Fanfic: Inimigos de uma aposta

- Oh… não sabia – comentou Davi. – Acho que vai chover – sentiu uns pingos caírem sobre o rosto.

- Como vai chover?! O céu tá limpo – falou Roberta, rindo do amigo.

- Mesmo?

Na mesma hora a água começou desabar fazendo os quatro cair na risada. O céu estava limpo, mais estava chovendo. Era um tipo de magia que usavam para irrigar o campo. Os três se levantaram do chão, já começando a ficarem molhados. Dieguinho aproveitou e abraçou Roberta pela cintura, erguendo-a do chão, ouvido-a protestar, mas ele só dava risada, assim como Daniel e Davi. A arrastou para o meio do gramado e só então a soltou, fazendo a menina quase cair. Começou a fazer cócegas na garota, mesmo sendo atado por socos, mas era tudo de leve. Roberta começou a dar risada e não conseguia se desviar dele. E os meninos ficaram ali olhando os dois naquela chuva e realmente era engraçado.

Diego deixou a garota, que se pôs a correr atrás dele, tentando golpeá-lo. Os dois riam “enquanto brincavam de pique-pega”. Nenhum acreditava no absurdo que estava acontecendo. Os dois… inimigos… que se odeiam… brincando… rindo… juntos? Era alguma palhaçada do destino. Mas não ligavam, era legal curtir esse momento, esse surto. Roberta gargalhava e não se agüentava mais e por isso Dieguinho se deixou ser pego e achando que ele apanharia, aconteceu o contrario, foi surpreendido por um beijo. Um beijo doce, calmo, sem pressa nenhuma. Que os dois prolongaram bastante. As mãos de ambos se uniram, entrelaçando os dedos, enquanto riam e se beijavam, deixando tudo os embargarem. Daniel disse a Davi “Olha como são felizes. Devem se respeitar muito. Sorte do Shynaider”. Mais Davi não achou à mesma coisa, estava ressentido com os amigos… mas não sabia o porquê e decidiu sair dali.

Roberta e Dieguinho se deixaram “cair” no gramado, ele sentado e ela deitada, vendo a chuva parar. Os sorrisos bobos agora eram inevitáveis e preferiram não discutirem sobre o que acabara de se passar. Estavam loucos. Possuídos por um sentimento genuíno, ainda não descoberto.

O céu estava escurecendo, levando as ultimas pontas do sol. Roberta respirou fundo, cansada e satisfeita. Sentiu Shynaider empurra sua coxa com o pé e o mirou. Seus olhares se encontraram, suspensos e serenos.

- Nunca mais faça isso, Diego Shynaider! – disse ela, entojando uma voz irritada. Ele ficou todo confuso.

- Oh… que estresse… o que houve com você? – Ela riu.

- Esquece!

- Ótimo. Melhor esquecermos mesmo do que aconteceu hoje no campo. Que tipo de tortura é essa? – disse o loiro, sarcástico.

- Realmente, fugiu um pouco do nosso padrão de “tortura”, mas ainda assim você é insuportável – garantiu Roberta, desviando o olhar.

- E você está suja por minha causa e me parece linda… - se aproximou da garota, andando de joelhos e parou ao seu lado. – Sempre linda…

- Qual é, Shynaider. Algum soco meu afetou seu cérebro?

- Não – respondeu sério e se deitou. – Vamos ficar aqui molhados e olhar as estrelas ou vamos tomar um banho… juntos? – Roberta o beliscou. – AI!

- Até parece mesmo.

- Qual o problema? Estamos namorando – disse ele, apoiando-se no cotovelo para fitar-lhe o rosto. Viu as expressões dela se suavizarem. – No que está pensando?

- Interessado? – ela o esquadrinhou.

- Já disse uma vez… curioso.

- AH, sabia que a curiosidade fez um vampiro tocar num crucifixo e morrer deteriorado?

- Que horror! Pobrezinho – e os dois riram. Shynaider não resistiu, beijou-a ternamente.

- Pára… - sussurrou a garota, afastando-o.

- Só mais um e eu paro…

Mais Roberta desviou, se levantando e ficou sentada.

- Você está estranho, Dieguinho. O que está acontecendo?

- A mim você pergunta isso? Também está estranha.

- Nem tanto. Ainda te odeio.

- Bem, estamos empatados então – disse ele, não muito certo disso. Respirou fundo e levantou. Estendeu uma mão para Roberta. – Ajuda?

Ela o encarou por instantes e logo o aceitou. Dieguinho não resistiu e abraçou contra seu corpo.

- Dieguinho… - o olhou repreensiva.

- Ah, vamos… já que amanhã teremos voltado ao normal, pelo menos me deixe ser feliz – e depositou um selinho nos lábios dela.

- Por que eu deveria?

- Ora essa, amanhã saberá!

- Cachorro! – disse Roberta, beijando-o com entusiasmo. – Se um dia contar isso aos meus filhos, eu te mato.

- Opa, já está pensando nos nossos filhos querida?! – ele brincou.

- Nossos uma ova. Eu vou casar com Brad Pitt e você será meu jardineiro. – Diego bufou, mais acabou rindo.

- Você tem uma queda por loiros, não é mesmo? – perguntou ele com cinismo. – Não te culpo, somos irresistíveis.

- E alguns são convencidos! – garantiu Roberta, rindo do jeito do garoto.

- Mas você me ama, mesmo sendo egocêntrico.

- há tá, sonha Shynaider…

Sem dizer mais nadas, os dois saíram abraçados do campo e foram para seus quartos. Na hora do jantar, voltaram com sua rivalidade. Claro que Roberta estava bem mais concentrada no ódio, já ele, não conseguia pensar em mais nada que não fossem nos beijos, no que acontecera com os ambos.

Estava confuso.

Mas ela sabia o que queria.