Fanfic: Uma lição de amor

Era mais uma manhã de mau humor quando acordei com a voz de Carlos dizendo:
- Se troca filho, vc vai receber alta.
Poncho: Anahí não voltou, vc não percebeu? - perguntei com ironia. - Não precisa me tirar daqui. - respondi com o mau humor dos últimos dias.
Carlos: Eu só quero que entenda o que to tentando fazer.

Poncho: Se acha tanto que ela é má companhia pra mim porque me pediu ajuda pra salvá-la e porque nos apresentou? Achou que eu ia lhe dar uma lição de moral e ela viraria uma santa perfeita?... Pai, ela foi a única garota que não me olhou com pena, nem com preconceito, vc lembra do que aconteceu há 02 anos, quando quis namorar a Renata, mas se fosse escolher entre ela e Annie, vc escolheria a Renata que me rejeitou né? Sendo que ela é esnobe e bem mais má companhia do que a Annie. - esbravejei.
Carlos: Entendo sua raiva, mas tente me entender... Agora vá se arrumar. - respondeu e saiu.


O dia transcorreu como todos os últimos dias, onde eu ficava o dia todo deitada no sofá da casa da Mai vendo televisão. Eu sabia que a estava preocupando, mas pelo menos não tinha ânimo nem pra ir pra um bar.
À noite ela entrou na sala de banho tomado. Vestia um roupão, chinelo e os cabelos estavam molhados. Se abaixando ela me encarou com aquele olhar de pena e disse:
Mai: Eu tenho um encontro com o Derrick hoje à noite, tudo bem se...
Annie: Pode ir não esquenta! - respondi sem olhá-la sabendo o que ela pediria.
Mai: Vai ficar bem? - perguntou preocupada e eu assenti com a cabeça sem ânimo algum.
Annie : Vou estar nesse mesmo lugar quando voltar, eu garanto. - forcei um sorriso.
Ela se afastou não muito convencida, mas acabou indo se arrumar. Desceu uma hora depois linda completamente maquiada e arrumada. Derrick morreria ao ver como estava linda e senti inveja por ela ter pais compreensivos, por ser linda e ter um namorado louco por ela. Queria ser como ela por um dia pelo menos.
Ela se despediu e eu fiquei vendo televisão. Não sei em que momento cochilei, pois, acordei com meu celular.
- Deve ser a Mai! - estendi a mão e o peguei.
Eu reconheci o número assim que o vi no visão. Era do Poncho. Só de pensar no nome dele meu coração já disparou e minha garganta fechou, uma reação que sempre acontecia quando ele me ligava.

Respirei fundo e como das outras vezes recusei a chamada e joguei o celular no chão começando a chorar.
Uma angustia tomou conta de mim ao lembrar das palavras de Carlos e dos momentos que eu tinha passado com Poncho. Por mais que eu gostasse dele e adorasse sua companhia não podíamos ficar juntos. O pai dele e minha mãe tinham razão, eu não passava de um problema pra todos.
Me levantei do sofá não agüentando ficar mais deita e sai. Liguei o carro e pensei onde poderia ir. Sem Maite e Derrick, sem Poncho e sem meu pai, só existia um lugar pra onde eu poderia ir pra me sentir melhor.

Joguei o celular na cama furioso por Annie  não ter aceito a chamada de novo. Minha mãe abriu a porta dizendo:
- O jantar ta pronto.
Poncho: To sem fome! - respondi sem olhá-la.
Manuela: Filho esta tudo bem? - perguntou sentando na beirada da cama, eu assenti sem parar de rodar o boné no meu dedo. - É um belo boné, quem te deu? - perguntou sorrindo.
Poncho: Uma amiga! - respondi e senti uma dor no peito, cada vez que eu falava dela, mais sua falta eu sentia.
Manuela: Por acaso foi a tal garota do hospital que não foi mais te ver...
Poncho: Depois do que o meu pai disse, é ela mesma... Foi ela quem me deu o boné.
Manuela: Filho vc vai fazer novos amigos, não fica chateado assim, por favor. - pediu.
Poncho: Eu não quero novos amigos mãe, eu quero a Annie como minha amiga, eu nunca me senti bem com nenhuma garota como quando estou com ela. - respondi sério.
Manuela: Filho será que vc sente realmente só amizade por essa garota?
Poncho: O que quer dizer com isso? - a olhei confuso.
Manuela: Talvez vc sinta um interesse diferente de amizade quem sabe. - respondeu dando de ombros.
Poncho: Eu gosto da companhia dela mãe, é muito difícil o pai entender isso? - respondi sério.
Manuela: Eu vou conversar com ele prometo... Quando quiser o jantar ta na mesa ok?
Assenti suspirando. Quando minha mãe fechou a porta deitei na cama pensando “De que adianta ficar aqui ou no hospital, se to me sentindo preso do mesmo jeito?!”.

Entrei no bar e fui direto ao balcão, sentei na cadeira e joguei minha bolsa na cadeira ao lado. Ramon, o sócio do bar e um dos mais famosos Bar-mans do país me viu e perguntou sorrindo:
- Fala ai Annie o que vai ser hoje?
Annie: O de sempre... Qualquer coisa! - respondi passando a mão pelos cabelos ao sentar em frente ao balcão.
- Que tal começarmos por uma tequila? - perguntou sorrindo mostrando a garrafa.
Annie: Qualquer coisa Ramon! - respondi séria, eu só queria esquecer de tudo e aliviar minha cabeça.
Ramon: Beleza então, saindo uma tequila. - ele sorriu enchendo o copo pra mim.
Quando estendeu o copo pra mim virei de uma vez tossindo um pouco ao engasgar. Nunca ia me acostumar com o gosto daquela coisa. Peguei a garrafa que estava na mesa dizendo:
- Deixa a garrafa comigo, eu devolvo e peço outra coisa quando enjoar dessa.
Ramon: Ta! - respondeu e começou a preparar as bebidas para as outras pessoas.
Enquanto curtia a minha garrafa de tequila vi Ramon preparar diversas bebidas e notei que o fluxo de pessoas já tinha aumentado consideravelmente. “Há quanto tempo eu já estava aqui?... Ah não importa!”, pensei.
Ouvi um cara pedindo uma batida de pinga com frutas vermelhas, algo assim. A tequila já tinha surtido efeito, pois, as coisas começavam a se misturar. Virei mais uma vez meu copo de tequila, quando o vi.
Era o copo mais lindo que já tinha visto em toda a minha vida com a bebida da cor mais linda do mundo. Lilás. Ou era roxa?... Ah não importa! Estiquei a mão maravilhada, mas outra mão se apossou dela antes de mim.
- Ah eu queria aquela bebida! - fiz bico achando que seria capaz de chorar.