Fanfic: Divida de Sangue [TERMINADA]

Resolvi me controlar e organizar meus pensamentos. Eu queria ouvir o que estava acontecendo no quarto de Dulce.

Será que agora ela finalmente me odiava?

-você está bem? –ouvi Any pergunta. Pelo som, parecia que elas estavam sentadas na cama de Dulce.

-sim. –ela respondeu, sua voz ainda parecia chorosa.

-você não parece bem! –minha irmã inteligente percebeu.

-o que eu fiz Any? –Dulce perguntou, ouvi o som de suas lágrimas descendo por sua face novamente.

Senti Any a abraçar.

-você não fez nada. Ele só... –Any hesitou. Percebi que ela não sabia o que dizer.

Quem sabia?

-eu não fiz nada Any. Eu juro que não fiz. Você sabe que eu jamais... –Dulce parou, recomeçando a choradeira.

-Dulce, o Ucker esteve enfeitiçado nos últimos anos. Por isso que ele protegia tanto você. Agora ele está diferente, você vai ter que se acostumar com o novo ele. –Any explicou, cautelosa pela reação de Dul.

Pude ouvir Dulce lutando para controlar suas lágrimas.

Essa humana sempre teve mania de parecer forte, provavelmente puxou a seu antigo descendente, Martin!

-ele não me ama mais. –Dulce sussurrou, com pesar.

-ele vai aprender a amar você do jeito que todos nós aprendemos. –Any a consolou.

E eu me perguntei se ela estava certa.

-ele nunca me amou. Meu irmão, protetor, meu pai, meu Christopher... –Dulce hesitou, respirou fundo três vezes para não chorar. –dói. –ela afirmou. –dói saber que ele só me amou porque estava enfeitiçado. –ela reclamou.

-todos nós amamos você. E o único enfeitiçado é o Ucker! Ou era! –Any exclamou, em um certo tom de brincadeira. Para distrair Dulce.

De repente, eu ouvi um barulho de carro. Any também ouviu.

-limpe seu rosto! Sua mão já está bem enfaixada. Seu namorado está aqui! –Any disse alegremente.

Eu reconheci o cheiro. Era o fulaninho! Ele deveria ter vindo buscá-la para um lindo passeio de domingo, blábláblá.

Perguntei-me se agora que eu não me importava mais em magoar ou não Dulce Maria, tudo bem morder o fulaninho?

-Derrick! –Dul exclamou. 

-exatamente! –Any disse, e pelo tom de voz ela parecia feliz.

-não quero vê-lo agora Any. –Dulce reclamou.

-ele é seu namorado. Quando vemos quem amamos ficamos felizes! –Any disse. E pelos barulhos, parecia que ela estava levantando da cama de Dulce. E obrigando-a a levantar também.

-mande-o embora! –Dul implorou.

-não mesmo! –Any brigou. –e mesmo que eu quisesse ajudar, você sabe que eu não posso. Abrir a porta e entrar em contato com o sol? Você quer que eu morra? –ela perguntou, em um falso tom ofendido.

-Anahí! –Dulce brigou. –e o Poncho? –ela perguntou, com certa esperança de se livrar do fulaninho.

Eu também estava querendo me livrar do fulaninho. Só que de um jeito mais profundo.

Meus dentes + pescoço dele? Combinação perfeita!

-Poncho saiu. Vocês humanos e sua audição de 5º categoria! –Any exclamou. –vá atender seu namorado! –ela ordenou.

E o fulaninho tocou a campainha de novo.

Ouvi Dulce Maria bufar, antes de ir com presa até a porta e atender o fulaninho.

O dialogo dos dois era tão chato que acabei adormecendo.

Ela explicava que lhe amava, que tinha machucado a mão, que estava bem, que logo eles se falariam. Parece que tinha um show no final de semana!

O fulaninho insistia para que ela marcasse um jantar com a família dela e a família dele.

Eu adorei a idéia de jantar o fulaninho e a família dele! Hahaha!

Caso eles tivessem cachorros e periquitos de estimação, era mais perfeito ainda! Assim a galera da caça humana e a galera da caça animal tinha um banquete perfeito!

Mas o fulaninho, eu fazia questão de beber!

Acabei dormindo com o papo chato dos namorados.

Quando acordei, o sol da meia noite já estava a brilhar.

E a luz da lua me despertou.

Senti um cheiro que eu não sentia há quase 50 décadas...

Será possível que tínhamos visitas?