Fanfics Brasil - Capítulo 3 `Até o Fim [DyC]

Fanfic: `Até o Fim [DyC]


Capítulo: Capítulo 3

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— Ele está
aqui.


A mulher abriu
a porta do estreito corredor. Tinha uma criança enganchada nos quadris, mexendo
em seu cabelo e choramingando. Sua aparência não cau­sou boa impressão a Chris.


Ele controlou
as emoções. Vinha fazendo isso des­de que recebera aquele telefonema. Só por
meio do mais severo exercício de autocontrole tinha chegado a esse ponto.


Thee mou,
fazei
com
que isso não seja verdade!


Não podia ser
verdade o que a assistente social ti­nha lhe dito ao telefone. Ela abrira um
envelope no apartamento de Dulce Saviñon, quando estava jun­tando as coisas da
criança que tinha sido levada para uma casa de adoção, e lido um bilhete preso
na certi­dão de nascimento do menino — citando-o como pai do garoto.


Dulce estava
mentindo.


Christos, não podia haver outra
explicação!


Uma mulher
daquelas — que o tinha usado, ido para a cama com ele para pegar seu dinheiro —
não hesitaria uma semana em entrar com uma ação de paternidade se uma criança
tivesse sido concebida na­quele encontro.


Só podia estar
mentindo para causar problemas...


Então, a
criança que ia ver em breve não tinha a menor chance de ser dele.


Os olhos de Chris
percorreram a sala. O carpete estava coberto de brinquedos. Crianças de uns
dois anos de idade estavam sentadas em um sofá, vendo televisão.


A mulher falou
em tom baixo, pouco audível devi­do à TV aos berros.


— Ele não está
se adaptando. Fiz o possível, mas ele não reage. Pobrezinho!


Passou por Chris
e foi até uma larga poltrona, es­condida em uma saleta perto da porta. Chris
seguiu-a e a escutou falando gentilmente:


— Oi,
menininho. Tudo bem? — Passou a mão na cabeça da criança encolhida, um ursinho
velho aper­tado contra ele.


A criança não
reagiu à mulher: nem à pergunta nem ao toque. Continuou lá, enrolada como um
feto, imóvel.


O perfil do
rosto do menino era familiar. Já o vira em álbuns de família.


Era ele. Ele
mesmo quando criança.


Não podia se
mover. Os pulmões congelados, o corpo rígido.


Viajou cinco
longos anos, quando sua semente misturou-se à da mulher que agora, segundo a
assistente social, estava em um hospital. O que tornava muito mais fácil pegar
o menino — se a mãe era irres­ponsável.


Meu filho.


Repetiu as
palavras inúmeras vezes.


Do nada, a
emoção fluía. A necessidade mais ur­gente era abraçar aquele corpo encurvado,
envolvê-lo e protegê-lo.


Não havia sido
desejado, mas tinha vindo de qual­quer forma.


Bem devagar,
começou a caminhar em direção ao menininho. A aproximação tornou a criança
ainda mais tensa, amedrontada. Chris sentiu o coração apertar — de fúria e dor.


Forçou um
sorriso. Não podia assustar a criança.


— Oi, Nicky —
disse baixinho, falando com o fi­lho pela primeira vez.


 


Dulce mexeu-se
com preguiça, morrendo de sono. Os olhos se abriram, pesados, confusos.


Não estava
mais na enfermaria. Estava em um quarto sozinha. As paredes eram cor-de-rosa.
Uma enfermeira abria as venezianas da janela.


— Oi — disse
alegre. — Como está se sentindo?


— Onde estou?
— A voz de Dulce estava fraca.


— Você está na
ala particular do hospital.


— Particular?
Mas não posso pagar... A enfermeira sorriu, reconfortando-a:


— Não se
preocupe, tudo foi providenciado. Ago­ra diga-me como está se sentindo. Você
tem uma vi­sita.


A emoção
transbordou em Dulce, deixando de lado a pergunta de como tinha ido parar na
ala parti­cular.


— Nicky! —
Soltou um rouco gemido e tentou sentar-se.


A enfermeira
se apressou em acomodá-la nos tra­vesseiros, recostando-a com habilidade.


— Nicky? — perguntou.


Dulce
demonstrava tensão enquanto tentava voltar a respirar normalmente.


— Meu filhinho
— disse, com sofrimento.


A enfermeira
afastou-se e sacudiu a cabeça com pena.


