Fanfic: É cedo ou tarde demais? (AyA)

“Why, do you always do this to me?

Why, couldn`t you just see through me?

How come, you act like this

Like you just don`t care at all.”

 Why?

Estréia de “El Grecco”, a série protagonizada por Poncho. Acredito que ele tenha me chamado para a festa da estréia só por educação. Chamou os outros quatro e não cairia bem se só eu ficasse de fora. Bom, e foi por educação também que eu fui.

A noite chegou, coloquei um vestidinho preto, liso. Algo bem simples. Cheguei, cumprimentei-o, parabenizei o elenco, peguei uma taça de champagne e imediatamente voltei para o lado de Maite.

Anahí: Não vou ficar muito tempo! Vim só para marcar presença...

Maite: Tudo bem, eu também não posso ficar muito.

Anahí: Ele fica bem de terno. – Comentei à toa observando Alfonso de longe – Aliás, homens em geral ficam bonitos de terno.

Não vou mentir, não estava totalmente desconfortável ali. Poncho estava distante, conversando com outras pessoas, havia tanta gente lá que mal nos encontramos. Fora uma festa, como tantas outras. Ou melhor, seria uma festa como tantas outras se não tivesse acontecido. E aí eu não pude segurar, explodi.

Estava indo embora, então resolvi procurar Poncho para me despedir. E foi aí que vi a cena mais deplorável da minha vida. Pode parecer exagero, mas o que senti quando me deparei com aquilo foi nojo e a raiva tomou conta de mim.

Não podia ser verdade, não pude acreditar. Poncho segurava Claudia pela cintura, a beijava. Então era por isso que não estava mais com Dama. Era por isso que havia me repelido naquela noite. Nada poderia ser pior.

Quis morrer, quis matar, quis sequer ter nascido.  A terra sumiu debaixo dos meus pés e a cena foi se tornando embaçada pelas lágrimas que surgiam em meus olhos. Ódio, fui consumida pelo ódio. Não imaginei que depois de tanto tempo era ela. Ela que destruíra meus sonhos uma vez, o estava fazendo de novo.

Sei que não o tinha, mas que fosse Dama, que fosse qualquer outra, menos ela.

Poncho não me viu, mas eu fiz questão que me visse. Passei pelos dois esbarrando nele com força, meu braço chegou a doer. E então caminhei a passos rápidos até a saída daquele lugar.

Era um clube, e até eu chegar ao meu carro havia um longo gramado. Estava ofegante devido ao cansaço e principalmente à raiva quando ele me alcançou.

Alfonso: Anahí, o que deu em você? – Disse virando-me pelo braço. E então eu não pude segurar o grito que estava entalado na garganta.

Anahí: Alfonso eu odeio você! – Gritei e ele ficou sem reação, me olhando estarrecido – Odeio tudo em você! Odeio ficar perto de você! Nunca mais encoste em mim! – Berrei desvencilhando-me de suas mãos.

As lágrimas começaram a cair incessantemente, por mais que tentasse não conseguia secá-las.

Anahí: Esses últimos meses foram os piores da minha vida! Os piores! – Enfatizei entre soluços.

Alfonso: Anahí, por Deus. O que deu em você? – Perguntou confuso, e então a minha raiva cresceu ainda mais. Como ele podia não saber o que estava acontecendo?

Anahí: Quer saber? Volte para a sua namoradinha que ela deve estar te esperando! – Falei com desdém.

Alfonso: Ah! Então é isso? – Bufou revirando os olhos – Qual é a sua, Anahí? Porque eu tento, mas eu não te entendo! Num dia eu não sou nada pra você, no outro você surta porque me viu com a Claudia! – Disse irritado e seu tom me induziu a falar ainda mais alto que ele.

Anahí: Alfonso, você é tão idiota! – Levei as mãos ao rosto tentando ter um pouco de calma – Você, você não percebe! Ah! – Grunhi e virei às costas pra ele, seguindo o meu rumo. Contudo, Alfonso se adiantou e parou em minha frente, segurando-me pelos braços.

Alfonso: Você me chama de idiota, vira as costas e pensa que não vai ouvir nada, Anahí? – Podia ver a fúria reluzindo naqueles olhos verdes.

Anahí: Eu não quero ouvir nenhuma palavra sua. – Respondi tentando não alterar o tom de voz.

Alfonso: Mas você vai ouvir! – Tentei me soltar das mãos dele, mas ele me segurou ainda com mais força e todo o meu esforço foi em vão – Você pensou o que? Que eu ia ficar te esperando enquanto você se divertia? – Não acreditei quando ele disse aquilo, quis voar no pescoço dele e enforcá-lo.

Anahí: Espera! – Interrompi – Eu me divertia? Você só pode ser louco, Alfonso! Quem estragou tudo foi você! Estragou tudo no momento em que me disse que estava com aquela... – Não consegui pronunciar o nome dela – Você joga tudo no lixo e coloca a culpa em mim! E quer saber? – Consegui me soltar e o empurrei batendo as minhas mãos em seu peito – Foi melhor assim! Já não existe mais nada, toda essa conversa é inútil! – Então me virei e sai correndo. Corri o máximo que pude até chegar ao carro e sei que ele não veio atrás de mim, se quisesse teria me alcançado. Seja lá o que havia acontecido entre eu e ele estava acabado. Sem volta. Acabado.