Fanfic: Assassinato

Na delegacia, o policial contava ao delegado o que conseguira apurar até agora, mostrando também as anotações que havia feito.

            - Vejo que estamos no escuro ainda. – comentou o delegado, preocupado. – Não sabemos quem é o assassino e nem temos uma previsão dos atos dele. Mas tenho que admitir, você foi muito importante para essa investigação, e quero que continue até descobrir o culpado.

            - Claro, delegado. – o policial sorriu. – Eu não iria abandonar esse caso, mesmo se quisesse. Samantha era uma boa pessoa, e quem a matou deve ter tido algum motivo que valesse a pena tirar a vida dela dessa forma.

            Uma batida de leve na porta fez com que o delegado adiasse o que ia falar. Quando o policial abriu a porta, deparou-se com um homem desconhecido, e sua sobrancelha franziu-se.

            - Como vai, policial? – Cumprimentou o homem.

            - Estou bem, e o senhor...?

            - Hilton. James Hilton. – apresentou-se o visitante. – Acho que você deve ter conhecido meu filho Joe...

            - Ah, sim, claro, senhor James. – confirmou o policial. – Eu estive com o seu filho na mesma noite em que aconteceu o assassinato de Samantha Ashes.

            - Então ela morreu mesmo?

            O policial ficou surpreso com a pergunta de James. A notícia saiu em jornais televisivos e escritos! Como pode esse homem vir questionar algo que Washington inteira já sabe?, pensou consigo mesmo. Em voz alta, respondeu:

            - Sim, senhor James, Samantha Ashes foi assassinada ao inalar, inconscientemente, gás de cozinha. Pensei que tivesse ouvido falar.

            - Não fiquei sabendo, policial, acabei de chegar de viagem e só então ouvi rumores, até achei que fosse mentira. Mas então é verdade... A vagabunda passou dessa pra melhor... – James riu. – Ela mereceu o fim que teve.

            O delegado e o policial entreolharam-se. Aquilo não estava nada bem, James seria outro suspeito de ter matado Samantha?

            - Vou deixá-los a sós. – anunciou o delegado, levantando-se. – Acho que precisa falar com o senhor Hilton, Alfred.

            - Se não se importar, gostaria de lhe fazer algumas perguntas. – O policial se dirigiu à James.

            - Sem problemas. – Aceitou James, de bom gosto.

            O delegado deixou a sala rapidamente e o policial convidou James para entrar. Ao se acomodarem nas cadeiras, ambos ficaram em silêncio, até que Alfred começou o interrogatório.

            - Por que disse que Samantha Ashes merecia ter morrido, senhor Hilton?

            - Muitos motivos me levaram a acreditar que aquela mulher não valia nada, policial. Sempre disse para o Joe não se envolver com ela, que ela era uma dessas mulheres que passam a noite com homens de todo o tipo, mas ele não acreditou. Acho que a morte dela fez com que ele percebesse como ela era, porque eu tinha certeza que ela havia transado com algum homem antes de morrer, e esse homem a matou.           

            - Nada constou na perícia sobre relação sexual, senhor Hilton. – disse Alfred. – Samantha estava com um vestido vermelho, não nua.

             James pareceu corar de repente, mas continuou sem uma reação que causasse impacto. Alfred continuou:

            - Então o senhor não gostava de Samantha Ashes... Bom, o senhor poderia me contar onde esteve no dia 23 de outubro de quinze para as nove até as nove da noite? Pergunta de rotina, nada mais.

            - Estava viajando, na verdade peguei estrada cedo. Precisava ir resolver alguns assuntos de negócios em Nova Orleans.

            - E nesse dia não chegou a ver a Samantha ou algum conhecido dela?

            - Apenas o amigo do meu filho, Ted, ele chegou em casa no momento em que eu estava saindo. Ele é um bom garoto, acredito que foi ele que colocou juízo na cabeça do Joe para esquecer a Samantha.

            - Entendo. – o policial tomou nota. – E como chegou à conclusão de que Samantha não era uma mulher decente?

            James abriu a boca para responder, quando o telefone da mesa do delegado tocou. Alfred atendeu.

            - Alô?

            - “Alfred, o delegado está aí?” – era a secretária, Lucy. – “Tem uma pessoa na linha querendo falar com ele.”

            - Pode passar para mim, Lucy, o delegado teve que sair.

            O sinal de que a ligação foi transferida soou no fone de Alfred, e em seguida ele ouviu uma voz conhecida.

            - “Quem fala? É o delegado?”

            - Não, Matt, sou eu, Alfred. O delegado teve que sai. Aconteceu alguma coisa?

            Matt estava com a voz carregada de desespero. O que disse depois da pergunta do policial foi em voz alta, quase gritando:

            - “Não sei se é o momento certo, policial, mas tenho uma coisa muito importante para dizer a você. É sobre a Samantha... Será que você poderia vir aqui?”

            Alfred suspirou preocupadamente. Se for sobre a Samantha, então não há nada a perder, pensou, sem olhar para James.

            - Está bem, vou sair em menos de dez minutos e logo chegarei aí.

            Ele desligou a ligação e tamborilou os dedos na mesa. James levantou-se e disse:

            - O senhor está com uma emergência, Matt Danton precisa lhe falar, não é, então tenho que ir.

            - Ainda não terminamos e...

            - Vamos ter tempo, policial. – interrompeu James. – Fico no aguardo de novas informações.

            Antes que o policial tentasse impedi-lo, James já havia saído da sala. Droga! Esse sujeito é muito estranho... E aparentemente é capaz de tudo para livrar o filho de “coisas más”.

            Eram dez e quarenta e cinco quando o policial finalmente deixou a delegacia, indo em sua viatura para o campo de basquete, onde Matt estava esperando-o.