Fanfic: O αmor de um єscritor (Vondy) * terminada *

Minha vida começou com um preço alto a se pagar logo quando eu naci. Minha mãe morreu durante meu parto por complicações e tive que viver somente com meu pai. Se no inicio foi dificil, com o tempo se tornou um pesadelo. Sabe... meu pai tem um certo problema... e por eu não ter entendido esse problema, acabei fazendo a coisa que mais me arrependo em minha vida. Eu fugi de casa.

Eu não vou contar o motivo em si, mas arrependimento é pouco pelo que eu fiz. Naquela época, eu estava com dez anos. Tinha morado a minha vida toda em uma pequena cidade do interior e nunca havia saido de lá. Eu ouvia falar das maravilhas que o mundo nos dava, dos lugares que existia, das diferentes culturas, das diferentes pessoas. Talvez, esse também tenha sido um dos motivos, conhecer esse mundo.

Naquela noite, peguei alguns trocados de meu pai e deixei a cidade. O dinheiro não era suficiente nem mesmo para comprar uma passagem, na verdade, eu não tinha um lugar para ir. Eu estava tão disposta a abandonar aquele lugar que decidi seguir a pé. Isso mesmo, comecei andar pelas estradas sem direção, sem rumo.

No inicio eu não me importei. Aquela sensação de liberdade era indescritivel. Mesmo seguindo a pé por aquelas estradas, poder ver as paisagens, a natureza, era realmente mágico. Logo eu cheguei na primeira cidade e meu dinheiro foi o suficiente para somente comprar um pão com café.

Consegui pegar uma carona com um caminhoneiro muito simpático chamado Tômas. Ele me levou para conhecer muitas das cidades que ele passava e sempre me contava uma história do local que visitavamos. Mas novamente o destino me fez pagar um preço por minha pequena felicidade.

Tômas era um homem velho e estava se aposentando. Ele tinha uma familia muito grande para sustentar e eu não podia ficar com ele e, para falar a verdade, eu também não queria. Decidi que minha vida seria seguir por esse mundo e que ele seria minha casa e a minha familia.

- Você não pode sair por ai sozinha – Tômas estava tentando me tirar a idéia de continuar minha viajem se direção. Estavamos em um posto de gasolina na cidade onde ele morava, naquele dia, ele iria se aposentar.

- Não tenho lugar para ficar. Não tenho lugar para ir, só quero viver minha vida livre.

- Dulce, você não conhece esse mundo.

- É isso que eu quero Tômas, conhece-lo.

- Nem tudo são rosas, minha pequena. Eu não quero que você sinta os espinhos.

Eu o abracei em despedida. O meu velho amigo deixou uma lagrima aparecer.

- Obrigado por tudo – agradeci.

- Fale pelo menos com a sua familia, com seu pai...

- Eu não tenho pai.

Tômas me abraçou mais forte. Eu não consegui me segurar e também acabei chorando. Passei dois anos viajando com ele, por isso me despedir foi uma das coisas mais difíceis que fiz. Segui a estrada novamente a pé. Agora eu estava com doze anos e já havia aprendido a me virar um pouco.

Algumas vezes, cheguei a dormir no meio do tempo. Eu não ficava com medo, até porque aquela paisagem que se via no céu sempre me trazia compania e de certa forma me lembrava meu pai. Foi naquele tempo que comecei a sentir saudades dele e de pensar em me comunicar com ele. Talvez ele estivesse preocupado ou talvez ele nem tenha percebido meu sumiço durante esses anos...

Passou-se alguns dias  até eu chegar em uma cidade novamente. Eu não tinha dinheiro e  minha fome estava me matando, literalmente. Decidi sair pelas ruas, pedindo comida as pessoas que passavam e em todos os casos eu era ignorada e chegava a ser ofendida também. Não sei o que aquelas pessoas pensavam de uma garota de doze anos pedindo comida, mas não se importavam com isso. E eu percebi o motivo. Eu não era a unica criança com fome por aquelas ruas.

