Fanfic: »-(¯`v´¯)-»Suspeita de sedução»-(¯`v´¯)-» [TERMINADA]

De pé, no escuro do jardim, Dulce verificou a pequena janela e, sim, estava aberta. A satisfação dela durou pouco. Na verdade, não era pequena, era muito pequena e parecia muito mais alta do que pensara. Para prosseguir com o projeto, seria necessário pegar uma escada e ter uma boa cabeça para lidar com alturas, duas coisas que ela não possuía.
— Vai ficar aí a noite toda?
Dulce deu um pulo e se virou, coração acelerado.
— Como você entrou? — perguntou indignada à figura  alta que apareceu de repente, delineada à luz dourada, preenchendo o vão da porta.
Chris mostrou um chaveiro e contou dinheiro de uma carteira carregada de notas.
— Chave reserva e dinheiro estavam no carro. Meus dias como escoteiro serviram para alguma coisa, no final das contas. Esteja sempre preparado — citou, virtuoso.
Nem sempre estivera, rememorou Dulce, baixando os olhos e sentindo pânico e confusão quando a lembrança da primeira vez que eles haviam feito amor se intrometeu em sua mente. Lembrou-se de ter ficado deitada, destruída, fitando o teto, sentindo os abalos sísmicos, palpitantes e quentes de um clímax arrasador. Aquilo não fora um simples beijo de boa-noite!
—Ai, meu Deus! — murmurara pela milésima vez quando o corpo pesado de Chris saíra de sobre o seu, que estava trêmulo e banhado de suor.
— Se qualquer coisa acontecer, você não deve se preocupar, Dulce.
Dulce fizera que sim com a cabeça. Ela pensara que deveria ficar sensivelmente alarmada com a idéia de uma gravidez não desejada, mas não se sentira daquele jeito.
— Quero que saiba que não é meu hábito ser assim... descuidado — enfatizara Chris, preocupado, tomando o queixo dela nas mãos e olhando para os olhos embaçados dela, com as pupilas dilatadas.
— Bem, você já sabe que eu também não — respondera ela com uma risada trêmula.
O lembrete o fizera hesitar.
Chris ficara arrasado ao descobrir ser o primeiro homem dela. Na verdade, se ela não tivesse garantido que podia esquecer dela se não continuasse, tinha certeza de que ele pararia ali mesmo! Ainda bem que não parara!
— Puxa, sinto muito, estava tão...
Dulce fizera parar a torrente de autorrecriminação com um beijo.
— Você é muito bonito para precisar usar palavras! — disse ela, firme. — Você foi incrível, Chris! — suspirou, faminta. — Isso foi maravilhoso, quando podemos fazer de novo?
— Entre, antes que congele de frio, mulher!
A voz irritada de Chris a trouxe de volta ao presente.
— Acho que já congelei — falou, nervosa. Abraçando o próprio corpo, Dulce passou por ele e entrou no vestíbulo, que levava ao coração da casa: a grande cozinha rústica.
Ela se sentou na ampla mesa de refeitório, comprada em uma loja de antigüidades durante um final de semana que passaram na Normandia. Ele e Belinda estariam... juntos desde aquela época? Estou repetindo a minha mãe, pensou ela com desprezo por si mesma, admitindo seu mais profundo medo.
Dulce soubera da amante do pai, toda a vila soubera, menos a mãe.
E Chris, depois de ver que ela estava literalmente tremendo de frio, abriu as portas da lareira, que ficava perto de um banco próprio para se esquentar nas noites de frio. O calor imediatamente preencheu o local.
— Não sei por que você está olhando para mim desse jeito, Dulce. As coisas vão ficar bem, não vão? Não fiz o que deveria ter feito: correr atrás de você?
— Não queria que você corresse atrás de mim! — negou ela, irritando-se com a fria observação de Chris.
— Claro, deve ter sido uma enorme surpresa quando eu apareci — falou Chris vagarosamente. — Acho que a próxima coisa que devo fazer é implorar a você que acredite que o filho de Belinda não é meu, não é?
Os olhos dele ficaram mais duros.
— Bem, eis a notícia, coração. Não vou fazer isso!
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Dedicado a : thailavondy, fabiana,jujuvondy.
Obrigado e desculpa a demora.