Fanfic: Inimigos intimos -[DyC]

Capitulo 1



Era uma tarde quente de primavera. Dulce olhou para os lados antes de atravessar a rua movimentada. Droga, ela estava atrasada e tudo por culpa desse cara! Será que já não era problemas demais e ainda aquilo? Parou em frente a porta dele, respirou fundo, ajeitou o pequeno palitó de trabalho que usava e bateu à porta. Ninguém respondeu. Bateu novamente, dessa vez com um pouco mais de força.


Dul: UUUUUUUUUCKER! Alguém aqui ainda tem o que fazer hoje! será que dá pra abrir essa porta?


Mais uma vez não houve resposta. Ela resolveu entrar. Ainda tinha sua chave em algum lugar aqui na bolsa, com certeza, era só procurar um pouco e.. PRONTO! aqui! ela colocou lentamente a chave na fechadura sem deixar de se sentir uma invasora mesmo naquela casa que ainda lhe pertencia. Entrou pé ante pé e quando chegou ao meio da sala pôde ouvir o chuveiro ligado no andar de cima.


Dul: uckeeeer, preciso te entregar uns papéis. - ela olhou ao redor, a casa não parecia ter mudado muito. Resolveu deixar os papéis em cima da mesinha e sair. Era o certo.
Já lá fora, ela deu uma ultima olhada pra dentro da casa e bateu a porta. Pensou nele tomando banho. Apertou os olhos, sacudiu a cabeça.

Não, Dulce! Tudo aquilo fazia parte do passado, era preciso que ela esquecesse. Respirou fundo pra se recompor e saiu da frente da casa andando meio sem rumo pela calçada as vezes esbarrava em alguém que corria ou quase se batia numa mulher apressada. Nesse momento se lembrou que também estava atrasada. Trabalhar três turnos a deixava exausta mas pelo menos evitava que pensasse no que estava pensando agora. Aquelas mãos.. podia quase senti-las.. Esfregou os olhos. Já chega! Ela voltou a ser aquela mulher fria que tem olhos apenas pra o trabalho e foi caminhando até ele com a resignação de um soldado que vai pra guerra.

Em casa, Ucker desligou o chuveiro assim que ouviu o barulho da porta. Sim, ele tinha ouvido sua mulher entrar e chamar seu nome com aquela voz que mesmo chateada ainda lhe parecia doce. Mas ele não ia descer, não tinha como olhá-la nos olhos. Eles ainda não tinham se visto desde sua separação ha algumas semanas. abriu o Box e saiu do banheiro ainda enrolado na toalha, aquela casa ainda lhe parecia tão grande sem ela.. ele desceu devagar as escadas e viu um envelope no encosto do sofá. Era incrível como ela era abusada a ponto de entrar na casa e ainda deixar os papéis do divórcio no sofá sem consultá-lo. Ele parou pra pensar. Talvez o motivo dele não ter descido tivesse sido esse mesmo não queria assinar nada. Mas se lembrou do que aconteceu do jeito que aconteceu, tudo que foi se desenrolando até chegar nessa separação nada amigável. Então ele abriu o envelope disposto a assinar o que quer que fosse que estivesse ali dentro. Quando leu as linhas bem traçadas e com ar distante de quem datilografa um documento como esse a cada cinco minutos, percebeu que não tinha nada a ver com o divórcio. Era sobre a empresa que tinha sido sócio todos esses anos. Ele já sabia, iam fechá-la. Seu sogro sempre o tratou muito bem mesmo depois da separação com Dulce. Mas esse contrato lhe dava vontade de socar aquele velho. Pra que tudo isso? Pra que essa exigência idiota de que eles morassem duas semanas juntos para receberem, os dois, a parte que lhes cabia na empresa?