


— Sr. Uckermann,
muito obrigada por concordar em...


— Por aqui. —
Ele a interrompeu e conduziu-a ao elevador. Provavelmente iriam para um dos
bares do hotel.


Mas, quando a
porta do elevador abriu, estavam na cobertura.


Por um segundo
hesitou. Mas precisava falar com Uckermann e, se ele quisesse conversar na
suíte, não ia discordar.


Ao ver o luxo
da sala de estar, os olhos arregala­ram-se. Quanto custaria a diária? O
pensamento deu-lhe coragem: é claro que, para um homem tão rico, comprar um
negócio pequeno seria uma bagatela.


Antes que
pudesse abrir a bolsa e pegar o relatório, ouviu um "pop".


Uckermann
enchia duas taças de champanhe, cami­nhando em sua direção.


Não queria
champanhe, mas achou grosseiro recu­sar. Aceitou a taça.


— Por favor...
o senhor não precisava...


Soava tola e
imatura. Seria estranho discutir negó­cios com uma taça de champanhe na mão e
trajando um vestido de noite, mas não tinha escolha. Além disso, os números o
convenceriam ou não. O que es­tava vestindo ou bebendo era irrelevante.


Ele levantou a
taça. —Stiniyasas! Olhou-o, atônita.


— É o
equivalente a "Saúde". Deu um sorriso amarelo.


— Eu... não
falo grego. Nunca fui à Grécia.


— Nunca foi à
Grécia?


— Não.


Sua mãe não
gostava de viagens, nem do mar. Gostava da pequena cidade em Oxfordshire. Nunca
deveria ter se casado com um homem cuja obsessão era desenhar iates. Não era de
admirar que o casa­mento acabasse logo que ela nasceu — embora a mãe sempre
culpasse o pai por abandoná-las.


— Você
deveria. É um dos países mais bonitos do mundo. — Ele caminhou para o sofá. —
Não quer se sentar?


Hesitante,
sentou-se na ponta do sofá.


Tudo nele era
desconcertante. Perturbava-lhe a paz, causava-lhe estranhas sensações. Distraía
a con­centração — que precisava estar focada em discutir o controle pela MML.


Por que ele
não era gordo e cinqüentão?


Meu Deus, ele
era tão maravilhoso... Começou a sentir o coração palpitar. Deu um gole no
champa­nhe, tentando se fortalecer.


— Sr. Uckermann
— começou.


Mais uma vez
estava arfante. Ficou com raiva. Precisava parecer fria e profissional.


— Chris...


A voz dele era
macia. Não se sentia confortável chamando o chefe de um império europeu pelo
pri­meiro nome. E a voz baixa, com sotaque, causava-lhe arrepios...


— Você deveria
ir à Grécia. Existem vários locais que os turistas não conhecem. Nesta época do
ano, início da primavera, é especialmente adorável. O campo fica coberto de
flores. Você ia achar lindo!


A voz dele era
branda, mas os olhos não eram nada brandos.


Deu outro gole
de champanhe, tentando controlar os nervos. As bolhas fizeram cócegas na boca.
Preo­cupou-se. Tinha sido cuidadosa, sabendo o quanto estava em jogo, mas mesmo
um pouquinho de bebida podia afetá-la.


Por um momento
sentiu o olhar paralisado. A boca ficou seca, apesar de acabar de beber.
Pressionou os lábios para umedecê-los.


Apressada,
tomou outro gole. Respirou fundo.


— Sr. Uckermann...


Novamente
aquela voz em tom baixo, com sota­que, interrompeu-a.


— Chris —
corrigiu.


— Chris —
forçou-se a dizer o nome. Saiu como um suspiro.


— Dulce —
respondeu.


Nunca ninguém
tinha pronunciado seu nome da­quela maneira.


— Dulce não é
um nome inglês.


— É... é gaulês.


Não queria
ficar sentada discutindo o nome. Não quando ele estava recostado, a garrafa de
champanhe em uma das mãos enquanto a outra estava perigosa­mente perto de seu
ombro nu...


Ele parecia
descontraído, mas algo lhe dizia que ele não estava nada relaxado.


Era como se
estivesse preso em uma coleira.


Sentiu o
próprio corpo tenso. Toda vez que o olha­va sentia-se invadida por uma fraqueza
devastadora.


