Fanfic: Além das Palavras - DyC

Demorei mas aqui estou!

hehehe

mais um post vindo aí pessoal ;)

Boa leitura!

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Mesmo depois da conversa com a Anahí eu não consegui ligar para o Christopher. Eu sabia que precisava ligar ou pelo menos atender quando ele me ligasse! Mas eu não fazia nem um nem outro... me acovardava e continuava a adiar o momento de contar pra ele.

Tinha tanto medo da sua reação...

~*~

Depois que saí do hospital dirigi durantes horas pela cidade, sem prestar muita atenção a onde estava indo. Eu não conseguia pensar direito, ainda tentava compreender o que estava acontecendo.

Estacionei o carro de qualquer jeito em frente a um prédio abandonado e catei meu celular, disquei seu numero e esperei ansioso. Mas é claro que ela não me atendeu, vinha fazendo isso a dias!

- Mas que droga, Dulce Maria! - Resmunguei jogando o celular no banco de trás.

Dei partida no carro indo em direção a casa dela. Dulce iria falar comigo nem que fosse obrigada!

~*~

Estava perdida em meus pensamentos olhando pra tela da TV sem prestar atenção realmente no programa que passava, quando ouço meu celular tocar mais uma vez.

Era ele. Ligava pela quinta vez em menos de 20 minutos.
Eu iria ignorar mais uma vez, mas até quando eu poderia continuar fugindo??Ele não merecia esse meu silencio...

Com a mão um tanto tremula eu atendi.

-Alô?

Por um momento ele ficou em silencio do outro lado da linha, talvez surpreso que eu tenha atendido.

- Abre a porta. - Falou simplesmente, sua voz era firme.

- Quê? - Perguntei confusa por um momento.

- Estou aqui na frente. Abre a porta - Ele repetiu.

Eu gelei.

- Não. Olha, esse não é uma boa hora para...

- Ou você abre ou eu derrubo a porta - Ele me interrompeu.

- Não Chris, é sério, eu não vou...

- Ok, eu derrubo então.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele desligou. Eu ainda fiquei parada por um tempo segurando o celular e então ouvi um baque na porta.

Ah meu Deus! Ele estava falando sério ou o que?

Corri pra porta e a abri.

- Você ficou doido?? - Falei vendo ele que tomava um novo impulso pra provavelmente se jogar na porta quando eu a abri.

- Obrigado, assim é bem mais fácil - Falou passando por mim e entrando sem esperar convite.

~*~

Me virei e a vi fechando a porta devagar, se demorando ao máximo para se virar pra mim, e quando o fez não me olhou nos olhos.

- Acho que essa não é uma boa hora para...

- E quando é uma boa hora, hein? - Perguntei com a voz um tanto alterada - Nos últimos dias tenho tentado desesperadamente falar com você e tenho sido completamente ignorado!Por Deus, Dulce Maria! Será que nunca vai perder a mania de achar que pode resolver tudo sozinha?

Eu estava com raiva e magoado, mas todas as coisas ruins que eu queria dizer sumiram da minha cabeça assim que a olhei.

Ela parecia tão pequena ali abraçando o próprio corpo, esperando eu continuar a minha explosão de raiva.

- Desculpe... - Ela falou baixinho ainda sem me encarar.

Eu me aproximei parando na sua frente.

- Por que não me contou? - Perguntei depois de longos segundos em silencio.

Ela ergueu o rosto rápido.

- O que...?Do... do que está falando? - Perguntou com a voz falhando.

- Eu sei que você está grávida.

~*~

- Como... como você soube? - Perguntei com um fiu de voz só.

- Não importa - Ele disse com a expressão séria. - O que importa é que você escondeu isso de mim! O que te passou pela cabeça, hein?

- Eu não sei... - Respondi confusa. E antes que eu pudesse controlar, meus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei a chorar.

Em um único movimento ele me puxou para seus braços me abraçando forte. Percebi que era só isso que precisava, dele assim perto de mim e mais nada.

- O que eu faço com você Dulce - Ele falou baixinho ainda me segurando em seus braços - Será que nunca vai confiar em mim?Vou sempre ter que descobrir as coisas pelos outros?

- Desculpa... - Eu sussurrei mais uma vez.

Ele beijou minha testa e me afastou um pouco olhando nos meus olhos, e então sorriu.

- Eu vou ser pai! - Exclamou sorrindo bobamente. Sua mão desceu até minha barriga e pousou ali. - Pai... - ele repetiu baixinho.

~*~

- Você tá feliz? - Ela perguntou um tanto surpresa.

- É claro que estou! - Respondi na mesma hora - Como é que não vou estar?

- Eu achei que você iria me odiar! - Ela confessou.

- Tá louca?Como se isso fosse possível.

E eu estava realmente feliz. Agora eu já estava entendendo o que estava acontecendo, o choque já tinha passado. E uma onde de felicidade tomou conta de mim. Percebi que não conseguia parar de sorrir.

Eu olhei pra ela esperando vê-la sorrindo também, mas seu rosto continuava manchado pelas lagrimas e não tinha nenhum sinal de alegria ali.

- Chris... como nós podemos ser pais???Nós não sabemos nada sobre isso! Nós não vamos conseguir! E como é que vamos contar isso para os outros?Ninguém vai entender nada! Nossa vida vai virar de cabeça para baixo e...

- O que está dizendo? - A interrompi ficando sério também - Pare de falar bobagens!

- Não é bobagem! Nós não sabemos nada de crianças, nós não podemos ter uma!

Eu fiquei em silencio por alguns minutos, compreendendo o que suas palavras significavam.

- O que?Está dizendo que quer tirar o bebe?

~*~

Ele perguntou com um tom de voz que nunca havia usado comigo, e seu olhar era frio em cima de mim.

- Não... eu... não sei... ah... - Eu me perdi nas palavras, Deus, eu não sabia o que fazer!

- Você está louca - Ele deu um passo pra trás, pra longe de mim - Não acredito que isso passou pela sua cabeça!

- Eu não disse que queria tirar!

- Mas é claro que pensou, não foi?

Eu não respondi, não iria mentir que por um momento, por um breve momento, essa ideia passou pela minha cabeça.

- Era esse seu plano então?Tirar essa criança e nunca me contar que um dia estivera grávida? - Ele perguntou chocado.

-Não, eu nunca faria isso! - Me defendi.

- Então por que não me contou, droga! - Ele voltou ao começo da discussão, sem duvida começou a pensar um monte de besteira sobre mim

- Eu não tive coragem, ok?Achei que você me odiaria! Que também pensaria que isso atrapalharia nossa vida e...

- Se pensou isso é porque não me conhece muito bem - Falou ainda com aquele tom frio - E eu pelo jeito também não a conheço tão bem como pensei.

Ele passou por mim e abriu a porta antes que eu pudesse pensar em algo para dizer.

- Nem pense em fazer mal a essa criança, eu nunca vou te perdoar se você fizer algo. - Falou antes de virar as costas pra mim e sair pra fora fechando a porta ao passar.