— Acho que
não. Mas se estiver pronta vou man­dá-lo entrar. Ele estava impaciente
esperando que acordasse.


Dulce cerrou
os olhos, a desolação invadindo-a. Nicky era seu único pensamento. Tinha que
encon­trá-lo. Não se importava se mal podia sair da cama, se os pulmões ainda
doessem apesar dos analgésicos e se o corpo parecesse ter sido atropelado por
um cami­nhão. Tinha que ir para casa! Caso contrário, como ia conseguir Nicky
de volta?


Mas quem
seria? Quem poderia estar tão impa­ciente para vê-la?


A enfermeira
tinha dito "ele", portanto não podia ser aquela detestável assistente
social para cantar vi­tória. Quem então?


Quando os
olhos viram o homem que entrou, achou que ainda devia estar dormindo. Fez um
gran­de esforço para controlar o choque.


Chris Uckermann
surgiu através do túnel do tempo, de um passado do qual faziam parte os piores
pesade­los, as mais dolorosas memórias.


Chris fechou a
porta e seus olhos pousaram na mulher deitada na cama.


Mas que
diabos...?


Não era Dulce.
Não tinha nada a ver com ela!


Dulce era dona
de uma beleza tão sedutora que tinha sido capaz de fazê-lo de bobo como nenhuma
outra mulher jamais conseguira! Fizera com que ele se sentisse — não, não podia
admitir os sentimentos que despertara nele. Tinha sido a mulher que quase o
levou ao desespero se não encontrasse forças para tirá-la da vida.


Essa mulher
parecia uma caveira. Abatida, os olhos fundos, as maçãs do rosto encovadas, os
ossos saltando e rugas em volta da boca. O cabelo estava murcho, bem mais
curto, caindo oleoso.


Involuntariamente,
veio-lhe à lembrança a mulher que conhecera — o corpo pulsando por baixo dele,
as curvas macias e exuberantes, nua, maliciosa, saciada.


E antes disso,
no vestido de noite prateado, o cabe­lo como uma cascata de seda, os olhos
cheios de pro­messas.


No momento em
que pôs os olhos nela naquele jantar, a sensação fora de um soco. Algo que
nunca soubera existir. Desejou-a no mesmo instante. Mais do que qualquer outra
mulher.


E para aquele
desejo avassalador, quebrara todas as regras, para possuí-la naquela mesma
noite quan­do tinha se oferecido a ele de bandeja.


E pela manhã
descobrira o porquê. Outro soco no estômago.


Essa mulher
não podia ser a mesma.


Thee mou, sabia que tinha sido levada
para o hos­pital depois de ter sido atropelada, mas só isso não poderia operar
tão abominável transformação. De uma beleza tão delicada nessa... bruxa.


Apertou os
lábios. Lembrou-se do que a assistente social tinha dito.


Drogas. Então
isso transformou a Dulce tenta­dora nessa bruxa que era só osso?


A palavra
cruel foi como uma punhalada. A mu­lher estava tão lastimável que seria
desumano não sentir pena dela. Ainda assim, pena era a última coisa que
merecia.


Qualquer
criança merecia uma mãe melhor do que essa! Além de tudo que já sabia sobre ela
— uma va­gabunda que comercializa o corpo —, ainda era irresponsável, fraca,
deixando um menino de quatro anos sozinho enquanto dormia depois de ter se
entregado ao vício, que a tornava violenta, apontando uma faca para a
assistente social.


E essa mulher
era a mãe do filho dele! Um filho que tinha escondido! Thee mou, nenhum
tormento era maior!


E apesar disso,
teria que tratá-la com luvas de pelica. Teve vontade de jogar os advogados pela
janela quando eles afirmaram que pais de filhos ilegítimos no Reino Unido não
tinham direito automático à cus­tódia. Isso exigiria uma negociação complicada
e controversa. E enquanto corresse o processo, o filho continuaria sob os
cuidados de alguém até que a mãe estivesse apta a cuidar dele. Se a assistente
social conseguisse tirar a guarda da mãe, seria adotado.


As mandíbulas
ficaram rijas. Isso não podia conti­nuar. Seu filho ia sair da casa daquela
mulher.


Não importa
como, mas tiraria o filho de lá! Mes­mo que isso significasse tratar com
carinho alguém tão desprezível quanto Dulce.


Os olhos de Chris
arrastaram-se até o rosto magro e pálido que o fitava horrorizado. Dulce podia
ser mercenária, uma viciada, mas o filho a chamava.


Perfurando-lhe
a mente como uma agulha, ouviu a voz sussurrando, quase inaudível hoje pela
manhã:


— Eu quero a
minha mãe.


Meu Deus! Uma
criança implorando pela mãe...


Foi invadido
por lembranças que lhe causavam muito sofrimento. Ouviu o choro sentido de uma
criança chamando pela mãe. Silenciou à força a voz que ainda podia ouvir, como
se tivesse sido ontem e não há trinta anos.


Chega de
lembranças. De nada lhe serviam agora.


Tudo que
precisava era do talento de negociador. Dulce detinha o poder sobre o filho. E
as emoções — tempestuosas, serpenteando dentro dele — só atrapalhariam. Assumiu
o controle. Tempo de genti­leza, não de emoção.


Deteve-se na
expressão atemorizada da mulher. Pensou no plano que ela imaginara a longo
prazo. Obviamente, Dulce manteve o filho afastado pla­nejando apresentá-lo em
um momento mais propício a vantagem.


O fato de não
ter feito isso logo que descobriu es­tar grávida deve ter sido porque talvez
não soubesse quem era o pai. Uma mulher que cedia favores tão fa­cilmente...
Talvez não tivesse certeza da contribuição dele para convocá-lo para um teste
de DNA. Melhor, deve ter calculado que a herança grega ficaria visível nos
traços do garoto. Então, poderia reivindicar que ele era o pai do menino.


O destino
tomou as rédeas e a revelação tinha sido prematura. Sob esse prisma, isso só
podia ser positi­vo. Ela perdeu a vantagem do tempo. Aliás, perdeu várias
outras vantagens. A beleza, por exemplo.


 


Era odioso,
mas estava feliz por isso. A beleza de Dulce o havia feito perder o
autocontrole, que ja­mais se permitira. Mas agora estava a salvo de suas
manobras. O rosto de caveira que o olhava não exer­cia nenhum fascínio.


Exceto — e o
pensamento foi como uma punhalada — sobre um menininho desolado, que não tinha
a quem se agarrar, a não ser ao ursinho velho...


Deu um suspiro
profundo e abriu as negociações.


Estava
brigando pelo filho — e tinha que ganhar.


Dulce
encarou-o. Era uma visão, um pesadelo. Só podia ser! Chris tinha ido embora —
para sem­pre! Afundado no esquecimento do passado, preso em uma caixa cuja
chave fora enterrada bem fundo para que nunca voltasse a abri-la! Por cinco
longos anos, ela o mantivera enterrado. Tivera tanto com o que se preocupar que
ele tinha sido apagado da men­te.


A auto-preservação
a ajudou a manter o passado es­quecido. Porque lembrar-se de Chris a faria lem­brar-se
de tudo que ele tinha feito com ela — e que ela permitiu que fizesse.


Tudo que ele
disse naquela manhã horrenda.


Dulce saiu da
suíte do hotel tremendo de vergo­nha, enojada.


Mas teve que
voltar, encarar o pai, contar-lhe...que tinha fracassado. Fracassado em salvar
a empresa, a única coisa que ele amava, mais do que a mulher e a filha que
tinha descartado no passado.


Se eu tivesse
conseguido salvar a empresa...


Aí talvez o
pai a amasse! Com certeza, passaria a amá-la.


Mas tinha
fracassado. Aquela noite vergonhosa destruiu não só o respeito por si própria,
mas também a última esperança do pai. Assim, poderia poupá-lo do ataque
cardíaco. Fora privado da única coisa que lhe dava sentido à vida e ficara cada
vez mais doente, mais difícil de se conviver. Culpava-a por não ser o filho que
gostaria de ter tido e poderia ser-lhe útil — não uma mulher imprestável,
carregando uma crian­ça bastarda no ventre...


A pobreza os
atingiu até ficarem reduzidos a mo­rar em um apartamento cedido pelo Estado, em
um lugar nojento, e ela se tornou responsável pelo fi­lho bebê e o pai
inválido, vivendo do benefício do governo.


O cansaço
tomara conta dela. Ali estava ela, deita­da em uma cama de hospital, tomada
pelo desespero.


Depois de tudo
que enfrentou nos últimos anos, o pior ocorrera. Nicky tinha ido embora.


