Fanfic: • A Substituta • DყC Adaptada - Terminada
Christopher
lançou um olhar pela janela, vendo que ela tinha razão.
— Onde ela foi? — indagou.
— Ao bosque. Como sabe, minhas costas têm doído muito nos últimos tempos e
Zoraida disse que sabia de uma receita com ervas que aliviaria minhas dores.
Foi até o bosque para buscá-las. E; como o dia estava claro e eu não precisava
de seus serviços, achei que não haveria problema algum.
— Ela foi sozinha?
— Sugeri que levasse um guarda consigo, mas ela se ofendeu. Disse que sabia
cuidar muito bem de si mesma e que não, iria muito longe, porque conhece o
bosque muito bem e sabe exatamente onde ficam as raízes necessárias.
— Realmente, ela conhece toda essa área — Christopher considerou.
— Mas… foi logo depois do meio-dia e achei que estaria de volta logo. Quando
começou a demorar, pensei que poderia ter encontrado algum conhecido na vila e
se demorado enquanto conversavam… Mas agora já está escurecendo e temo que algo
lhe tenha acontecido. Acho que deveria ter insistido para que levasse um
soldado, ou, pelo menos, outra criada, para fazer-lhe companhia…Christopher
olhava-a, muito terno.
— Zoraida não deve ter sentido o tempo passar. Deve estar na vila. Talvez, também,
tenha caído, nada de sério, é claro, e deve estar na casa de algum conhecido,
tratando de prováveis ferimentos… Vou mandar alguns homens à sua procura. Sabe
que caminho ela tomou?
— Não. Nem mesmo perguntei.
— Está bem. Não se preocupe. Vamos encontrá-la.
— Espero que sim.
— Como ela mesma disse, Zoraida esteve naquele bosque inúmeras vezes antes —
ele a fez lembrar, carinhoso.
— Sim, mas nunca se atrasou. Logo será hora do jantar… Eu devia ter-lhe contado
antes…
— Dul, ela é uma mulher adulta. Sabe o que faz. Vou enviar alguns soldados em
sua busca, e tenho certeza de que ela logo estará entre nós novamente. Talvez,
até, retorne antes deles.
Dulce apoiou-se nos braços da cadeira, para
levantar-se.
— Espero que sim, meu querido.
Christopher olhou-a intensamente e, sorriu.
— Descanse e não se preocupe mais, está bem — pediu-lhe.
— Vou tentar.
— Venha, vou acompanhá-la até o quarto.
— Não, não é necessário. Vá dar as ordens aos homens.
Não a encontraram antes do anoitecer. Dulce passou quase que a noite toda em
claro, preocupada, enquanto Christopher sequer adormeceu, inquieto tanto com o
desaparecimento da criada, quanto com o estado de sua esposa.
Dulce estava em seus braços, aninhada como dormia todas as noites, e ele
esperou até que o sono por fim a vencesse, já de madrugada, para sair da cama e
liderar ele próprio as buscas.
Cadmus cheirava o corpo da mulher morta, que farejara a distância. Fora uma
terrível descoberta para os soldados e para Christopher que, ainda montado
junto à cabana abandonada, praguejava em voz baixa, para depois chamar o
cachorro para junto de si novamente.
Aquilo não era o que esperara encontrar. Esperara,
isso sim, descobrir Zoraida na cama de uma amiga na vila ou, pior do que isso,
ferida em algum ponto do bosque, impossibilitada de voltar sozinha para
Donhallow. E isso já seria ruim o suficiente. No entanto, o que tinha diante
dos olhos era muito pior.
Engoliu em seco, repreendendo-se por ter baixado a guarda, por ter falhado em
sua obrigação de senhor daquelas terras, abandonando o hábito de patrulhá-las
incansavelmente noite e dia, como fazia antes. Não era de se admirar agora que
tivessem sido pego de surpresa. Culpava-se por uma mulher ter pago por sua
negligência.
— Fique aqui — ordenou ao cão, enquanto desmontava e se aproximava do grupo de
soldados que se juntavam ao redor da criada morta.
Ela estava deitada de costas, o rosto marcado por
inúmeros golpes, as roupas rasgadas, as pernas afastadas. A poucos passos,
havia uma sacola de palha coberta por um pano de cozinha.
