Fanfics Brasil - A Escrava Isaura

Fanfic: A Escrava Isaura


Capítulo: 4? Capítulo

32 visualizações Denunciar



Capítulo 4


               -
Ah! estás ainda ai?... fizeste bem, - disse Leôncio mal avistou


Isaura, que trêmula e confusa não ousara sair do
cantinho, a que se


abrigara, e onde fazia mil votos ao céu para que seu
senhor não a visse,


nem se lembrasse dela naquele momento. - Isaura,
continuou ele,


- pelo que vejo, andas bem adiantada em amores!...
estavas a ouvir


finezas daquele rapazola...


               -
Tanto como ouço as suas, meu senhor, por não ter outro remédio.


Uma escrava, que ousasse olhar com amor para seus
senhores, merecia


ser severamente castigada.


               -
Mas tu disseste alguma coisa àquele estouvado, Isaura?...


               -
Eu?! - respondeu a escrava perturbando‑se; - eu, nada que


possa ofender nem ao senhor nem a ele...


               -
Pesa bem as tuas palavras, Isaura; olha, não procures


enganar‑me. Nada lhe disseste a meu respeito?


               -
Nada.


               -
Juras?


               -
Juro, - balbuciou Isaura.


               -
Ah! Isaura, Isaura!... tem cuidado. Se até aqui tenho sofrido


com paciência as tuas repulsas e desdéns, não estou
disposto a suportar


que em minha casa, e quase em minha presença, estejas
a escutar


galanteios de quem quer que seja, e muito menos
revelar o que aqui se


passa. Se não queres o meu amor, evita ao menos de
incorrer no meu


ódio.


               -
Perdão, senhor, que culpa tenho eu de andarem a perseguir‑me?


               -
Tens alguma razão; estou vendo que me verei forçado a


desterrar‑te desta casa, e a esconder‑te em algum
canto, onde não sejas


tão vista e cobiçada...


               -
Para quê, senhor...


               -
Basta; não te posso ouvir agora, Isaura. Não convém que nos


encontrem aqui conversando a sós. Em outra ocasião te
escutarei. -


preciso estorvar que aquele estonteado vã intrigar‑me
com Malvina -


murmurava Leôncio retirando‑se. - Ah! cão! maldita a
hora em que te


trouxe à minha casa!


               -
Permita Deus que tal ocasião nunca chegue! - exclamou


tristemente dentro da alma a rapariga, vendo seu
senhor retirar‑se.


Ela via com angústia e mortal desassossego as
continuas e cada vez mais


encarniçadas solicitações de Leôncio, e não atinava
com um meio de


opor‑lhes um paradeiro. Resolvida a resistir até à
morte, lembrava‑se da


sorte de sua infeliz mãe, cuja triste história bem
conhecia, pois a tinha


ouvido, segredada a medo e misteriosamente, da boca de
alguns velhos


escravos da casa, e o futuro se lhe antolhava
carregado das mais negras


e sinistras cores. Revelar tudo a Malvina era o único
meio, que se lhe


apresentava ao espírito, para pôr termo às ousadias do
seu marido, e atalhar


futuras desgraças. Mas Isaura amava muito sua jovem
senhora para ousar dar


semelhante passo, que iria derramar‑lhe no seio um
pego de desgostos


e amarguras, quebrando‑lhe para sempre a risonha e
doce ilusão em


que vivia.


               Preferia
antes morrer como sua mãe, vitima das mais cruéis


sevícias, do que ir por suas mãos lançar uma nuvem
sinistra no céu até ali


tão sereno e bonançoso de sua querida senhora.


               O
pai de Isaura, o único ente no mundo, que à exceção de Malvina


se interessava por ela, pobre e simples jornaleiro,
não se achava


em estado de poder protegê‑la contra as perseguições e
violências de


que se achava ameaçada. Em tão cruel situação Isaura
não sabia senão


chorar em segredo a sua desventura, e implorar ao céu,
do qual somente


podia esperar remédio a seus males.


               Bem
se compreende pois agora aquele acento tão dorido, tão


repassado de angústia, com que cantava a sua canção
favorita. Malvina


enganava‑se atribuindo sua tristeza a alguma paixão
amorosa. Isaura


conservava ainda o coração no mais puro estado de
isenção. Com


quanto mais dó não a teria lastimado sua boa e
sensível senhora, se


pudesse adivinhar a verdadeira causa dos pesares que o
ralavam.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): remakes

Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 5                Isaura despertando de suas pungentes e amargas preocupações. tomou seu balainho de costura e ia deixar o salão, resolvida a sumir‑se no mais escondido recanto da casa, ou amoitar‑se em algum esconderijo do pomar. Esperava assim esqu ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • lauren Postado em 13/03/2011 - 19:32:07

    posta ++++
    passa na minha web
    http://www.e-novelas.com.br/?q=ler_capitulo&novela=10284&capitul o=1
    Comente tb! por favooor

  • saulo Postado em 13/03/2011 - 19:05:13


    PELO O QUE EU VI, VC É UM FÃ DA TV ABREV.

    Abraço!!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais