Fanfics Brasil - IV - Meu Imortal Heartless

Fanfic: Heartless


Capítulo: IV - Meu Imortal

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Comentários:

thailavondy: Gracias por acompanhar. Finalmente, chegamos na última parte... Mas não se esqueça do que diz a música que deu origem a história: "A mais fria das histórias já contadas". Oh, e se prepare porque ainda hoje posto na déjame sobre o segredo da Beli!
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 Sabe quando o tempo parece congelar? As pessoas ao redor param de falar, de se mexer, e, nesse caso, acho que até de respirar. O tempo havia congelado ali.
 Fabíola Black me olhava com o rosto sem expressão, o que aumentava minha preocupação. Angélica havia parado no meio da escada, ainda esperando uma explicação; Oliver se retraíra ao ouvir eu me referir a eles como “família”. Até Andrew, já novamente de pé, aguardava com a mão no cós do jeans, pronto para sacar a arma, analisando cuidadosamente a expressão de Fabíola.

 – Eu deveria saber. – Fabíola riu com azedume.
 – Fernando... – pediu Angélica.
 – Eu...
 – Silêncio! – Fabíola irritou-se. – Não vim aqui para ouvir uma história de traições e decepções!
 – Por favor – Oliver falou, tentando conter sua raiva. – Saiam da minha casa.
 – HÁ! – Fabíola riu ironicamente. – Você acha que eu vim aqui só para te falar que seu pai é um assassino? Acha que passei anos procurando encontrá-los, para nada? Não, Oliver O’Donnel. Eu vim atrás de vingança, por mais que o Fernando tenha tentado me impedir. Mas eu farei o que eu tiver que fazer, não importa se a ex-namorada dele estiver envolvida.
 – Fabíola, você não entende... – novamente eu descia minha voz a uma súplica.
 – CALADO! – ela olhou para Andrew, que parecia incerto. – Segure-o.

 E, dizendo isso em toda sua frieza, ela sacou a arma, apontando diretamente para o peito de Oliver. Andrew segurou meus braços para trás de uma forma dolorida, que me impossibilitava de me mexer. Angélica soltou um grito sufocado, levando as mãos à boca, mas, antes que ela pudesse conseguir destravar seu corpo e forçar-se a fazer qualquer movimento, Fabíola virou na direção dela e fechou os olhos, apertando o gatilho.
 Oliver e eu soltamos o ar de nossos pulmões como se tivéssemos levado socos. Ele virou incrédulo para Fabíola, levantando as mãos em sinal de redenção.
 Mas assim como para Angélica, não houve tempo. Novamente o estampido mortal foi ouvido, fazendo Oliver cair de joelhos. Fabíola havia cumprido sua missão. Mas...

 – Andrew, cuide do resto. – ela disse, virando de costas para a cena. – E, Fernando, me encontre pela manhã, no mirante da ilha.

 Assim, com tamanha indiferença, ela partiu. Como se nada houvesse acontecido. Senti as mãos de Andrew se afrouxar em meus braços e corri para Angélica.

 – Angélica? – chamei, abaixando-me na escada, por onde seu corpo rolara. Os olhos dela estavam fechados, mas ela tossia em uma respiração falha, sangrenta.
 – Por que... – ela usava suas forças finais para formar palavras. – Você nos deixou... Por que, Fernando?
 – Eu estava tentando protegê-las. – senti lágrimas ardentes se formarem em meus olhos. – Me perdoe, Angélica.
 – Você... Fez o seu melhor... – as palavras ficavam mais difíceis. – Mesmo sem me amar... Só... Não a deixe... Melody... Proteja-a. Fernando...

 Mas as palavras perderam-se para sempre, a caminho de seus lábios, seus olhos fecharam-se novamente, sua cabeça tombou. Angélica Swan estava morta.
 Sem o som de sua respiração difícil, minha mente conseguiu absorver Oliver em igual situação. Ele chamava – ou ao menos tentava chamar – por mim. Corri em sua direção, ajoelhando-me ao seu lado.

 – Ela estava feliz... Comigo. – ele disse. – Você a abandonou... Quando... Quando ela mais precisava. Você podia ter ficado... Escolheu partir... E não fez nada... Para salvá-la... Você matou Angélica... Tirou os pais da Melody... Você estragou tudo, Fernando.
 – Eu não... – as lágrimas caiam sem que eu me importasse. – Você tem razão, e eu sinto muito. Eu pagarei por isso todos os dias. Essa visão...
 – Eu espero que machuque... Mais que morte. – e com essas palavras de rancor, ele também partiu.

 Chorei ao lado dele, com suas palavras atravessando-me como facas. Ele tinha razão. Eu escolhi isso, eu era o culpado. Eu não amava mais Angélica. Por isso, nunca voltei de minha fuga. Porque encontrei Fabíola, um lindo perigo que roubara meu coração e que, por ironia da vida, agora tirara um pedaço de mim.
 Saí dali com raiva, o céu já começava a pintar-se de rosa e dourado no horizonte. Eu esperaria por Fabíola no mirante, ela não sairia assim, como se nada tivesse acontecido. Chegando lá, para minha surpresa, porém, Fabíola também já estava lá. Ela se levantou da borda da mureta, onde estava sentada, e sorriu fraco.

