Fanfic: UM PEQUENO FAVOR AYA finalizada

― Linda, as coisas que você faz para mim.

Os lábios dela chegaram ao queixo dele e ela parou tempo suficiente para passar a língua pela barba dele.

― Bem, é melhor levantarmos para jantar. ― Virando-se para ela, ele sussurrou:

― A comida pode esperar.

Na manhã seguinte, Anahí foi até São Paulo para fazer compras na Babies Unlimited, uma loja às margens do rio que vendia tudo, desde roupas e alfinetes, até berços e balanços.

Na última semana, lentamente ela vinha tentando transformar o quarto ao lado do seu em um quarto de bebê. Colocara papel de parede com desenhos de palhaços e pendurara cortinas com xadrez azul e branco. Tudo que faltava agora para ser usado era o berço, e ela queria que esse fosse especial.

Depois da tempestade que caíra a noite toda, a manhã estava clara e limpa. O sol quente batia em seus braços e pescoço enquanto empurrava devagar o carrinho de Gabriel pela margem do rio.

― Anahí! É você?

Ouvindo a voz de mulher a alguma distância atrás de si, Anahí parou para olhar e ficou surpresa de ver sua irmã Maite acenando.

― O que está fazendo aqui? ― perguntou ela ao se aproximar de Anahí.

Como de costume. Maite estava muito bem vestida em um conjunto verde, e sua maquiagem estava perfeita como seu cabelo. Comparada à sua irmã mais velha, Anahí se sentia desajeitada com seus jeans e rabo-de-cavalo. Mas Alfonso a achava bonita. Pelo menos, ele dissera isso e era tudo do que Anahí precisava.

― Vou à Babies Unlimited. O que está fazendo? ― Ela olhou para o relógio. ― Por que não está trabalhando?

Maite franziu o nariz.

― Estou trabalhando. Mas pedi para uma assistente tomar conta por alguns minutos. Queria ver os móveis que a Babies Unlimited tem. Consegue acreditar que nós duas tivemos a mesma idéia esta manhã?

Sua irmã deu a volta no carrinho e se abaixou no nível de Gabriel.

― Ah, Anahí, ele está ficando cada vez mais lindo. ― Ela pegou a pequena mão de Gabriel  e beijou-a. ― Ele vai ser um menino muito bonito.

O coração de Anahí se encheu de amor e orgulho.

― Também acho.

Levantando-se, Maite encaminhou-se para um banco vazio do parque sob um carvalho.

― Vamos nos sentar um minuto ― sugeriu ela. ― Antes de andarmos pela loja.

Anahí seguiu a irmã e quando se sentaram, Maite pegou sua mão e apertou-a.

― Tenho pensado muito em você nos últimos tempos, mana. Como estão as coisas? Ter Gabriel por perto ajudou a tirar Rodrigo de sua cabeça?

Anahí quase riu. Se Maite soubesse como sua vida tinha mudado desde que Alfonso estava passando algumas noites com ela. Pela primeira vez, se sentia uma mulher, se sentia importante para alguém.

― Nem me lembro mais de Rodrigo. Estou... ótima. Ótima mesmo ― acrescentou ela com um sorriso.

― Isso deve ser verdade ― disse Maite ao olhar o rosto brilhante de Anahí. ― Deve estar dormindo melhor.

Mais uma vez, Anahí quis rir. O que sua irmã acharia se soubesse sobre as deliciosas noites que passou nos braços de Alfonso? Dormir tem sido a última coisa em sua cabeça.

― Ah, muito melhor. Não consigo entender, mas já faz dias que não preciso levantar para tomar um leite quente ou ler um livro ― disse ela de forma tão normal quanto possível.

― É bom escutar isso. Deve ser o bebê ― raciocinou ela. ― Não preciso perguntar. Dá para ver o quanto você ama Gabriel. E é nisso que tenho pensado... Imaginando o que planeja fazer com ele.

Anahí franziu a testa.

― Neste momento, ele é meu filho adotivo. ― Maite assentiu, preocupada.

― Sei. Mas isso é suficiente para você? E se o Juizado de Menores quiser colocá-lo em algum outro lugar?

― Eles podem. Mas não vejo razão para isso.

― Você é mãe solteira ― disse Maite. ― Podem encontrar uma família normal para ficar com ele.

Ela e Alfonso eram uma família normal, pensou Anahí. Pelo menos tão normais quanto um homem e uma mulher podiam ser sem serem casados. Mas ainda não estava pronta para confessar para sua irmã que Alfonso estava passando as noites em sua casa e que poderia se apaixonar pelo advogado.

Olhando para o estreito rio, Anahí disse de forma desafiadora.

― Posso dar a Gabriel tudo de que ele precisa.

― Ok. Mas e se a mãe quiser pegá-lo de volta? Você ficaria arrasada.