Fanfic: DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1° Fase (TV ABREV - Novela Reprise) (FINALIZADA)

Ricardo levou uma bronca terrível de Geraldo, que o colocou de castigo. Guilherme e Renata procuravam um lugar pra ficar e por sorte, Marilda, ao vê-los rateando por perto da casa, chama Patrícia:

Marilda:- São amigos de vocês?

Patrícia:- São.

Marilda:- Por que não avisaram? Vá lá chamá-los!Não é bom que eles fiquem no sereno.

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Arlindo e Ofrásia são pobres, moram num barraco de invasão e mesmo levando uma vida muito simples, tem uma caravan escura que mesmo às vezes os deixando a pé, ainda serve pra passear:

Arlindo:- Que você acha da gente ir a praia?

Ofrásia:- Agora?

Arlindo:- Ué...o que tem de errado?

Ofrásia:- Ta bom, então. Vou preparar nosso rango.

Vanessa acorda, se espreguiça e vai até a cozinha. Ainda é madrugada:

Vanessa:- Quero ir junto.

Ofrásia (grita):- Arlindinhoooooooooo.

O irmão mais novo de Vanessa acorda assustado, se senta na cama e pergunta:

Arlindinho:- Tiroteio?

Vanessa:- Vira essa boca pra lá, lacraia. A gente vai dar um role na praia.

Arlindinho:- Não vou poder...

Arlindo:- Por que não?O carro ta uma beleza.

Ofrásia:- Uma beleza não ta, mas quebra um galho.

Arlindinho:- Tenho trabalho o feriado inteiro.

Vanessa:- Então vê se cuida bem da casa e não traz mulher nenhuma aqui.

Jurema, nora de Ofrásia, não pode descer a serra, mas deu permissão as filhas. Arlindo está dando uma olhada no pneu e Arlindinho ajuda o pai a colocar as mochilas com roupa e comida no porta-malas.

Vanessa não suporta as sobrinhas e por isso as maltrata:

Vanessa:- Eu fico na janela, suas perebentas.

Taís:- Eu vou contar pra vó que você me chamou de perebenta.

Vanessa:- Pode contar.

Taís (berra):- Ô vó...

Ofrásia vai até a janela onde está a neta e pergunta:

Ofrásia:- Que foi?

Josenilda, cujo amante traficante foi preso, está voltando para Curitiba de mala e cuia. Nada discreta, berra:

Josenilda:- Amigaaaaaaaaaaaaaaa.

Arlindo coloca as mãos no coração e quando vira-se de costas, avista Josenilda e seus cinco filhos, incluindo o bebê de colo que está com 2 meses de idade.

Arlindo:- Voltou, Josenilda?

Josenilda:- O Bê foi preso.

Ofrásia:- Tava demorando. Você, hein, Josenilda, não se endireita nunca...

Josenilda:- Estão se mudando?

Arlindo:- Quem dera!Estamos indo dar um rolé na praia.

Josenilda:- E não me convidaram?

Ofrásia:- E quem ia adivinhar que você ia voltar?Achei que estivesse as mil maravilhas com o Bê.

Josenilda:- A gente tava, né, mas ele foi preso e a gente voltou pra cá... Vou ficar lá no meio do mato?Bem capaz.

Josenilda não deixa Arlindo fechar o porta-malas e coloca seus pertences.

Josenilda:- Ainda bem que peguei vocês a tempo. (para seus filhos) Vão entrando enquanto eu vou chamar o Cauê.

Vanessa dá um muxoxo e reclama pra quem quiser ouvir:

Vanessa:- Desgraça pouca é bobagem. Daqui a pouco só falta o carro enguiçar, aí ta feita a festa.

Josenilda acordou Cauê e Ofrásia colocou o vira-lata Pitoco no colo. Arlindo dá a partida no carro.

Arlindo escolheu ir a Guaratuba pela BR 376 que conduz até SC porque lá não há pedágio, ao contrário da BR 277 e o tráfego foge do normal porque ainda há muitas pessoas que pretendem viajar.

Depois que a estação de rádio Malacubaca FM (rádio do povão) não sintoniza mais, começa uma briga das feias por causa da música.

Arlindo coloca sua fita de música sertaneja e Vanessa, que só gosta de axé e funk proibidão, torce o nariz:

Vanessa:- Ai pai, tira essa coisa aí, por favor.

Taís:- Vô, ta chato.

Vanessa coloca uma fita de funk besteirento e Ofrásia cruza os braços:

Ofrásia:- Eu não sei se sobrevivo até Garuva ouvindo isso.

Josenilda:- O Bê adorava essa música.

Josenilda acende um cigarro e tem uma crise de choro:

Josenilda:- Ele sabia cantá-la inteirinha.

Arlindo:- Você voltou pior do que quando foi embora. Eita Josenilda, até parece que você tem um imã pra traste.

Ofrásia se irrita e tira a fita de Vanessa. Cauê dá uma fita de rap gravada pelos manos da comunidade:

Cauê:- Agora sim vocês vão ouvir música decente.

Vanessa:- Como se você fosse...

Josenilda joga uma bituca de cigarro na estrada e reclama:

Josenilda:- Ê música ruim...Ê Cauê imprestável...

Josenilda tira uma fita de forró do sutiã e a beija:

Josenilda:- Melhor lembrança do Bê. Essa fita aqui ele me deu no dia que a gente se conheceu. Já que você gosta de forró, Ofrásia, coloca aí.

A vocalista tem uma voz extremamente insuportável, mas Josenilda e os filhos estão adorando as músicas:

Ofrásia:- Que cheiro ruim de óleo queimado, Arlindo. Será que é do nosso carro?

Arlindo:- Fica fria, Ofrásia. Esse carango aqui pode até ser velho, mas não ta morto não.

Josenilda canta junto com a música e a amiga de Ofrásia está muito longe de ser afinada:

Josenilda:- Porque um dia você vai me procurar e eu vou dizer não e te esnobaaaaaaaaaaaar...

A caravan enguiçou em plena serra e por perto não há nenhuma oficina mecânica, ainda mais às 04:00 da madrugada.

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Meire não dormiu por causa de Tita e mesmo sendo sábado, vai ao C.E.P.E.M. procurar por Raimunda. A diretora e seu sobrinho moram num casebre dentro da instituição de ensino para reforçar a segurança.

Raimunda não é casada e jamais teve filhos. Mulher de manias bizarras, pouco sabem sobre sua vida. Após fazer sua sessão de caminhada matinal ao redor da escola, encontra Meire no portão e vai recebê-la:

Raimunda:- Bom dia!

Meire:- Bom dia!A senhora poderia me dizer onde posso encontrar a diretora do colégio C.E.P.E.M.?

Raimunda:- Está falando com a própria.

Meire:- Quero esclarecer algumas dúvidas sobre essa viagem pra Ilha do Mel. Quero o telefone de onde...

Raimunda:- Mais uma.

Meire:- Como assim?

Raimunda abre o portão do colégio e com uma expressão preocupada, conduz Meire até o casebre:

Raimunda:- Mais uma que caiu nessa história de viagem.

Meire:- Então não há viagem nenhuma?

Raimunda:- Se houvesse, consequentemente, a coordenação agendaria com antecedência, cara mãe de família. Lamento pelo ocorrido.