Fanfic: Divida de Sangue [TERMINADA]

-o que faremos? –Any perguntou aflita.

-vamos levar Dulce pro nosso esconderijo e depois vamos matar os europeus e quem se meter no nosso caminho. –Derrick respondeu rispidamente.

-só se você for muito estúpido! –Chris o repreendeu.

-e qual o plano do seu clã? –Derrick desafiou.

Como quem dissesse: “Não gostou? Faz melhor!”.

E se ele não disse isso, tenho certeza que pensou!

-Poncho levará Dulce para uma de nossas propriedades durante o dia, quando nenhum de nossos irmãos europeus pode persegui-la. Brad tem alguns amigos ciganos lá, eles esconderão Dulce e Poncho voltará pra cá. Os ciganos com certeza farão um feitiço para que os vampiros europeus não encontrem Dulce. E assim ela vai estar segura. Poncho volta pra cá e finge que nada aconteceu. –Chris terminou vitorioso por ter um plano mais elaborado do que o de Derrick.

Mas eu comecei a achar que era a mesma porcaria, a diferença é que Chris era maduro e usava palavras mais bonitas em frases elaboras. Adam riu desse pensamento.

-e nós nunca mais a vemos? –Derrick perguntou em tom irônico.

Pela cara que Chris fez, ficou claro que essa parte do plano ainda não tinha sido decidida.

Todos começaram a discutir.

Eu permaneci calado, Dulce tentava e tentava falar, mas ninguém a ouvia.

Quando vi, ela estava ao meu lado.

-o que você quer? –perguntei rispidamente.

-ajuda. –ela responde, também rispidamente.

-não é isso que todos estão querendo te dar? –eu perguntei retoricamente.

-eu quero a sua ajuda. –ela respondeu.

-por que eu ajudaria? –perguntei em tom irônico.

-porque você vai poder –ela olhou para os outro, principalmente para Adam, para ter certeza de que ninguém a estava ouvindo. Eu também conferi. E não, todos estavam atentos as suas próprias discussões. –se me ajudar você vai ganhar com isso. –ela continuou. –vai me ajudar me matando. –conclui em um murmúrio.

Eu parei pra digerir a informação.

Tive certeza de que os outros não poderiam e não deveriam escutar essa conversa. Então eu e Dulce tínhamos que sair dali, porque a qualquer momento eles começariam a prestar atenção em nós.

-venha! –ordenei, estendendo minha mão para ela.

Ela olhou em meus olhos e novamente não vi medo, apenas dor e...eu não conseguia entender o outro sentimento. Talvez decepção ou raiva...era algo que eu não conseguia ver!

Dulce pegou em minha mão e eu a abracei em meu peito, para me lançar floresta a dentro com ela em meus braços. Enlacei meus braços em sua cintura e ela colocou os seus sobre os meus, como era de costume.

Já era 1h da manhã, eu acho, então não tínhamos muito tempo. Tínhamos que ir o mais longe possível dos outros. E, o mais próximo de uma caverna, caso eu precisasse me esconder do sol.

Eu voei, na velocidade que eu corria com certeza poderia ter voado, com Dulce na floresta.

Não era a primeira vez que eu corria com ela, mas essa vez era diferente.

Eu sempre tive muito receio em correr com ela, pois, devido ao feitiço, tinha muito medo que ela se machucasse de alguma maneira. Dessa vez eu corri livre, sem as preocupações desnecessárias.

Comecei a meditar e percebi que a minha liberdade não significava apenas a minha liberdade. Significava a liberdade de Dulce. Sem as minhas preocupações doentias, ela poderia viver sua vida. A não ser que eu a matasse, é claro!

Eu senti sua respiração ofegante e nervosa enquanto corria, talvez ela finalmente estivesse com medo de morrer. Ou, talvez, fosse só medo de mim mesmo!

Chegamos a algo que parecia o centro da grande floresta negra da noite. Estávamos próximos a uma caverna e eu podia ouvir que também tinha um rio próximo.

Acho que aquilo seria assustador pra qualquer mortal: Estar, na calada da noite, em uma floresta negra com um vampiro como única companhia.

Mas quando olhei nos olhos de Dulce, eu não vi medo.

Apenas dor e...aquele outro sentimento que eu não conseguia identificar.

-o que você quer? –perguntei sem dar muito interesse, enquanto tocava uma flor roxa próxima a caverna.

-ajudar você, me ajudar e a ajudar aos outros. –ela respondeu, tão baixo que só mesmo um vampiro poderia ouvi-la.

-como? –perguntei arrancado a flor e virando-me para Dulce.

-mate-me! Mate-me Christopher. Eu imploro! –ela sussurrou novamente, com lágrimas já escorrendo por sua face.

-por que eu mataria? –desafiei, brincando com a flor roxa em meus dedos.

-porque é o que você quer. E é o melhor pra família. –ela hesitou em seus sussurros. –você pode não acreditar, mas eu os amo mais que tudo. –ela afirmou, com uma voz chorosa. Mas eu podia perceber que ela não estava permitindo-se chorar.

Eu me aproximei dela lentamente. E, tocando meus dedos frios em sua pele quente, coloquei a flor atrás de sua orelha. E mantive minha mão lá.

-minha família ama você. Se eu a matar, eles vão me odiar. –murmurei, próximo a ela.

-eles também te amam. E eles vão te perdoar, com toda certeza. –ela sussurrou, com a respiração ofegante novamente.

Resolvi testá-la!

Será que ela não tinha mesmo medo de morrer? Eu descobriria em alguns segundos!

Ainda tocando a flor que estava agora atrás de sua orelha, olhei em seus olhos e mostrei meus dentes, deslizando-os por sua garganta. Senti seu corpo estremecer. Medo? Talvez! Mas nenhuma das minhas vitimas havia reagido desse jeito ao medo. Pelo menos não que eu me lembrasse.

-você quer morrer? –eu perguntei, meu dentes tocando em sua garganta.

-só se for você a me matar. –ela responde por fim, ofegante e mais baixo que da primeira vez.

Eu me afastei, ainda tocando a flor, eu precisava olhar em seus olhos.

Ela realmente estava sendo sincera. E não tinha medo. Em seus olhos só havia dor e...o outro sentimento que eu não sabia o que era.

Resolvi atender seu pedido.

-ok. Eu matarei você. –prometi, as lágrimas ainda estavam escorrendo por seu rosto, mas ela não emitia nenhum som de choro.

Finalmente tirei a flor roxa de trás de sua orelha, e com minha outra mão livre limpei as lágrimas de seu rosto.

Eu sempre soube que nós vampiros somos muito frios em relação aos humanos, mas Dulce nunca realmente pareceu se importar. E, mesmo agora comigo jurando matá-la, ela parecia não se importar. Ela só...estava estranhamente estranha. Ela estava quente, mais que o normal...

E eu segurei a flor entre minhas duas mãos, apondo-a para Dulce.

-meus dentes vão tirar a vida da última descendente de Martin. –senti um calafrio passar por seu corpo. –mas não agora. –eu sorri e parti em flor em minúsculas partículas a sua frente.

Ainda não era hora!