Fanfics Brasil - LUto CANCELADA

Fanfic:  CANCELADA


Capítulo: LUto

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Voltei minha atenção ao meu próprio copo de cerveja, a qual já perdera a graça, e roguei pragas em todos aqueles imbecis que as cercavam, que as tocavam, por não terem o menor senso de noção do que se passava ao redor. - Um copo de aguardente, por favor.
Movi um pouco o meu rosto para poder mirar os cabelos castanhos sedosos de Blanca vindo em minha direção, roçando em meu ombro direito e anexando seu odor em minha pele. Ela era bonita, ah, ela era. Não era a toa que as irmãs Saviñon tinham a fama de beldades. As más línguas poderiam repreender os seus atos, mas não eram capazes de repreender a beleza.
Arrastei um pouco a minha cadeira, fazendo um ruído fino adentrar naquele metro quadrado. Ela, curiosa por saber o que fizera aquele chiado, olhou para o lado, encontrando o meu olhar pensativo e com a expressão confusa. Não sei qual foi à graça para ela abrir um sorriso esplendoroso para mim e bater as pequenas mãos sobre a tabua de madeira, repetindo outra vez o pedido. - Quero um copo de cachaça, meu senhor! - falou mais séria, sem perder a graça.
O homem miúdo do balcão pareceu não escutá-la. Por mais bonita que fosse, as mulheres ainda não tinham espaço em bares noturnos como aqueles, sem serem perseguidas pela antiga lenda de "azar" que levavam consigo. Para uma cidade tão pequena como aquela, lendas eram como salmos da bíblia. Citadas todos os dias, repassadas boca por boca e eram - sem querer ofender Deus e os santos - deliciosas. E lendas obscuras rondavam as mulheres, já em pleno séc. XX! Em plena era dos extremos, em que mulheres ganhavam voz e assumiam pela primeira vez cargos importantes, as mulheres daquela maldita cidade viviam como esposas perfeitas, sucumbidas em seus cantos, agradando os narcisos de seus maridos.
Era desgostoso, mas era a verdade. - A moça quer uma pinga, meu bom homem, então, por favor, lhe entregue uma. - falei sem mais, jogando os ombros para frente e encarando os olhos cinza do outro homem através dos aros enferrujados de seus óculos. - Já vou, já vou. - ele reclamava enquanto enchia outro copo encardido com aquela bebida amarela.
Blanca outra vez fez menção de sorrir para mim, desta vez, de maneira mais doce. Agradeceu-me com um olhar, e antes que pudesse pegar de uma vez o que fora buscar, escutamos um barulho alto ecoando por cada canto daquele cômodo, fazendo-me virar assim que um grito agudo vibrou ao meu lado e vi o corpo, imóvel, de Claudia estirado ao chão.
Ela estava morta.
Ninguém sabia dizer como, apenas que tinha acontecido, enquanto Blanca chorava no canto, inconformada. Não que alguém pudesse mesmo se conformar a morte de Cláudia.
A família Saviñon declarou luto e a cidade pareceu parar, isso que dá ser de cidade pequena, todos inconformados com o destino de tão bela moça. Eu só achava que Cláudia havia tido o que buscava, ao menos sua infelicidade estava em paz.



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Comentários do Capítulo:

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  • llaliter Postado em 02/05/2011 - 19:36:23

    espero que goste da minha mini web

  • eneida228 Postado em 02/05/2011 - 18:52:09

    1 leitora !!!!!!!!!!!


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