Fanfic: • A Substituta • DყC Adaptada - Terminada
Ele
assentiu e explicou:
— Escrevi ao bispo dizendo que acreditava em tudo que você me havia dito sobre
aquele convento e das atrocidades que eram cometidas lá. Sugeri, também, que a
madre fosse destituída de seu cargo.
— Christopher, você fez isso?! — Ela estava chocada e maravilhada ao mesmo
tempo.
Ele tornou a assentir.
— Agora, por que não fica aqui e descansa; enquanto falo com ela?
— E deixá-la pensar que sou uma covarde que tenho medo de enfrentá-la? Depois,
de tudo que lhe disse sobre Biaggio? Não, Chris, não posso…
— Tem certeza de que está bem?
— Bem, já me senti melhor na vida, mas não vou me deixar subjugar por uma leve
indisposição. — Dulce sorriu e tocou-lhe a mão. — Além do mais, quero que madre
me veja ao lado de meu marido. Ela sempre dizia que eu teria um fim terrível e
quero que perceba o quanto estava enganada.
— Também quero encarar a mulher que achou que poderia, vencer sua força de
vontade meu amor. Assim, juntos, ambos deixaram o quarto, seguidos de perto por
Cadmus.
Quando desceram as escadas e entraram no saguão, Dulce percebeu que qualquer
traço de bondade e, gentileza tinha desaparecido do rosto de seu marido. Era
com se o estivesse vendo naquele primeiro dia quando chegara ao castelo. Quase
esquecera de como ele, poderia ser frio e imponente e de como tal aparência
poderia ser assustadora.
A reverenda madre aguardava junto à lareira, e voltou-se quando os ouviu aproximarem-se.
Dulce notou logo que ela parecia ter envelhecido muito naqueles poucos meses.
Havia novas rugas, de preocupação ao redor de seus olhos e boca.
Ainda assim, vendo-os caminhando juntos, um olhar de altivez passou pelo rosto
da freira, como muitas vezes antes Dulce vira. No entanto, embora sempre
tivesse apreciado cães, como aquele que incitara contra Dulce; a mulher olhou
para Cadmus com certa reserva. O animal começou a rosnar baixinho, tão
ameaçador que pareceu afligir ainda mais a freira. Dulce teve vontade de
acariciá-lo por isso, quando Cadmus sentou-se junto a Christopher.
— Madre…- Dulce cumprimentou, fazendo uma breve reverência diante de sua antiga
opressora. E apresentou: — Este é meu marido, Lorde Alexander. Senhor, esta é a
reverenda madre, do Convento do Santíssimo Sacramento.
A freira pareceu ser tomada, de surpresa, mas dirigiu-se a Dulce com o
costumeiro desprezo:
— Dulce, vim até aqui por que…
— Lady Alexander — Christopher corrigiu-a de pronto, na voz áspera.
A reverenda madre empalideceu um pouco. Depois continuou, como ele impusera:
— Lady Alexander, vim para exigir que retire as acusações que fez contra mim em
sua infame carta ao bispo.
Christopher cruzou os braços, fazendo-a dar um passo atrás, receosa.
— Não quer se sentar? — Dulce ofereceu. — Não gosto de ficar em pé por muito
tempo, devido a meu estado. A freira olhou para seu ventre e ergueu as
sobrancelhas. Dulce sentou-se numa das cadeiras próximas, e a reverenda madre
fez o mesmo, à sua frente. Christopher colocou-se de pé, atrás de Dulce, e ela
não tinha a menor dúvida de que, de sua posição, ele encarava a freira com
olhos duros, inflexíveis.
— Quer discutir a carta que enviei a outra pessoa? — perguntou, com certa
ironia.
— O bispo contou-me o que escreveu e…
— Ele fez isso? Devo confessar que isso me surpreende, já que o conteúdo da
carta era bastante forte. Sempre imaginei que o bispo fosse uma pessoa generosa
e educada, e tal altitude não condiz com a imagem que eu tinha dele.
A freira mordeu os lábios, tensa.
— Ele me contou porque… porque retirou-me de meu cargo e agora está me enviando
para a lrlanda! — Ela pronunciou o nome do país como se este fosse uma
maldição.