 – Sabia que você não esperaria... – ela suspirou, parecendo infeliz.
 – VOCÊ TEM IDÉIA DO QUE FEZ? – me surpreendi com a raiva e força de minhas próprias palavras, eu simplesmente não consegui controlá-las.
 – Sim, eu sei. Também sei que devo pagar. – ela olhou na direção do mar, e eu parei confuso. – Eu precisava fazer aquilo, Fernando. Mas nos segundos em que parei, analisando as possibilidades, eu soube tudo o que tinha que fazer. Eu sinto muito, muito mesmo, eu juro! – ela fechou os olhos.
 – Pedir desculpas não muda o que você fez. – ainda não conseguia controlar o desprezo em minha voz. – Eu fiz tudo por você, e você não ouviu o meu único pedido! Quando você armou tudo, eu fugi, abandonando minha noiva grávida, achando que seria o melhor pra elas... Eu te conheci e continuei fugindo com você. Eu não pude voltar, não pude conhecer minha filha... Você selou a minha vida, transformou em um pesadelo. Não me deixou viver em paz aqui ou na Europa, e ainda se negou a atender minha súplica... Eu só posso te odiar agora.
 – Eu sei. – ela me encarava com intensidade. – É por isso que preciso terminar o que comecei.
 – O que... O que significa isso? – percebi que a mão dela foi até o cós do jeans. Ela iria sacar a arma.
 – A morte é mais fácil. Não precisar sentir culpa...
 – Você não vai ser covarde o suficiente para se matar, não é? – fiz careta, irritado.
 – Não. A morte é fácil. – ela repetiu. – Fácil demais. É pra quem não merece sofrer, mas eu mereço. Eu sofrerei todos os dias...

 A arma apontava diretamente para o meu peito, mas meu cérebro cansado ainda não processara as palavras dela. Ela... Não ia se matar. Ia me matar.
 Aconteceu rápido, senti uma dor nas costelas, poucos instantes antes do estampido do tiro. Estava caído no chão, mas estava bem, apesar da dor. Virei-me para encontrar Andrew, caindo de joelhos, com a mão no peito que sangrava. Fabíola realmente treinara sua mira.

 – Vá, Fernando. – ele disse. – FUJA! Ela não está em seu juízo perfeito... VÁ!

 Ele caiu, e eu me levantei tremulo. Ele realmente se colocara em frente a uma bala por mim. Ele provavelmente nem se livrou dos corpos, foi em meu socorro... Mas eu sabia que não agüentaria correr.

 – Talvez você nunca entenda, Fernando... – uma lágrima cortou o rosto dela. – Eu poderia tirar a minha própria vida, mas seria fácil. É você que eu quero poupar. Prometo pagar por isso enquanto eu viver... Eu sinto muito, realmente sinto.

 Dei um passo para trás, mas era tarde para recuperar os movimentos. Ela fechou novamente os olhos, as mãos trêmulas puxaram o gatilho, e o som do disparo pareceu durar uma eternidade, até que eu sentisse a dor que a bala produzira ao acertar-me no peito.
 Cai ainda um pouco consciente, mas sabendo que não duraria, sabendo que morreria. A dor era terrível.
 Fabíola se aproximou, através de minha visão borrada, vi o rosto dela lavado em lágrimas.

 – Eu cuidarei da Melody por você. Eu juro. – ela disse chorando, e eu senti meu corpo cair.

 Entre a inconsciência e meus últimos minutos, eu já não via mais nada, mas sentia ser puxado pelos braços. Fabíola me levava até a baixa mureta, tendo dificuldade em me passar por cima da mesma. Tentei dizer algo, mostrar que ainda estava vivo, implorar por socorro, mas de qualquer forma, eu sabia que seria em vão. Ela achava que estiva me salvando. Talvez estivesse. A dor era demasiada. – Não apenas a dor física.
 Senti o peso aliviar, quando ela me empurrou. O vento cortante contra meu rosto, a sensação de queda livre, mesmo que eu não visse nada... A última coisa da qual tive ciência, foi da água fria, se batendo com força contra meu corpo já praticamente sem vida.
 Então, a dor cessou.