E lá estava Chris
parado, mais uma vez dominan­do sua visão, bloqueando o resto do mundo para
ela! Mais alto do que se lembrava, e mais moreno. A ori­gem mediterrânea era
evidente — não apenas pelo tom de pele, mas também pela postura. E a arrogância,
aquele domínio do macho mediterrâneo, exa­cerbada mil vezes pela consciência da
riqueza e do poder.


Poder. Era
isso que Chris irradiava.


Como tinha ido
parar lá? E o pior, o que ele que­ria?


Só havia uma
resposta: Nicky.


O medo foi tão
forte que parecia trucidá-la. Não! Ele não podia saber sobre Nicky!


A sanidade
tentou vencer o terror. Mesmo que Chris tivesse descoberto sobre Nicky, com
certeza não ia preocupar-se com ele!


A não ser para
certificar-se de que ela nada diria. Para dizer-lhe que nem pensasse em ajuda
financeira. Ela e Nicky queriam distância dele.


Então o que
ele estava fazendo ali?


Por um longo
momento Chris ficou parado olhan­do. Tinha providenciado para que fosse
atendida em um quarto particular — não por ela, mas por ele. Não só porque não
queria conversar com ela em uma en­fermaria, mas. também porque em um quarto
podia estar seguro de que ela não teria acesso ao telefone. Assim, não ligaria
para os jornais com alguma histó­ria escandalosa sobre o filho ilegítimo de um
magna­ta grego com uma viciada em drogas!


Pensou,
friamente, no que ela estaria planejando. Sabia, por experiência própria, que
era uma atriz fan­tástica.


Mas ele a
pegou de surpresa. Ela parecia horrori­zada — e tinha motivos para tal.


— Por que você
está aqui? — A voz era fina, trê­mula. Chris percebia a tensão. As emoções
exigiam a ele mais esforço do que julgava necessário.


— Você não
sabe?


O rosto
contraiu-se, com uma expressão que ele não deixou de perceber. Estava
recobrando a guarda.


— Como
poderia?


As evasivas o
irritaram. Ela ousava fazer joguinhos enquanto o filho dele estava abandonado
em uma casa para adoção?


Disse uma
única palavra:


— Nicky.


O nome pairou
no silêncio.


A raiva voltou
à tona. Então ele estava certo: ela não queria que ele soubesse, queria
continuar ga­nhando tempo, mantendo o filho afastado até conse­guir o melhor
preço por ele.


Em vez da
fúria, olhou-a, como uma aranha obser­va a mosca presa na teia. Por baixo da
expressão con­trolada, podia sentir a raiva, acorrentada.


Dulce
sentia-se mal, o ar comprimindo-lhe os pulmões. Não conseguia se mover, nem
respirar.


Ai meu Deus,
ele sabia sobre Nicky... O pânico crescia. Como tinha descoberto?


Ela deve ter
murmurado algo, pois ele franziu a testa. Por um instante, percebeu um brilho
nos olhos dele. Mas quando ele falou, retomara o controle. E essa falta de
emoção encheu Dulce de medo.


— Como? A
assistente social me telefonou — fez uma pequena parada. Os olhos dela ainda
demonstra­vam o choque. Ele prosseguiu, saboreando cada pala­vra, os olhos
jamais abandonando os dela. — Ela deixou muito clara sua opinião sobre ho­mens
que fazem filhos e se recusam a assumir as res­ponsabilidades financeiras — a
voz ficou fria. — Es­tava surpresa com o fato de um homem com meus
"grandes recursos", como mencionou, ter fugido das obrigações. —
Quando terminou, as palavras soavam gélidas. — Ela disse que seria bastante
ruim, para mi­nha reputação, se a... negligência... de minhas res­ponsabilidades
chegasse ao conhecimento dos juizes ou da imprensa.


Oh céus,
pensou Dulce, então por isso ele estava ali. A assistente social o havia
ameaçado com os tablóides!


Enfiou as
unhas nas palmas das mãos, até doer. Ela estava vacilante. Tudo que sentia era
o horror cres­cente por Chris saber da existência de Nicky.


— Quero que
ele saia da adoção. Imediatamente — falou o empresário.


Os olhos duros
a fixavam. Sim, pensou, lutando para entender o pesadelo que tinha entrado pela
porta e apertado a garganta até deixá-la sem respiração.


Ele nunca se
arriscaria. E por isso estava ali — para neutralizar o perigo que corria.


— Não vão
liberá-lo até que eu receba alta.


