Fanfic: • A Substituta • DყC Adaptada - Terminada

Biaggio seria um grande tolo se os matasse, pois, assim, ficaria sem ter
quem pagasse as taxas e cuidasse das terras, supondo-se que conseguisse
tirá-las de Christopher naquela batalha. E isso só aconteceria se ele matasse
Christopher…

Com tal pensamento passando-lhe pela mente e mais uma contração
apertando-lhe o ventre, teve de gritar. Sabia que Biaggio era, sim, um tolo. Um
tolo capaz de matar por vingança, capaz de chegar a um homem e fazê-lo
dobrar-se por sua esposa e seu filho…
Apoiou-se mais uma vez à parede, a dor parecia não querer passar… Podia ouvir o
barulho da mobília sendo arrastada no hall, conforme as mulheres arrastavam
coisas, para bloquearem a porta.
— Oh, meu Deus, proteja-nos! — pediu, seguindo escada acima. — E proteja meu
filhinho também!
Cerrou os olhos, devido a dor e, quando as reabriu, viu-se no exato ponto da
escadaria em que Christopher lhe mostrara a passagem secreta.
Pensou por alguns segundos, depois forçou a pedra, fazendo com que as outras
deslizassem, abrindo para o corredor escuro e úmido.
Precisava de tempo… Tempo para fugir, para se esconder, para ter seu filho… Se
Biaggio pensasse que ainda estava no castelo…
— Sente-se, Cadmus — ordenou e o cão obedeceu-a de imediato. — Fique aqui!
Ela deu dois passos na direção da abertura, e o cachorro fez menção de
segui-la.
— Fique! — repetiu. E, caminhando com esforço, entrou no túnel, voltando-se em
seguida, para cerrar a porta de pedras. Ajoelhou-se, no escuro, com receia de
que, andando, pudesse escorregar e cair. Continuou seguindo, apoiando o ventre
com uma das mãos, enquanto a outra deslizava pela parede úmida. O ar fétido do
local quase a fez vomitar. Mas tinha que continuar para proteger o bebê de
Christopher. Seu bebê. E assim fez.

Capítulo 20

— Fujam! — O grito partiu dos atacantes quando Christopher e seus homens
cavalgaram contra o castelo em chamas.
Christopher podia ver pelo menos seis homens, incluindo um que segurava uma
jovem ao chão e outro, que ajoelhava-se unto dela.
Cavalgando com fúria, os dentes cerrados, numa expressão de raiva incontida,
Christopher desembainhou a espada e, investiu contra eles. O homem que segurava
a moça soltou-a de pronto e juntou-se a seus camaradas, que corriam mata
adentro. O outro, um tanto atrapalhado no momento de levantar-se, foi deixado
para trás.
E Christopher esqueceu-se do que dissera sobre apenas prender aqueles
mercenários, poupando-lhes a vida. Usou sua espada com maestria no ato de
vingar a morte de outros de seus vassalos. Segundos depois, o corpo inerte do
criminoso caía ao chão, enquanto um grito de pavor escapava na garganta da
garota que estivera sendo atacada.
Mas Christopher não prestou atenção a ela. Seguiu para a mata, seguindo os que
tinham corrido para lá. Seus homens o seguiam de perto. Queria capturar todos
aqueles desordeiros. Capturá-los e matá-los. Mas não conseguia encontrá-los.
Forçou seu cavalo a parar e olhou ao redor, atento. Podia ouvir brados de
homens gritando em batalha. E o barulho estridente, das espadas ao se chocarem.

Sua respiração estava acelerada a sua mente bloqueada com o único
instinto de continuar lutando. Mas sabia que precisava controlar-se e pensar.
Não deixaria que aqueles homens escapassem dessa vez e, por Deus, eles lhe
diriam quem os comandava!
Precisava de provas contra Biaggio a qualquer custo! Os ataques às fazendas
eram numerosos e ousados demais para serem algo além de um ataque planejado de
seu grande inimigo. O qual, provavelmente devia estar confortavelmente
instalado em seu castelo, pronto a negar sua autoria em todas aquelas
atrocidades.
Diria, com certeza, que os homens agiram sem seu conhecimento e então…
De repente, Christopher sentiu como se seu coração tivesse parado de bater. Mal
conseguia respirar. A idéia de que Biaggio pudesse "não" estar em seu
castelo atingiu-lhe os pensamentos e atormentou-os.
E se aqueles ataques não fossem uma tática direta, mas um engodo para mantê-lo
distante de Donhallow, para que Biaggio pudesse…

Abriu os
lábios para gritar por seus homens, chamá-los de volta… Mas não conseguia
gritar. Não o fizera desde que Belinda tentara matá-lo. Não… Não podia reunir
seus homens novamente para que o seguissem rumo a Donhallow. No entanto, não
podia esperar…