Fanfic: UM PEQUENO FAVOR AYA finalizada

A imagem de Alfonso, alto, bronzeado e musculoso, tirando a roupa para ir para a cama, pipocava na cabeça dela como o trailer de um filme erótico.

Gemendo, Anahí se soltou dele e se virou para o carrinho de Gabriel.

― Abra a porta, por favor. Vou levar Gabriel para dentro. E você vai embora ― disse ela.

― Embora! Ainda nem terminei meu café ― reclamou ele.

― Tenho certeza de que pode fazer outro quando chegar em casa ― disse ela ao empurrar o carrinho para a porta.

Casa. Nunca pensara naquele maldito apartamento como sua casa. Era solteiro. Nunca quisera um lar nem pensara em como deveria ser um. Refeições à mesa e uma esposa bonita a sua volta nunca estiveram nos planos de Alfonso. Mas esta noite, esta velha casa parecia um lugar onde queria ficar e queria que Anahí fizesse muito mais do que apenas ficar a sua volta.

― Tudo bem ― disse ele contrariado. ― Vou embora. Mas se você acha que simplesmente podemos voltar a ser velhos amigos de faculdade, perdeu a cabeça.

Com isso, ele abriu a porta e ajudou-a a empurrar o carrinho para a cozinha. Uma vez lá, Anahí se apressou para a sala, com Alfonso logo atrás.

― Eu acabei de perder a cabeça ― murmurou ela. ― Por beijá-lo daquele jeito.

A expressão dele era exasperada.

― Bem, com certeza não pareceu um beijo de amigos. ― Empurrando o carrinho para perto do sofá, ela tirou o mosquiteiro que colocara sobre o bebê e afastou-o. Sem olhar para Alfonso, ela disse:

― Você sempre me disse que julgo mal os homens. Estou considerando seu conselho para não cometer outro erro com você!

Enquanto Alfonso ia para a porta, ele sabia que estava soltando fogo pelas ventas.

― Erro! Pela primeira vez na vida está se permitindo agir como uma mulher, em vez de uma... babá! E você chama isso de erro! Vou embora.

Anahí se encolheu quando a porta bateu e, depois, cobrindo o rosto com as duas mãos, se jogou no sofá. Seu corpo todo estava tremendo e não conseguia respirar direito. Não sentiu alívio até que as lágrimas começassem a rolar.

Na manhã seguinte, Anahí ainda estava na cama quando escutou alguém batendo na porta.

Com um resmungo sonolento, ela vestiu um robe de algodão e atravessou a sala cambaleando.

― Quem é? ― perguntou ela enquanto tirava o cabelo do rosto.

― Sua irmã, Dulce.

Ah, Graças a Deus, pensou ela. Por um segundo, temeu que fosse Alfonso, e com certeza não estava a fim de encará-lo esta manhã.

Atrapalhando-se com a fechadura, ela finalmente conseguiu abrir a porta e convidar sua irmã para entrar.

Aos 32 anos, Dulce era a mais velha das irmãs Mendoza. Ela também era extremamente elegante, alta e esbelta, com cabelo castanho-escuro sobre os ombros. Ela era uma executiva muito inteligente, e seu emprego na Fortune-Rockwell a levara direto para o amor de sua vida: Christopher Rockwell.

― O que está fazendo aqui tão cedo? ― perguntou Anahí enquanto entravam. Dulce e Christopher acabaram aparecendo no churrasco dos pais dela, e a comida ainda estava na mesa, e todos ficaram felizes em vê-los apesar da hora.

― Nós nos vimos ontem.

Dulce carregava uma saca branca com a logomarca de uma padaria local.

― Com Maite e Jack lá, não consegui conversar com você. E achei que fosse gostar de dividir uma torta de maçã comigo. Também tem rocambole de canela e bomba de chocolate.

Anahí fitou a irmã, que estava vestida com um terno com listras finas, e tinha a aparência profissional e bonita ao mesmo tempo.

― Meu Deus, você deve realmente estar doida por açúcar esta manhã ― exclamou Anahí.

― Tenho um dia cheio pela frente. Preciso de energia extra ― disse ela ao olhar para a cozinha. ― Tem café pronto?

Balançando a cabeça, Anahí acenou para Dulce segui-la até a cozinha.

― Não, eu ainda estava na cama quando você bateu na porta.

Dulce colocou a saca de guloseimas sobre a mesa e se virou para observar Anahí fazendo o café.

― Poxa. Você não é de ficar na cama até sete e meia. O que houve? Insônia de novo?

Anahí assentiu. Há anos, tinha problemas para dormir. Sua mente às vezes se recusava a desligar, e na noite passada fez serão. Mas diferente de outras noites em que sua insônia fora causada pelo trabalho ou problemas de família, desta vez a causa foi Alfonso.

― É. Acho que só consegui dormir umas cinco horas da manhã. Aí Gabriel acordou querendo mamar. Quando acabei de alimentá-lo e colocá-lo na cama, estava tão exausta que voltei a dormir.

Dulce lançou um olhar de desculpas para a irmã.