— Mas a senhora sempre disse que nós todas éramos pequenas bárbaras que tinham
sido enviadas ao inferno… devia sentir-se em casa…— Quero que escreva novamente
a ele e retire suas observações odiosas e desonestas!
— Está falando com minha esposa! — Christopher rosnou, colocando as mãos sobre
os ombros de Dulce, demonstrando seu total apoio a ela.
A freira olhava-os, parecendo mal poder acreditar no que via.
— Você… deve-me isso — murmurou, e os últimos vestígios de arrogância
desapareceram de seu rosto.— Eu a recebi no convento quando ninguém mais a
queria!
Dulce ergueu a mão e tocou a do marido, num gesto de absoluta cumplicidade.
— Teve de fazê-lo — rebateu. — Era seu dever para com o convento. Meu tio
pagou-lhe bem por isso. E pagou muito bem.
— Dulc… — começou a reverenda madre, mas lembrou-se logo do que lhe fora
imposto e controlou-se: — Lady Alexander, cumpri minha obrigação para com a
senhora e, se de alguma forma sente-se lesada com isso, talvez deva lembrar-se
de que sua família a abandonou, deixando-a a meus cuidados.
— Isso não lhe dava o direito de deixar-me passar fome. Nem às outras meninas. Christopher
deu alguns passos para o lado da cadeira sem soltar a mão de Dulce.
— Sei de tudo o que fazia contra as moças do convento. — disse, num tom que
seria suficiente para fazer a própria Dulce estremecer. Os olhos da freira iam
de um ao outro, sem saber em qual dos dois buscar mais atenção. Ergue-se
devagar, murmurando:
— O senhor sabe apenas o que ela lhe contou…
— Vi as cicatrizes.
— Mas ela roubava coisas.
— Roubava comida, porque a senhora deixava-a passar fome, bem como às outras
moças!
— Isso é mentira!
Christopher cruzou o espaço que os separava em largas passadas e, por um
instante, Dulce temeu que agarrasse a freira pelos braços e a sacudisse. Mas
ele parou diante dela, muito próximo, rosnando:
— Como ousa dizer que minha esposa mente?! — E, como a reverenda madre nada
dissesse, apavorada, prosseguiu: — Também escrevi ao bispo, reiterando tudo que
ela dissera antes. Também supõe que possa me forçar a negar tudo o que eu
disse? — Mas não precisava nos castigar por existirmos… Devíamos aprender
tarefas domésticas no convento, como bordar, costurar, tocar algum instrumento.
Mas a única coisa que nos ensinaram foi a sermos escravas dos trabalhos mais
pesados, como esfregar aquelas pedras ásperas de joelhos, sem trégua, sem
descanso! E lavar toda aquela roupa até nossos dedos sangrarem! Tratou-nos como
os menos valorizados escravos, e jamais vou me esquecer disso, reverenda madre!
— Dulce pronunciou as últimas palavras com desdém.
Ainda assim, a freira insistiu:
— Fiz o melhor que pude.
— Imagino… Pois saiba que não é bem vinda aqui. Adeus, madre!
Desesperada, a freira voltou-se para Christopher. Mas ele apenas ergueu as
sobrancelhas, reiterando seu apoio à esposa, e ela teve de voltar a fixar Dulce
com olhar suplicante.
— Não é capaz de sentir pena? — pediu. Dulce assentiu, acrescentando, em voz
suave:
— É claro que sim. Sinto pena dos irlandeses.
A freira encarou-a por mais alguns segundos, a boca aberta, sem poder acreditar
no que ouvira. Depois, apressada, saiu dali sem, olhar para trás. Christopher
voltou-se para Dulce, perguntando, atencioso:
— Está se sentindo bem?
— Sinto como se tivesse acabado de enfrentar um leão… — Ela sorriu. — Obrigada
por me ajudar.
— Não há por que me agradecer. Você já a tinha vencido há muito tempo, minha
querida.
Uma semana mais tarde, Christopher encontrou Christian esperando por ele do
lado de fora do estábulo, quando retornava de uma patrulha. O soldado sorriu,
mas Christopher conhecia-o bem demais para saber que havia algo de errado.
