Fanfic: ~⋆⋆Refugio de las estrellas⋆⋆~

Com o olhar atento, passou por cima de um galho e subiu a pequena ladeira. A bela choupana estava iluminada pelo sol que começava a se pôr.

Deitou-a na cama forrada agora por lençóis de seda. Arrumara a velha casinha, na esperança de que quando ela volta-se do passeio pelo riacho, ficasse surpresa ao encontrar tudo diferente. Porém, não conseguira. Por sua culpa, ela estava desacordada, o rosto coberto de sangue, graças ao pequeno ferimento acima do olho e seria um milagre se não tivesse algo mais grave. Fechou os olhos com força e correu até o carro dela, atrás de um equipamento de primeiros socorros.

Depois de limpar o ferimento com um pouco de água oxigenada, fez um curativo e beijou levemente sua bochecha. Sentou ao seu lado e observou aquele rosto que tanto sentira falta. Alisando os cabelos castanhos claros, ele suspirou. Queria aquela mulher de volta, mas... Seus desvaneios foram interrompidos quando sentiu os dedos mexerem-se e as pálpebras ameaçarem abrir. Estava na hora de ir embora.

Pareceu achar que alguém fechava a porta. A visão turva, fez com que achasse que era apenas mais uma alucinação. A cabeça latejou fortemente quando tentou levantar-se e com isso ficou deitada. O tornozelo doía e apoiando o mesmo no chão sentiu uma forte dor. Como faria para sair dali ? Estava só, com alguém lá fora tentando intimidá-la e sentindo dores absurdas. Passou a mão na sobrancelha e sentiu o curativo feito recentemente. Os olhos arregalaram-se e da angústia passara para o medo que dominou-a rapidamente. Estava apavorada.

- Socorro! - gritou desesperada. O sol já sumia no horizonte, trazendo consigo um vento frio, que soprava pelo pequeno espaço que havia na porta. - Alguém me ajude... - sussurou. As lágrimas desciam, não esperava que aquela brincadeira fosse tão longe, tudo aquilo tornara-se um tormento.

Mergulhou a cabeça no travesseiro macio e sentiu os lençóis de seda alisarem seu corpo. Tudo estava diferente... Quem estaria por trás ? Impaciente, passou as mãos pelo cabelo e sentiu um calafrio percorrer pela sua espinha. Esfregou as mãos e soprou sobre as mesmas, tentando esquentá-las.

Voltou sua atenção para o que havia ao seu redor. E com um suspiro resignado, viu o pequeno bilhete que havia ao lado da cômoda. Não queria mais brincar de detetive. Voltar para aquele lugar estava sendo uma tormenta, apesar dos lindos momentos que vivera. Sorriu, lembrando como foram felizes... e nunca mais seriam.

- Não pode ser! - gritou, a angústia corroendo seu peito. Alfonso Herrera não podia estar morto... Nem pudera vê-lo pela última vez. - Poncho... - o sussuro era apenas uma súplica, um pedido que não poderia ser realizado.