A voz era
fraca, sem emoção. Não revelava a ago­nia por estar separada de Nicky, o medo
de que nunca mais lhe devolvessem. Seu instinto lhe dizia que es­condesse as
emoções desse homem, cuja única preo­cupação era proteger-se de um escândalo.


O queixo de Chris
tremeu. Aquela mulher não ad­mitia que seu vício mantinha o filho em uma casa
de adoção. Sem falar a ausência total de emoção diante da possibilidade de
perder o filho!


No momento,
tudo que importava era retirar Nicky da adoção.


— Isso está
resolvido. Falei com o médico, e ele concordou em lhe dar alta.


Por um
segundo, julgou ter visto os olhos brilha­rem de emoção. Depois, no mesmo
instante, volta­ram a ficar mortos.


— Eu... não
compreendo.


— Providenciei
tudo para que você não continue hospitalizada. Também informei às autoridades
de que arrumarei uma babá para tomar conta da criança. Desse modo, concordaram
em rescindir a retirada da guarda temporária.


Dulce sentiu a
emoção transpassá-la. Isso signi­ficava que ela poderia ter Nicky de volta?
Encheu-se de esperança, embora preferisse morrer de fome a deixar Chris perto
dela e de Nicky. Mas se ele fosse a única alternativa para ter o filho,
aceitaria.


Não deixaria,
porém, que ele percebesse o quanto isso significava para ela. Vil? Era evidente
que ele já estava furioso por ter sido forçado a aceitar um filho bastardo que
ameaçava sua reputação.


Olhou para o
rosto duro do homem que um dia ti­nha mexido tanto com ela, que tinha sido
capaz de se­duzi-la com a mesma facilidade com que se tira a bala de uma
criança. Tinha sido a noite mais incrível de sua vida, mas de manhã...


A mente
desviou de rumo.


Nicky — o
filho amado. Ele era tudo que importa­va no momento. E ela não devia demonstrar
o quanto se desesperava para tê-lo de volta.


Forçou uma
frieza e uma calma pouco naturais.


— E depois? O
que vai acontecer?


As pupilas de Chris
se estreitaram. A raiva atin­giu-o com a força de uma punhalada. Christos, que
ela fosse amaldiçoada por essa reação fria! A memó­ria retorcia-se dentro dele,
lutando para sair... Em­purrou-a de volta. Agora só uma coisa era importante —
o filho. Quando falou, a voz era tão indiferente quanto antes.


— Você será
liberada amanhã. Irá de carro, junto com a babá e a enfermeira, buscar Nicky, a
caminho do aeroporto...


— Como assim,
aeroporto? — A pergunta era in­cisiva, alarmada.


Chris olhou-a
sem expressão.


— Vocês vão
para a Grécia...


— Grécia?


Os olhos
negros mantiveram-se frios.


— Vocês
ficarão na minha ilha particular. É lu­xuosa, tem empregados e serão muito bem
tratados.


Dulce
compreendeu tudo. A mente exausta se li­gou nas únicas palavras que faziam
sentido para ela. Ele disse "ilha particular".


Então era
isso! Ele ia escondê-los, mantê-los a sal­vo de olhos curiosos. Para ele, fazia
sentido. Mas e para ela e Nicky?


Como podia
permitir que os encarcerassem na Grécia?


Mas era a
única forma de tirar Nicky da adoção. E isso era tudo que importava.


Não importava
que o homem que mais odiava no mundo tomasse essa atitude por razões egoístas.
Só importava que Chris usava dinheiro e influência para que a burocracia do
Estado e o sistema médico funcionassem a favor dele.


Além disso —
uma casa à beira do mar. Uma praia...


Para Nicky,
seriam férias depois do trauma de ter sido tirado dela.


Ele nunca
tivera férias...


Fazia calor na
Grécia e, com uma enfermeira e uma babá para ajudá-la, ficaria boa mais rápido
— bem mais do que naquele gélido apartamento em que vivia. E uma vez curada,
cuidaria de Nicky sem pre­cisar contar com o dinheiro de Chris.


E então
poderia mandá-lo para o inferno.


 


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Autor(a): ninnafervondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 676



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  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:42:00

    você vai me matar posta logo por favor!!!

  • fabiana Postado em 28/03/2011 - 17:41:59

    você vai me matar posta logo por favor!!!

  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:45

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:45

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:24

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:23

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:23

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:51:08

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:50:46

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  • fabiana Postado em 25/03/2011 - 07:50:34

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