Fanfic: Desaparecida - AyA

4 - Do início do
sofrimento

Alfonso chegou ao supermercado em menos de dez minutos. Se deparou com
dois carros da polícia, uma multidão de curiosos, e sua mulher sentada em uma
cadeira, desconsolada, em prantos, enquanto alguém a oferecia um chá de
camomila para que ela pudesse se acalmar. Sem pensar, saiu correndo em direção
a sua mulher. Foi parado no caminho por sua irmã, Maitê, que já se encontrava
no local.

-Alfonso!
-Mai, o que está acontecendo? Aonde está a minha filha? – perguntava
desesperado-
-Poncho, irmão, preciso que matenha a calma antes de qualquer coisa. –Ela o
tentava acalmar- A Ana desapareceu daqui do supermercado, mas, nós já estamos
investigando.
- Como assim investigando?Eu quero ver minha filha! –disse passando as mãos no
rosto-
-Alfonso, preciso que se acalme. A Anahi não está bem, mas infelizmente eu
preciso que vocês me acompanhem até a delegacia para abrir um B.O.
-Como assim um B.O.? Eu vou falar com a Annie.-Saiu e foi até Annie-

Maitê era delagada. Uma das melhores do país. Havia cursado Direito na França e
quando retornou ao México, foi designada ao cargo de delegada.

-Amor, Annie, o que aconteceu? –Alfonso com os olhos mareados
agachando-se para ficar na altura da esposa-
-Levaram ela! –As forças para chorar haviam se esgotado, ela estava fraca, com
os olhos inchados,dopada por alguma medicação que lhe fora dado- A culpa é
minha Poncho! É MINHA CULPA! –gritou-
-Calma meu amor! -Alfonso se senta ao lado de Anahí e a toma em seus braços-
Vai ficar tudo bem! Me explica com calma, por favor!
-A gente estava fazendo comprar, e faltava o seu leite, e a Ana percebeu, e foi
buscar-los, e eu não sei –explicava Anahí de forma não compreensivel, em meio a
lagrimas que insistiam em cair- Foi minha culpa! –se encolheu nos braços do
marido que a abraçava fortemente, e começara a chorar também-
-Meu anjo, eu não estou entendendo. –enxugando as próprias lágrimas para passar
confiança a sua mulher- Vocês estavam fazendo compras, como sempre, certo?
–Annie assentiu com a cabeça- Na lista de compra ficou faltando o meu leite de
soja e a princesinha percebeu?-Annie apenas seguia assentindo- E então ela te
falou que faltava o leite e você pediu para que ela fosse buscar?
-Não! Ela pediu, porque era pertinho. Eu a podia ver do lugar aonde eu estava.
Eu me virei um segundo para pegar iorgutes, quando eu vi, a Pauchis não estava
lá! –chorava ainda mais- Minha culpa, eu não cuidei dela direito. –batendo a
mão na própria cabeça- Meu amor me ajuda!Eu quero a minha filha!Ela precisa de
mim!Eu deveria te-la acompanhado!Mas era tão pertinho. –falava com um olhar
vago em meio ao pranto- Eu sei que eu sou uma boa mãe,não sou? EU QUERO A MINHA
BEBÊ!!! ALGUÉM POR FAVOR, ACHE A MINHA FILHA!ME AJUDEM! –gritava muito alto,
berrava com uma dor sem dimensão-

-Shiii, shiii, calma amor!Calma!
–Alfonso a puxava e a abraçava. Acariciava os seus cabelos enquanto tentava
disfaçar as suas lágrimas- Nós vamos encontrar nossa princesa!Foi Deus que nos
deu ela, só ele poderá tirar. Eu estou aqui, você não está só!-disse beijando a
cabeça de Annie-Eu te amo! Nós vamos encontrar nosso tesouro! Não foi culpa
sua, não foi! Você é uma excelente mãe, nunca duvide disso.          - Desculpa intenrrompe-los, mas é que
eu realmente preciso que vocês me acompanhem até a delegacia. –Interrompeu
Maitê que tentava disfarçar a tristeza e preocupação para cumprir o seu
trabalho-
-Sai daqui! NÃO! Eu não vou até a minha filha aparecer!!!!Eu não saio daqui!-
Anahí indignada-
-An...-Maitê a chamava assim- É necessário, fazer um Boletim de Ocorrência- se
abaixava diante da loira- Você precisa ajudar para encontramos logo a Aninha.
Eu sei que é difícil, mas você presenciou tudo e precisamos que você
deponha.-Explicou de forma suave, como sempre fazia-
-Por que Mai? Por que levaram minha menina? Culpa minha!-olhava com olhar de
angustia para a cunhada-Você entende? Ela precisa de mim! Por que a tiraram de
mim? Me diz?-perguntava enquanto segurava com força as mãos da morena-
-Eu entendo An. Eu estou no caso mas não se esqueça que a Ana é minha sobrinha
e minha afilhada!É a menina dos meus olhos, você sabe. Mas juntos, nós vamos
achá-la, custe o que custar. –uma lágrima escorreu pela face de Maitê- Eu só
preciso que você nos ajude-Deu um beijo na mão de Annie.
-É verdade meu amor. Precisamos cooperar. –Alfonso tentando convencer Anahí-
-Eu sei, mas por favor gente, me deixem ficar só mais um tempo aqui, esperem
comigo. Quem sabe ela não aparece. Por favor, eu imploro, não me tirem daqui
agora. Se ela voltar e não encontrar ninguém?Ela vai ficar desesperada. –Annie
em seu estado quase máximo de loucura-