Tentou pela
terceira vez abordar o assunto que a ti­nha levado ali.


— Sr.... é... Chris
— gaguejou.


— Dulce — ele
repetiu como um eco. E de novo os lábios retorceram-se, como se achasse graça
no que ela acabara de dizer.


Repousou os
olhos nela. Noite escura, manchada de ouro.


— Hum... eu só
queria...


A voz estava
de novo ofegante, mas ela conseguiu fazê-la soar profissional.


— Sim? — Era
uma educada interrogação e a ex­pressão facial era afável, como se brincasse
com ela.


Tomou outro
gole. Definitivamente ajudaria, pen­sou.


— Incline o
copo. Dócil, obedeceu.


Abruptamente,
retirou o copo. O líquido molhou o colo dela antes que Chris levantasse a garrafa
dizen­do algo em grego, encharcando o tecido fino do ves­tido.


— Ah, não! —
gritou, olhando o tecido molhado. Tinha certeza de que champanhe manchava — e
pior ainda, o pano estava colando nos seios sem sutiã, marcando-os. Além disso,
o frio do líquido teve o efeito previsível de eriçar os mamilos.


Mortificada,
tentou cobrir o busto com a mão, de­sejando ser tragada pela terra. De repente,
Chris, que assistia ao incidente muito calmo, tirou-lhe a taça vazia das mãos.


— Talvez fosse
melhor mudar de roupa — suge­riu.


Estava sendo
sarcástico? Mas ela não estava em condições de se importar. Devia apenas estar
sendo educado em uma situação extremamente embaraçosa.


— Deixe-me
mostrar onde é o banheiro.


— Obrigada...
sinto muito! — falou sem graça.


— De nada —
disse, enquanto acendia a luz.


Ela entrou e
trancou a porta.


Tinha que
limpar o vestido. Ele custara uma fortu­na, pois precisava fingir estar
habituada aos jantares de negócios de Londres. Ia se odiar por arruiná-lo logo
na primeira vez que o vestia.


Abriu o zíper.
Despiu-se e olhou sua imagem re­fletida no espelho.


O corpo semi-desnudo
parecia... diferente.


Os seios,
ainda enrijecidos pelo efeito do champa­nhe gelado, estavam maiores, mais
redondos. A cin­tura, acentuada pelas ligas e pela calcinha reduzida, parecia
mais fina. As pernas, nas meias de seda, mais finas. O cabelo, em cascata sobre
as costas nuas, bem mais comprido. Os olhos com longos cílios escuros e a boca
pintada pareciam remeter a luxúria.


Parecia...
erótica.


A palavra
ressoou na mente, chocando-a. Tentou afastá-la, mas de nada adiantou. Continuou
a se olhar.


Ela se
sentia... muito consciente do corpo sensual.


Deu um passo
atrás. Não, isso não estava aconte­cendo.


Apressadamente,
voltou a atenção para o vestido molhado. Ao ver o secador de cabelo, respirou
ali­viada.


O tecido fino
secou com rapidez e sem manchar. Abotoou o zíper e conferiu o visual.


O calor do
secador tinha lhe colorido a face. O ca­belo comprido tinha ficado mais solto.
Voltou a sen­tir languidez.


O que está
acontecendo comigo?


Lentamente
saiu do banheiro. E ficou estática.


Chris estava
no quarto.


Havia tirado o
paletó do smoking, a gravata estava desfeita, assim como o primeiro botão da
camisa, e ti­rava as abotoaduras de ouro.


Voltara a ser
um leopardo. Vindo em sua direção.


Mas a coleira
tinha sido retirada.


Ela ficou
paralisada, o coração batendo acelerado. Podia perceber nos olhos dele a
intenção.


Os lábios se
separaram, buscando ar. Imediata­mente, viu os olhos de Chris se estreitarem, a
tensão percorrê-lo.


Sentia-se
indefesa.


Ele parou na
sua frente. Podia sentir a presença dele invadindo-a. Sentiu o cheiro de animal
mistura­do à loção pós-barba.


Mirava Dulce
com aqueles olhos da cor da noite e ela só podia olhá-lo, indefesa.


E inebriar-se
com os cabelos negros, as feições do rosto, o nariz reto e forte...


Ai, meu Deus,
pensou. Ele é tão lindo...


