Fanfic: Divida de Sangue [TERMINADA]

Dulce já havia entendido o que eu estava prestes a fazer. Achei estranho ela não tentar fugir quando afastei seu cabelo de seu pescoço, deixando o caminho livre para meus dentes. Quando me aproximei o máximo possível dela, ela também não tentou nada. Quando mostrei meus dentes e olhei em seus olhos, ela permaneceu imóvel, mas uma lágrima escorreu por sua face. E quando eu toquei meus lábios em sua jugular, ela suspirou, apenas isso.

-eu te amo. Obrigada por me manter viva o quanto pode! –ela murmurou, enquanto meus dentes começavam a tocar sua pele.

De repente um enorme lobo marrom me lançou na parede.

Eu rosnei para Poncho.

-o que você pensa que está fazendo? –meu irmão Chris me repreendeu.

-o que você fez Maíte? –meu pai Brad perguntou, decepcionado.

-Dulce! Você está bem? –Any perguntou, enquanto abraçava a, agora em prantos, descendente de Martin.

Poncho voltou a sua forma humana.

-qual o seu problema? –ele perguntou furioso.

 Eu levantei para encarar a ele e a o resto da família.

-Christopher, o que você ia fazer? –minha mãe Angelina perguntou temerosa, enquanto acariciava as costas de Dulce, que ainda estava abraçada a Any.

Pois é, a galera da caça animal havia voltado pra casa. Logo Zack e Avril estariam chegando!

-eu estou livre! Finalmente estou livre daquele feitiço feito pela mulher bruxa de Martin! –eu fritei entre gargalhadas assustadoras.

-você está louco meu filho! –meu pai me repreendeu.

E ele estava errado. Eu estava bem! Eu tinha voltado ao normal!

Novamente eu era o vampiro Christopher Alexander Luis Casillas Von Pitt Uckermann.

Eu era eu de novo!

-eu estou melhor do que nunca meu pai! –garanti.

-você está doido Christopher! –Chris me repreendeu. Enquanto lançava seu olhar decepcionado em direção a May.

Nisso Zack e Avril chegaram.

-ouvimos os gritos! O que aconteceu? –Avril perguntou preocupada.

Zack encarou a cena: Dulce abraçada a Any, chorando. May encolhida em um canto, sob os olhares decepcionados de Chris e nossa mãe. E meu pai e Poncho me olhando como se eu fosse um monstro.

-o que você fez? –Zackary, minha criação, murmurou.

-eu fiz o que deveria ter feito há 10 anos. –disse entre dentes.

Eles não estava felizes em me ver livre?

May abraçou Chris, tenho certeza de que, se ela pudesse, estaria em prantos.

-eu só queria ajudar. Eu juro. Eu só queria que ele visse as coisas com clareza! –ela murmurou, ao abraçar o marido.

De repente, um cheiro invadiu a todos os vampiros presentes. O cheiro de sangue humano!

Poncho colocou-se defensivamente entre Dulce e eu. Any soltou Dul e se afastou um pouco, o cheiro a surpreendeu. Ela parou de respirar, assim como o resto da família. Só Poncho e Dulce respiravam.

Nós vampiros não precisamos respirar, é só um hábito.

- você chegou a mordê-la? –meu pai perguntou, preocupado.

Não que nunca tivéssemos sentido o cheiro do sangue de Dulce, até já estávamos acostumados. Afinal, humanas e sangue são coisas normais. Mas é que fomos pegos de surpresa. Afinal, era a primeira vez que alguém naquela casa tentava mordê-la.

-ele chegou a morder você Dulce? –minha mãe perguntou, calmamente. Mas eu senti seu nervosismo.

De repente, percebi que eu também estava nervoso.

Por que? Está certo que eu sempre temi que alguém da casa mordesse Dul, matando-a ou dando-lhe a vida eterna, mas... Eu ainda me preocupava com ela?

Um sentimento de culpa me invadiu. Eu havia tentado matar a minha protegida.

Está certo que eu não era mais dependente dela, mas criei essa criança nos últimos 10 anos. Uma década, tão pouco tempo para vampiros, mas tanto para humanos...

Mas eu ainda achava que a divida de Martin tinha que ser cobrada. Seus descentes tinham que morrer!

Mas...

Novamente encarei os olhares de meu pai e minha família. Eles a amavam! E não a amavam porque tinham que amar devido a um feitiço cigano. Amavam simplesmente porque amavam. Talvez, um dia, eu também amasse Dulce, sem feitiço sem nada, só por amá-la. Mas naquele momento, eu só estava preocupado em ter desapontado minha família.

Dulce finalmente respondeu se eu havia ou não a mordido.