Fanfic: O αmor de um єscritor (Vondy) * terminada *

Cap. narrado por Dulce

Capítulo 79 Especial: Rosa Branca

Meu coração estava muito acelerado. Minhas mãos tremiam e meu nervosismo parecia que iria me matar. O meu pai, o homem no qual eu havia abandonado quando menor estava naquela casa ao lado. Milhares de duvidas e de medos me imundaram por dentro, mas a principal era: Ele iria me perdoar?

Christopher ficou me esperando na frente do pequeno portão que separava o jardim da rua. Ele me olhava tentado me dar coragem a continuar. Eu já havia chegado ate ali, por que não prosseguir? A dor e a culpa de te-lo abandonado  me fazia chorar quase todas as noites e para tentar diminuir um pouco essa dor eu tentava dançar e me estravassar - estou com muita vergonha do que eu acabei de dizer.

Respirei fundo e abri a porta do carro. Uma brisa agradavel tocou meu rosto me dando mais um pouco de confiança e tranquilidade. Segui até onde Christopher estava e parei logo em frente ao portãozinho. Era feito de madeira e com certeza, não impedia ninguem de invadir aquele lugar, quanto mais a cerquina que topava na minha cintura. Abri o portãozinho e entrei no jardim. Havia um caminho de pedras que levava até a porta da casa. Ao redor, um verdadeiro tapete de flores cobria todo o local. Havia varias e de diversas cores que davam a ilusão de um verdadeiro arco-iris. Era lindo...

Andei por aquela pequena estradinha de pedras em direção a porta da casa. Parei em frente e novamente meu corpo estava exitando. O medo estava ainda maior e eu tinha o desejo de sair dali correndo sem olhar para traz. Mas Christopher segurou a minha mão antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.

- Eu estou com você - ele me disse devagar.

 Eu não sei o que me aconteceu naquela hora, mas todas as minhas duvidas simplesmente desapareceram. Ele estava comigo, ele havia se sacrificado por mim para poder me trazer ali. Eu não poderia desistir, nem por mim , nem por ele. Segurei a mão dele com mais força para poder me sentir mais segura e bati na porta. O silencio apareceu por algum tempo então retornei a bater. Ninguem...

- Ele deve ter... - eu comecei a dizer quando ouvi um barulho de fechadura.

Lentamente a porta se abrio e o que surgiu em minha frente foi um homem inrreconhecivel. Seus cabelos estavam com varios fios brancos e sua barba tampava todo o seu rosto. Não usava camisa, o que me fez ver o quanto estava magro e parecia que algum membro iria quebrar com o menor esforço. Estava usando uma calça azul claro bastante suja de terra e em uma de suas mãos haviam uma daquelas pás de jardinagem. Ele levantou os olhos e me fitou como se tenta-se ver alguem a quilomentros de distancia.

- Vistitas tão cedo - disse ele olhando para o relogio de bolso, sujo de terra - Entrem.

Antes que eu pudesse dizer uma palavra para ele, o proprio entrou para dentro da casa. Levei minha mão a boca.

- Ele... ele está diferente...

- Muito tempo se passou... - disse Christopher - Parece que ele nem te reconheceu. Provavelmente ele só lembra de você pequena.

- Pai.. 

Christopher entrou na casa me puchando pela mão. O lugar era muito pequeno e talvez só tivesse dois comodos. Os poucos objetos que pude encontrar foram um sofa minusculo que mal cabia duas pessoas e um pequeno colchonete ao canto de uma parede. Mas o que chamava a atenção ali eram as milhares de flores brancas que estavam espalhadas em alguns vazos e até mesmo em objetos como panelas e copos. Eu reconhecia aquelas flores de algum lugar...

- O que desejam? - disse meu pai se sentando em uma cadeira - Eu não tenho visitas a muito tempo.

- Eu vim aqui para trazer uma pessoa para o senhor ver - falou Christopher. - Alguem que o senhor não via a alguns anos.

Me aprocimei de uma das varias flores brancas que estavam naquela sala. Eram todas iguais, todas da mesma especie. Eu realmente já havia visto aquelas flores antes e ao tocar uma delas uma lembrança surgiu, uma lembrança esquecida pela dor da partida:

 Eu estava em minha antiga casa onde morava com meu pai. Era o dia em que eu iria ir embora daquele lugar. Estava a noite e ele não poderia me ver fugir. Peguei o dinheiro da carteira dele e segui ate a sala onde escrevi uma pequena carta avisando de minha partida e com ela uma rosa branca. Aquela flor era a predileta da minha mãe e também era a minha. Meu pai falou que quando eu visse uma saberia que minha mãe estava lá e que não era para eu me sentir sozinha, então escrevi na carta dizendo que quando ele olha-se para aquela flor e se sentise sozinho, que se lembra-se dela e de mim. E então, eu parti.

Meu pai havia plantado milhares delas pela casa. Ele não queria se esquecer de mim, ele sentia a minha falta... Não consegui me segurar e chorando corri até ele e lhe dei um abraço. 

- Obrigado... - eu falava entre um soluço e outro - Obrigado por não me esquecer!

- Eu... o que... - ele parecia confuso - Dulce! Dulce é você? - ele parecia ainda mais surpreso. - Você demorou...

- Desculpa pai! Me perdoa por ter ido embora.... eu não...

- Embora? - ele falou estranhando - Você não foi comprar o leite para o café? 

Ele ainda era o mesmo... meu pai tinha problemas mentais. Ele vivia em um mundo só dele e não percebia a realidade ao seu redor. As pessoas me chamavam de louca só porque eu era filha dele. Esse foi o motivo de eu ter ido embora, essa estupida ideia de que a doença dele não estava me deixando ter uma vida feliz... Me imaginar vivendo com ele e aquele seu jeito diferente me parecia um pesadelo... Não consiguo me perdoar por ter pensado assim algum dia...

- Por que você demorou? - ele perguntou - E quem é esse rapaz? Sua mãe me dizia para nunca levar estranhos para casa...

Eu continuava abraçando ele. Meu pai não fazia ideia do tempo que havia se passado, não percebia que eu havia crecido e que ele estava sozinho esse tempo todo. Para ele eu havia saido ate o mercado e só agora teria voltado.

- Me perdoa pai! Eu não queria ter demorado... - falei aceitando a interpretação dele. - Eu não queria ter deixado o senhor sozinho...

- É... - ele me falou levando seus braços lentamente para me abraçar também - Eu senti a sua falta... fiquei com medo de você ter ido embora...

Aquelas palavras... eu comecei a chorar ainda mais. Christopher ainda devia estar tentando enteder o porque do meu pai estar falando aquilo e não de me encher de perguntas querendo saber por onde eu estava por todo esse tempo. Eu poderia explicar para ele depois...

- Eu plantei essas rosas bracas para você - falou meu pai ainda me abraçando - Eu sei que você gosta delas... Eu já te falei que sua mãe também adorava elas?

- Já pai - falei aos prantos - Você já falou...    

Aquela cena, aquele abraço, aquele calor que emanava dele mostrando para mim que ele ainda me amava, que ele não havia me esquecido, que simplesmente estava me esperando esse tempo todo só me fizeram agradecer. Obrigado Christopher... muito obrigado...