Alfonso apenas balançou a cabeça para Maitê, assentindo o pedido da esposa.
Maitê então decide ligar para Christopher, irmão de Anahí, também formado em
medicina, porém, decidira seguir outro ramo: era MÉDICO LEGISTA. Ligou também
para Christian, seu noivo há quatro anos. Se conheceram na Universidade,
estudaram juntos. Ele era ADVOGADO FORENSE. Maitê, Christopher e Christian
trabalhavam juntos, porém, na hora do acontecido, apenas Maitê estava em
serviço. Logo, estavam todos no supermercado.

-Luis, por favor, acha a minha filhinha.-Anahí sempre chamou Christopher por
seu segundo nome.-
-Gigia, eu prometo que vou encontrar! –Christopher sempre chava pelo apelido
carinhoso, referente ao segundo nome de Anahí: Giovanna.-
-Luis, liga para a Dulce. Por favor, pede para ela vir. Por mim, pelo Poncho,
pela Ana! –implorava-
-Eu mesmo ligo mana. Eu sei que ele vai nos ajudar, apesar de qualquer coisa

Dulce Maria era a ex mulher de
Christopher. Haviam se separado há apenas dois meses, por um motivo fútil: ele
não queria casar de papel passado com ela. Queria que vivessem apenas juntos.
Para ele bastava. No início, Dulce não se importou. Mas, as coisas mudaram
quando Christopher quis tentar ter o primeiro filho. Dulce impos que só teria
filhos se se casassem judicialmente. Ele se recusou inumeras vezes. Ela então tomou
a atitude mais radical de sua vida: foi embora de casa. Quando Christopher
chegou em casa, encontrou apenas uma carta. Ficaram juntos por mais de dois
anos.

-Eu acho que a ajuda de Dulce Maria aqui é fundamental. Todos concordam que
Dulce é uma das melhores INVESTIGADORA do país, senão a melhor. –frisava
Christian-
-Eu também acho amor. Se o Christopher não quiser ligar, eu ligo! –Maitê
ofereceu-
-Eu também ligo sem problemas amor. –Chritian para Maitê-
-Gente, não é preciso, eu mesmo ligo. Apesar de qualquer coisa, é uma vida que
está em jogo. A Dulce sempre amou todo vocês, sempre cosiderou Ana Paula como
sobrinha. Ela nunca vai negar ajuda. Eu tenho certeza. –Christopher ainda amava
muito a Dulce. Pegou o celular do bolso, respirou fundo, discou.

-Pronto!
-Dulce, é o Christopher. –num tom sem graça, sem cor.-
-Ah, oi! –Dulce do outro lado da linha, fria-
-Oi! Desculpa estar te incomodando mas é que eu realmente preciso de sua ajuda.
-Está tudo bem Christopher? –Dulce notava a voz triste dele-
-Na verdade, não! É a Ana paula. –Ele explicou tudo o que acontecera. De
pronto, Dulce Maria desligou o telefone, pegou o carro e foi para o
supermercado. Não hesitou em ajudar.-

Algum tempo depois, Dulce chega ao local. Junto com Maitê e Chrispopher,
percorrem todo o supermercado afim de obter alguma resposta. Nada. Nem um
rastro, nem um registro pelas cameras de segurança. Nada. Já vencida pelo
cansaço, Anahí decide ir até a delegacia. Já passavam das 22h. De nada
resolveu. O Boletim de Ocorrência apenas dizia:

“27 de abril de 2010, às 23:52h, compareceram a esta delegacia a Senhora
Anahí Portilla, 27 anos e o Senhor Alfonso Herrera, 28 anos, casados, para a
comunicação do DESAPARECIMENTO de sua filha Ana Paula Herrera Portilla, 5 anos,
às 15:30h desta mesma data, de um supermercado local, onde, a Senhora Anahí
Portilla e Ana Paula Herrera Portilla faziam compras. A queixosa relata que a
criança sumiu após a ida consentida a sessão de laticínios do local citado.
Foram orientados a refazer outro boletim de ocorrência somente após 24 horas do
DESAPARECIMENTO da menor.”

