Fanfic: O αmor de um єscritor (Vondy) * terminada *

Capítulo 72: É, ele avisou...

Aquela pergunta me pegou de surpresa. Por que ela estava retornando com esse assunto? Por que estava tão preocupada com o que eu sentia em relação a Miley? Ela continuava a olhar para a janela e a mexer no seu cabelo, esperando a minha resposta. Eu já havia cansado de repetir para mim mesmo que a Miley era como uma irmã para mim. Eu sentia um enorme carinho por ela, sentia uma preocupação por ela, queria protegê-la e ajudá-la, mais não era nada além de carinho e amizade. Acho que eu já disse, mas Miley era o tipo de irmã que eu queria ter tido, mesmo que não pareça que eu pense desse modo. Agora, com a ruivinha era diferente, eu só não sabia o quão diferente era ainda...

- Dulce... Por que você está perguntando isso?

- Esquece... - ela falou logo em seguida. - Isso não é da minha conta mesmo...

- Ei! Não precisa ficar desse jeito. Só queria saber o porquê de você se importar tanto pelo que eu sinto por ela.

Ela não me respondeu e continuou a encarar a janela. Passamos o percurso todo desse modo e aquele silêncio estava me incomodando. Depois de alguns minutos, chegamos na rua onde ela morava. Estacionei o carro e a acompanhei até a sua casa como eu sempre fazia.

Ficamos nos encarando em frente à porta. Eu queria retornar a pergunta que havia feito sobre aquele beijo. Eu precisava saber... Precisava confirmar algo dentro de mim que, de certa forma, estava me dando medo de ser... Eu precisava conversar com alguém sobre isso... Precisava de ajuda... Chega a ser engraçado... Estar desse jeito por causa de uma garota. Acontecer isso mesmo eu sabendo dos perigos e dores que elas podem trazer - como eu já disse, já tenho certa experiência com isso...

- Eu não queria falar sobre isso - ela começou a dizer. - Mas o que aconteceu com você naquela mesa?

Eu saiba que ela iria tocar nesse assunto...

- É melhor nos não conversarmos sobre isso... - me virei e comecei a seguir para o carro.

Ela segurou meu braço. Puxou e me encarou.

- Por que reagiu daquela maneira?

- Dulce.

- Você não é assim. As vezes começa a perder o controle e a ficar violento. Mesmo você que diz não gostar de brigas se mete nelas. Por que está perdendo o controle desse modo? O que ele te fez para você reagir assim?

Segurei o braço dela e retirei do meu. Ela continuava a me encarar, esperando a resposta. Virei-me novamente e comecei a andar.

- Não vai me... - ela começou a dizer.

- Ele... estava segurando a sua mão... - como foi complicado dizer aquilo e nem sei ao certo o porquê de eu ter dito.

Não tive coragem de olhar para traz e descobrir que reação ela teve. Eu estava com o coração acelerado e suando frio. Com certeza, eu estava sentido algo diferente da amizade pela aquela garota de cabelos de fogo e isso não era nada bom... nada bom mesmo...

Enquanto me dirigia para meu carro avistei alguém acenando para mim ao longe, vindo em uma bicicleta. Demorei um pouco para descobrir quem era. Poncho parou a bicicleta a meu lado e nos cumprimentamos.

- Veio deixar a encomenda? - disse ele apontando com a cabeça para a casa da ruivinha.

Confirmei, meio sem jeito.

- O que foi? - ele me perguntou, reparando.

- Preciso conversar com você.

Ele entendeu que era algo serio e me convidou para entrar em sua casa. Aquela foi a primeira vez que entrei ali. Era uma casa normal, com poucos moveis, TV, sofá, e algumas fotografias expostas em paredes de momentos na vida de meu amigo que eu nem sabia que ele havia experimentado. Nos sentamos mais ao fundo da casa, no quintal que era bastante verde e arborizado. Tinha um banco de praça colocado em um gramado no meio do quintal com uma arvore ao lado dando sombra. Um bom local para conversarmos.

- Minha tia gosta de plantas - ele falou ao notar que eu estava impressionado com o local.

Nos sentamos no banco. Fiquei observando as folhas das arvores por alguns instantes. Na verdade eu estava pensando se eu realmente deveria ter aquela conversa com ele.

- E as novidades? - ele iniciou o papo.

- Vamos expulsar o Daniel amanhã.

- Não acredito cara! Vocês conseguiram os votos?

- Sim.

- Até mesmo do...

Confirmei com a cabeça. Poncho reagiu assim como eu, espantado. Eu sentia que algo de errado estava acontecendo ali. Taylor havia colocado o Daniel como representante, então por que decidiu expulsá-lo? Está certo que o idiota do ex-namorado da Anahí estava fazendo certas ações que eram imperdoáveis e ele não deveria estar gostando. Mais ainda assim, eu sentia que tinha algo de errado naquele rapaz. E não era só por ele namorar a Dulce. Fiquei vermelho na hora que pensei isso. Desde quando namorar a ruivinha era algo de errado quando se tratava do Taylor?

- Não posso perder essa! - ele falou animado, interrompendo meus pensamentos.

- Isso mesmo! Você precisa estar naquela faculdade amanhã. Ver a cara de derrotado do Daniel após ele ser expulso!

- Finalmente a justiça vai ser feita. Pena eu não poder voltar...

- Nisso eu vou ajudar.

- Como?

Eu não iria revelar meu plano para ele mesmo se eu quisesse, pois nem eu sabia se daria certo.

- Não se preocupe com isso. Só peço para esperar só mais um pouco.

- Eu não posso esperar muito, mano. Preciso ajudar aqui em casa e ficar olhando para o teto não dá. Hoje eu procurei emprego, mas está difícil para alguém que tem uma expulsão no currículo...

O Daniel havia prejudicado a vida de meu melhor amigo muito mais do que eu havia imaginado... mas a sua hora estava chegando, mesmo que fosse somente um preço pequeno a se pagar, ver a sua cara de derrotado já me bastava.

- Eu entendo... - falei dando uns tapinhas nas costas dele. - E a Anahí? Como vocês estão?

- Bem... não vejo ela muito agora, mais estou pensando em ir na facul. para vê-la também.

- Um ótimo motivo. E está feliz? Quero dizer, com ela?

- Muito cara. Você não faz idéia de como é bom ficar ao lado de quem você ama. De alguém que você deposita todo o seu amor, todo o seu carinho... - ele interrompeu logo apos ver meu rosto. - O que foi?

- Eu preciso conversar com você sobre algo...

- Percebi quando falou lá fora. Pode contar.

- É sobre a Dulce...

Ele respirou fundo. Parecia que já esperava isso...

- Não precisa me dizer...

- Mas...

- Christopher, se quer me perguntar o que você está sentindo por ela, confesso que não posso responder. Só você pode. Mas vou te dizer uma coisa. Se você estiver gostando dela, se realmente se importa com ela, então vá atrás. Não tenha medo do que sente, não tenha medo do que pode acontecer, pois se você está gostando dela para valer, ela vai perceber e vai ficar com você.

- Eu não...

- Mano, eu te avisei.

É, ele avisou...