Os dias foram passando e eu só havia conseguido beber um pouco de água da chuva. Ninguem havia me dado comida ou água, ninguem havia nem mesmo olhado para mim diretamente. Era como se eu não existisse... foi naquele momento que eu senti, pela primeira vez, os espinhos. E foi naquele momento que pela primeira vez, eu havia me arrependido de ter deixado meu pai. Percebi que o motivo pelo qual o abandonei havia sido totalmente idiota e ao ver as outras crianças com suas familias foi quando percebi a importância que era se ter uma...

Eu estava vagando por uma pracinha. O dia estava quase acabando e meu corpo tremia de tanta fraqueza. Tentei me arrastar até o parquinho que ficava no centro onde eu passaria a noite. Eu estava arrastando meus pés e minha visão começou a embaçar, meus musculos começaram a falhar até eu cair de bruço na grama, totalmente imovel.

Não consegui mexer mais meu corpo. Minha respiração estava fraca. Fechei meus olhos e percebendo que eu não iria suportar mais, que eu não veria mais meu pai e que eu não poderia pedir desculpas a ele, fiz a única coisa que conseguia... chorar.

Despezei toda a minha tristeza, todo o meu medo pelo que estava prestes a acontecer naquelas lagrimas. Eu não queria morrer, e por um desejo e atitude tão idiota eu acabaria pagando o meu maior preço.

Foi então que eu senti algo me cutucando. Não sei o que era de inicio, mas continuou a me cutucar.

- Você está viva? – era a voz de um garoto.

- Não...

- Se você não estivesse, não teria me respondido.

Ele segurou em meus braços e me virou. Abri meus olhos para conseguir ve-lo. Era um garoto que aparentava ter a minha idade. Ele sorriu para mim, como se estivesse aliviado de me ver viva.

- Por que você estava caida na grama? Acabou tropeçando?

- Não, eu não consiguo mais me mover...

- Por que?

- Porque eu não como nada a dias.

- Onde estão o seus pais?

- Eu... eu... – comecei a chorar novamente.

O garoto, me vendo daquele modo, acabou me abraçando.

- Não precisa chorar... eu vou ser seu amigo.

Naquele momento, fiquei bastante assustada com aquela atitude dele. Por que ele estava me tratando diferente das outras pessoas? Por que ele estava se importando co uma garota que ele nem conhecia? Ele me soltou de seus braços e se levantou.

- Eu vou conseguir comida para você. Espera só um pouquinho. Mas... qual é o seu nome?

- Dulce...

- Eu me chamo Taylor. Gostei do seu cabelo – apontando para meus cabelos vermelhos (eu havia pintado em uma de minhas visitas a uma cidade junto com o Tômas).

Soltei um sorrisinho – algo que eu não fazia a semanas. – Ele começou a se afastar, indo em direção a rua. Depois daquele dia, eu nunca mais me separei dele. Taylor se tornou meu amigo e ao mesmo tempo se tornou a minha única familia. O tempo passou, e ele conseguio com uma grande insistencia de seu pai comprar uma casa para eu morar. Também me colocou em uma escola particular e começou a pagar professores particulares para que eu rapidamente pudesse alcançar as series que eu havia perdido. Foi ai que conheci a Miley. 

Com os anos, um novo sentimento começou a brotar em meu coração por aquele garoto, que havia se tornado um homem. Por toda a gratidão que eu sentia, por toda a felicidade que ele me trazia e por todo o carinho que ele me dava, eu acabei me apaixonando por ele e não demorou para que começassemos a namorar.

Confeso que o que eu sentia por ele, nunca achei que acabaria ou que sentiria por mais ninguem e eu também não desejava mais que aquele sentimento acaba-se, porque para mim, viver ao seu lado seria o pagamento por toda a felicidade que ele me trazia. Mas algo em minha vida apareceu, transformando tudo aquilo que eu sentia em algo confuso e estranho. E eu queria saber o que fazia esse “algo” me despertar sentimentos que nem mesmo pelo Taylor eu sentia, sentimentos que faziam a minha paixão por ele diminuir e quase desaparecer.

Minha cabeça estava confusa, meu coração machucado por suas ultimas atitudes e novamente o mundo me mostrava os seus espinhos...         

Ps:@ jujuvondy Bem informativo o seu comentário sobre caricatura, sátira e ilustração XD