Era um modo horrível para uma mulher morrer, cruel e bárbaro, tirando-lhe tanto
a dignidade quanto a existência. Christopher não queria que Dulce soubesse
daquilo. Retirou sua capa e cobriu o corpo, depois olhou para seus homens.
— Não quero que falem sobre os detalhes desta morte quando voltarmos ao castelo
— ordenou. — Que Zoraida tenha dignidade em sua morte, pelo menos por enquanto.
A verdade só será revelada quando pegarmos o infeliz que fez isto e o julgarmos
por seus atos. No entanto, quero poupar minha esposa deste sofrimento por
enquanto.
Caminhou em torno do cadáver e ajoelhou-se ao lado da criada, notando seu
corpete ensangüentado. Procurou melhor e encontrou a abertura no tecido.
Era claro
que Zoraida tinha sido apunhalada, uma ferida mortal entre as costelas, num
golpe desferido por um homem destro, que provavelmente assim agiu depois de
tê-la usado, para que não houvesse testemunhas de seus horrendos atos.
— Coloquem o corpo sobre meu cavalo — ordenou.
Eleazar, de cabeça baixa, indicou os homens que deveriam fazê-lo. Eles a
colocaram atravessada na sela, enquanto o cavalo, inquieto por ter sentido o
cheiro da morte, resfolegava, impaciente.
Nesse ínterim, Christopher passou a examinar o chão onde o corpo de Zoraida
estivera. Chovera na manhã anterior e a lama estava ainda fofa e cheia de
marcas de ferraduras, o que o impedia de precisar quantos cavalos tinham estado
por ali, ou quantos homens tinham deixado suas pegadas. Talvez muitos…
Bandoleiros, talvez, ou mercenários que tinham invadido sua propriedade…
— Eleazar! — chamou, levantando-se.
— Meu senhor?
— Quero seu melhor rastreador.
— Derrick! — o soldado chamou, e um rapaz se aproximou, apressado e obediente.
— Quantos homens? — Christopher perguntou, o olhar fixo em Derrick.
Este agachou-se junto às marcas no chão e examinou-as com atenção por alguns
segundos, murmurando em seguida:
— É difícil dizer senhor.
— Muito bem. Vasculhe a área e quando tiver um número, avise-me.
O rapaz baixou a cabeça, respeitoso.
— Sim, meu senhor!
— Mas não vá sozinho. Eleazar adiantou-se, chamando por outros homens:
— Martin, Rob! Acompanhem Derrick e mantenham os olhos bem abertos!
Os dois homens colocaram-se ao lado do colega, que ainda verificava o solo e
depois, seguindo-o, embrenharam-se bosque adentro.
— Senhor, parece que temos problemas sérios — Eleazar comentou, com a
intimidade que anos de serviço fiel lhe conferiam. — Há anos não vejo nada
assim.
— Não. Graças a Deus, não…
De repente, algo que brilhava fracamente no chão chamou-lhe a atenção. Tornou a
inclinar-se e apanhou uma pequena moeda de prata. Não poderia ser de Zoraida!
Mesmo que tivesse algum dinheiro, ela jamais se arriscaria levando-o consigo ao
bosque.
Talvez, em seus esforços para escapar a seu agressor, ela lhe tivesse rasgado a
sacola de dinheiro e esparramado parte de seu conteúdo… E,quando ele tentara
recuperar as moedas, devia ter deixado uma para trás, sem saber.
Christopher franziu a testa. Zoraida, em seu
esforço para escapar… repetia-se. E isso lhe parecia estranho olhou mais uma
vez para o chão, em especial para o local exato onde o corpo dela estivera. Ao
redor, havia marcas de muitas pegadas.
Nenhuma delas, porém, estava forçada, como se alguém tivesse tentado fixar os
pés para ganhar equilíbrio ao segurar outra pessoa que se debatia… Na verdade,
não havia marca alguma de luta corporal…
Lembrava-se também de que não havia marcas nos braços de Zoraida, por onde ela
deveria ter sido segura…
Teria sido apunhalada primeiro? Se assim fosse, por que o assassino batera em
sua cabeça com tanta força? O ferimento entre suas costelas devia tê-la matado
depressa, e, obviamente, sem forças para defender-se.
Bem, se não estava lutando por sua vida ou sua honra, como teria ela rasgado
uma sacola de moedas? Ou o que acontecera ali fora algo completamente diferente
do que imaginara até então?
