Fanfic: • undєr prєssurє ♥ vondy ♥ [Terminada]

Se alguém dissesse para ele que Christopher, um agente veterano que já havia passado por diversas experiências, estava nervoso por causa de um ladrão de museus ele não acreditaria. E ele estava. Sem contar o medo de que algo acontecesse e que nem ao menos pudesse ver os olhos de Dulce pela última vez. Mas é claro que existia uma diferença crucial dessa do que das outras vezes: estava apaixonado e isso mudava tudo. Agora sua morte significava muito mais do antes. Significava nunca mais ver, tocar a mulher que amava. E só de imaginar aquilo sentia uma dor perfurando seu coração levando-o a um estado de loucura.

- Chegamos.

Saindo de seus pensamentos e tentando esquecer a dor, ele saiu do carro e encarou o Louvre. Tudo havia começado por causa dele e agora terminaria por causa dele. Não teria mais a obrigação de seguir a Dulce depois disso. Seria livre para ir e vir, mas não iria.

Alfonso – Cercamos o prédio. Você entra.

Ele somente assentiu, entrando nervoso, logo depois se encaminhou a Mona Lisa. Era hoje.

Cobriu o rosto com a mascara preta. Não tinha mais escolha, não tinha como voltar atrás. Daria a Christopher a pior noticia de sua vida e ele odiaria. Mas suas opções haviam acabado e sabia que não poderia mais fazer nada. Aquela pequena esperança de que o senhor seria pego antes de que tivesse que se mostrar havia morrido a tempos. Sabia que ou roubava o quadro ou falhava e destruía tudo. Mas não ia falhar. Não tinha como falhar. O museu estava cercado e já havia sido um milagre passar pela segurança. Andando lentamente até a Mona Lisa rezou. Era hoje.

Era estranho como o Louvre parecia menor, agora ele já conhecia cada canto daquele lugar. Encarando o talvez sorriso da Mona Lisa, Christopher pensou se não estava errado. Durante a vida o que lhe importava era o trabalho. Não ficava mais do que dois ou três minutos pensando em alguma outra coisa. Amava o trabalho, pensou feliz, pensar no trabalho não era desgastante, mas poderia ter perdido seu tempo pensando em outras coisas também. Ele começou a andar pelo andar, se distanciando da Mona Lisa. Começou a olhar outras obras de arte que estavam no mesmo andar até que ficou bem longe da Mona Lisa.

O ladrão viu Christopher se distanciar da Mona Lisa distraidamente. Fechou os olhos e respirou fundo, chagando perto da Mona Lisa. Ela ficava em uma parece, cercada por uma caixa de vidro. Não podia quebrar a caixa, pensou. Abaixou-se e começou a procurar, sem tocar no vidro, uma pequena caixa onde todos os fios que ligavam aquela caixa de vidro ao alerta de segurança estavam. Era só cortar o fio certo, e então quebrar o vidro não seria mais um problema tão grande, passou a mão coberta pela luva pelas laterais do vidro, até que achou a caixa. Separando o fio certo, tirou um alicate da bolsa. Fechou os olhos e cortou o fio. Nada aconteceu. A primeira fase tinha passado.

Christopher demorou a perceber que estava muito distante da Mona Lisa. Começou a fazer o caminho de volta, ainda distraído, quando ouviu o vidro se espatifando. Começou a correr pensando que era agora. Finalmente tudo aquilo ia acabar e ele poderia pensar tranquilamente. Chegou perto da Mona Lisa em segundos, a pessoa estava de costas e estendia a mão para tocar na pintura.

Christopher – Se você fizer isso, as coisas vão piorar muito, amigo.

Ele disse andando até o ladrão. A mão estendida do ladrão caiu, ele abaixou a cabeça, o que fez Christopher parar de andar um pouco. O ladrão estava pensando? Logo ele levantou a cabeça, e começou a correr para o outro lado, deixando de lado a Mona Lisa. Christopher o seguiu, estava muito perto para perder agora. Só faltava ele. Era o último. Ele aumentou a velocidade enquanto ele e o ladrão passavam pelos corredores. Estava indo para o elevador, Christopher deduziu, aumentando ainda mais a velocidade. Ia pegar esse cara. Ia lhe tirar a mascara e lhe dar socos na cara. Estava próximo do ladrão que tentava em vão despistar Christopher, com a respiração pesada, qualquer percebia que aquilo o estava cansando, percebendo a fragilidade do outro, Christopher se jogou por cima dele, agarrando-o pela cintura e puxando para o chão. Um gemido torturado de dor escapou da boca do ladrão quando Christopher caiu em cima dele. Christopher sentou-se em cima do ladrão, uma perna de cada lado do corpo do mesmo, se preparando para tirar a mascara e dar um soco ao mesmo tempo. O que não esperava era que com um jogo simples de pernas o ladrão passasse por cima dele, invertendo as posições, levantando logo em seguida e saindo correndo antes mesmo que ele pudesse raciocinar.

Levantando tão rápido quanto caiu, não demorou mais do que alguns segundos para Christopher alcançar novamente o ladrão, agora perto do elevador. Começou a correr, enquanto o ladrão apertava o botão do elevador desesperadamente rápido, olhando para trás sempre que podia, quando viu Christopher chegar muito perto e o elevador não chegar, resolveu ir para a escada, mas antes que pudesse fazer algo, Christopher já havia puxado novamente sua cintura.

Christopher – Surpreso?

Mas ninguém poderia estar mais surpreso que o próprio Christopher. Era uma mulher, as curvas não o enganavam, usava algo para que os seios não aparecessem, mas era uma mulher. Respirando fundo, Christopher segurou mais forte a ladra enquanto essa tentava fugir.

Christopher – Vamos ver o seu rosto agora?

E puxou a mascara preta com a mão direita, enquanto a esquerda ainda segurava a ladra, que parou de se mexer, em choque. Christopher encarou os olhos castanhos arregalados, enquanto via os longos e ruivos cabelos caírem pelas suas costas e formarem uma bela moldura ao rosto bonito. Christopher franziu o cenho, não acreditando naquilo.

Christopher – Dulce?

A voz dele saiu tão nervosa e torturada que Dulce começou a chorar naquele instante. Vendo as lagrimas dela, Christopher sentiu-se perto das suas, por isso soltou a cintura de Dulce e não moveu um músculo quando a viu cair sentada no chão, chorando compulsivamente.

Dulce – Eu... Posso explicar.

Christopher – E existe alguma explicação para isso? - Ele abriu os braços, revoltado. – Não, não existe. Levante.

Dulce começou a levantar enquanto ainda implorava:

Dulce – Só me escute, Christopher, por favor, não custa nada.

Christopher – Vire de costas.

Dulce – Chris – ela continuou enquanto obedecia – me escute, por favor, eu preciso explicar, eu preciso falar...

Mas ela sentiu as algemas em um de seus pulsos.

Christopher – Não duvido que tenha uma explicação, mas eu não vou ouvir agora. – Ele prendou o outro pulso, ouvindo o choro de Dulce, fechou os olhos, aquilo o machucava mais do que poderia imaginar- você está presa por formação de quadrilha, invasão de privacidade e roubo. Tem algo que eu ainda não saiba sobre você, Dulce?

Ele perguntou sentindo agora as suas lagrimas enquanto ouvia os soluços dela. Não conseguiu ouvir a resposta estava ocupado demais pensando em o que faria de agora em diante.