Fanfic: É cedo ou tarde demais? (AyA)

“Às vezes fico assim pensando, essa distância é tão ruim.

Porque você não vem prá mim?

Eu já fiquei tão mal sozinho, eu já tentei, eu quis chamar.

Não dá prá imaginar quando é cedo ou tarde demais

Prá dizer adeus, prá dizer jamais.”

 Pra Dizer Adeus

Não estávamos tão ligados quando tudo aconteceu. E na verdade, eu não poderia esperar outra coisa, afinal, estava com outro. Rodrigo me dava a paz que eu precisava, a paz e a estabilidade que eu nunca tive ao lado dele. Como fui tola! Agora percebo que paz e estabilidade não eram exatamente o que eu queria. O que eu queria? Amor. E isso eu não senti por mais ninguém além dele, Alfonso. Pena que não o tenha dito, pena que seja tarde demais.

Christian: Any... – Disse compassivo e me puxou para os seus braços ao ver como eu chorava.

Anahí: Que droga Chris! – Afundei meu rosto em seu ombro, tentando abafar o choro.

Quando Alfonso entrou no corredor eu quis morrer, mas antes quis matá-lo. Estava frio comigo, outra vez. Eu não sei exatamente quando foi que nos perdemos, mas as coisas há muito tempo não eram as mesmas.

Me lembro dos shows que fazíamos ainda na época da novela. Como ele me incomodava com as suas brincadeirinhas sem graça, e como sempre de algum jeito terminávamos juntos. Entre tapas e risos, nos beijávamos. Eu era dele, ele era meu, sem cobranças, nos gostávamos e isso bastava.

Hoje o cenário era muito diferente. Quase não nos falávamos atrás dos palcos, e quando estávamos no show fingíamos o máximo que podíamos. O problema é que às vezes eu não conseguia fingir, então procurava momentos específicos para derramar as minhas lágrimas, como quando cantava Sálvame. Droga! Queria voltar no tempo.

 A nostalgia me consome a cada dia, e sinto saudade de ser a Mia do Miguel só para estar com ele, nem que seja de mentira. Para sentir os seus lábios nos meus, para me deixar envolver em seu abraço.

Alfonso: Tá na hora! – Anunciou e seguiu para o camarim procurando pelos outros.

Eu ignorei completamente o que ele disse, e para ser mais sincera, o ignorei completamente. Continuei abraçada a Christian, em lágrimas. As incessantes lágrimas que faziam parte dos meus dias há meses.

Christian: Wera, por favor. Hoje temos que entrar naquele palco e dar o melhor de nós. Força! – Apenas assenti – Agora vá lavar o rosto e retocar essa maquiagem porque eu quero ver você brilhando, como sempre.

Anahí: O que seria de mim sem você? – Dei um ultimo abraço em Christian e fui para o camarim, realmente a minha cara não devia estar das melhores.

Estava caminhando pelos corredores, quase chegando ao camarim quando esbarrei nele.

Anahí: Desculpa! – Falei seca, e segui andando.

Poncho me segurou pelo braço obrigando-me a parar: Hey, você ta bem? – Será que era preciso responder? Meus olhos estavam vermelhos, inchados, gritavam por um abraço.

Anahí: Tá tudo bem, Poncho. – Disse evitando fitá-lo nos olhos.

Poncho: Não é o que parece! – Segurou meu queixo levantando o meu rosto e aí eu não tive escolha, meus olhos encontraram os dele.

Anahí: Preciso terminar de me arrumar. – Tentei mudar de assunto.

E então o que eu menos esperava aconteceu, Alfonso me puxou pelo braço e me acolheu abraçando-me. E então eu desmontei. Afundei o meu rosto nas mãos espalmadas em seu peito e chorei.

Alfonso: Não quero que terminemos assim! – Confessou afundando os dedos em meus cabelos.

Meu coração faltou saltar pela boca. Levantei o rosto e por um instante pude ver em seus olhos a ternura a tanto perdida.

Anahí: Poncho, me desculpe! – Não sabia exatamente pelo que estava me desculpando. Talvez por ter pirado quando anunciaram a separação e ter culpado a tudo e a todos, talvez pela maneira como comecei a namorar com Rodrigo sem dar qualquer tipo de explicação, ou talvez porque precisava estar bem com ele, e independente do que tivéssemos feito, eu queria que as coisas voltassem a ser como antes.

Alfonso: Me desculpe você, Any! Tenho agido feito um idiota! – Olhei-o fixamente, levei minhas mãos até a sua maxilar acariciando-lhe o rosto. Pude senti-lo meu outra vez, meu homem, meu Poncho.

Rodrigo: Any? – Chamou-me saindo do camarim, e os olhos frios de Poncho regressaram.