Esperava que Christian não lhe pedisse mais dinheiro para o conserto das
pontes, pois já estavam no limite do que poderiam gastar.
— Senhor! — chamou o soldado, assim que Christopher entregou o cavalo para um
dos rapazes das cocheiras.
— Bem, eu… preciso lhe falar. Mas não aqui, se me permite.
Christopher seguiu com ele, tendo Cadmus a seu lado o tempo todo. Foram até a
capela que, naquela hora do dia, estava sempre vazia. Lá dentro, Christopher
parou, obrigando o outro a fazer o mesmo.
— Então? — Bem, senhor, o caso é o seguinte: outra noite, na semana passada,
bem, eu queria me divertir um pouco, sabe? E, como as mulheres da vila costumam
ser muito fofoqueiras, decidi ir um pouco além, se é que me entende, senhor.
— Não consigo entender o que sua diversão tem a ver comigo, mas prossiga.
— É que, senhor, um homem merece certo descanso, mesmo que tenha de pagar um
pouco mais por isso…
— Trouxe-me aqui para discutir o preço que pagou a uma prostituta?! —
Christopher estaria se divertindo com a situação, não estivesse o soldado tão
tenso.
— Não, meu senhor! De forma alguma! É que… fui até a vila próxima ao castelo de
Biaggio. Sabe, lá há um lugar muito especial… As garotas são limpas e honestas,
mas o preço é mais alto.
— Sei. Conheço o lugar.
— Com certeza, senhor. Bem, como eu dizia, há uma garota lá, muito bonita e
muito… talentosa, se é que me entende. E parece que, ela é a favorita de
Biaggio, pelo menos, era até uma semana atrás.
— E o que isso tem a ver comigo? — É que ela estava bastante aborrecida e,
depois de beber muito comigo, acabou por me contar o motivo. Parece que Biaggio
foi para Londres para encontrar o conde de Borghetti.
Christopher murmurou um palavrão. Devia ter esperado algo assim. Era óbvio que
Biaggio tentaria encontrar o conde antes que este chegasse, para encher seus
ouvidos de maquinações diabólicas.
Christopher temera que o amor o enfraquecesse e, de fato, fora distraído por
seus sentimentos.
— Ela estava certa disso? — perguntou.
— Sim, senhor. E muito zangada com ele também.
— Entendo. Obrigado por ter me contado, Christian.
— É que… senhor, há mais…
— Mais? — Christopher franziu as sobrancelhas.
— É. Havia uns sujeitos de aparência terrível por lá. E perguntei para a garota
quem eles eram. Ela disse que eram mercenários. Ao que parece, Biaggio os está
contratando.
Christopher praguejou novamente.
— Quantos? — quis saber.
— Aproximadamente dez.
— E que motivos Biaggio está alegando para contratá-los?
— Ah, o de costume: diz que está procurando por homens, extras para tomar conta
de sua propriedade. Para protegê-la, para ser mais, preciso. Foi isso o que
ouvi por lá.
— Protegê-la contra quem?
Autor(a): Primasvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— Contra o senhor. — Mas… Aquele infeliz! Mentiroso! — Christopher cerrara os dentes e suas mãos estavam fechadas em punhos. — Não quero as terras dele! — Eu sei disso, senhor, como sabem todos que o conhecem bem. Christopher respirou fundo. — Espero que o conde saiba a verdade — observou, contrariado. &mdash ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 578
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
stellabarcelos Postado em 28/11/2015 - 15:52:16
Muito linda a história! Amei!
-
juhvondy4ever Postado em 04/07/2011 - 17:47:31
eu entro em depressao agora ou imediatamente? num acredito q acabou bubu
vc precisa postar mais dessas webs adaptadas..sao as minahs preferidas aidna mais qnd vc posta miga!!!!
gostei mto da web, de ter conehcido vc e agora vc arranjo alguem p perseguir vc ate o ultimo minuto kkkkkk
te amo
parabens pela web s2
ate breve s2 -
clariinha Postado em 03/07/2011 - 22:05:59
hahahaahaha eu amei amei amei! foi tudo!
-
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:38
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:38
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:38
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos!