Fanfic: Inimigos intimos -[DyC]

oiii

eu queria dedicar esse capitulo a todos que comentaram

bjs

gente se der pra postar em todas eu posto ta bem

beijos

la vai outro capitulo

Dul: eu te amo.. - ela engoliu seco querendo poder obedecê-lo e finalmente parar de chorar.
ucker: fique com seu amor pra você! eu não preciso dele!
Dul: não.. - ela levantou uma das mãos ainda sentindo que ia desabar a qualquer momento - eu te amo mas isso é demais pra mim! Amor não é tudo, ucker.. Pra que você queria saber como eu me sentia? Pra me humilhar mais? Pra me dizer tudo isso? - ela não sabia de onde vinha toda aquela força que pareceu ter adquirido de repente - Por que você está aqui? Por que não me deixou morrer hoje de tarde sozinha aqui se foi isso que pensou que aconteceria comigo?
ucker: eu não queria.. - a voz dele pareceu falhar pela primeira vez - eu não queria que você morresse na minha casa! O que iam pensar de mim?
Dul: então era isso? - as lágrimas voltaram com toda força e ela soltou o ar com um soluço de agonia. - você não queria que eu morresse aos seus pés pra não se sentir culpado? - a mão perdida na cama voltou ao seu peito com mais força - Pra que eu não morresse como um cachorro aos pés do dono?


Não fazia mais sentido conter o choro. Ela juntou as pernas ao seu estranho abraço individual e apertou os joelhos contra si olhando pra frente fixamente enquanto tudo parecia claro demais. Era tudo desejo, simplesmente sexo,fui usada! Seu amor só valia pra que a diversão dele fosse maior, ela se contorceu. Até o menor movimento doía, até o mais simples pensamento a feria.


ucker: exatamente. Agora pare de ser patética, Dulce.
Dul: eu sou patética? - ela gaguejou se sentindo infeliz demais até pra brigar
Ucker a olhou com os olhos cheios de lágrimas também. Ela não podia ver, não chorando como estava. Ele não falou nada pra que o tom tremido de sua voz não o entregasse, apenas saiu do quarto com passos lentos.
Dulce percebeu a saída dele apenas pelo silêncio que se fez, sua pergunta estava suspensa no ar "eu sou patética?"
O eco de suas palavras a fez tremer da cabeça aos pés. Dulce se agarrou com mais força aos próprios joelhos. O choro dela parecia carregado de alguma dor profunda demais pra que ele parecesse alto ou soluçante. Era um choro calado de lágrimas reprimidas e confusas.. Um choro que parecia perguntar a razão de tudo aquilo. Dull não saberia dizer por quanto tempo chorara naquela noite mas ela viu o sol nascer e resolveu reunir todas as suas forças pra ir trabalhar. Não queria que ele soubesse que aquilo a tinha afetado mais do que o necessário. Muito mais!

Ucker mal dormira essa noite. Ele conseguiu um sonho sem pesadelos - ou sonhos - e isso ja lhe pareceu suficiente pra um dia como esse. Cada vez que fechava os olhos ele podia ver os olhos dela afogados em lágrimas que ele causara e depois a dor. A dor parecia ser ainda pior. O jeito como ela se abraçava e se contorcia ao ouvir todas aquelas mentiras sujas que ele improvisara. Ucker balançou a cabeça pra expulsar os pensamentos que já tinha conseguido manter afastados durante toda a noite, não valia a pena voltar atrás agora! Não ia dar certo aquilo, ele sabia. Ele entendia que ela teria que se esforçar demais pra acreditar que ele não fizera uma coisa que realmente não fizera. E o jeito como ela o abraçara na cama. Ele afundou o rosto nas próprias mãos e gemeu. Ela devia ter estado assim com outro homem, talvez naquela mesma casa! E tudo isso por suas costas, enquanto ainda eram casados! Ucker não entendia. Não conseguia. Ele lhe oferecera tudo! Amor, conforto, família! Eles não tinham filhos mas vinham planejando isso ha algum tempo antes de tudo acontecer. E ela fez isso! Agora queria cobrar dele uma postura mais adulta quando a própria decisão dela de o trair tinha sido mesquinha e hipócrita! Esse pensamento o revigorou. Chris se levantou com passos decididos e se dirigiu ao banheiro pra tomar um banho rápido e quente. Quando saiu só com a toalha amarrada na cintura percebeu Dulce sentada elegantemente na ponta da sua cama. Ele estacou. Seu rosto até agora sereno e controlado amoleceu com a visão dos olhos mal disfarçadamente inchados dela.
ucker: o que quer?
Dulce o interrompeu.
Dul: eu preciso falar com você sobre o acordo! Só vim dizer que não me importo de perder todo o dinheiro que esse trato envolve, então tô saindo dessa casa junto com as minhas coisas assim que voltar do médico essa tarde.
Ucker continuou parado na porta do banheiro da suíte olhando pra ela incrédulo.
ucker: você vai desistir? vai nos fazer perder tudo?
Dul: olha, Christopher, - ela começou em seu tom mais profissional - eu não acho que isso esteja realmente funcionando pra nós dois, não é verdade? - Dull fechou os olhos se lembrando da noite passada. Não! Ela não perderia o controle tão facilmente. Respirou fundo e continuou com o mesmo tom do começo – então, se não está funcionando, eu acho que tenho dinheiro suficiente pra manter você instável com alguns cheques. Como você deve saber, - ela procurava o talão na bolsa - dinheiro não chega a ser um problema pra mim. - Dulce o encarou provocativa.
Ucker apertou os olhos parecendo pensar se aceitava ou não a provocação dela.
ucker: se você prefere assim.. Só quero lembrar que era a empresa preferida do seu pai.
Dull encontrou o talão e assinou vários cheques em branco enquanto contra-argumentava.
Dul: sim, prefiro dessa maneira! Depois talvez eu recupere a empresa. Não estou exatamente preocupada com isso nesse momento.
ucker: Dulce?
Dul: o que? - o tom dela era defensivo.
ucker: posso te fazer uma pergunta?
Dul: Faça só não sei se poderei te responder.
Ele ignorou a frieza na voz dela.
ucker: você falou que ia ao médico.
Dul: isso não é uma pergunta.
ucker: não..
Ela levantou o rosto pra encará-lo. Ucker percebeu que ela ainda esperava.
ucker: por que?
Dul: acho que se você não se lembra, eu passei muito mal ontem. - ela estendeu a mão com os cheques assinados pra ele.
ucker: verdade! e hoje? tá se sentindo melhor?
Ela abaixou novamente a cabeça e riu.
Dul: vamos parar de ser patéticos e acabar com isso, pode ser?
Ucker percebeu a ligeira ênfase no `patéticos` e também abaixou a cabeça.
ucker: então você vai embora hoje?
Dul: exatamente! Pra mim acabou essa farsa que a gente tenta chamar de convivência amigável. - e acrescentou num tom mais baixo - e acho que preciso controlar minha raiva por essa idéia estúpida do meu pai de nos colocar aqui dentro outra vez.
ucker: não acho que...
Ela levantou da cama interrompendo-o.
Dul: não estou realmente interessada no que você acha, Christopher. Não dessa vez. - ela olhou ao redor antes de continuar - acho que alguém aqui precisa trabalhar.
ucker: esses cheques em branco são humilhantes, Dulce! Eu posso perfeitamente viver sem eles.
Dul: não, eu faço questão - ela se aproximou a passos curtos e encostou a boca no ouvido dele pra dizer pausadamente - não quero que digam por ai que eu te abandonei sem dinheiro.
Ucker ainda se sentia meio entorpecido pelas palavras dela.Quando Dull saiu do quarto e desceu as escadas com um sorriso que seria triunfante se não fossem acompanhados de lágrimas. Seus pensamentos estavam completamente descoordenados, suas mãos tremiam involuntariamente e ela agradecia ao céus com sinceridade por ter conseguido se manter firme nos últimos dez minutos.

Ele se sentou na cama e soltou o ar lentamente. Jogou os cheques pra trás e se jogou de costas na cama. Não queria aqueles cheques mas não era estúpido o suficiente pra jogá-los fora.
Tentou focar sua mente no que era mais importante no momento. Dulce iria embora! Apesar dele querer pensar nos danos que isso traria a sua carreira - pois ficaria sem a empresa - o seus olhos corriam pelo quarto e se fechavam a cada lembrança que aquele cômodo o trazia. Ele se sentou novamente disposto a se arrumar e sair. Não dava pra ficar contando os problemas e esperando que eles batessem à sua porta. Ou sentassem em sua cama ou em seu.. Ele se interrompeu.

Dulce chegou à empresa e saiu do carro apressada. Precisava resolver alguns probleminhas pessoais antes de entrar em sua sala. Os olhos dela sondavam o escritório enquanto o som do seu salto era o único barulho audível.
Dull: All...? - ela chamou contrariada por não conseguir pegá-lo de surpresa.
Alfonso apareceu na sua frente quase como um fantasma. Ele era perfeitamente confundível com um deus daqueles de mitologias antigas. Dull balançou a cabeça afastando o pensamento inconveniente e optou por encará-lo.
Dul: acho que temos algumas pendências.
All: poxa, Dull eu sinto muito por aquilo ontem! Eu só tava tentando fazer uma brincadeira, não sabia que seu ex marido ia se incomodar tanto.
Dull juntou as sobrancelhas procurando algum sinal de falsidade em sua voz. Não encontrou então relaxou a expressão.
Dul: acho que ta tudo bem.. - ela ponderou - mas não quero que nada daquilo se repita, me entendeu?
All: certo, certo.. - ele já tinha o mesmo sorriso brincalhão na cara.
Dul: All eu to falando sério - ela tentava não rir também - esse é o meu ambiente de trabalho! Somos melhores amigos lá fora, aqui você é um - ela fez uma careta divertida - subalterno.
Ele riu.
Dul: All.. - ela repreendeu sorridente de verdade pela primeira vez naquela manhã.
All: certo, chefona! - ele colocou uma das mãos na testa em sinal de continência.
Dul: vai pra sua sala, vai e sai da minha frente - ela empurrava ele pelos ombros.
All: isso é uma ordem?