Fanfic: Assassinato
O policial chegou ao campo de basquete, cinco minutos depois de sair da delegacia. Antes de sair da viatura, vestiu um suéter, pois sabia que estava muito frio lá fora.
O campo estava vazio e silencioso, e a rua em volta também. Mas o que foi estranho para Alfred foi a ausência de Matt, que prometeu estar ali para conversarem.
- Matt? – Chamou, mas sem obter resposta.
Ele caminhou lentamente ao redor do campo, forçando os olhos a se acostumarem com a escuridão, tentando encontrar algum sinal de Matt, mas era impossível. Ele não estava ali.
Cansado, o policial pensou em voltar para a viatura, quando um pedaço de papel que estava no chão chamou sua atenção. Ele agachou-se e leu:
Gostaria de conversar com você, o mais rápido possível. Não sei mais o que fazer, acho que vou contar para o policial o que sei sobre a Samantha, já passou da hora de fazer isso. Espero que venha em minha casa.
Assinado, Matt Danton.
O papel tinha saído de uma casa com a porta aberta, e com as luzes acesas. Alfred apertou o passo e foi até a casa. Bateu de leve na porta aberta e entrou, cautelosamente.
- Olá? Alguém em casa? – Chamou, dando passos silenciosos pelo chão da casa, que descobriu por fotos nas estantes que era onde Matt morava.
Tudo estava num silêncio estranho, e quanto mais Alfred andava pela casa, mais se sentia apreensivo. Mas, quando chegou ao quarto de Matt, seu coração teve um sobressalto, e seu rosto ficou pálido.
- Merda!
Joe chegou ao mesmo local em que costumava se encontrar com Samantha, e lá estava ela, com um sorriso no rosto. Quando ele se aproximou dela, o sorriso desapareceu.
- Como você está? – Ele se curvou para beijá-la, mas ela virou o rosto.
- Não estou bem, Joe... – Samantha estava com os olhos fixos nos dele. – E acho que você também não iria estar, se estivesse na minha pele.
- O que você quer dizer com isso, amor?
Samantha baixou os olhos para sua barriga, e a acariciou devagar. Joe engoliu em seco, e levantou o queixo dela, para seus olhos voltarem a se encontrar.
- Não estou entendendo.
- Joe, essa será a última vez que vamos nos encontrar. – ela tentou ser firme. – Nosso namoro foi muito complicado, e não acho que devemos continuar com isso... Realmente, eu nunca quis magoar você, sempre fomos amigos, e sempre vamos ser. Eu sinto muito, mas... Acredito que não possa fazer mais nada...
- Por quê? – Joe sentiu que estava apelando para o desespero. – Você não pode estar confusa ainda, Samantha, juramos um ao outro que iríamos nos amar para sempre, seja lá o que acontecesse! Não pode ser por causa do meu pai, ele já foi à polícia, está preso por tentar assediar você... Mas é só o que eu te peço, não faça isso comigo...
- Eu estou grávida, Joe. – revelou Samantha, engolindo em seco. – Nós temos que nos afastar, não consigo ver um motivo para continuarmos por causa desse filho...
- Ele será bem vindo, Samantha, irei cuidar dele como se fosse meu! – prometeu Joe, apaixonadamente. – Pense no que você está fazendo, não jogue fora todos esses meses...
- Não dá mais, não consigo... – Samantha enxugou algumas lágrimas que teimavam em escorrer por seu rosto. – Tenho que me afastar de você, eu preciso, devo...
- Você voltou com o Matt? – Joe já não acreditava numa reconciliação.
Samantha não respondeu, apenas aproximou-se de Joe e deu-lhe um beijo. E então se afastou novamente, olhou uma última vez para ele e se foi...
Joe observou-a em silêncio, a dor queimando seu coração, um arrependimento de não ter feito algo para impedi-la, e ao mesmo tempo uma sensação horrível de solidão. Tudo havia acabado, como havia começado, há tantos meses...
O policial estava reunido com o delegado e mais outros dois colegas, na casa de Matt. Tudo havia acontecido muito rápido, ninguém entendia como explicar o assassinato do ex-namorado de Samantha, encontrado com seis tiros em seu corpo. O perito trabalhava em um copo com marcas de batom, alegando que havia impressões digitais nele.
- Não há dúvida de que Matt sabia algo sobre o assassino da Samantha. – dizia o delegado. – Foi muito chocante essa morte dele, seis tiros... Não posso afirmar nada, mas para mim ele era o assassino.
- Para mim também, delegado. – afirmou Alfred. – Ele era o único que tinha vários motivos para ter matado a ex-namorada, e poderia ter mentido sobre o álibi, até porque não tínhamos como provar se era realmente verdade o que falou.
- Se era verdade ou não, talvez nunca saibamos. – Disse o delegado, pensativo.
- Senhores? – o perito dirigiu-se a Alfred e ao delegado. – O copo contém impressões digitais, e não há nenhuma dúvida quanto a quem a fez. – ele suspirou e continuou: – As impressões remetem à Ashley Ashes, irmã de Samantha.
A surpresa iminente no rosto de Alfred alertou o delegado, que imediatamente sussurrou para os outros dois policiais:
- Preparem-se, vamos ter que prender Ashley Ashes.
Eles confirmaram e saíram da casa de Matt. O delegado olhou interrogativamente para Alfred e ele sorriu.
- Não vou ficar de fora, delegado.
Então, ambos deixaram a casa, com a perspectiva de que iriam descobrir muitas coisas nessa noite.
Samantha estava com um vestido vermelho chamativo. Seu reflexo no espelho dizia a ela o quanto precisava ser forte para enfrentar o que viria a seguir. Tinha esperado por esse momento, quase não conseguia dormir, pensando que enganara a pessoa que tanto amava, por causa de algo que não tinha importância.
Estava terminando de se maquiar, quando ouviu a campainha tocar. Ela franziu as sobrancelhas e hesitou por um instante. Será que ele viria tão cedo? O coração disparado, Samantha saiu do banheiro, atravessou a cozinha, a sala, e chegou à porta. Ao observar o lado de fora pelo olho mágico, engoliu em seco e respirou duas vezes profundamente. Você tem que ser forte para falar o que quer, pensou. Suas mãos forçaram a maçaneta da porta e ela se escancarou.
- Você? – Samantha fingiu estar assustada. – O que você quer?
O estranho visitante ficou parado um minuto no portal, olhando-a em silêncio. Só então entrou no apartamento, e Samantha fechou a porta.
Autor(a): seergioo
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