Fanfic: DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1° Fase (TV ABREV - Novela Reprise) (FINALIZADA)

Vanessa levou Tita para outra
noitada e Márcio também foi convidado.

Na quarta-feira de cinzas, Renata
teve noção de que precisaria ir para casa dar uma boa explicação do
sumiço:

Vanessa:- Se ela encher o saco,
manda ela tomar naquele lugar e vem morar comigo.

Renata:- Sério?

Vanessa:- Porra, eu conheço uma pá
de gente que pode te ajudar.

Renata:- Nem queria voltar, mas
fazer o que, né?

Renata bate a campainha. Meire
está enxugando a louça do almoço quando ouve o barulho e abandona os
afazeres.

Antes de atender a porta, quer se
certificar de que é mesmo Tita quem está do outro lado. A raiva faz a mãe
receber a filha com uma forte bofetada no rosto.

Meire coloca Renata para dentro de
casa, fecha a porta e segurando a adolescente entre os braços, grita:

Meire:- Onde é que você tava?Onde
é que você tava?

Renata (berra):- Me larga,
víbora!Me larga!

Meire enche a filha de tapas e
interroga a menina aos berros estridentes:

Meire:- Onde é que você passou
todos esses dias, hein, sua vagabunda?Pensa que eu não vi você na tv, sua
putinha?

Renata:- Mais puta é quem me
fala...

Meire:- Deu bastante pra ele,
depois vem pra casa fingindo que nada aconteceu?

Renata:- Não, `mãe`.

Renata se esquiva da mãe, que
percebe os piercings:

Meire:- Deve ter aprendido a fazer
programas, né?

Renata:- O que foi que aquela puta
gorda andou falando, hein?

Meire:- Se não fosse por ela, não
teria descoberto a psicopata que criei...Viajou pra puta que o pariu, fez sei lá
o que e ainda quer dar lição de moral?

Renata:- Não to dando lição de
moral nenhuma, ta?Viajei!Viajei sim e passei dias muito agradáveis com os meus
amigos, muito melhores do que apanhar porque queria entrar no mar. Entrei,
peguei onda, me diverti, saí pra balada e sim, mãe, coloquei piercing. Coloquei
porque aproveitei a oportunidade... Se dependesse de você eu teria 7 anos pra
sempre, mas é uma pena que eu tenha crescido porque agora eu não vou dormir na
hora que você quer, não me visto como você quer, não obedeço as ordens sem
questionar. Eu cresci, mas já faz muito mais tempo do que você pode pensar. Eu
cresci e você nunca respeitou meu espaço, mas querendo ou não, agora eu vou
falar o que sinto e você vai ter que me escutar...

Meire:- Se não quiser levar uma
surra, melhor ir pro seu quarto e só sair de lá quando eu mandar...

Renata:- Até parece!

Meire:- Por favor, vá já pro seu
quarto.

Renata:- EU NÃO VOU, PORRA. NÃO
VOU!

Meire:- Eu vou te surrar de cinta,
Renata. Você já passou dos limites.

Renata:- Sabe por que eu
menti?

Meire:- Porque você é uma
vagabunda ingrata, isso sim.

Renata:- Tomara mesmo que eu fosse
uma vagabunda ingrata a ser uma víbora opressora que me confunde com um cachorro
pra viver dizendo `não`, `não` e `não`. Meu nome deveria ser não de tanto não
que ouço desde que me entendo por gente. Sabe por que eu menti?Porque eu nunca
fiz nada realmente por mim. Sempre vivi por você, pra você, pra ser o seu
exemplo, mas eu cansei de tentar ser o que não sou. Gostando ou não, essa sou
eu...

Renata apanha a mochila e vai para
o quarto. Quando se senta na cama, Meire arromba a porta com o cinto na mão e a
bate tanto que quem está do lado de fora pode ouvir os gritos de dor de
Tita.

Alguns minutos mais tarde, quando
Meire sai para ir ao mercado, Renata coloca alguns pertences na mochila e pelo
fato da porta ter sido trancada pelo lado de fora, pula a janela para desabafar
com Guilherme:

Guilherme:- Eu não
perdoava.

Renata:- Quero que aquela filha da
puta morra, isso sim.

Guilherme:- Você vai ter que ir
pra casa do seu pai?

Renata:- Não vou pra nenhum desses
lugares. Quero morar com você, Gui. Posso morar com você?

Renata, chorando novamente, abraça
Guilherme com força, mas ele não sabe como conduzir a situação:

Guilherme:- Não rola, Tita.

Renata:- Por que não
rola?

Guilherme:- Não dá, Tita. Você não
entende?

Renata:- Até tu, Brutus?Até
tu?