-Para que vocês me fizeram vir aqui? A
policia não pode fazer nada! –dizia a loira indignada, chorando de raiva, de
dor.-
-Eu também não entendo!-Poncho concordou-
-Eu sei que isso é uma falha na policia, que já deveria ter sido mudada há
tempos, mas como há muitos casos em que o menor apenas desaparece por algum
motivo minusculo, como a maioria dos casos é assim, a polícia decidiu agir
dessa forma. A mairia dos casos se resolvem só, os desaparecidos simplismente
aparecem, não havendo necessidade da intervenção da polícia. Porém, é
necessária a abertura de um B.O. para informar as autoridades, caso venha
acontecer alguma eventualidade. –Explicou Maitê-
-Mas, nós não podemos esperar mais! Ela só tem cinco aninhos!Não foi uma
travessura! A culpa é minha. –Chorava mais Anahí quando lembrava que Ana
desaparecera diante de seus olhos.-
-Se acalma Annie!Eu vou pessoalmente começar uma investigação minuciosa. A
Aninha vai aparecer sim ou sim! –Dulce determinada.-
-Gigia, nós não vamos ficar parados, vendo o tempo passar. É por isso que
estamos aqui! Vamos achar a Pauchis, traze-la a salva para vocês dois!
–Christopher acalmando a irmã-
-Pode apostar que sim! Nós vamos até o fim do mundo. Mas, nesse momento, o mais
sensato é voltar para casa. Eu estou disposto a ficar de plantão na casa de
vocês durante a noite. –Propos Christian-
-Eu também An! –Maitê se ofereceu-
-Eu acho melhor todos vocês virem para nossa casa, para passar a noite, caso
vocês possam. Eu serei eternamente grato.-Poncho pedindo ajuda. Todos
concordaram-
-Mai, Dul,Chris,Luis, obrigada. Eu estou desesperada! –Anahí passada, se
torturando por uma culpa não existente-

De repente, o celular de Anahí
toca...Ela atende euforica.

-Alô?Ana?É você?
-Oi mamãezinha descuidada. –falava uma voz masculina e rouca do outro lado-
-Quem é você?Cadê a minha filha seu desgraçado! O que você quer?- Annie
gritava-
- Calma mamãe. –uma risadinha ironica- A menina está bem. –Annie, ouve então
uma voz chorada conhecida do outro lado da linha.- “mamãe,
mamãe!!!socorro.Papai!!!!!”
-Ana, filha!!!Aonde você está, diz para a mamãe!? –Anahí gritando desesperada-
-Ela está comigo. –voltou a voz masculina, mas ainda se podia ouvir os gritos
de Ana Paula. –É melhor fazer o que eu digo e tudo vai ficar bem.Nada de
polícia. Eu volto a ligar.
-Espera, a Ana precisa de mim....-A ligação cai. Anahí puxa os cabelos de
agonia. Chora como criança-Tem alguém com minha filha. É um homem!Meu Deus, me
ajuda!!!!
-A ligação é privada. Não tem numero. –Disse Dulce analisando o celular caido
no chão-
-Quem era amor???Quem está com a nossa princesa???? –Alfonso, abraçava a mulher
e sintonizava o seu pranto com o de Anahí-Minha filha!Tem alguém com ela
amor!!!??Meu Deus, quem é esse monstro?-abraçava a mulher mais forte-
-Eu quero minha neném!Ela precisa da gente!!!EU QUERO A MINHA FILHA!O que esse
homem quer??? –todos já estavam chorando nesse momento-Ele falou que vai ligar
novamente. Eu ouvi a vozinha dela pedindo socorro,
gritando e chorando chamando mamãe e papai!Eu ouvi! EU OUVI!!! –Annie se perdia
em seu lamento-

Naquela noite, decidiram que todos passariam a noite na casa dos Herrera
Portilla. Uma noite, que se convertiria em um pesadelo.