Epílogo: Confissões de um coração partido

– Fabíola –


 Três anos se passaram desde um dos piore dias da minha vida. A sensação de alívio após a vingança, nunca ocorreu. Matar Fernando era uma ferida aberta que continuava a sangrar. Ele estivera certo todo o tempo: Não compensava.
 Matá-lo foi uma das coisas mais difíceis que eu já tive que fazer. Muito mais difícil do que os outros três assassinatos que cometi. Nunca me esqueço da sensação dos meus braços ao soltá-lo contra o mar, vê-lo bater na água fria lá embaixo, mergulhando no esquecimento. Eu só esperava estar libertando-o. Não era uma boa demonstração, mas eu não sabia lidar com sentimentos. Como ele mesmo chegou a dizer em algumas ocasiões, eu era um desastre natural. Um raio que ricocheteava e destruía tudo. Eu não contava que um coração congelado, morto, pudesse bater. Mas Fernando Lewis fez esse milagre. Eu senti dentro do meu peito, algo se aquecer, algo viver, algo que eu já não achava que existisse mais. Por isso eu o matei. Por amor. Eu não acreditava em morte por amor, mas agora eu entendia. Eu só o matei para acabar com um sofrimento que ele nunca pediu para passar. Eu esperava que ele tivesse se dado conta, mesmo que eu nunca tivesse dito que, naquela manhã, quando ele afundava para as trevas azuis, era com o meu coração congelado que ele partia.

 Melody crescera nos anos que se passaram. Todos aqui em Bolton, interior da Inglaterra, a adoram. Agora, com quatro anos, ela era uma menina encantadora. Havia algo no olhar dela, a forma como sempre queria ajudar, a forma carinhosa, que me lembrava Fernando. – Não que eu realmente fosse passar algum dia sem pensar nele, de qualquer forma. Criá-la era minha missão, meu objetivo, uma vez que tirei os pais dela. Era também, uma fuga para que eu pudesse me sentir perto de Fernando outra vez. Para que eu pudesse amá-lo, como, antes, fui tola demais para fazer.
 Ainda havia muitas feridas não cicatrizadas, muitas coisas que não podiam ser apagadas, mas foi o caminho que eu escolhi, desde o começo. Se minha história era a mais fria das histórias já contadas, foi porque eu decidi transformar-me em gelo. E eu sabia que tinha que viver com isso, para compensar. Os dias eram iguais, o sofrimento estava lá, mas eu rezava – mesmo não sendo digna disso, uma vez que não sabia mais se ainda tinha uma alma – para que, quando a minha hora chegasse, realmente houvesse um outro lado, um outro lado onde Fernando estaria, tendo entendido meus motivos, tendo visto que eu honrei minhas promessas, tendo visto que eu tenho sido para Melody, o melhor que existe em mim. Apesar de tudo, eu ainda acreditava que o amor me faria encontrá-lo, pois, se um coração de gelo pode bater, por que não haveria amor, mesmo após morrer?
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N/A: Acho que agora sim, consegui chegar ao propósito original da Heartless, como diz na música: A mais fria das histórias já contadas. Essa história, no fim, acabou sendo inspirada não só pela música – que praticamente é o Fernando contando a história deles – como em um livro chamado A Garota dos Pés de Vidro (Ali Shaw). Acho que teve uma considerável visão do livro, que em minha opinião, é fantástico, mas, assim como na Heartless é agridoce, uma história dura e que precisa de sensibilidade para enxergar a mensagem.
Heartless fala sobre a dor da perda, as conseqüências das guerras, a vingança que, geralmente não alivia, e um amor que mesmo sendo doentio sobre muitos ângulos, foi puro o suficiente para tirar o sofrimento da pessoa amada e se castigar a viver com essas dores. Eu não acredito em morte por amor, a Fabíola tem danos psicológicos por motivos obvieis, mas, mesmo assim, achei o fim adequado. Enfim, espero que tenham gostado!
P.s.: Música do capítulo: My Immortal - Evanescence
Love,

- A.K. Carodoso



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Autor(a): akcardoso

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  • thailavondy Postado em 04/06/2011 - 23:28:47

    1°web que eu leio que não é vondy e adorei

  • thailavondy Postado em 04/06/2011 - 23:28:09

    amei!!!!

  • thailavondy Postado em 04/06/2011 - 23:27:41

    perfeita!!!!vc ja disse tudo na nota so me resta ressaltar o quanto foi perfeita a web realmente fabiola black não é de todo o mal cuida de malody a ama e continua a amar fernando

  • thailavondy Postado em 03/06/2011 - 15:47:59

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  • thailavondy Postado em 01/06/2011 - 12:21:54

    morrendo de saudade s2

  • thailavondy Postado em 29/05/2011 - 18:11:27

    ai amiga vou esperar como louca o proximo post

  • thailavondy Postado em 23/05/2011 - 14:55:25

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  • thailavondy Postado em 20/05/2011 - 14:12:02

    ai amore so quero te avisar que vou sumir esse fim de semana mais é por motivo de força maior sabado vou trabalhar na faculdade pra conseguir horas pra acc e provavelmente vou chegar tarde e morta e no domindo vou estudar ate dizer chega pois na segunda tenho uma prova odiosa de historia da educação acho que so volto mesmo na segunda a tarde ou na terça tambem a tarde desculpe mesmo mais prometo compensar com muitos comentarios

  • thailavondy Postado em 18/05/2011 - 22:18:42

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  • thailavondy Postado em 12/05/2011 - 15:46:05

    o proximo post promete muito!!!!!


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