Fanfic: Divida de Sangue [TERMINADA]

Enquanto eu estivesse “vivo”, Dulce estaria em perigo!

Depois disso, meu pai me liberou. Ele precisa pensar.

Poncho foi correr pela floresta, para organizar sua raiva. Seu corpo já estava tremendo, e isso era mau sinal. Significava que o lobo estava pronto pra me matar. E eu já não tinha mais tanta certeza de que meus irmãos vampiros me ajudariam.

Zack foi atrás de Avril, e eles foram para seu caixão.

Pois é. Todos os caixões da família tinham sido encomendados. Any era a única vampira da casa que dormia em uma cama, afinal, ela dormia com um cachorro. Mas, vampiros só conseguem dormir quando estão em seu caixão. Então, quando o cachorro saia pra caçar como lobo ou passear pelo sol, ela ia para seu caixão e dormia. O caixão de meus pais era o melhor e maior. Brad havia o encomendado assim que transformou Angelina. Era quase do tamanho de uma cama de solteiro, só que muito grande. O caixão de Zack e Avril e Chris e May também era “de casal”. Mas mesmo assim, cada um tinha um quarto com cama e afins no castelo, caso precisasse manter as aparências, e também tinha um “caixão de solteiro”.

Todos os caixões ficavam na mesma sala, na torre do castelo. Era um cenário perfeito para filmes de terror. Nossa torre não tinha nem sino nem janela. Mas tinha muitas velas, que iluminavam o sono dos vampiros. Lembro que a primeira vez que mostrei aquele lugar para Dulce Maria, um arrepio passou por seu corpo.

Meu caixão era normal, só que um pouco maior que o dos outros “vampiros solteiros” e com furos para respirar, tudo por causa da humana estúpida e louca.

Você tem medo de vampiros? Ótimo! Durma do caixão de um que seus problemas acabam!

Hahaha!

Ela só poderia ser doida mesmo.

Eu ainda estava impressionado por ela não ter tentado fugir quando eu tentei matá-la.

Era mesmo muito doida!

Qualquer outro humano tentaria fugir!

Entrei em meu caixão, me deitei e o fechei.

Mas não consegui dormir. Simplesmente porque estava seguindo o conselho de meu pai: “Tente lembrar da década que viveu feliz com Dulce e dos séculos que viveu infeliz sem ela.”.

Eu lembrei de algo que tinha acabado de ocorrer: “Eu te amo. Obrigada por me manter viva o quanto pode!”. Foi o que ela sussurrou, enquanto meus dentes encostavam em sua garganta e eu me preparava para matá-la.

Não era muito normal as vítimas dizerem isso a seus assassinos.

Não que eu a considerasse uma vítima, ou me considerasse um assassino. Eu apenas era um vampiro que não fingia ser humano. Não que eu condenasse os vampiros que o faziam.

Lembrei também de quando a contei sobre o que éramos:

“-e a sua solidão? –ela me perguntou ingenuamente.

-eu não diria que era solidão, meu ser se sentia incompleto. –expliquei.

-e quando isso passou? –novamente ela perguntou.

-quando eu conheci você. –sorri e ela viu que ainda éramos sua família e que ela sempre poderia confiar em nós.”

Lembrei da primeira vez que a vi. Aquela garotinha de olhos assustados.

Será que eu estava sob o efeito do feitiço de novo?

Não! Eu me senti eu de novo!

Não existia nenhum amor incondicional e mágico. Eu simplesmente tinha passado a última década com aquela garotinha, e eu realmente tinha gostado dessa última década mais do que todos os 800 outros séculos que existi.

Mas o que ficava martelando em minha cabeça era “Eu te amo. Obrigada por me manter viva o quanto pode!”.

Resolvi me controlar e organizar meus pensamentos. Eu queria ouvir o que estava acontecendo no quarto de Dulce.

Será que agora ela finalmente me odiava?