Queria
tocá-lo, sentir a aspereza da pele, acariciar o rosto, tocar-lhe os lábios com
os seus. Enfiar os dedos naqueles cabelos negros de seda e puxá-lo para si.


Perdera o controle.
Sentiu o corpo oscilar. Sentiu a mão elevar-se...


Ele pegou em
um movimento rápido, puxando-a com força.


Ela fitou-o.


— Com licença
— disse ele, manso.


As pupilas
dilataram-se. Não podia evitar. Só ficar ali parada, os lábios abertos, presa
pelo punho.


Lentamente,
ele pôs o dedo na fina alça e aos pou­cos a abaixou até que o seio ficasse
exposto.


— Hum, assim —
disse, a voz macia e baixa. Ela não se mexia. Nem um músculo.


Ficou em pé
parada enquanto Chris expunha-lhe os seios e deleitava-se.


— Você é
realmente maravilhosa.


Sob o olhar
dele, sentiu os seios crescendo, os mamilos eriçados.


O tremor deu
sinal de vida.


Ele agora
sorria.


Estendeu a mão
para acariciar-lhe os cabelos. Ela sentiu um suave arrepio ao toque.


Os seios
intumescidos começaram a doer. Um len­to pulsar ressoava-lhe no corpo, as
pupilas se distendiam.


Ela queria...


A mão dele
segurou-lhe a nuca. Algo brilhou nos olhos dele.


Ela foi para a
cama dele sem uma palavra. Apenas gemidos baixos que ele calava com a boca. Mas
quando a boca deixou a sua para sugar os seios, os ge­midos voltaram. Ele
percorreu os contornos da barri­ga com os lábios, as mãos acariciaram as coxas
e os dentes mordiscaram-lhe os lóbulos das orelhas, bem devagar, tão
devagarzinho que ela mordeu o lábio, prendendo o gemido.


A realidade
desapareceu. Tinha ido parar em outro universo — aqui só havia o prazer. Prazer
como nun­ca tinha experimentado.


Como podia um
corpo humano sentir tantas emo­ções?


E como ela
queria mais. E mais...


Até que o
corpo era uma chama viva a queimar com ferocidade.


O corpo dele
pesou sobre o dela, forte, poderoso.


As mãos
tateavam os músculos esculpidos das costas dele. Excitava-se ao sentir-lhe as
coxas. Con­tra sua barriga, sentiu a masculinidade dele.


Começou a
ficar faminta e a contorcer-se enquanto a boca lambia-lhe o bico inchado e
doído, fazendo com que cravasse as unhas nos ombros dele.


Ele levantou a
cabeça de seu seio e sorriu. Os olhos negros examinaram-na.


Ela sentia a
pressão crescente da masculinidade. A fome bárbara e insaciável voltou a
atacá-la. Ela queria...


— Está bem. Eu
sei — disse ele, carinhosamente. As feições dele ficaram tensas. Depois,
devagar, penetrou-a.


O corpo de Dulce
estava pesado, lânguido. Não queria acordar. Queria continuar sonhando,
enlaçada naqueles braços fortes, apertada contra o corpo quen­te e vigoroso do
homem que a mantinha presa em seus braços enquanto dormia, após o êxtase.


Só depois,
quando o fogo esfriou e passou a um aconchego, ele rolou para o lado, exausto,
levando-a junto com ele, mantendo-a colada ao corpo. Havia murmurado algo — mas
ela não sabia o quê. Palavras suaves que pareciam brisa em sua orelha. A mão
dele, possessiva, estava em seu ventre, a boca morna contra o ombro.


Sentia-se
fraca, mas o fogo que a consumira a dei­xara segura e saciada.


Dormiu um sono
profundo, os sonhos capturando essa felicidade perfeita.


Mas agora a
luminosidade a despertava. Abriu os olhos.


Ele estava
inclinado sobre ela, os olhos cheios de desejo. Abaixou-se e beijou-a
suavemente.


— Bom dia.
Deveria perguntar se dormiu bem, mas sei que dormiu muito pouco...


Percorreu-lhe
o corpo recostado nos travesseiros, os cabelos desalinhados, os lábios inchados
da longa noite de paixão.


— Você está
ainda mais atraente do que ontem. — A rouquidão era mais perceptível, e os longos
cílios voltaram a cobrir-lhe os olhos. — Eu só queria... — A voz sumiu.


