Fanfic: UM PEQUENO FAVOR AYA finalizada

― Droga ― disse ele. ― Pegue o que vai precisar e vamos antes que eu mude de idéia.

Alguns momentos depois, quase na rua principal, Anahí disse:

― Alfonso, poderíamos ir até o novo supermercado no lado oeste da cidade? Não quero ir ao Bailey`s. Todo mundo me conhece lá.

― Qual é o problema?

Balançando a cabeça, ela tentou explicar sem ofendê-lo.

― Bem, você está comigo.

― E aí? Sou algum doente ou coisa parecida? Da última vez que fui no Bailey`s, advogados ainda podiam entrar lá.

― Ah, Alfonso, você sabe do que estou falando. Eles vão achar suspeito. Eu, você e um bebê. Todos vão falar disso em são Paulo.

― Anahí ― disse ele com paciência ―, acabamos de dizer a uma assistente social que vamos no casar. Quanto mais rápido essa fofoca se espalhar, melhor.

Ela olhou para ele horrorizada.

― Não! Alfonso, meus pais. Não posso enganá-los assim. Minha família já teve muitos problemas de comunicação.

― Tudo bem. Explique a eles o que está acontecendo, mas faça-os jurar que ficarão quietos até Gabriel encontrar outro lar. Do contrário, é melhor se despedir dele agora mesmo.

Anahí olhou sobre o ombro para o bebê no moisés preso no assento no carro. Engraçado como Gabriel já parecia dela, pensou sentindo as lágrimas. E não era ainda mais estranho pensar em Alfonso como pai dele? Gabriel Calloway. O nome soava bem, mesmo ela não sendo casada com Alfonso.

Na tarde seguinte, Anahí surpreendeu seus pais ao aparecer na varanda deles com o pequeno Gabriel nos braços. Ela o vestira com calças azuis e uma blusa combinando listrada, um dos conjuntos que ela e Alfonso compraram na noite passada. Penteara o cabelo de Gabriel para o lado e calçara um par de minúsculos tênis nele. Ele estava adorável, e Anahí percebeu pelo brilho nos olhos de sua mãe que ela se apaixonara por ele na mesma hora.

― Anahí, onde você conseguiu um bebê tão lindo? ― Maria Mendoza se inclinou sobre Gabriel para vê-lo melhor. Enquanto isso, José vinha à porta para ver quem estava tocando. Quando viu Anahí e o bebê, se juntou a eles na varanda.

― Que bebê lindo ― comentou ele. ― Está tomando conta para quem?

Anahí olhou do pai para a mãe. O casal era apaixonado há mais de trinta anos, e esse amor mantinha os dois jovens e vibrantes, mesmo nos momentos difíceis. Aos 62, Maria tinha o corpo esbelto e cheio de curvas de uma mulher vinte anos mais nova. A pele rosada mal tinha rugas e o cabelo preto tinha poucos fios brancos. Ela ainda era uma mulher muito bonita, e fazia um par perfeito com José que, na opinião de Anahí, era o homem mais bonito e distinto em São Paulo .