Fanfic: Uma lição de amor

Acordei dos meus devaneios quando Vivian acordei. “É a hora de arrancar informações!”, pensou comigo. Vivian sempre se deixava persuadir quando eu insistia em sair. Então ataquei:
- Bom dia Vivian!
Vivian: Oi senhor bom humor. - sorriu de volta.
Sorri e como quem não quer nada perguntei:
- Oh Vivian será que vc pode me tirar uma dúvida? - ela assentiu olhando meu soro. - Como ta aquela garota que sofreu o acidente e eu fiz a transfusão de sangue... Carlos só me disse que a cirurgia acabou bem.
Vivian: Exatamente. - assentiu.
Não estava funcionando, precisava ser mais direto nas perguntas se quisesse receber as respostas desejadas.
- Mas como ela ta? Ela acordou? E a história do suicídio é verdade?
Vivian ficou séria e pensei que ela fosse me responder, mas ela simplesmente disse:
- A garota esta bem, agora chega de perguntas.
Poncho: Ah Vivian, por favor.
Vivian: Não! - respondeu firme.
Poncho: Anda Vivian me diz quem é a garota, o nome dela pelo menos. - implorei dando um dos meus melhores sorrisos, normalmente funcionava quando eu queria sair do quarto.
Vivian: Chega Alfonso, vc sabe que não posso falar sobre os pacientes com outros pacientes.
Poncho: Mas me responde pelo menos... Ela realmente tentou se matar? - perguntou tendo certo medo em ouvir as resposta.
Carlos: Vivian pode sair. - ele disse entrando no quarto.
Vivian obedeceu e Carlos perguntou:
- Como ta se sentindo hoje?
Poncho: Bem! - respondi num suspiro dando de ombros.
Ele fez alguns exames e quando estava anotando algumas coisas na sua prancha uma enfermeira entrou.
- Doutor Carlos, a paciente do quarto 36 acordou, disse que quer falar com o senhor e ir embora.
Eu fiquei atento, quarto 36 era onde estava a tal garota do acidente, ou a garota do suicídio como alguns diziam mesmo sem ter certeza se a história era verdadeira. Só ela ia poder confirmar e agora que acordara iríamos saber a verdade. Carlos suspirou dizendo:

Poncho: Bom dia pra vc também.
Carlos sorriu e se retirou da sala me deixando sozinho com meus pensamentos e duvidas.


“Maldição!”, foi à primeira coisa em que pensei ao abrir meus olhos.
Meu corpo todo doía, minha cabeça parecia rodar, mas eu estava completamente lúcida e consciente. Me lembrava do dia do acidente. De Mai me pedindo pra me manter sóbria por causa da tal garota, de perambular pelo shopping tentando me distrair, da briga com a minha mãe e por fim da batida.
Suspirei quando Carlos entrou. Nenhum anjo teria a aparência dele ou o demônio não apareceria pra mim daquela forma então conclui uma coisa. Eu havia sido salva. De novo.
Carlos: Como se sente Anahí?
Annie: Péssima. - respondi num murmúrio.
Carlos: Vc sofreu um grave acidente, realmente jogou o carro contra aquele poste?
Ele parecia surpreso, como se não me conhecesse. Como se eu nunca tivesse vindo parar aqui antes.
Annie: Sim! - respondi com amargura sem me importar com a cara de pena que ele fez, mas ele apenas suspirou sem dizer nada, ele sabia que não havia o que ser dito.
Carlos: Vc é tão jovem Anahí não devia fazer essas coisas com vc e as pessoas à sua volta.
Annie: Por que não me deixou morrer? - perguntei virando o rosto pro lado, as lágrimas inundando meus olhos.
Carlos: Minha obrigação como médico é salvar vidas Anahí, não colaborar para acabar com elas.
Annie: Te garanto que minha mãe teria premiado vc se tivesse cometido algum erro durante a cirurgia e eu tivesse morrido. - respondi amargamente.
Carlos: Não vou discutir com vc sobre isso, só quero que saiba que passou por uma difícil cirurgia e chegou muuuito perto do que queria, teria morrido se não tivesse recebido transfusão de sangue.
Annie : Hum! - respondi dando de ombros sem me importar.
Carlos: Vou te deixar sozinha, qualquer coisa chame a enfermeira. - ele me disse e eu apenas assenti antes dele sair.

Nos dias que se seguiram descobri que uma enfermeira chamada Vivian atendia diversos pacientes, conversei com ela e curiosa pra saber quem era o paciente especial que Carlos falara perguntei quem era mais atendido por ele. Então ela me contou de um rapaz que precisava de um transplante e que ele e Carlos eram amigos, na certa era desse rapaz que ele falara. Eu não sabia o nome dele, só soube que ele era bem conhecido entre as enfermeiras por ser charmoso e ter pinta de galanteador. Pra mim ficou conhecido como o cara do transplante.
Maite veio me visitar quase todos os dias junto com Derrick. Eu sabia que ela estava brava comigo e que já sabia que o acidente não foi acidente. Em um dia desses dias ela trouxe a tal garota que eu ia conhecer. O nome dela é Dulce e ela também me olhou com pena quando soube da história, mas não disse nada, acho que por não nos conhecermos. Nós duas conversamos pouco, pois, logo ela se retirou pra ver um amigo que também esta internado aqui e não me preocupei em saber quem era.
Minha mãe por sinal ao contrário deles não veio me ver nenhuma vez, eu não fiquei triste, ao contrário, fiquei feliz porque ela era a única pessoa que eu queria ver.