Fanfic: Uma lição de amor

No restante da semana Annie  e eu nos víamos todas as tardes. Apesar da vontade que eu sentia não voltou a rolar nada entre a gente. Acho que meu pai tinha conseguido estragar as coisas e fazer Annie ficar com o pé atrás. Ela ainda era a mesma de antes comigo, mas tínhamos voltado ao dia da praça. Apesar dos olhares nunca rolava nada e eu não me atrevia a investir e deixá-la acanhada. Mas de certa forma o clima de romance entre nós dois era gostoso. Pode parecer idiota, mas me sentia como o Romeu e ela a Julieta, mas não com uma guerra entre famílias e sim uma guerra onde éramos nós dois contra meu pai. No fim a situação era boa, pois, permitia-nos conhecermos melhor antes de tomar qualquer decisão que pudesse nos machucar.
Em uma daquelas tardes onde nos víamos tive uma idéia meio absurda.
- Ta atrasado 10 minutos! - comentou sorrindo fechando a porta da casa de Maite.
Poncho: É que hoje tenho uma surpresinha pra vc. - sorri estendendo o capacete.
Annie: Que surpresa? - estreitou os olhos.
Poncho: Vem, sobe que vc descobre. - sorri.
Annie colocou o capacete e obedeceu. Acariciei suas mãos entrelaçadas sobre minha barriga e senti quando ela apertou meus dedos. Podia vê-la corando e aquilo me deixava imensamente feliz. Acelerei a moto e saímos.
No caminho pensei em algumas coisas. Fiquei feliz quando minha mãe não mostrou implicância com Annie  e não se importou quando soube que estávamos saindo como “amigos”. Outras pessoas que me surpreenderam foram Maite, Derrick, Ucker e Dulce que de ambos os lados nos apoiaram. O engraçado é que parecia que eles escondiam um segredo de nós dois. Como uma coisa que só eles sabiam e eu e Any não podíamos descobrir.
Acordei dos pensamentos e desacelerei a moto quando chegamos ao local. Annie  sacou tudo na hora.
- Não! - disse boquiaberta.
Poncho: Sim o que acha? - perguntei estacionando a moto.

Annie: Essa é sua surpresa? - ela sorriu tirando o capacete e assenti. - Bung-Jump?! - perguntou encarando a enorme torre por onde as pessoas subiam e em seguida se jogavam.
Poncho: E ai? Topa cumprir mais um item da lista? - a encarei.
Annie: Mas é óbvio que sim! - ela respondeu empolgada e me puxou pela mão.
Poncho: Annie a moto! - falei sorrindo.
Annie: Ah desculpa! - ela pediu sem jeito dando-se conta que a chave estava na ignição e a moto sem alarme.
Sorri e após acionar o alarme da Hornet foi a minha vez de puxá-la pela mão até a enorme torre.

Annie: Então ta! - deu de ombros. - Te espero lá embaixo.
Poncho: O que? - perguntei surpreso vendo que ela ia saltar.
Annie: O que vc ouviu. - respondeu indo até a beirada da torre.
Observei o técnico empurrá-la e ri ao ouvi-la gritar. “Essa garota é maluca!”, pensei admirado.
- Sua namorada é corajosa! - o técnico comentou.
Poncho: Ah ela... - parei não tendo vontade de corrigir o rapaz.
A idéia de ser namorado de Annie  me parecia bem agradável. Sorri e entrei na dele dizendo:
- Então acho melhor eu saltar logo né? Senão fica feio pra mim.
- É! - sorriu de volta assentindo.
Respirei fundo e fui até a beirada da torre, se tivesse medo de altura nunca teria subido até lá. Assenti quando o técnico deu o aviso e quando me empurrou senti que estava voando. Gritei não conseguindo guardar aquela sensação de liberdade dentro do meu peito. Eu me sentia extraordinário, imensamente feliz e plenamente realizado, como se fosse o super homem capaz de voar ou de fazer qualquer outra coisa. Era como se tivesse recebido uma injeção de vida e estava cheio de vontade de viver. E quando cheguei lá embaixo e vi de ponta-cabeça Annie  correndo na minha direção percebi que ela era a minha injeção de ânimo, a minha vontade de viver. O causa deu estar naquele lugar naquele exato momento.