Fanfics Brasil - O2. O Diário de Brunna

Fanfic: O Diário de Brunna


Capítulo: O2.

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Quando exatamente nós percebemos que estamos nos viciando em algo, é totalmente estranho, porém, é prazeroso ter aquilo novamente conosco. Era o que acontecia comigo, tudo era, basicamente, prazeroso demais. Tudo começou com o pó, a heroína e cocaína, era tão bom o uso, mas eu não sabia que aquilo estava acabando comigo, ainda mais na primeira vez. Eu me lembro bem de como foi, eu estava com um grupinho de amigos do mau, os ex ricos bancados pelos pais, os do meu tipo, filhinhos de papai. Andávamos sem rumo numa quinta-feira à tarde, estava o típico friozinho paulista, mas aquilo não nos impediu de irmos à um beco de traficantes e cada um comprar nada mais nada menos do que quase um quilo de cocaína. Foi difícil de entender o uso correto, eu nunca havia presenciado alguém se drogando na minha frente. 


– Vamos lá, Bru. − chamou-me, Pitty. Um louro de olhos verdes, viciado em sexo e putaria, em seus 19 anos, ele ainda estava no terceiro colegial, porém, abandonou os estudos e não queria mais nada da vida, à não ser o luxo, bebidas, mulheres e drogas. Com uma bandeja com o pó por ela toda, e posicionado em “fileirinhas” ele pegou a merla e aspirou o pó. Levantou a cabeça e suspirou, sorrindo abobalhado e sem muito fôlego. Aspirou novamente e mais duradouro, aquilo me fez tremer na base, era estranho, mas, eu tinha curiosidade de saber como era a sensação. Assim que o efeito começou, senti que ele estava eufórico. Ele levantou-se e começou a andar de um lado ao outro. Eu, assisti à cena dele e de mais outros dois garotos naquele efeito, horrorizada. Céus, o que era aquilo? Aonde eu estava me metendo? 


– Bru. Vai querer cheirar? Ou prefere queimar? − perguntou-me Alexia, era garota baixinha e bonita, de olhos cor de mel e cabelos chocolate, eram lisos e longos, ela era uma ex modelo de 18 anos apenas, mas já havia viciado-se em anfetamina, ecstasy, LSD e cogumelos africanos, pelo o que sei. Era péssimo vê-la ter alucinações tão complexas e fixas como as que ela tinha. – Vamos lá. Você vai adorar isto aqui. Ele te deixará bem melhor, melhor do que nunca!


Sinceramente, aquelas últimas palavras dela martelaram em minha cabeça. Melhor do que nunca? O que ela estava pensando, aquilo tudo era droga, podia fazer muito mal à ela e todos. E ela ainda dizia que me faria melhor como nunca? Que loucura é esta? Céus, minha cabeça rodava e eu pensava que poderia vomitar à qualquer momento. Mesmo assim, assenti. Abaixei a cabeça e com a merla aspirei com vontade o pó, que eu julgava ser cocaína ou poderia ser heroína também. Aquilo queimou meu nariz tão forte que parecia um ácido, e que derreteria a minha pele toda, ardeu, queimou, doeu. Mas parou no mesmo momento. Assim uma onda de desejo invadiu o meu corpo e a minha mente, e sem controlar-me, aspirei mais uma vez, levantei bem a cabeça para o alto e com os olhos fechados respirei para dentro mais uma vez, aspirei com força mais umas três vezes, e aquilo já me proporcionava uma das melhores sensações já sentidas: Bem estar!


Aquilo durou mais algumas horas, cheguei em casa às oito e cinqüenta e seis, a roupa que eu colocara às sete da manhã, sem restos ou cheiro de drogas. Nada suspeito, pensei comigo mesma. A TV estava ligada, o simples e diário noticiário, minha mãe assistia com o meu irmão ao seu lado, ambos me miraram, os ignorei. Funguei meu nariz, que foi como se estivesse sugado o próprio ar natural, fui em direção ao meu quarto, e como sempre deixei a porta fazer o maior estrondo.


Naquele momento nascia uma nova Brunna, que ressurgia de cinzas polêmicas na família. . .



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Autor(a): julyte

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