Fanfic: Além das Palavras - DyC

Fiquei durante vários minutos parada e em silencio, queria
ir atrás dele e o obrigar a ver as coisas do jeito que eu estava vendo,
mas minhas pernas não se moveram.

Se antes ele não me odiava era óbvio que eu conseguira fazer ele sentir isso agora...
Droga!Chris estava achando que eu era um tipo de monstro...?

Eu
olhei para baixo e toquei minha barriga no lugar onde a mão dele esteve
antes. Eu nunca teria coragem para fazer um aborto, nunca!

- Me
desculpa... - Me peguei sussurrando pra minha barriga... para o meu
filho... - Eu nunca teria coragem de te fazer mal de verdade.

Acariciei a barriga sentindo grossas lagrimas escorrerem silenciosas pelo meu rosto.

"Ele
ficou feliz" pensei relembrando seu sorriso ao tocar minha barriga. E
então sorri também. Se não fossem as tantas preocupações eu também
estaria feliz, não?
Ma aí estava o problema... havia muitas coisas com o que se preocupar. E era isso que Christopher parecia não ver...

~*~

Não consegui dormir, e na manhã seguinte bem cedo eu já estava dirigindo mais uma vez pela cidade, meio sem rumo...

Por que ela não podia simplesmente ficar feliz como eu?Tinha que ter essas ideias idiotas na cabeça!

Se ela não queria um filho eu queria! Não era o melhor momento pra isso mas aconteceu, e não podíamos fazer nada a respeito.

Um filho... ou uma filha!
Eu voltei a sorrir bobamente, como é que ela conseguia não ficar feliz com uma coisa dessas?

De relance vi uma lojinha, a vitrine cheia de brinquedos e roupas de criança. Sem pensar muito estacionei em frente.

Entrei na loja me sentindo um tanto perdido e sem saber muito bem o que estava fazendo ali.

- Posso ajudar? - Uma moça prestativa veio até mim.

-Hum... eu... não sei... - Balbuciei perdido. Ela riu.

- Pai de primeira viagem, hein?

Eu confirmei, então vi os menores sapatinhos do mundo em uma prateleira!

- São tão... pequenos - Deixei escapar enquanto olhava as mini roupas.

Meu celular começou a tocar quando a atendente me mostrava as diferentes cores dos sapatinhos.

- Alô? - Atendi sem nem olhar quem me ligava.

- Chris - Ouvi sua voz do outro lado da linha e parei tudo o que estava fazendo, já nem escutava o que a atendente falava.

-
Oi. - Caminhei até um lado menos cheio da loja procurando um pouco mais
de silencio - Tá tudo bem? - Perguntei, afinal por que ela me ligaria
se não houvesse um problema?Não era ela que andava sempre fugindo de
mim?

- Mais ou menos - Ela respondeu.

- O que houve?Alguma coisa com o bebe? - Perguntei franzindo a testa.
- Não, ele está bem. Eu é que não estou.

- O que aconteceu?- Perguntei preocupado - O que você tem?Eu vou chamar um médico e...
- Não Chris, eu não preciso de um médico. Eu... Eu preciso de você...

Fiquei
em silencio por alguns segundos, com o telefone apertado contra minha
orelha. Uma batalha de sentimentos dentro de mim: uma vontade louca de
largar tudo e ir correndo vê-la e o outro lado lembrando da briga de
ontem... das coisas que ela disse.

Eu suspirei balançando a cabeça.

- Tô aí em 10 minutos - Falei finalmente e desliguei.