Ele estava de
tirar o fôlego. Tinha feito a barba, o cabelo estava molhado e vestia um terno.


Sentiu o frio
envolver-lhe o coração, um buraco de desespero nascia no estômago.


Ele olhava o
relógio. Voltou a falar, mas agora as palavras eram secas:


— Tenho uma
reunião de negócios. Então, infeliz­mente, preciso deixá-la.


Ela ouviu as
palavras, mas por um momento não compreendeu. Em seguida, o significado
atingiu-a como um soco. Céus! Ele estava indo embora.


Dulce foi
considerada uma transa sem compro­misso.


Um prato
rápido, conveniente, à mão, para livrá-lo da fome. Ele jogou charme, fez sexo,
dormiu — e agora tchau!


Sentiu-se mal.
E do nada, outro choque a atingiu. MML.


O horror a
eletrizou. Meu Deus! Esse não era um homem qualquer com quem tivesse dormido
logo depois de conhecê-lo e que agora se afastava seguindo a brutal praxe da
manhã seguinte. Esse era Chris Uckermann — o único homem que poderia evitar que
a em­presa do pai se fosse...


E em vez de
conseguir a aprovação da MML, tinha se atirado na cama dele como uma mulher
fácil. Foi invadida pelo mal estar.


Ele falava no
celular.


— Eu estarei
aí em...


— Não! Por
favor, espere, não vá ainda. Ele parou de falar no meio da frase.


— Dulce, eu...


— Não! Espere,
por favor, espere! Há algo que preciso...


Ficou de pé,
enrolada no lençol. O coração pulsava com força, mas tinha que fazer isso. Por
mais horrível que fosse...


— Antes de ir,
há algo que preciso dizer! — respi­rou agitada. — MML.


Arregalou os
olhos para ele, ainda segurando os lençóis, o cabelo caindo pelos ombros nus. Chris
ficou estático.


— Prossiga —
falou, controlado. Ela engoliu em seco e continuou:


— Você
suspendeu todos os investimentos corpo­rativos. Um deles é a empresa do meu
pai: Saviñon Yacht Design. Fui ao jantar ontem para encontrá-lo. Persuadi-lo...


— Como? —
interrompeu-a. — Persuadir-me...? Ela o fitou. O rosto perdera a expressão.
Total­mente.


— Isso — disse
ofegante. — Convencê-lo a... A voz sumiu. Um calafrio percorreu-a.


— Persuadi-lo
a... — a voz tinha se transformado em um sussurro. A garganta estava contraída
de de­sespero. — ... prosseguir com a compra. Seria bom para vocês. Posso
prová-lo...


A voz
esvaía-se, deixando de informar que tinha uma planilha financeira na bolsa. O
coração começou a bater forte quando olhou para o rosto sem expressão de Chris.


— Você precisa
saber de uma coisa. Você come­teu um erro — embora a voz fosse suave, era de
uma suavidade aterrorizante. — Um enorme erro... — fez uma pausa. — Não faço
negócios na cama. Nunca. Portanto, embora você tenha sido realmente muito boa,
você me usou para nada. Exceto, é claro — e agora a olhava de cima a baixo —
para demonstrar sua... habilidade. Excelente, por sinal. — Fechou os olhos e
depois abriu, lançando o mesmo olhar vítreo que cortava feito bisturi.— Você
tem muito talento, Dulce, mas deveria ter se contentado com o pagamento.
Ficaria muito fe­liz em pagá-la. Na verdade... — Enfiou a mão no bol­so e pegou
uma carteira de couro. Abriu-a. Várias notas de cinqüenta libras voaram em cima
da cama. — Fique com o troco — disse baixinho.


Deu meia-volta
e saiu.


— Você tem
cinco minutos para deixar esta suíte. O segurança do hotel vai acompanhá-la. A
partir de agora, a MML não tem nenhum interesse na Saviñon Yacht Design.


Ele foi duro.
Duro como pedra.


Saiu. Não
olhou para trás.


Na cama, Dulce
começou a tremer.



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Autor(a): ninnafervondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 676



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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:42:00

    você vai me matar posta logo por favor!!!

  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:41:59

    você vai me matar posta logo por favor!!!

  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:45

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:45

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:24

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:23

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:23

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:08

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:50:46

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:50:34

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