Fanfic: Divida de Sangue [TERMINADA]

Eu me sinto tão estúpido.

Em primeiro lugar: eu comecei tudo isso!

Bem, não eu, mas Brad, mas eu não tô falando da existência da família, tô falando dessa confusão toda!

Com tantas da minha espécie, tantas que eu podia ter...Por que ela?

Essa é a pergunta para qual nunca terei resposta.

E realmente não me importa

Uma promessa foi feita há séculos atrás, e essa promessa sempre foi cumprida com prazer por todos nós, e isso é claro que me inclui.

Mas, quando fomo cumprir nossa promessa definitiva, eu me surpreendi com o instinto paterno que me invadiu.

Eu não conhecia aquela criança, nunca havia visto ela antes, mas eu sabia que a partir daquele momento eu faria de tudo para protegê-la.

Eu me voltaria contra minha família, contra minha natureza, contra minha espécie...nada mais importava, apenas ela!

Mas a promessa havia sido feita, por mim inclusive.

Essa garotinha tinha que morrer, e de preferência, para alguns de minha espécie, meus dentes tinham que ser os culpados.

Mas quando eu a vi, nada disso importava.

Ela era pequena e indefesa, uma criança órfã que não merecia pagar pelos erros de seus antepassados.

Eu fiz algo que em toda minha existência jamais imaginei fazer: eu desafiei o meu pai!

Meu pai, meu criador, meu irmão, meu senhor...

Eu o desafiei!

Mas o instinto de protegê-la era mais forte que tudo!

Era mais forte que eu!

Se meus irmãos não tivessem parado-me eu teria matado o homem que meu deu a vida, a imortalidade.

O homem que me salvou, me deu essa sentença eterna, meu irmão e meu pai, com o qual vivi durante séculos. 800, para ser exato!

Eu havia quase o matado para salvar a garotinha que eu nunca tinha visto na vida.

Há 200 anos, quando havíamos prometi a Martin, matar todos seus descentes, eu não havia previsto isso.

Demoramos 200 séculos pra vir cumprir a promessa feita ao caçador.

Mas a maioria de sua família já havia sido morta ao longo dos séculos, afinal, Martin provocou a ira de muitos de meus irmãos de raça.

 Mas essa garotinha ainda estava viva.

Sua mãe tinha morrido no parto, e seu pai dava mais atenção a nova esposa do que a ela. Ignorando-a e magoando-a.

A pobre e indefesa criança tinha apenas 8 anos, não estava preparada para isso.

Não estava preparada para a fúria de minha família.

Meus irmãos se divertiram ao desfrutar do sabor do monstro que se dizia chefe de família.

A promessa estava quase pronta, ela era a única descente direta ainda vida de Martin .

Mas era uma criança.

Matar crianças ia contra nossos conceitos, então deixaríamos que outros de nossa espécie o fizesse.

Sabíamos que nossos amigos da Europa estavam chegando, com certeza eles não se importariam em vingar Martin.

Mas quando meu olhar encontrou o seu, eu soube que não suportaria sua morte.

Nem naquele momento nem em qualquer outro.

Minha vida estava completa e estranhamente ligada com a vida dessa criança de olhos assustados.

Enfrentei meu pai e meus irmãos.

Minha mãe e minhas irmãs me entenderam.

Apesar de anos na escuridão, seu instinto maternal não havia desaparecido.

Mas eu nunca antes havia me importando com essa espécie que só pensa nela mesma.

Não que alguns de nossa espécie não se comportem desse jeito, mas os humanos são piores!

Ela precisava de mim e eu estranhamente precisava dela.

Eu nunca, em toda minha existência, havia precisado de alguém, não dessa forma. E se sonhasse em precisar com certeza não imaginaria que seria de alguém como ela.

Uma criança indefesa, uma humana indefesa.

Eu sentia que precisava protegê-la.

-não podemos Christopher, ela é humana! –meu pai me advertiu.

-eu não vou matá-la. E nenhum de vocês o fará! –adverti, entre dentes.

A garotinha havia se encolhido em um canto.

-dê uma chance para que ele se explique! –minha mãe implorou.

Mas como eu iria explicar o que estava sentindo?

Tanto na época quanto agora.

E aquele era só o começo do problema.