Fanfic: Aposta de Amor AyA (Terminada)

Tomou pelo braço e começaram a descer pela colina. As gotas caíam cada vez com mais freqüência. A chuva enlameou o chão e o fez escorregadio, e eles tiveram que avançar cada vez com mais lentidão para evitar cair. Quando chegaram até as árvores, os ramos lhes serviram de refúgio, mas o vento e a chuva se intensificaram tanto que não serviu de nada. Ele escorregou, e ambos cambalearam. Alfonso se agarrou ao ramo de uma árvore, mas os dois caíram ao chão de costas e deslizaram para baixo até que puderam frear contra a raiz proeminente de uma árvore.

Alfonso se sentou e a olhou. Anahí riu e lhe tirou um raminho que se tinha enganchado no cabelo. Ele riu também. levantaram-se e continuaram descendo até os cavalos. Os animais estavam nervosos pelo som dos trovões.

Alfonso apontou o abrigo que havia junto à casinha de campo.

- Entre. Esperaremos aí. Eu vou levar aos cavalos ao abrigo.

Anahí assentiu. Enquanto Alfonso desatava aos cavalos e os conduzia ao abrigo, ela correu para a casa, segurando a  saia do vestido o melhor que podia. Não sabia por que se incomodava, porque já tinha o traje empapado e cheio de gravetos por causa da queda. Além disso, se tinham aderido raminhos e folhas ao veludo da saia, ao deslizar pelo chão.

A porta da cabana se abriu com um rangido, e Anahí entrou na habitação. Deixou a porta aberta apesar da chuva, porque dentro havia pouca luz no único cômodo da casa. Além disso, Anahí tinha frio com aquela roupa tão molhada, e estremeceu. Abraçada a si mesmo, avançou pela habitação, olhando a seu redor. Não havia muito que ver; era um lugar simples e com poucos móveis. A habitação tinha duas janelas pequenas, e nela havia uma cama contra a parede, uma pequena mesa com uma cadeira no centro e, junto à chaminé, uma cadeira de balanço. Uma capa de pó o cobria tudo. Anahí se perguntou quanto tempo estaria desabitada aquela casa, parecia que vários anos.

Alfonso entrou na cabana correndo e se deteve olhar a habitação.

- Temo que não há muito aqui - disse. Depois olhou Anahí – Está tremendo.

- Só um pouco. É pela umidade.

- A umidade? - Alfonso arqueou uma sobrancelha com ironia - Está empapada.

Ele se aproximou da chaminé e se ajoelhou frente a ela.

- Espero que ainda funcione -comentou, enquanto procurava a manivela do tiro. Começou a acender o fogo com os troncos que havia sob a lareira. Anahí se ocupou em tirar ramos e folhas que pudesse encontrar-se no cabelo. Alfonso demorou um pouco em conseguir que o fogo prendesse. Milagrosamente, o tiro funcionava o suficientemente bem para impedir que a fumaça entrasse na habitação.

Ela tirou as forquilhas que ainda ficavam no cabelo e as deixou na mesa; depois retorceu os cachos para lhes tirar a maior parte da água. Enquanto se penteava o cabelo com os dedos, Alfonso conseguiu que o fogo ardesse alegremente.

- Venha, sente-se junto à chaminé - lhe disse. Anahí se aproximou e se deteve a seu lado. Ele sorriu e lhe tirou uma folhinha do cabelo.

- Devo parecer um desastre - murmurou Anahí.

- Parece uma ninfa do bosque - respondeu ele, e sorriu mais amplamente – Uma ninfa do bosque muito molhada.

- É certo, estou empapada - disse ela, estremecendo-se de novo.

- Deveria tirar a roupa - disse ele.

Seus olhares ficaram apanhados, e as palavras do Alfonso ficaram suspensas no ar. De repente, Anahí ficou sem fôlego.

- Eu... né...

Sua mente se encheu de imagens de si mesma, tirando-a roupa diante de Alfonso, e estranhamente, o calor que sentiu foi menos de vergonha que de impaciência. Seus tremores já não os provocava o frio.