Guilherme:- Não quero problemas
com a sua mãe. Aquela discussão já bastou...

Renata:- O que eu faço?

Guilherme:- Se eu fosse você,
voltava pra casa, esperava a coroa se acalmar e me entendia com ela.

Renata:- Não quero saber dela
nunca mais. Quero que ela morra, se foda, se dane. Ela morreu pra
mim...

Desamparada, Renata segue rumo a
casa de Vanessa e elas vão ao funk:

Vanessa:- Quer morar aqui por uns
tempos?

Renata:- Quero...

Vanessa coloca cerveja para Tita
em um copo:

Vanessa:- Bebe um
pouco...

Renata:- Não quero. Quero
morrer...

Vanessa:- Que morrer que nada. Se
a gente morrer hoje vai ser de tanto dançar...

Renata:- Queria ter uma mãe que
nem a sua...

Vanessa (irritada):- Ai guria,
para de chorar!Amanhã a gente vai resolver tuas paradas e pronto, porra!O que
mais me irrita é ver gente chorando e se lamentando na minha frente. Não tenho
dó nenhuma... A vida só é dura pra quem é mole e de coisa mole eu não gosto
não...

Vanessa está ensinando Tita a ser
`piranha` e a garota, inocente demais para perceber que está entrando num
caminho sem volta, segue fielmente os conselhos da nova `amiga`:

Vanessa:- Se você ficar chorando
desse jeito, não vai conseguir nenhum tostão hoje...

Renata:- Como assim?

Vanessa:- Não me diga que você e o
Gui não...?

Renata:- Não... a gente não ta
namorando não faz nem um mês ainda...

Vanessa:- Mas antes
você...

Renata:- NÃO.

Vanessa:- Cruz credo!Quantos anos
você tem?

Renata:- 15. Por quê?

Vanessa:- Eu, aos 14, já fazia
duplo anal e me sentia uma santinha e daí me vem você, com 15, ainda quase BV?Em
que mundo você vivia?

Renata:- O que tem de errado com a
minha castidade?

Vanessa:- Você pretende ser
freira?

Renata:- Esse é um assunto que eu
não gosto de conversar. É muito pessoal...

Vanessa foi criada na malícia e
quer levar Tita a trilhar o mesmo caminho, embora nesses instantes Renata
demonstre atitude e seja repelida.

******

Eny está sentada na mesa da
cozinha de Ofrásia conversando com os pais de Vanessa:

Ofrásia:- Ele saiu com a Vanessa,
mas ta vivo, bem e com medo de enfrentar você e o Darci.

Arlindo:- Vocês não vão bater
nele, vão?

Eny:- Não...

Ofrásia:- Eny...

Eny:- O Darci se faz de durão, mas
é o que mais sente falta do Márcio. Chora, mas quando eu procuro saber por que,
desconversa.

Márcio não estava com espírito pra
aguentar as investidas das putas e está ouvindo a conversa atrás da porta do
único e decadente banheiro da casa:

Eny (chorando):- Se ele soubesse
que o amamos tanto, tanto, tanto, que a gente queria poder dar tudo que ele
sempre sonhou, mas mesmo sem condição, tem amor dentro daquela casa...

Márcio está se sentindo
desnorteado desde que soube da `morte` de Cristina e mais ainda porque a
abstinência o levou a cometer um grande erro.

Quando bate a porta de casa, quem
atende é Darci e ao contrário das outras vezes, em que foi recebido a pancadas,
o homem deixa derramar uma lágrima e Márcio tem uma crise de choro. Darci o
abraça.

Eny vê o reencontro de pai e filho
e agradece a Deus:

Eny:- Obrigada, Senhor.
Obrigada!

Darci e Eny levam Márcio ao culto
e o Pastor Wagner faz uma oração especial, o recepciona novamente e o aconselha
a manter-se longe de más companhias, mesmo que ninguém possa compreender a razão
da tristeza que invade Márcio.

À noite, deitado de barriga para
cima, Márcio reflete sobre os fatos dos últimos dias:

Márcio:- Será mesmo que depois de
todas as burrices que cometi, Jesus ainda morreria por mim?

Cristina já voltou para Curitiba e
sem desejar ser incômodo para ninguém, resolve ir a aula no dia
seguinte.

Márcio caminha desanimado,
tentando pensar em Jesus pra não enlouquecer e é então que reconhece aquele
timbre que o faz estremecer:

Cristina:- Márcio...

Márcio percebe que já ouviu aquela
voz feminina antes:

Cristina:- Márcio...

Quando se vira de costas encontra
Cristina sorrindo e por um segundo até pensa que está atordoado ou sonhando, mas
não está.