Fanfic: Uma lição de amor

Depois de uma semana internada eu finalmente recebi alta do meu médico. Já estava vestida e pronta pra ir - não muito feliz porque veria a cara da minha mãe - quando Carlos entrou me chamando:
- Anahí! - me virei olhando pra ele.
Carlos: Antes de ir pode vir um instante comigo?... Quero que conheça uma pessoa.
Any: Quem? - questionei estreitando meus olhos.
Carlos: Alguém que enquanto vc enfia o carro num poste tentando se matar, luta bravamente para permanecer vivo ao lado das pessoas que ama. - me respondeu sério.
Any: Ta! - respondi dando de ombros e me levantei.
Segui Carlos por um corredor, virando outro em seguida. Entrei no elevador e sai no andar de cima. Ele virou à direita e entrou numa porta. Eu parei e o vi falando com um rapaz.
- Trouxe uma pessoa pra vc conhecer.

- Quem? - ouvi o rapaz perguntar desviando os olhos da t.v.
Carlos se virou me apontando e eu pude ver direito o rapaz. Ele tinha cabelos negros ondulados nas pontas, os olhos pareciam ser claros, mas da distância onde eu estava não dava pra ver a cor. Tinha um belo rosto, uma boca que me chamava estranhamente à atenção e os braços eram fortes. Ele era lindo! Constatei sentindo meu rosto arder tanto por isso tanto pela forma como ele me olhava, como se já me conhecesse.

Reconheci a garota assim que Carlos a apontou pra mim. Era a menina do acidente, constatei sentindo-me ofegante. Ela me olhava numa mistura de medo e curiosidade. Como se ela fosse uma criança e eu algo que ela desconhecia e acabava de descobrir a existência. Será que ela sabia quem eu era? Ou não sabia nada de mim, como eu não sabia dela. A única certeza que eu tinha é que ela era linda, muito mais linda acordada do que inconsciente. Estreitei meus olhos tentando ver a cor dos olhos dela, mas estava difícil pela distância.
Vi quando Carlos se aproximou dela e ela entrou no meu quarto envergonhada.
- É dele que as enfermeiras falaram pra vc... Vou deixar vcs à sós
A garota assentiu e Carlos saiu. Eu me sentia um idiota por não conseguir tirar os olhos dela e me sentia mais idiota ainda por não conseguir dizer nada, mas vendo que ela estava na mesma situação que eu não me senti tão desconfortável assim. Bom, como eu sou o “dono” do quarto, achei melhor falar primeiro e ser cavalheiro.
- E ai tudo bem? - perguntei casualmente.
Any: Sim! - ela concordou com um aceno de cabeça se aproximando.
Então pude ver a cor dos olhos dela e sorri por dentro. Eu tinha acertado, ela tinha olhos claros. Olhos azuis, belos olhos azuis. Acho que seria capaz de ficar o dia todo olhando pra eles.
Poncho: Então vc é a garota do suicídio! - falei em voz alta e me arrependi no mesmo segundos com medo que ela se ofendesse. “Vc é um idiota Alfonso!”, pensei me recriminando.