Talvez Zoraida tivesse ido até ali para encontrar-se com alguém… Um amante,
talvez… Mas Christopher jamais notara a criada dando atenção maior a algum
homem, nem nenhum homem a ela, o que, certamente, não seria suficiente para
imaginá-la uma celibatária… talvez esse fosse mais um sinal do quanto
negligenciara sua gente, do quanto estava desatento a seus vassalos e criados,
culpou-se mais uma vez.
Mas aquela moeda poderia significar algo mais…
Talvez Zoraida estivesse vendendo algo que carregava naquela cesta… Talvez tivesse
roubado alguma coisa do castelo para vender… Christopher foi até a cesta,
pegou-a e afastou o pano que cobria sua abertura. Havia apenas algumas raízes
ainda sujas de terra lá, dentro. As raízes que ela procurara para fazer o
remédio para Dulce, com certeza.
Não devia ter suspeitado da mulher. No entanto, a saída em busca de raízes
poderia ter sido apenas uma desculpa que ela arranjara para vir até ali… Tinha
razões para suspeitar. Afinal, uma mulher já o traíra antes…
Quieto e pensativo, procurava lembrar-se de tudo que sabia sobre Zoraida. E
deu-se conta do pouco que sabia, na verdade. Sabia apenas que ela estava em
Donhallow há quase dez anos e que jamais sorria. Sempre mantivera-se distante,
em especial dele, mas isso não era de se estranhar, já que todos os criados o
respeitavam demais.
Nada podia lembrar-se que pudesse depor contra Zoraida, a não ser que ela
entrara no bosque muito confiante de si e, de algum modo, morrera ao lado de
uma moeda de prata…
Minutos
depois, Derrick voltava com os outros dois soldados. E foi ele quem alcançou
Christopher primeiro, para informar-lhe, ofegante:
— Apenas um homem, senhor. Em um cavalo.
— E de onde ele pode ter vindo?
— Das terras de sir Mike Biaggio, meu senhor. Com certeza absoluta.
Então, o animal viera das terras de Biaggio, pensou Christopher, raivoso, mas
não muito surpreso. Quem, nas terras de seu inimigo, teria moedas de prata?,
indagou-se. E a resposta não poderia ser mais rápida e óbvia: ninguém, além
dele próprio.
Ouvira Biaggio dizer, muitas vezes, que uma única, morte poderia causar mais
estragos do que um ataque armado. Que melhor estratégia para aterrorizar o povo
de Donhallow, sem arriscar ganhar a ira do conde? Sem arriscar nada, na
verdade, nem mesmo a vida de seus homens?
Talvez a morte de Zoraida fosse apenas um macabro aviso, um sinal de que mais
terror ainda estava por vir…
Não havia, porém, provas de que fora ele o autor daquela barbaridade, a não
ser, é claro, sua própria crença de que Biaggio era capaz de fazer aquilo e
muito mais.
Entretanto, em silêncio, Christopher jurou que, fosse quem fosse o autor
daquele crime, ele iria pagar. E bem caro.
Autor(a): Primasvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Dulce estava sozinha ao acordar. E, a julgar pela fraca claridade que passava pela janela estreita, Christopher devia ter saído muito cedo para ajudar nas buscas por Zoraida. Não deveria ter permitido que a criada fosse sozinha, arrependia-se agora. Devia ter insistido para que ela se fizesse acompanhar por um guarda. Não havia grandes perigos nas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 578
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stellabarcelos Postado em 28/11/2015 - 15:52:16
Muito linda a história! Amei!
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juhvondy4ever Postado em 04/07/2011 - 17:47:31
eu entro em depressao agora ou imediatamente? num acredito q acabou bubu
vc precisa postar mais dessas webs adaptadas..sao as minahs preferidas aidna mais qnd vc posta miga!!!!
gostei mto da web, de ter conehcido vc e agora vc arranjo alguem p perseguir vc ate o ultimo minuto kkkkkk
te amo
parabens pela web s2
ate breve s2 -
clariinha Postado em 03/07/2011 - 22:05:59
hahahaahaha eu amei amei amei! foi tudo!
-
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
Final perfect,!
Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
Sentirei saudades... Besos! -
vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
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Adorei!
Concordo com todas as outras leitoras..
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vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:39
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vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:38
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vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:38
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vondyatrevidinha Postado em 03/07/2011 - 16:56:38
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